terça-feira, 4 de setembro de 2018

PRAIA INTERDITADA




 
Do acervo do Correio da Manhã, das décadas de 50, 60 e 70, vemos fotos de várias praias do Rio com cartazes de “PRAIA INTERDITADA”. Todos solenemente ignorados.
Os cariocas não sabem ler, ou leem e ignoram o significado da palavra “interditada”, ou, ainda, preferem ignorar o aviso?
Por que por aqui há leis que “pegam” e outras que “não pegam”?
Que povo é este que é capaz de assassinar um motorista que dá uma “fechada” no trânsito e, o mesmo povo, faz absoluta questão de avisar que o farol do outro está aceso ou a porta mal fechada?
Que povo é este que atira tudo que é lixo pela janela e, ao mesmo tempo, leva um saco plástico para recolher cocô de cachorro? Que cumpre mais ou menos a lei que proíbe cães na areia ou faz “linha de passe” (hoje chamada de “altinho”) à beira-mar?
Será que uma política “à la Giuliani”, de “tolerância zero” com os pequenos delitos, daria certo no Rio ou só levaria mais gente para presídios superlotados?
Enfim, a cidade está abandonada e desorganizada, mas a própria população tem parte deste estado de coisas.

15 comentários:

  1. Tolerância Zero vai me pegar em algum momento, mas sou a favor. Talvez para ficar coerente com as incoerências listadas no texto de hoje.

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  2. Disseminou-se entre os cariocas a ideia de que seguir as leis é careta, é para otário. A filosofia vigente é farinha pouca, meu pirão primeiro. Devido à falta de educação, à leniência das autoridades, à insensibilidade geral, o que vale é se dar bem, é fazer errado porque todo mundo faz, é levar vantagem em tudo. Caminhamos céleres para a barbárie pois não há lideranças positivas, o ódio se espalhou, os que pensam diferente são inimigos. Tenho muito pouca esperança que as coisas melhorem. Infelizmente.

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  3. Também sempre achei essas incoerências interessantes. Idiossincrasias à parte, isso dá um prato cheio para uma tese de sociologia. Se por um lado não estendem e não respeitam a palavra "interditado", por outro adoram usar a palavra "proibido". É proibido jogar lixo nesse local, é proibido estacionar nesse local, é proibido comer duas carnes, e por aí vai...

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  4. Naquele tempo existia a "bandeira vermelha" que era fincada pelo "banhista", e ai de quem desrespeitasse. Futebol também só era permitido após as 15 horas. O curioso é que era tolerada a presença de cães. A tolerância e a leniência são ingredientes para a desordem e eu um outro estágio, a corrupção. O respeito às leis, ás pessoas, e às instituições, eram a regra vigente. Fui inúmeras vezes testemunha de como essas regras eram respeitadas, e muitas vezes "levei carreira" de "banhistas" em Copacabana. Havia também o "rato de praia", que aproveitava a distração do incauto para furtar. A P.M já atuava nas praias, mas havia respeito às instituições. O que se vê hoje em dia nas praias é o oposto. Há 50 anos eram inimagináveis as "operações de de guerra" montadas nas praias e seu entorno para combater os roubos e a violência. Isso não acontecia porque naquela época "cada um conhecia o seu lugar". Certa vez parafraseando um comentário de Stanislaw Ponte Preta onde nos anos 60 ele fez uma afirmação "bem mais específica e contundente" do que essa, fui "crucificado" aqui por muitas pessoas. Se comparamos "aqueles tempos" (anos 60) com os dias de hoje, veremos "onde está a razão". O fato é que o Brasil chegou a esse estágio deplorável graças à leniência, ao vitimisto, ao politicamente, correto, à pusilanimidade, e principalmente por querer defender "o óbvio ululante e o indefensável"...

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  5. "Bom dia".

    O Plínio abordou um aspecto da questão. Outro é que o carioca em geral acha que nunca vai acontecer com ele, só com os outros. Alguns ainda acham que são indestrutíveis.

    Agora, sobre o assunto do momento, escutei manchete do jornal O Globo que foi recusado um empréstimo internacional do Banco Mundial de US$ 80 MILHÕES para a reforma do museu. O empréstimo foi oferecido há VINTE anos (1998). Deve ter sido recusado porque o país não precisava...

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  6. Ninguém respeita mais os chamados "bons costumes" e "vamu qui vamu".Assim a banda começou a tocar quando os direitos começaram a ser maiores que os deveres.O Governo também é responsável quando usa medidas diferentes nas suas ações,privilegiando uma casta de cidadãos,por exemplo,e penalizando outros. É um vai da valsa marcado por incoerências em todos os níveis e aí a lei é de quem puxar primeiro o gatilho.

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  7. Bom dia a todos. Na minha opinião o Brasil não tem jeito, não adianta tolerância zero, pois para isso temos aqueles que estão acima da Lei ou protegidos pelo STJ. A ideia de que cumprir a lei é para Otário, deve também incluir os adjetivos, Otário Pobre, Otário Preto, Otário Nordestino, Otário Suburbano, Otário Favelado, Otário bem Otário. Tese de Sociologia essa então nem pensar, pois os Sociólogos logo formariam uma tese para que o governo desse uma bolsa ou ajuda de custo para os pobres coitados que cumprem a Lei, visto que o descumprimento da Lei é causado pelo Imperialismo do Capitalismo que escraviza os descumpridores da Lei. Atuação da P.M. e órgãos policiais, já é combatida nos dias de hoje, que só atua naquelas classes acima já classificadas como os otários. As frases do Stanislaw Ponte Preta, seriam rebaixadas para a 2ª divisão tal qual a Ponte Preta e o Vasco, sob o argumento que o nome tem vinculação com o uniforme de ambos os times e que estes são costumeiros em frequentar tal divisão. Resumo da questão; somente uma coisa sensata foi dita e feita, não ter aceitado os US$ 80 milhões de empréstimo do Banco Mundial, pelo simples fato de que quem vive endividado, deve primeiro pagar o que deve e jamais aumentar a sua dívida. Agora a melhor coisa a ser feita para correção deste e de todos os outros problemas que assolam o Brasil, seria apenas uma carta. Escrever uma carta a Portugal, fazendo a devolução do Brasil a Portugal, com os seguintes argumentos, sendo Vós a origem de todos os nossos problemas atuais, mesmo após nós termos deixado de ser Vossa Colônia a quase 200 anos, fazemos esta devolução pela vergonha que demonstramos diariamente ao Mundo da nossa incapacidade de administração do nosso próprio País. Firmamos ainda, que não aceitamos recusa desta devolução sob nenhuma hipótese.

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    1. Lino, o empréstimo não deve ter sido aceito porque seria verba "carimbada" sem poder desviar para outros lugares. Mas nada impediria um superfaturamento básico...

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    2. Melhor pegar os espelhinhos de volta e devolver o Brasil aos índios.

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  8. A interdição inclui a faixa de areia? Nas duas últimas fotos não é possível ver frequentadores na água.
    O incêndio do MAM completou 40 anos, porém o próximo museu a virar cinzas não deve demorar tanto, se essas tragédias forem esquecidas e não tomarem providências.
    Por enquanto só resta torcer para que não estejam cheios ou que todos tenham tempo de sair, quando acontecer.

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  9. E difícil, senão impossível, modificar hábitos arraigados ao povo morador nesta cidade. Desculpem, somos pouquíssimos os cariocas.
    Morando há cinquenta e três anos no mesmo local só agora consegui dos atuais moradores uma coleta adequada do lixo. Batalhei por 52 anos e nada consegui. Pouquíssimos cariocas moraram aqui.
    Chamar a todos os moradores de cidades como SP e RJ de paulistas e cariocas é um imenso despropósito.
    Nos anos 60 minha sogra profetizava: "Em 50 anos não haverá mais um paulista em São Paulo". Já chorava por sua cidade. Eu nada entendia. Muito jovem que era acreditava que paulista era todo aquele que nascia em SP.
    Sei o que é "enxugar gelo."
    Única campanha que vi trazer resultados foi a do "Sugismundo". A palavra virou apelido e todos a temiam. Em minha rua um senhor foi pego pela TV descascando uma laranja e deixando as cascas na calçada.
    Nunca mais teve paz.
    A multa, que não chegou aos subúrbios, nada resolveu. O comércio, principalmente o de comestíveis, joga o lixo na calçada. Catadores o abrem e a consequência todos sabem.
    Quando leio o Joel parece que estou assistindo a reencarnação da minha sogra. Mas os tempos eram outros...

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  10. A revolta de todos que comentam "neste sítio" começa a tomar um volume bem expressivo e isso corrobora meus comentários. Não há mais espaço para a leniência, para o "coitadismo", para o "politicamente correto", e muito mais. Dar direitos e benesses para que não os tem e elevar párias, vagamundos, e marginais à categoria de "cidadão" foram medidas que contribuíram bastante para o desmoronamento da sociedade brasileira. Com tudo isso e com o sucateamento da educação em "doses africanas", é natural que os símbolos de maior quilate no Brasil seja invariavelmente jogadores de futebol, funkeiros, Mcs, sertanejos, e toda uma gama de energúmenos, que somados às "facções políticas" onde seus quadros cuja grande maioria é de traficantes, estelionatários, quadrilheiros da pior espécie, anormais, palhaços, sodomitas, e comunistas de todo quilate, expressam o "pensamento da choldra brasileira.

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  11. Boa tarde ! As pessoas que seguem as leis e as que não as seguem, são obviamente pessoas distintas e não a mesma pessoa que faz isso, deixa de fazer aquilo, podendo, obviamente, haver exceções. Em qualquer sociedade, existem os bons e também existem os maus. O grande problema é quando os maus suplantam, em larga escala, os bons, que é o que parace estar acontecendo conosco...

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  12. Relendo os comentários, inclusive o meu, vi que hoje a campanha não teria o mesmo efeito. Em tempos passados existia a vergonha social.
    Uma pessoa não queria ser vista fazendo algo errado. Hoje, a palavra usada é "dane-se" ou outra pior. Com ela respondem a tudo.

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  13. Teremos novidades na campanha para governador com o caminho ficando cada vez mais facilitado para o candidato do status quo. Um de seus adversários, o que poderia dar mais trabalho, foi condenado em segunda instância e em breve terá a candidatura impugnada.

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