OS POUCO FAMOSOS (Primeira parte), por Helio Ribeiro
São muitos os cantores
e cantoras nacionais que fizeram sucesso no passado. Maior ainda é a quantidade
dos que nunca fizeram parte do panteão dos famosos. Esta postagem cita alguns
deles. Fonte Wikipedia. Alguns dos textos aqui estão muito resumidos em virtude
da extensão deles no original.
Além disso, como costumo fazer, acrescento observações ou
comentários meus.
WILMA BENTIVEGNA (17/07/1929 – 02/07/2015)
Morreu
de insuficiência respiratória. Era depressiva e quase não saía de casa.
DALVA DE ANDRADE (02/04/1935)
Revelou-se
no programa “Pescador de estrelas”, do radialista Arnaldo Amaral. Em 1955
ganhou menção honrosa na categoria “Revelação feminina” do crítico Sylvio Tulio
Cardoso. Seu maior sucesso foi “Serenata Suburbana”, de 1960, uma guarânia do
compositor pernambucano Capiba.
Afastou-se
da carreira artística em meados na década de 1960, em virtude de problemas
auditivos.
VANJA ORICO (15/11/1931 – 28/01/2015)
Surgiu no cenário artístico cantando “Mulher rendeira” no filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, 1953, premiado no Festival de Cannes, trazendo a Vanja o reconhecimento internacional e permitindo-lhe apresentações na Europa, África, Caribe e EUA. Gravou discos na França, foi recordista de vendas no Brasil e capa de várias revistas da época.
Participou
de vários filmes do Ciclo do Cangaço. Além do citado “O Cangaceiro”, fez papel
em “Lampião, o Rei do Cangaço” (1964), “Cangaceiros de Lampião” (1967) e “Jesuíno
Brilhante, o cangaceiro” (1972).
Também
fez papel em filmes internacionais, como nos italianos “Luci del varietà”, de
Fellini, em 1950, e “Yalis, la vergine del roncador”, 1955, e no alemão “Die
Windrose”, também de 1955.
A
canção que me fez lembrar da Vanja foi “Prenda minha”, tradicional gaúcha, gravada
junto com o Trio Nagô, que tocava nas rádios e que eu aprecio muito.
Eu
sempre desconfiei do nome Vanja, pois em vários idiomas a letra J tem som de I
e então Vanja seria pronunciado como Vânia, diminutivo do nome masculino russo
Ivan, o nosso João.
Nos
últimos anos Vanja sofria de Mal de Alzheimer, porém morreu de câncer de
intestino.
JOÃO DIAS (12/10/1927 – 27/11/1996)
Começou a carreira artística em 1948. No ano seguinte foi para a Rádio Bandeirantes. Em 1951 gravou seu primeiro disco pela Odeon. Passou por várias gravadoras, como Copacabana e CBS, porém a maior parte de suas músicas foi lançada pela Odeon. Também trabalhou na TV e rádio Tupi e fez apresentações em várias outras emissoras de televisão. Passou a apresentar um programa na Rádio Nacional aos domingos, em 1953, conquistando grande popularidade. Em 1955 o programa passou para o horário antes ocupado durante vários anos pelo de Francisco Alves, de quem era grande amigo.
Foi
o idealizador e responsável pela Lei de Direito Conexo, regulamentada em 1968, que
garantiu ao intérprete receber direitos pela execução posterior de suas
gravações, o que anteriormente só era garantido aos autores.
Ao
todo lançou pela Odeon seis LP’s e um pela Copacabana, além de lançar dois a
três discos por ano. Considerado “o herdeiro de Francisco Alves”, também era
conhecido como “O Príncipe da Voz”.
No
ano em que faleceu dirigia a SOCIMPRO (Sociedade Brasileira de Intérpretes e
Produtores Fonográficos).
Ao
longo dos 45 anos de carreira gravou cerca de 320 músicas em LP’s, discos de
78rpm e CD’s.
A
música de João Dias que me marcou foi o tango “Cantando”.
MARIA LÚCIA GODOY (02/09/1924)
Mais conhecida como cantora lírica, é considerada a maior intérprete de Villa Lobos, porém interpretou várias canções populares, de autores como Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Hekel Tavares e outros.
Especializou-se
no canto lírico graças a uma bolsa de estudos na Alemanha, fazendo recitais em
vários países. Venceu vários concursos e ficou como solista principal do
Madrigal Renascentista, cujo regente era Isaac Karabtchevsky, com quem foi
casada.
É considerada uma das maiores cantoras brasileiras
de sua geração, aliando exímia técnica vocal a dons de interpretação. Bidu
Sayão a considerava sua única sucessora.
Cantou
no traslado dos restos mortais de Dom Pedro I para o Brasil, no Mosteiro dos
Jerônimos, em Lisboa. Também apresentou-se durante a inauguração de Brasília,
convidada pelo presidente Juscelino Kubitschek. No enterro de Glauber Rocha
interpretou as “Bachianas Brasileiras número 5”, de Villa Lobos.
Foi
condecorada com a Grã-Cruz da Inconfidência e com a Medalha de Honra da UFMG.
Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da mesma UFMG, em 2016.
Lembrei-me
dela através da música “Fiz a cama na varanda”.
NÚBIA LAFAYETTE (21/01/1937 – 18/06/2007)
OBS: Confesso ter ficado impressionado com a beleza da Núbia, ao menos durante sua juventude. Não conhecia nenhuma foto dela.
Nascida
Idenilde Araújo Alves da Costa, ficou conhecida pelo nome Núbia Lafayette.
Originária de Açu, no Rio Grande do Norte, sua família mudou-se para o Rio de
Janeiro quando ela estava com três anos de idade. Começou a se apresentar em
programas infantis aos oito anos de idade.
No
final da década de 1950, com o nome artístico de Nilde Araújo, iniciou sua
carreira artística, ao se apresentar no programa “A Voz de Ouro”, da TV Tupi,
cantando músicas da época. Trabalhava como vendedora nas Lojas Pernambucanas.
Foi crooner da boate Cave do Rio e estreou cantando Dalva de Oliveira.
O
nome artístico Núbia Lafayette foi sugestão de Adelino Moreira, em 1960, quando
a levou para a gravadora RCA, com apoio de Nelson Gonçalves. Seu primeiro disco
foi lançado nesse mesmo ano, com a canção “Devolvi”, de Adelino Moreira,
projetando-a como cantora popular e romântica.
Durante
toda sua vida participou de apresentações esporádicas e de programas especiais.
Lembrei-me
dela através da música Kalu, de Humberto Teixeira e sucesso de Dalva de
Oliveira, em 1952.
Morreu
de AVC em 2007.
------------ FIM DA
POSTAGEM ------------
O "Saudades do Rio" mais uma vez agradece a colaboração do Helio.