LOCUTORES E APRESENTADORES, por Helio Ribeiro
Atendendo a insistentes
pedidos, aqui vai mais uma postagem sobre locutores e apresentadores de rádio e
TV. Desta feita são muitos, por isso o texto sobre cada um será bastante
resumido. É deveras
frustrante ter de descartar tantos fatos da vida dessas pessoas. Todas foram
importantes para a história do rádio e da TV no país. Mas não daria para listar
suas biografias aqui nesse espaço. .
BLOTA
JR (03/03/1920
– 22/12/1999)
José Blota Jr era extremamente eclético. Foi advogado, empresário, político, apresentador, jornalista, locutor, roteirista e produtor de rádio e TV.
Iniciou a carreira aos
12 anos de idade, escrevendo para o jornal “Correio d’Oeste”, da sua cidade
natal de Ribeirão Bonito. Em 1943 foi contratado pela Rádio Record, onde
exerceu praticamente todas as funções, inclusive diretor de esportes e diretor
artístico.
Foi locutor da CBS e da
NBC de Nova Iorque. Dirigiu a Rádio Pan-Americana (atual Jovem Pan) e foi vice-presidente
da fábrica de bicicletas Calói.
Ao longo de seis
décadas de atuação apresentou quase duzentos programas de rádio e TV
diferentes. Foi o criador e mestre de cerimônias da entrega do Troféu Roquette Pinto.
Além da TV Record,
trabalhou nas TV’s Gaúcha, Rio, Bandeirantes, Tupi e SBT.
Na vida política, foi deputado
estadual durante três mandatos e deputado federal (1975-1979), sendo líder do governo na
Câmara.
Morreu de insuficiência
respiratória provocada por uma pneumonia.
CÉLIA
BIAR (10/03/1918 – 06/11/1999)
Célia Rafaela Martins Biar foi atriz e apresentadora de TV.
Iniciou
como atriz em várias peças amadoras, tendo se profissionalizado em
1949 após curso no Teatro Brasileiro de Comédia, onde atuou em diversas comédias
sofisticadas. Fez rápidas apresentações na Companhia Brasileira de Comédia,
Pequeno Teatro de Comédia e na Companhia Nydia Lícia, tendo se especializado no
gênero de comédia. Fez também alguns filmes na década de 1950.
Sua carreira na TV
começou na década de 1960, sendo apresentadora de vários programas, como Sempre Mulher, Oh! Que Delícia de Show, Quem
é Quem e Sessão das Dez, este
último produzido por Walter Clark e levado ao ar pela recém-inaugurada TV
Globo, e no qual se apresentava fumando uma piteira e tendo ao colo um gato
angorá, de nome Zé Roberto.
Em 1970 estreou como
atriz na TV Globo, única emissora em que trabalhou, interpretando personagens
chiques e sofisticados que caíram no gosto do público.
Morreu de câncer de
pulmão.
MURILO
NÉRI (12/09/1923 – 26/05/2001)
Murilo Néri foi ator, apresentador, locutor e dublador da TV brasileira. Sua carreira como ator começou com o filme Com o Diabo no Corpo, seguindo-se É a Maior.
Trabalhou em várias
novelas, como Sinal de Alerta, Dancin’
Days, A Dama das Camélias. Foi apresentador do programa O Rio é Nosso, na então TV Corcovado,
canal 9 do Rio de Janeiro. Entrevistou personagens importantes, como Fernando
Collor de Mello, Luís Eduardo Magalhães (filho do Antônio Carlos Magalhães) e
Allyson Paulinelli.
Também apresentava o
concurso Miss Brasil, ocasião em que
conheceu sua esposa Letícia Néri, que havia ganho o concurso de Miss Rio de Janeiro e que virou
dançarina nos seus programas.
Morreu de insuficiência
respiratória em virtude de um enfisema pulmonar.
J.
SILVESTRE (14/12/1922 – 07/01/2000)
João Silvestre foi ator, escritor e apresentador de TV. Começou a carreira em 1941 na Rádio Bandeirantes de São Paulo, onde desempenhou as funções de ator, sonoplasta, contra-regra, ensaiador e autor.
Em 1945 foi para a
Rádio Tupi do Rio de Janeiro e no ano seguinte voltou para São Paulo, na Rádio
Cultura, onde se tornou apresentador de programa de calouros.
Retornou em 1950 para a
Rádio Tupi e participou no ano seguinte da inauguração da TV Tupi, num programa
estrelado pelo padre e cantor mexicano Frei José Mojica.
Em 1952 apresentou o programa Essa é a Sua Vida, fonte de muita choradeira das pessoas entrevistadas e de seus parentes e amigos e que até hoje tem sucedâneos.
Em 1955 estreou na Tupi
a versão carioca do programa O Céu é o
Limite, que tinha uma versão homônima na Tupi de São Paulo, apresentada por
Aurélio Campos. Foi o precursor dos programas de perguntas e respostas na TV brasileira,
fazendo enorme sucesso na época e batendo todos os recordes de audiência.
Ficou famoso seu bordão “Absolutamente certo!”.
Com a inauguração da
Embratel, lançou o primeiro programa em rede nacional, o Domingo Alegre da Bondade, pela TV Tupi do Rio de Janeiro.
Entre 1972 e 1976 ausentou-se
da TV, escrevendo o livro Como Vencer na
Televisão, e foi diretor da Radiobrás, nomeado pelo presidente João
Figueiredo.
No SBT apresentou os
programas Show sem Limite, A Mulher é um
Show e Carnê da Girafa. Em 1983
passou para a TV Bandeirantes, onde apresentou o Programa J. Silvestre, o
primeiro no estilo talk show da TV
brasileira.
Após dez anos afastado,
voltou em 1997 à TV Manchete, com o programa Domingo Milionário, que ficou pouco tempo no ar.
Morreu em consequência
de uma doença degenerativa dos pulmões, após internamento de três meses, sendo
que nos últimos dias já não se movimentava e respirava com auxílio de
aparelhos.
HERON
DOMINGUES (04/06/1924 – 09/08/1974)
Heron de Lima Domingues foi um jornalista e radialista.
Fato curiosíssimo:
no dia 7 de dezembro de 1941 Heron se dirigiu à Rádio Gaúcha para participar de
um programa de calouros. Foi quando chegou a notícia do ataque japonês a Pearl
Harbour. Na ausência do locutor da rádio, Heron foi convocado a dar no ar a
notícia bombástica (literalmente) em primeira mão. Não participou do programa
de calouros mas saiu da rádio já contratado.
Em 1944 transferiu-se
para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, transmitindo o Repórter Esso “como se estivesse numa trincheira”, como costumava
dizer.
Relato comovente:
"Trabalhei no Repórter
Esso de 1944 a 1962, sem um dia de folga. Levantava-me às 6h45min e voltava
para casa à 1h30min da madrugada. Nos períodos críticos dormia na rádio, que
tinha uma cama na redação. Para se ter uma ideia da época conturbada em que vivíamos,
no período em que fui locutor do Esso houve no Brasil dez presidentes da
república. Durante a guerra dormia na Rádio Nacional com um fone no ouvido,
diretamente ligado à UPI. Sempre que havia uma notícia importante eles me
despertavam, eu mesmo colocava a emissora no ar e transmitia a notícia. Para o
fim da guerra preparamos uma audição especial do Repórter Esso, em que a
notícia seria dada fundida com o repicar de sinos. Com medo de me emocionar
muito diante do microfone, gravei o início da transmissão: "Atenção!
Atenção! Acabou a guerra".
Profunda decepção: Aguardando a cada
momento o fim do conflito, Heron passou acampado na rádio as datas de Natal de
1944, Ano Novo de 1945 e Páscoa. Queria fazer jus ao apelido a ele atribuído,
de “o primeiro a dar as últimas”. Os colegas insistiam em que ele fosse para
casa, descansar. Após muita insistência, resolveu atendê-los. E em casa ouviu a
notícia do fim do conflito, anunciada pela emissora rival. Mas era voz corrente
que “se o Repórter Esso não deu, não aconteceu”. Correu para a rádio, empostou
a voz e deu a retumbante notícia. Só aí ela criou credibilidade e se espalhou
pelo país.
Na TV Rio apresentou o Telejornal
Pirelli, junto com Léo Batista. De 1971 a 1974 trabalhou na TV Globo,
apresentando o Jornal da Noite e o Jornal Internacional.
Em 9 de agosto de 1974, após
anunciar o impeachment de Richard Nixon, foi jantar com amigos. Durante a
madrugada faleceu de infarto fulminante.
PAULO MONTE (27/02/1921 – 13/02/2014)
Paulo Monte foi cantor, produtor, apresentador, dublador e ator. Apesar de todas essas atividades, sua vocação e à qual se dedicou mais foi a de cantor.
Iniciou a carreira de cantor
interpretando músicas norte-americanas nas rádios Mayrink Veiga, Cruzeiro do
Sul e Educativa. No começo dos anos 1940 ingressou na Orquestra de Carlos
Machado, apresentando-se em vários cassinos. Em 1945 foi para os EUA, contratado
pelo Copacabana Night Club de Nova Iorque, e depois entrou para o Lecuona Cuban
Boys. Em 1946 foi para o México, onde permaneceu por oito meses, retornando em
1947 para Los Angeles. Ali ingressou na universidade e fez o curso de fonética
da língua inglesa. Estudou arte dramática com a atriz russa Maria Ouspenkaya,
muito em evidência na época. Participou de alguns filmes da Paramount, da
Columbia e da MGM.
Sua participação na TV começou em
1956, ao ingressar no elenco do Teatro Moinho de Ouro, da TV Rio. Em
1959 inaugurou a TV Continental, onde atuou como ator, produtor, apresentador e
escritor. Em 1960 foi para a TV Tupi, apresentando vários artistas
internacionais famosos na época, como Les Paul, Mary Ford, Dorothy Dandridge,
Julie London e Sammy Davis Jr.
Trabalhou em várias TV’s:
Tupi, Rio, Excelsior (de SP e do RJ) e Bandeirantes.
Em 1965 inaugurou a TV
Globo, sendo contratado como apresentador, ator e produtor.
Em 1971 passou a
apresentar pela TV Rio seu programa mais famoso, Show de Turismo, também levado ao ar pela TV Bandeirantes em 1978.
Foram incontáveis os
programas nas quais ele teve algum tipo de participação, como produtor ou
apresentador. Seria muito extenso listá-los aqui.
Entre 1983 e 1990 foi
relações públicas da empresa aérea Swissair, tendo em 1987 recebido dela o
título de melhor relações públicas do mundo.
Morreu de parada
cardíaca aos 92 anos de idade, no Rio de Janeiro.
HILTON
GOMES (23/05/1924 – 17/10/1999)
Hilton Gomes de Sousa gostava de acompanhar o pai quando ele ia trabalhar no jornal A Noite e foi lá que um dia conversou com Roberto Marinho, que também trabalhava ali.
Seu primeiro trabalho
foi como office boy na Companhia
Telefônica Brasileira, mas logo passou para uma agência de propaganda. Também
escrevia textos para rádio e televisão. Foi contratado pela Rádio Tupi e logo
depois pela TV de mesmo nome.
Em 1951 começou a
apresentar o Telejornal Brahma. Migrou
para a TV Rio, anunciando com sucesso o Telejornal
Bendix.
Quando da morte do
presidente Kennedy foi ao funeral representando o telejornalismo brasileiro e
narrando a cerimônia pelo programa de rádio Voz
da América. Voltou consagrado e depois ingressou na TV Globo, cujo diretor
de jornalismo na época era Mauro Salles. Hilton entrou para a primeira fase do Jornal da Globo, ao lado de Luiz Jatobá
e Nathalia Timberg. Uma de suas narrações famosas foi a do primeiro pouso do
homem na Lua, em 1969.
Fato curioso:
no dia seguinte àquela narração, Hilton foi tomar café no bar onde
costumeiramente o fazia. Os funcionários que o atendiam o chamaram de
mentiroso, pois não criam que o homem havia realmente descido na Lua. Mais
fregueses se juntaram ao coro de descrentes e Hilton acabou desistindo de tomar
o café e saiu do bar.
Em 1º de setembro de
1969 foi escalado para o Jornal Nacional,
ao lado de Cid Moreira.
Entrevistou o Papa
Paulo VI, de quem recebeu um bracelete, durante a primeira entrevista via
satélite do Brasil.
Foi narrador de futebol
e do desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro. Era o apresentador oficial
do FIC – Festival Internacional da Canção.
Esteve no Japão e
trabalhou na TV Bandeirantes nos anos 1980.
Morreu de parada cardiorrespiratória
no Rio de Janeiro.
HAROLDO
DE ANDRADE (01/05/1934 – 01/03/2008)
Haroldo Andrade Silva foi locutor, radialista, empresário, apresentador e publicitário. Nascido em Curitiba, sempre que possível ia até a Praça Tiradentes, onde no Serviço de Alto-Falantes Iguaçu fazia anúncio dos produtos dos comerciantes da área. Sua dicção e voz muito clara chamaram a atenção e ele ingressou na Rádio Clube Paranaense, como locutor do Grande Programa RCA Victor, de músicas clássicas e eruditas.
Aos 20 anos veio para a
então Capital Federal e ingressou na Rádio Mauá, onde sua voz logo chamou a
atenção. Na época estavam em voga os programas de auditório, com grandes plateias,
porém a rádio não dispunha de espaço para isso. Haroldo resolveu inovar criando
o programa Musifone, no qual os ouvintes
podiam solicitar músicas, além de participarem de pequenos jogos e concorrer a
prêmios. Esse programa inaugurou a interatividade no rádio brasileiro e logo
atingiu o primeiro lugar na audiência.
O sucesso do programa
chamou a atenção de outras emissoras, e em 1961 Haroldo passou para a Rádio
Globo, comandando o programa Alvorada
Carioca das seis às oito horas da manhã e o Musifone na parte da tarde.
Em 1962 recebeu seu
primeiro prêmio no Rio, o Microfone de
Ouro na categoria Melhor Locutor.
Nos anos seguintes
trabalhou na Rádio Eldorado, na TV Globo e em 1968 foi para a TV Excelsior
comandando o programa Haroldo de Andrade
Show no qual estreou um dos quadros que mais o celebrizaram, o Bom Dia.
No rádio o grande destaque do Programa Haroldo de Andrade passou a ser a mesa de debates, onde convidados de vários campos discutiam fatos do noticiário. Foi líder de audiência durante 30 anos, fazendo com que em 1977 o programa recebesse o título de Melhor Programa Radiofônico da América Latina. No mesmo ano a revista americana Billboard considerou Haroldo como Maior Personalidade no Ar.
Seu público era composto principalmente por donas de casa, taxistas, estudantes e aposentados.
No final de 1990 a
Rádio Globo resolveu nacionalizar a programação. Embora tivesse ouvintes em
outros Estados, Haroldo tinha um público majoritariamente fluminense e resistiu
a transmitir seu programa para outras localidades. Em julho de 2002 a Globo o
demitiu, num episódio doloroso para o apresentador, pois ele só ficou sabendo
disso quando indagou a um funcionário de RH o motivo de a emissora não ter
renovado seu contrato. No mesmo dia o programa saiu do ar, sem que Haroldo
pudesse se despedir de seus ouvintes.
Inconformado, ele
fundou em 2005 a Rádio Haroldo de Andrade na mesma frequência AM da antiga
Rádio Mauá, que ele adquiriu. Logo ela atingiu a terceira colocação em
audiência entre as emissoras AM. Porém a falta de recursos de propaganda e
dificuldades técnicas derrubaram a rádio.
Haroldo sofria há anos
de diabetes, de problemas cardíacos e renais, tendo colocado marcapasso e sido
submetido a hemodiálise. Em janeiro de 2008 levou um tombo em casa e teve de
amputar uma perna por motivo de gangrena, sendo colocado em coma induzido, do
qual não retornou.
Morreu em 1º de março
de 2008.
O prefeito César Maia
prometeu inaugurar uma rua com seu nome, promessa cumprida pelo Decreto 29.061,
que batizou de Largo Haroldo de Andrade o logradouro na rua do Russel, perto da
ladeira do outeiro da Glória.
Em 5 de maio de 2008 a
Rádio Haroldo de Andrade foi extinta, sendo vendida para o grupo de emissoras
religiosas Canção Nova.
Em 12 de setembro de
2011 foi inaugurado um busto dele na estação Glória do metrô. Em 5 de fevereiro
de 2015 uma rua na Cidade Nova foi batizada com seu nome.
JACINTO
JUNIOR (04/12/1927 – 27/12/2005)
Jacinto Figueira
Junior, mais conhecido como O Homem do
Sapato Branco, foi um apresentador de TV.
Nos anos 1950 fez
sucesso no meio musical com sua banda country
de nome Junior e seus Cowboys,
chegando a se apresentar no Copacabana Palace.
Em 1963 ingressou na TV
Cultura, com seu programa Fato em Foco, e
depois com Câmera Indiscreta, na
mesma emissora.
Nos anos 1960 e 1970
ingressou na Rádio Nacional de São Paulo (futura Rádio Globo de São Paulo). Na
época gravou a música Charreteiro,
que se tornou sucesso por ser tocada diariamente no programa de rádio do Sílvio
Santos. Graças a esse sucesso, participou de uma fotonovela e de uma
telenovela. No seu próprio programa havia dramatizações radiofônicas.
Mas sua fama nacional
surgiu quando em 1966 estreou na TV Globo o programa O Homem do Sapato Branco, no qual só era visível a parte de baixo de
suas pernas, ostentando sapatos brancos. A ideia desses sapatos brancos surgiu
por ser a cor usada pelos médicos e psiquiatras, e Jacinto dizia que no seu
programa ele era um “médico” para os problemas do povo.
O programa era uma espécie
de mundo cão, ao trazer casais em conflito que às vezes brigavam diante das
câmeras.
Logo a censura proibiu
o programa, que voltou ao ar novamente na década de 1980, passando pelas TV’s
Record, SBT e Bandeirantes.
Em 1966 elegeu-se
deputado estadual paulista pelo MDB, sendo cassado em 13 de março de 1969 pelo
regime militar e acusando perseguição por parte do Ministro da Justiça Gama e
Silva.
Jacinto alegava que os
programas de apelo popular atuais, de Ratinho, João Kleber e Márcia Goldschmidt
eram cópias do seu.
Nos anos 1990 fez parte
do telejornal Aqui e Agora, do SBT. Sua
última aparição em TV foi no programa TV
Fama, da Rede TV.
Após um derrame em 2001
ficou com sequelas na audição e locomoção, vindo a falecer em 2005 após mais de
um mês internado por problemas pulmonares.
--------- FIM
DA POSTAGEM -----------
O "Saudades do Rio" agradece mais uma colaboração do Helio.