Robert
Streatfield - Lagoa 1850. Segundo André
Delacerda e Diogo Fagundes o Rio de Janeiro é uma cidade cheia de mistérios.
Temos a Ibis do Pão de Açúcar e o rosto gigante da Pedra da Gávea. Mas, poucos
sabem que a cerca de quase dois séculos atrás havia mais uma pedra que
inspirava medo e mistério.
Era
chamada de a Pedra Santa ou Pedra da Santa e ficava entre o Clube Piraquê e o
bairro de Humaitá. Essa pedra tinha o formato de um rosto que olhava para
dentro da Lagoa. Dizem que D. João tinha bastante medo de passar junto a este
rosto, tanto que preferia chegar a região de barco. Não se sabe se a Pedra
Santa foi esculpida por algum povo mais antigo ou era uma formação natural.
Fato é que em 1837, um padre de nome Souto destruiu o grande rosto que deve ter
rolado para o que então era a Lagoa Rodrigo de Freitas, já que boa parte do
Jardim Botânico junto a Pedra foi aterrado posteriormente. O mesmo padre
solicitou ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a destruição da Pedra
da Gávea, mas sem êxito, e para nossa sorte que temos aquele monumento
histórico natural preservado.
O
caso envolve o Caminho da Cabeça, o "Rio da Cabeça" e a capela de
Nossa Senhora da Cabeça, no final da Rua Faro. Pelas ultimas conclusões, esta
pedra estava exatamente no sopé da atual Rua Faro, que era exatamente o Caminho
da Cabeça. A Rua Jardim Botânico era a antiga Rua do Jardim, que mais próxima
ao Humaitá passava a chamar-se Rua do Oliveira. A Lagoa chegava até esses
caminhos como se vê na aquarela e em mapas antigos da Fazenda Nacional que
ocupou a área antes de 1844.
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Pinturas magníficas de um Rio que eu gostaria de ter conhecido. Estes pintores devem ter ficado deslumbrados com a oportunidade de pintar estas paisagens.
ResponderExcluirBoa tarde ! Belas e muito interessantes pinturas de um Rio de Janeiro que, paisagisticamente, deve ter sido maravilhoso. Até mandei o enderêço do blog para o co-sogro de meu filho mais novo (Ralf) que casou com Paula Facchinetti, perguntando se Nicolao Antonio Facchinetti foi antecedente dele.
ResponderExcluirO Rio Cabeça passa por baixo da Rua Visconde da Graça e deságua no canal da Rua Lineu de Paula Machado.
ResponderExcluirBoa tarde,
ResponderExcluirBelíssimas pinturas de um Rio de Janeiro que era uma cidade maravilhosa!
Há braços
#Acho que o blog comeu meu comentário, vou repeti-lo...
ResponderExcluirBoa tarde, Luiz, pessoal,
Eu não conhecia essa história da cabeça, muito boa mesmo.O tal padre deveria imaginar que as duas cabeças ( da Lagoa e da Pedra da Gávea) eram parte de um culto pagão, provavelmente de indígenas. O próprio fato de existir a capela indica uma tentativa de "limpar" o local da influência "do mal", em um processo de cristianização semelhante ao que ocorreu nos antigos templos romanos, transformados em igrejas. Como a pedra foi destruída? Com pólvora? Naquela época, ainda não havia dinamite. De qualquer forma, deve ter sido um evento e tanto, no mau sentido do termo, é claro.
Acho que existia dinamite. Era fabricada no próprio J.Botânico.
ExcluirNão conhecia esta história da cabeça. O próprio corcovado lembra um rosto deitado de perfil com a estátua de Cristo no nariz. O gigante deitado em berço esplêndido na letra de D.Pedro I.
ExcluirDinamite, não. O Jardim Botânico tinha, em suas terras, a Real Fábrica de Pólvora, com função militar. Como há uma aquarela de Debret mostrando escravos em uma pedreira, com uma explosão ao fundo, é provável que fosse pólvora bruta mesmo, talvez ensacada para concentrar o efeito.
ExcluirAchava que pólvora e dinamite eram a mesma coisa...
Excluir"Boa tarde".
ResponderExcluirAté a massificação da fotografia, nos anos 1860, e até depois, a pintura era o jeito de registrar o cotidiano e as figuras importantes de um local. Sempre relevando alguns exageros e imprecisões que deixaram de existir com os registros fotográficos.
Cá na Ilha do Governador, tivemos pelo menos quatro artistas que retrataram a paisagem local em uma época em que a fotografia era para poucos : Jordão de Oliveira, Albano Agner de Carvalho, Anuar Said e José Bastos. Benditos personagens.... Só assim sabemos como era a Ilha há quase cem anos atrás...
ResponderExcluirQue Pinturas magníficas! Viajei com a história da Pedra Santa ou Pedra da Santa!
ResponderExcluirFiquei tão encantado com essa história que resolvi procurar no site da BN alguma notícia, e não é que consegui!
ResponderExcluirhttp://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=094170_01&pesq=Pedra%20Santa
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=094170_01&pesq=Pedra%20Santa
Também achei bastante interessante esta história. Segundo o documento do seu link o arrasamento foi devido ao perigo de queda, talvez uma desculpa. Também fiz uma busca, em outra página diz que a capela é em homenagem à nossa senhora da cabeça, mas de Andaluzia, na Espanha.
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