quarta-feira, 12 de setembro de 2018

SENADOR VERGUEIRO


 
A primeira foto, de 1964, foi para uma reportagem do “Correio da Manhã” sobre a demora na retirada dos trilhos da esquina das ruas Senador Vergueiro e Paissandu.
A segunda foto, também de 1964, já mostra o recapeamento asfáltico da Rua Senador Vergueiro após a retirada dos trilhos de bondes.
Na primeira foto vemos, ao fundo, o lendário Cinema Paissandu. Na esquina ficava o Bar Cinerama, hoje Garota do Flamengo. Bem ao lado do cinema havia a lanchonete Oklahoma, onde as discussões pós-filme se estendiam pela madrugada. A Oklahoma tinha uma das piores pizzas do Rio, mas era a única coisa aberta na região após a meia-noite.
O Cine Paissandu, localizado na Rua Senador Vergueiro nº 35-F tinha, originalmente, 742 lugares. Foi inaugurado em 15/12/1960 e funcionou até 15/04/1973.  Depois se transformou no Studio-Paissandu e no Estação Paissandu.
O cinema tinha de diferente, além da programação e clientela, o "fumoir", com janelões para a platéia. Perdia em qualidade do som e da imagem, mas era disputadíssimo pelo simples fato que se podia fumar neste salão anexo. E como se fumava! De tudo...
Conforme nos conta A. Gonzaga, em "Palácios & Poeiras", o Cine Paissandu "foi palco dos "filmes-cabeça" dos anos 60, designação que englobava tanto fitas comuns quanto obras com grandes pretensões estéticas, política e/ou sociológicas. A mística do lugar surgiu em função dos frequentadores e da programação, pois o cinema nada tinha de especial. Criou-se, inclusive, um diferencial de comportamento, com as famosas sessões de meia-noite e os Festivais Brasileiro de Cinema Amador, mais conhecidos como Festivais JB-Mesbla. Virou emblema da geração que queria mudar o país e o mundo".
Baluarte da contracultura durante o regime militar, o cinema formou, nos anos 1960, a Geração Paissandu, rótulo que agrupava jovens cinéfilos e intelectuais de esquerda incapazes de perder os longas de Jean-Luc Godard, Louis Malle, Michelangelo Antonioni, François Truffaut e outros cineastas autorais. Era moda naquela época ser sócio da Cinemateca do MAM e ter assinatura dos "Cahiers du Cinéma".

18 comentários:

  1. O Chevrolet é 1950. Descobri hoje como diferenciá-lo do 1949, mas não vou contar.
    A Rua Paissandu dava mão até a praia? Isso eu não me lembro.
    Fui no Paissandu ver alguns filmes diferentes; vi uma meia dúzia e voltei ao cinemão. Já a Cinemateca era mais eclética, mais fácil de digerir. Eu gostava de entrar no cinema a qualquer hora e depois emendar o filme na cabeça; hoje parece que você vai ao teatro.
    A Muller do rolo compressor era aqui no Rio, acho que acabou. A máquina de asfalto era Barber-Greene, se não me engano.

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  2. Na zona sul o tratamento sempre foi diferenciado, já que "tudo era mais rápido". No mês passado foi publicado no SDR uma foto da rua Barão de Petrópolis no Rio Comprido nos anos 50. Pois bem, em 1974 os trilhos de bonde "ainda estavam ali", apesar de os bondes deixarem de circular no local desde 1964. Nas ruas Leopoldo e do Matoso idem. ## Nunca fui ao Cine Paissandu e apenas uma vez quando já se chamava Estação Paissandu. No início dos anos 70 era um "ponto de reunião" que atraía principalmente estudantes e supostos "intelectuais". O local já foi alvo de "batidas" policiais, inclusive do Doi-Codi. Não é um dado totalmente confirmado mas suspeita-se que esse foi o motivo de seu fechamento. Eram "outros tempos"...

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  3. O antigo Paissandu deixou saudades. Vi alguns filmes muito bons ali mas eram do tipo normais. Vi também alguns filmes "cabeça" mas a maioria era chatíssima e alguns confesso que nem mesmo consegui entender.
    Era difícil achar mesa vazia no Oklahoma para comer pizza. Eram bem fraquinhas mesmo. O bom é que sempre havia muitos jovens jogando conversa fora por ali e era bom para paquerar.

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  4. Bom Dia ! O calçamento das ruas envolve vários órgãos do governo e existem padrões que devem ser seguidos. Algumas empresas precisam que os padrões sejam respeitados para que seus produtos funcionem como foram projetados.Quanta coisa sai do padrão depois de um simples recapeamento. Uma camada de 10cm de asfalto faz o meio-fio ficar 10cm mais longe do primeiro degrau dos ônibus.(A culpa é da fabrica de ônibus que usou chassis de caminhão)A fiação que cruza as ruas também fica mais baixa,e é comum caminhões arrebentarem estes fios.(Culpado é quem fabricou um caminhão tão alto).Falta falar das "costelas" que surgem,do asfalto que acaba subindo nas calçadas,dos ralos que nunca ficam nivelados.

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  5. Pelas contas do Biscoito o Chevrolet já contava com 14 anos e parece muito bem conservado.A banda branca ainda existe?A presença de um fumódromo no cinema não deixa de ser interessante,mas recordo que se fumava dentro da própria sala de projeções num verdadeiro e grande espanto!!!!

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  6. Embora o período "mais contundente" do período militar tenha se encerrado em 1972 com o aniquilamento da "esquerda armada", a atividade subversiva estava em seu período mais profícuo e as atividades "literárias, artísticas, e estudantis passaram a ser "monitoradas". Inocentes reuniões culturais onde rolava muito "papo cabeça" eram intensamente acompanhadas já que "doutrinação esquerdista" nas faculdades era intensa. Muitos "estudantes cabeludos" e aparentemente irresponsáveis eram na verdade oficiais das forças armadas infiltrados que atuavam igualmente na inteligência. As prisões de elementos socialmente perniciosos ocorreram em grande escala nesse período. A então estudante Miriam Leitão foi um desses exemplos. A década de 70 foi marcada por essas ações de inteligência das forças de segurança, onde diversos "aparelhos" foram desativados e onde muitos "estudantes" foram presos enquanto outros desapareceram.## A propósito do comentário e assisti o programa do Bial ontem e o entrevistado Antonio Brito narrou o drama dos últimos dias de Tancredo Neves após uma longa agonia, quando morreu em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Fique refletindo que muita gente suspeita que tal morte se deve a um atentado praticado por militares da "linha dura", os mesmos que de forma sorrateira, plantaram as bombas na ABI em 1976, na OAB em 1980, no Riocentro em 1981, e que tinham por objetivo "desestabilizar a abertura política". Seriam "mistérios insondáveis"?

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  7. A morte do Tancredo foi uma sucessão de erros. Uns poucos dele mesmo ao se recusar a ser operado e muitos erros dos vaidosos médicos que o trataram. Trataram é modo de dizer pois os professores doutores erraram muito.
    Quanto a fumódromo em cinemas havia um também no cinema da Prado Junior, o Paris-Palace/Cinema 1.

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  8. Teoria da Conspiração12 de setembro de 2018 às 11:24

    Sou eu mais uma vez presente em episódio marcante como a morte do Tancredo.Se eu não estivesse lá a situação seria resumida e não haveria contestação.Mas não posso ficar de fora e estou sempre na imaginação de todos para deixar sempre a marca da duvida como minha maior referencia.

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  9. Bom dia ! O Paissandú, ao qual fui umas poucas vezes, não ficava na rua que tem o seu nome, mas na rua Senador Vergueiro, quase em frente à desembocadura da Travessa dos Tamoios. No que se refere ao Oklahoma,não me lembrou se o visitei alguma vez.
    A morte de Tancredo Neves foi muito estranha e logo na véspera de sua posse. Dá muito no que pensar...

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  10. Ainda bem que os odores de fumaça nunca chegaram até o meu nariz em sessões de cinema. Se é que entrei em algum que permitia fumar.
    Os atentados do Riocentro (um morto e um ferido por "acidente de trabalho"), da OAB (uma vítima fatal) e, no mesmo dia, da Câmara Municipal do Rio (um ferido gravemente com perda da visão e de um braço), nunca é demais lembrar, foram terrorismo de direita, pós anistia e bem depois do desarmamento da extrema esquerda. Porém, mesmo assim, são até hoje justificados por defensores do extremismo de direita como reação aos atos dos terroristas de esquerda, quando na verdade foram uma afronta ao período da abertura lenta e gradual do Regime Militar no governo Figueiredo, iniciada anteriormente pelo Geisel, ambos tendo o Golbery como mentor.
    Provavelmente são órfãos do Gal. Silvio Frota que tentam hoje em dia
    justificar aqueles atos, que são tão injustificáveis quanto os atentados desse ano que mataram uma vereadora e seu motorista, feriram à faca um deputado candidato a presidente (nesses dois casos representantes do povo) e atirar em um ônibus de ex-presidente.

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    1. Os fatos mencionados foram deploráveis em todos os seus aspectos, não importando a situação. Figueiredo cumpriu o prometido, ainda que a contragosto. Previu tudo que tem acontecido e muito mais. Em uma de suas declarações afirmou que "vão roubar até as prendas da Casa da Moeda". Depois de tantos anos, percebe-se que todos nós como sociedade, perdemos. Independente de qualquer convicção política, até o mais ferrenho esquerdista reconhece que no passado tínhamos saúde, educação, segurança, emprego, e sossego. Mas tínhamos o principal:Respeito às pessoas, às instituições, e à moral e aos bons costumes. Vemos como exemplo o caso de uma advogada que foi presa e algemada a mando de uma juíza leiga em um juizado de Duque de Caxias tendo em vista não ter obedecido a uma ordem judicial. Não obedeceu e resistiu, não restando à juíza cumprir o disposto nos artigos 329 e 330 do C.Penal. Ainda assim a mulher alegou que "estava trabalhando, que era mulher, que era negra" etc. "Dura Lex Sed Lex". Independe de de cor, gênero, nacionalidade, etc, a lei precisa ser respeitada, e todos devem "conhecer seus lugares". Naquele tempo isso era uma rotina, mas hoje em dia quase nunca.

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    2. Sim, concordo, "Dura Lex sed lex" para todos, o que inclui terroristas de todos os tipos. O lema dos revoltados de 1964 era o combate à corrupção e à subversão. No primeiro caso há controvérsias, pois muitos acham que só mudaram as "moscas" piorando após 1985 e no segundo caso combateram um lado, deixando o outro lado bater até se machucar sozinho em "acidente de trabalho". O Velho General comentou uma vez: "radicais porém sinceros", mas não fez valer o "a Lei de Segurança Nacional é para todos", como Getúlio ao mandar tratar igualmente comunistas e integralistas durante o Estado Novo. Pelo menos os fascistas brasileiros reclamaram o resto da vida, com cicatrizes, do que passaram nos porões da Polícia daquela época, pós ataque ao Palácio Guanabara. Aliás, métodos deploráveis do Estado, mesmo nos radicais anos 1930, anterior à criação da ONU.

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  11. Este comentarista chamado Plinio já pode jogar no meu time e está cheio de razão ao dizer que filmes chamados "cabeça" não passavam de grossas porcarias e que só eram admirados por metidos a intelectuais que também não entendiam nada e ficavam a discutir o sexo dos anjos entre baforadas de cigarrinhos do diabo e da ausência de trabalho já que eram adeptos do ócio.Os citados lá no texto faziam parte deste grupo que não produziram nada de bom e bem diferente da turma que veio depois como Cameron,Tarantino,Scorcese e Speilberg estes sim com obras marcantes.Naturalmente as viúvas de antanho devem chorar por estes diretores de araque e possuir cópias daquelas histórias fajutas sem começo meio e fim.Eu sou Do Contra.

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  12. Alguém saberia informar sobre uma festa ocorrida no Parque Lage paralela a exposição Queermuseu?Dizem que a mulherada caiu nua na piscina e rolou de tudo.Seria verdade? É que sou o Curioso aqui deste fotoblog.

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    1. Eu não fui convidado para essa exposição, mas gostaria de ter ido.

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    2. Gostaria de informar ao Curioso que houve realmente a festa e que a mulheres caíram na piscina,mas consta que elas não gostam de homem para ciência deste moço chamado Lino.Ou ele iria encarar a festa assim mesmo?

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    3. Para ser chamado de Sabichão aprenda português: O que está aqui = deste.
      O que lá está = desse.
      ... para ciência desse moço ...

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  13. O Brasil ainda não está preparado para professar qualquer ideologia política que não seja a de expropriar o semelhante, principalmente o mais humilde e ignorante (o que não é difícil). Apesar de períodos interessantes, a história desse país sempre foi permeada por atos reprováveis e por "heróis de ataque"(com raras exceções). Com um povo de caráter "pouco definido" e titular de profunda ignorância, é de se admirar que uma guerra civil sangrenta não tenha ainda eclodido. Algo está em vias de acontecer antes que o país afunde de vez. O fato é que a história do Brasil é como um filme de Sam Peckinpah. Só espero que não seja como "Meu ódio será sua herança". Se alguém já assistiu verá que a semelhança é impressionante, desde o ambiente decadente e pelo tipo dos personagens. Só não pode é ter o mesmo final...Voltando ao Cine Paissandu, vou parafrasear uma frase do Gen. Mourão diante de uma capciosa pergunta de Miriam Leitão: "Meus heróis não morreram de overdose"...

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