A primeira foto mostra a
prova do "Circuito da Praia de Botafogo" que aconteceu em junho de
1956, conforme conta P. Scali, numa extensão de três quilômetros. Tinha início
na Avenida Rui Barbosa e margeava a Enseada de Botafogo. Antes de chegar ao
Túnel do Pasmado era preciso virar à direita e passar em frente ao Cinema
Guanabara. Em seguida, entrava-se na Avenida Pasteur em mão inglesa, passando
sobre a ponte e chegando ao final da Praia de Botafogo, onde era feito o
retorno à esquerda. Pegava-se a mão correta do trânsito para descer em frente
ao Clube de Regatas Guanabara e regressar ao ponto de partida, do lado
contrário à entrada do túnel, onde havia uma curva de 180º.
Esta prova reuniu 30 mil
espectadores, sendo vencedor Arthur de Souza Costa Filho, com uma Ferrari.
O mapa mostra algumas
curiosidades. O cruzamento entre a Pasteur e a entrada do túnel era diferente
do que é hoje, pois os carros podiam passar da Av. Nações Unidas para a Praia
de Botafogo (ou vice-versa no caso da corrida). Outra curiosidade é que o mapa
mostra a Muniz Barreto (em parte com o nome de Barão de Itambi) chegando até a
Fernando Ferrari e a Prof. Álvaro Rodrigues, o que só ocorreu em 1980. A
própria Álvaro Rodrigues não existia ainda em 1956.
O JBAN observa que o mapa
claramente é atual e não da época. A Rua Barão de Itambi e Muniz Barreto só
tiveram esta configuração após as obras do metrô, que terminaram em 1979.Além
disso dá para ver as pistas do Aterro, logo no início do Morro da Viúva, e a
Repórter Nestor Moreira é se não me engano do início dos anos 60, quando o
Guanabara foi cortado em dois e fizeram uma passagem sob as pistas para acesso
às garagens dos barcos, assim como foi feito na Lagoa para o Flamengo.
O vencedor da prova, Arthur de Sousa Costa
Filho, filho do Ministro da Fazenda do Governo Getúlio Vargas, Arthur de Sousa
Costa, foi namorado da cantora Emília Savana da Silva Borba, mais conhecida
como Emilinha Borba, a "Favorita da Marinha", com quem teve um filho.
Arthur Costa Filho, como era conhecido, também ganhou no ano seguinte (1957) a
prova realizada na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, com o corredor Fritz
D'Orey em segundo.
Esta corrida aí foi mais
uma brincadeira, devido a disparidade de potência entre os carros. Artur
pilotava uma Ferrari Barchetta, a mesma que participou da última Corrida da Gávea
em 1954. Tinha outra Ferrari participando e o restante eram carros normais de
rua.
A terceira foto mostra o piloto
Aylton Varanda e seu MG nº 82 numa prova em Botafogo e a última mostra o local da partida/chegada.
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Corridas de rua não deixam de contabilizar alguns perigos,mas geralmente são divertidas.Aqui em Vix tivemos algumas nos anos 90.
ResponderExcluirNa terceira foto o famoso reclamada Salutaris.Ontem o dia inteiro sem comunicação. Um espanto!!
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirTenho aquele livro sobre circuitos de rua do Rio. Os do Leblon e Barra foram os mais famosos, mas existiram outros, como o citado hoje. Postei certa vez fotos do circuito do Castelo.
De vez em quando voltam com idéias de corridas na cidade em circuitos de rua, já que não temos mais autódromo e o projeto para o novo está cercado de polêmicas, com interesses de todos os lados.
Na foto da Sears, dois MG TD de 1950 e, mais atrás o MG TC, de 1948, certamente o 82 fotografado sozinho. Os MG eram carros esporte, muito atraentes, mas seu desempenho era pífio, com um motor que, preparado, atingia uns 70 HP. Como o texto explica, não eram páreo para as Ferrari (última fotografia, levando a bandeirada) que disputaram a sério.
ResponderExcluirNeste tempo, as pessoas podiam comprar carros de corrida sem impostos, daí a quantidade de Ferrari e Maserati que havia nos anos 50. Não ficaram no Brasil, pois, a partir dos anos 80, elas passaram a valer fortunas e olheiros internacionais aterrissaram aqui e levaram tudo.
Botafogo em 1956 não possuía a décima parte do movimento de hoje e em razão disso foi possível um evento como esse. Esse mapa em amarelo não reproduz Botafogo como era naquele tempo. Em 1956 não existiam a Muniz Barreto, a Prof. Álvaro Rodrigues, e a Nelson Mandela. Além disso a Mena Barreto não tinha acesso à Praia de Botafogo. Essa região sofreu várias intervenções nos últimos 50 anos e foi muito alterada. As administrações da cidade destruíram o Autódromo do Rio, único local onde seriam adequados eventos desse tipo. O tal "Parque Olímpico" construído na região é sinônimo de abandono e descaso. Afora alguns condomínios construídos no "Fictício" Rio 2 e a erradicação da favela "Vila Autódromo", a região do entorno continua carente, com "transporte precário", com suas "casas de forro, violência constante, e "apagões regulares"...
ResponderExcluirBastante interessante. Nunca tinha ouvido falar desse circuito. Há um desembargador e um advogado de sobrenome Varanda. Será que o piloto citado no texto era antepassado deles?
ResponderExcluirSe há uma lei que pegou no Brasil e no mundo de uma maneira geral é a Lei de Godwin. É utilizada a torto e direito, de maneira fanática. O que não chega a ser surpreendente, considerando o seu significado e objetivo....
Esse eu também não conhecia.
ResponderExcluirGávea, Barra, Jacarepaguá, Esplanada do Castelo, Quinta da Boa Vista e Botafogo. No Fundão também, não?
É possível fazer um circuito no citado Parque Olímpico, ou seja, volta às origens, mas como as autoridades estão de olho grande em trazer a F1 de volta, os organizadores provavelmente não aprovariam mais um circuito de "rua".
Construir um autódromo em Realengo como planeja a Prefeitura será um "tiro no pé". Só para chegar lá será difícil e as razões são muitas. Região cercada de "narco-favelas" e de péssimos acessos, será uma arriscada aventura que poderá ser "só de ida"...
ExcluirPrazer em conhecer a Lei de Godwin.
ResponderExcluirNo caso do texto do Arnaldo Bloch, reproduzido no comentário do Augusto na postagem de ontem, não se aplica porque ele explica direitinho os motivos de sua acusação, mostrando que não é uma simples apelação de quem não tem argumentos, muito embora eu tenha discordado, pois Hitler não se valeu de religião para justificar seus atos e na verdade igreja, ou templo, teria que considerar o fuhrer acima de tudo, embora judeus e ciganos não tivessem nem a chance de negar as suas crenças ou modo de vida. Só as Testemunhas de Jeová tiveram essa opção, o que muitos deles não aceitaram.
Portanto reafirmo que a "cruzada" do prefeito bispo licenciado e seu chefe, pastores e ovelhas da mesma igreja ou de outras dessa variação evangélica está mais para a volta da Idade Média e sua Inquisição, inclusive no quesito "pagar para se salvar". E aparentemente até católicos conservadores ao extremo estão abraçando a causa.
Comparar alguém de quem discordamos com um ditador responsável por milhões de mortes....Que diabo de "argumento" justifica tal coisa???
ExcluirÉ não se trata de defender o Crivella. O problema é não embarcar na narrativa de pessoas de pessoas sem o menor compromisso com a liberdade de expressão. Quem está levantando a bandeira da democracia e da liberdade de expressão são os mesmos que não permitem palestras de ninguém que não seja de esquerda nas faculdades, chegando mesmo a agredir quem tenta participar. São os mesmos que tentaram impedir de todas as formas a exibição de um documentário feito pelo canal Brasil Paralelo que mostrava uma nova abordagem sobre o golpe militar de 64. São os mesmos que praticamente inviabilizaram a carreira do diretor de teatro Roberto Alvin, que cometeu o "crime" de apoiar o Bolsonaro. E ele ainda por cima recebeu ameaças de morte dos "tolerantes". Os novos apóstolos da tolerância e da liberdade de expressão são os mesmos que apoiam os regimes políticos de "paraísos da liberdade" como Cuba e Venezuela.
Essas seitas evangélicas são perigosas principalmente por atuarem sobre mentes de pessoas ignorantes em todos os sentidos. Uma pessoa com um mínimo de inteligência percebe que são organizações voltadas para arrecadar dinheiro até às últimas consequências. Em todos os lugares estão infiltrados. No Brasil esse fanatismo pode soar como uma versão tupiniquim de As Bruxas de Salem...
ResponderExcluirBoa noite a todos. As fotos registram uma era nostálgica do automobilismo, como se pode observar, este esporte no Brasil sempre foi improvisado, como os circuitos retratados. Tivemos alguns grandes pilotos geniais neste esporte, porém a falta de estrutura e o improviso e mesmo a falta de dinheiro impede que o mesmo venha a se desenvolver. Nos dias de hoje, ainda sobrevive a classe Stock Car, as demais categorias, mesmo aquelas que eram patrocinadas por uma marca fabricante de automóveis, já não mais existem.
ResponderExcluirAgora pior de tudo é uma cidade falida como o Rio de Janeiro, com deficiência na prestação de serviços básicos a população, saúde, educação e com uma infraestrutura deficiente de transportes, saneamento, segurança, gastar dinheiro com a construção de um novo autodromo, é como diz o mestre Belletti: um espanto.
Com o pensamento assim, esse das 17:56, que a cidade não se expandiu. Realengo é o centro geodésico da cidade, o autódromo ficará às margens da Av Brasil e ainda com acesso para a Transolimpica (Barra e Jacarepaguá em poucos minutos), Baixada, Dutra, Rio Santos. Do centro até ali não há favelas debruçadas sobre a via; talvez alguns trechos um pouco mais "sinistros", como uma nesga da Maré (mas os nobres cidadãos não passam pela Linha Vermelha, por dentro da comunidade, quando vão para o aeroporto? Ou vão de helicóptero?) e Costa Barros/Fazenda Botafogo. Muitos projetos para o restante da cidade só foram sendo engavetados recentemente, mas é melhor não estender o assunto, sob o risco de ser "ofendido" como "esquerdopata".
ResponderExcluirAcho que antes de qualquer comentário, notadamente carregado de preconceito, deve-se ponderar; mas é querer muito de onde partiu...