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1: Neste "slide", atacado por fungos e tirado por mim da década de
60, vemos a Igreja de São José do Jardim Botânico, que fica na Avenida Borges
de Medeiros nº 2735, na Lagoa. É conhecida também como "Igreja de vidro da
Lagoa" ou “Aquário da Lagoa. Ao fundo vemos o Hospital da Lagoa.
Inicialmente
era uma capelinha anexa à Fábrica de Tecidos Corcovado, frequentada
principalmente pelos operários desta e de outras fábricas das redondezas.
Brasil Gerson também fala que "a Capela de São José, inaugurada em 1898,
ficava defronte à fábrica, e não só os seus operários a frequentavam, como os
da fábrica de chapéus Braga Costa.”
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2: enviada por Paulo Soares, também um típico “slide” dos anos 60, veio com o
seguinte texto: “A igrejinha da Lagoa em 1967. Na foto, meu saudoso paizão, meu
irmão e um primo. Assistir missa aos domingos era um sacrifício demasiado para
quem queria praia, chope e ver a banda passar...".
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3: garimpada pelo Nickolas, vemos a igreja de outro ângulo. Notar que a pista
da Borges de Medeiros estava com paralelepípedos aparecendo.
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4: do acervo do Correio da Manhã, mostra a igreja ainda em obras.
Em
princípio dos anos 60 a capela na Rua Jardim Botânico foi demolida. A construção
do novo templo começou em 1961 e foi inaugurado em 1964. O arquiteto
responsável foi Edgar de Oliveira da Fonseca, professor da PUC, que projetou um
templo moderno, sendo o primeiro no mundo a possuir todas as fachadas
executadas com vidro "ray-ban".
Durante
algum tempo circulou uma lenda de que os que ali se casavam logo de separavam.
Por
dentro a igreja é muito sóbria, não ostentando obras de arte. Grades colocadas
no final dos anos 60 deram um mau aspecto ao local.
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Outro dia, conversando sobre esta igreja com o arquiteto Lavra, mais conhecido como Bispo Rolleiflex, me dizia ele que “existem razões para que as igrejas mais antigas tenham aquela forma e aquele aspecto. Os grandes compositores de música sacra, como Bach e Haendel já contavam que cada som se estendesse após cessado o acorde. Isso se chama reverberação. Uma igreja do renascimento, as mais caprichadas, conseguiam que um pequeno som, como uma coisa caindo no chão, por exemplo, obtivesse um número ideal de pequenos ecos, em número de 11, para serem consideradas boas do ponto de vista acústico. Os mestres do renascimento, estudaram isto muito bem. As cúpulas e todos os outros elementos, como colunas, eram postas visando esta exigência. Outro ponto é a iluminação. Para que as pessoas entrem no "clima", uma certa penumbra é necessária. Quer dizer: para um certo distanciamento da vida de todo dia. Nas catedrais da Europa, principalmente da Espanha, isso tudo é muito observado. Já esta da Lagoa é a antítese de tudo isto.”
ResponderExcluirNão tenho boas recordações desta igreja. Por exigência de minha ex-mulher que achava a igreja moderna me casei aí. Confirmei a lenda.
ResponderExcluirNão há nada que inspire recolhimento como convém a um local de oração. Dá mesmo a impressão de um aquário. Mas tenho amigos carismáticos que a frequentam.
Nas fotos 3 e 4, podemos ver no Hospital da Lagoa, os pilotis em V, extremamente delgados, projetados por Oscar Niemeyer. Meu pai foi o engenheiro da obra, nos anos 50, e lembro dos comentários sobre a briga dos calculistas com o arquiteto, então já renomado. Creio que, como em toda briga, nem ficou tão esbelto, nem tão confortável, mas não caiu.
ResponderExcluirNa foto 3, um Chevrolet 51 e na foto 4 a Amazonas, de três portas, a C-1416, de 60 a 63. Não me sinto bem em igrejas, renascentistas, ou modernas, mas nessa aí ainda menos. Devo ter ido umas 3 vezes.
O Hospital da Lagoa foi construído a partir de 1950, pela Companhia de Seguros Sul América, para ser o Hospital Larragoiti. Em 1962 o edifício foi adquirido pelo antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), por autorização do Presidente João Goulart. Posteriormente foi integrado à rede do extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Mais recentemente sua administração alternou-se entre os governos municipal e federal, tendo perdido muito da sua qualidade. O prédio deste hospital tem fachada projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e os jardins por Burle Marx, sendo obra considerada marco da arquitetura moderna brasileira. Os azulejos externos foram criados por Athos Bulcão.
ExcluirNunca entrei nessa igreja mas o argumento sobre acústica das construções é bastante pertinente, principalmente quando diz respeito a órgãos. Quanto à sorte ou azar em casamentos realizados em determinadas igrejas, isso é muito relativo. A igreja de Nossa Senhora de Montserrat onde me casei também possui essa fama e meus pais também se casaram nela. Coincidência ou não, tanto o meu casamento como o de meus pais não foram tão duradouros como deveriam...
ResponderExcluir"Boa sorte a todos".
ResponderExcluirEstarei acompanhando os comentários.
Pois é,parece um pouco moderna para o meu gosto.Esta cantilena da reverberação e da iluminação não parecem encaixar na minha igreja.Tudo o que foi feito só trouxe mais a presença de tarjas verdes e em busca de milagres para ontem.Dizimista daqueles que fazem questão de antecipar a grana,nadica de nada.Em relação a lenda dos desquites será que o prazo de validade é pré estabelecido?
ResponderExcluirEm tempo: carismático é um grande Espanto!!!!
ResponderExcluirEu tenho boas recordações da Igreja de São José, vez que lá fiz minha Primeira Comunhão, em 1967. Estudava na Escola Municipal Shakespeare, que ficava bem próximo, na Rua Jardim Botânico 563. Hoje a escola não é visível da rua, estando encoberta pela Escola Estadual Ignácio Azevedo Amaral, construída alguns anos depois. No dia da comunhão lembro que saímos da escola em fila indiana pelas ruas até a igreja, onde os familiares e convidados já nos esperavam lotando as dependências da São José.
ResponderExcluirBom dia a todos. Acho todas essas igrejas modernistas horrorosas, esta, as catedrais do Rio e Brasília e uma igreja de Minas acho que na Pampulha. Acho que os arquitetos dessas igrejas eram todos comunistas e ateus, por isso fizeram esses projetos horríveis de sacanagem. A única vez que entrei nesta igreja foi no casamento da minha irmã, como toda regra tem exceção, ela permanece casada até hoje.
ResponderExcluirNo passado era obrigatória a primeira comunhão. Como eu estudava no Instituto de Educação, a minha foi na Igreja da Santa Terezinha na rua Mariz e Barros. No passado as crianças eram desde cedo iniciadas nos misteres católicos devido a uma presença maior da Igreja nas famílias. Talvez isso tenha sido um dos fatores preponderantes de termos no passado uma sociedade mais educada e civilizada. O presidente Médici tinha razão quando afirmou entre outras coisas que "em trinta anos roubariam até as prensas da Casa da Moeda". E a dignidade e a educação se foram "no mesmo lote". Segundo um pensamento esqurdista, "Viel Gluck"...
ResponderExcluirTia Nalu é eclética.Escuta padre,pastor e pai de santo.
ResponderExcluirIgreja mais quente da cidade. Inacreditável como uma construção com paredes de vidro não tenha ar condicionado. Uma verdadeira estufa.
ResponderExcluirA igreja é uma estufa?E a Calango?Deve ser a velha história da tarja verde ou do cartão fracionado.Ninguém quer pegar o abacaxi.Com a palavra o Ceará,individuo,rei mestre da frescura ainda que santificada.
ExcluirNão lembro se entrei na igreja a caminho do então chamado Hospital dos Bancários para consulta, justamente no ano da foto 2, mas a arquitetura me chamou a atenção naquele dia.
ResponderExcluirA foto 3 está invertida.
Qualquer coisa em forma de cristaleira é problema dos grandes para o AC pois o vilão mor do ar condicionado é a insolação principalmente se ela for direta ou seja o raio de sol incide diretamente sobre o ambiente. Nem com todo o dinheiro do mundo se resolve adequadamente essa peleja. Tem sempre um "senão". Temos diversos ambientes no Rio com a mesma solução arquitetônica. A coisa evoluiu um pouco com os vidros protegidos por películas anti solar mas a turma da arquitetura não é muito adepta pois prefere que os passantes tenham visão total e "in natura" do exterior. É lindo mas dai... Milagre só mesmo na Igreja do Pastor mas desde que se meta a mão na sacolinha antecipadamente para a reza ser forte. Fui...
ResponderExcluirIgreja católica com ar refrigerado eu nunca vi.Igrejas pentecostais sim,é normal ter ar refrigerado e como as contas devem ser altas a despesa vai ser coberta pelas doações de fiéis.Como os cultos são lotados,o calor deve ser infernal,e sem refrigeração e com aquela gritaria usual,deve ser muito desagradável o ambiente.Os cânticos nas missas são muito suaves e agradáveis mas nas igrejas pentecostais parecem ser originados em uma sala de torturas.Será que os fiéis sabem que Deus não é surdo?
ResponderExcluirA Igreja de N.S.da Paz, desde o final dos anos 60, tem ar-condicionado. Foi instalado pelo empreendedor Frei Leovegildo Balestieri, que dizia que "quem gosta de calor é o diabo!".
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