sexta-feira, 1 de novembro de 2024

POSTAIS DE COPACABANA

FOTO 1: A praia praticamente deserta, aparentemente com algumas "línguas negras". Na verdade a água que vinha até o mar era uma mistura de água da chuva com esgoto, pois tinha um aspecto amarelado. Era difícil caminhar pela beira-mar e conseguir escapar incólume.

FOTO 2:  Vemos os barcos da colônia de pescadores que sobrevive até hoje no Posto 6, embora o posto 6 não exista mais. A antiga lancha com dois banhistas que patrulhavam o mar de Copacabana deixou saudades.

FOTO 3:  Mar de almirante, banho liberado. A areia sem ambulantes, caixas de som, cadeiras. Barracas coloridas, bastante espaço.

FOTO 4:  Destaque para o Edifício OK, depois Edifício Ribeiro Moreira, na Praça do Lido. 

FOTO 5:  Observem o desenho do calçamento de pedras portuguesasa. As "ondas" estão paralelas ao mar. E a "língua negra" também aparece nesta foto.

FOTO 6:  Aqui as "ondas" da calçada já estão perpendiculares ao mar. De novo estamos perto da Praça do Lido. O ônibus é o de número 6, talvez da linha "Leme-Leblon".


FOTO 7:  Que diferença da largura da calçada de antigamente para a de hoje.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

ATLETISMO NO RIO

 

Esta é uma imagem do Estádio de Atletismo Celio de Barros. Fazia parte do projeto da construção do Maracanã, mas só foi oficialmente inaugurado em 1974. Porém, a partir dos anos 50, neste espaço já havia uma pista de atletismo, precária, onde se realizam competições.


Esta foto é uma curiosidade, garimpada pelo J.A.C. Maia. Vemos a sede do "Sport Club Brasil", fundado por funcionários do Ministério da Agricultura. Ficava na Praia Vermelha e tinha em sua diretoria o jornalista Celio Negreiro de Barros, figura importante do atletismo carioca e que deu o nome ao Estádio de Atletismo do Maracanã. Este "Sport Club Brasil" existiu de 1912 a 1936.


Os grandes clubes de futebol do Rio tinham boas equipes de atletismo. Nesta foto vemos atletas do Fluminense, na pista do estádio das Laranjeiras. Tempos de uniformes recatados.


Nas Laranjeiras os atletas, além da pista de terra para as corridas, utilizavam parte do campo de futebol para seus treinamentos e competições. A atleta é Theodora Braitkof. 


No campo do Flamengo, que nos anos 50 não tinha nem alambrado, havia uma pista de terra ao redor do campo. Lá se destacava o grande atleta José Teles da Conceição, que vi treinar muitas e muitas vezes. 


Teodora Breitkof, Liliam Poetscher, Ary Façanha de Sá e Hannelore Poetscher se exercitam no gramado do estádio das Laranjeiras.


Ary Façanha de Sá pula uma barreira nas Laranjeiras. A barreira tem perto de um metro de altura.



Gildinha Vieira treinando o lançamento de disco nas Laranjeiras.


Este é o Sebastião Mendes, outro que eu via treinando na Gávea. Era especialista em corridas de longa distância.


Infelizmente não lembro do nome do atleta da esquerda, que treina junto a José Teles da Conceição e Sebastião Mendes.


Durante uma certa época o bicampeão olímpico e recordista mundial do salto triplo, Ademar Ferreira da Silva, competiu pelo Vasco da Gama na precária pista no entorno do Maracanã.

Medalha comemorativa da inauguração do Estádio Celio de Barros em 1974. Como já mencionado acima, a pista de atletismo do Maracanã foi inaugurada em 1957, como parte das comemorações do primeiro aniversário da administração do Prefeito Negrão de Lima.

Naquela época as grandes competições de atletismo do Rio eram realizadas nas Laranjeiras (Fluminense) ou em São Januário (Vasco da Gama).

Como estádio de atletismo a inauguração oficial se deu em 1974. Foi quando se construíram as arquibancadas e se modernizou a pista. 

Grandes atletas passaram pelas pistas do Celio de Barros, desde os anos 50. Além dos já citados acima, a grande Aída dos Santos (4ª no salto em altura nas Olimpíadas de Tóquio), Joaquim Cruz (campeão dos 800m e 1500m), Sergei Bubka (salto com vara), Michael Johnson (200m e 400m), João do Pulo, Maurren Maggi, Robson Caetano, Nelson Prudencio, entre outros, também competiram no Celio de Barros.

Os ingressos para a inauguração em outubro de 1974 custavam: arquibancadas Cr$ 20, cadeiras  Cr$ 40 e cadeiras especiais Cr$ 50. 

Celio de Barros trabalhou na seção esportiva do "Jornal do Brasil" de 1920 a 1962, onde acompanhou o desenvolvimento do esporte brasileiro, tendo participado da direção de clubes e entidades. 

Foi presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da CBD, presidente da Confederação Sul-America de Voleibol, da Federação Metropolitana de Atletismo, da Federação de Atletismo do Rio de Janeiro, da Federação Carioca de Ciclismo e presidente da Associação de Jornalistas Esportivos. 

Conta-se que foi bem sucedido em todos esses empreendimentos, sendo derrotado apenas quando defendeu que o futebol não fosse profissionalizado. Embora dissesse que um jogador que recebia dinheiro deixava de ser um esportista, foi amigo de Jules Rimet e teve grande participação na decisão do Brasil sediar a Copa de 1950.

Com as obras para a Copa do Mundo de 2014 o Estádio de Atletismo Celio de Barros foi abandonado e uma grande luta começou para sua reconstrução.





segunda-feira, 28 de outubro de 2024

ESTÁDIO DO MARACANÃ

 

FOTO 1: Neste postal vemos como era o projeto para o estádio do Maracanã, que ocupou a área do antigo Derby Club, visando a disputa da Copa do Mundo de 1950. Mas, na realidade, em 1950, não havia as construções no entorno do estádio de futebol, como veremos abaixo.


FOTO 2: Na verdade era assim que estava o Maracanã em 1950. As legendas na foto mostram onde seriam construídos o Parque Aquático Julio Delamare, o Maracanãzinho e o Estádio Celio de Barros para o Atletismo.

FOTO 3: Placa comemorativa da inauguração do Maracanã.

A partida inaugural no estádio o Maracanã foi em 16 de junho de 1950, num jogo entre cariocas e paulistas, com vitória dos paulistas. Didi, para os cariocas, marcou o primeiro gol no novo estádio. Logo depois foi palco de um dos dias mais tristes do futebol brasileiro, em 16 de julho de 1950, com a perda do título de campeão do mundo para o Uruguai. 

Durante muitos anos foi o maior estádio do mundo. O dia em que recebeu maior público foi 31/08/1969, num jogo Brasil x Paraguai, pelas eliminatórias da Copa de 70, com 183.341 espectadores. O jogo com maior público entre dois times brasileiros foi o Fla x Flu, no qual o Flamengo sagrou-se campeão em 1963, com 177.656 espectadores (eu espremido entre eles). 

FOTO 4: Palanque montado nos terrenos do Derby Club para o lançamento da Pedra Fundamental do Estádio Municipal (Maracanã ou Estádio Mario Filho), em 20/01/1948. Fonte: AGCRJ


FOTO 5: No concurso de projetos para a construção do Maracanã, em 1947, venceu o apresentado por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro. O projeto de Oscar Niemeyer foi um dos derrotados.

O que pouca gente sabe é que havia sido estabelecido que também deveriam ser construídos os estádios de Atletismo, de Esportes Aquáticos, o ginásio do Maracanãnzinho(para basquete, vôleis e ginástica), um velódromo, um estádio de Tênis, um estande de Tiro.  

O Maracanã original foi inaugurado em 1950, o Maracanãzinho em 1954, o Parque Aquático no final dos anos 70 e o Estádio de Atletismo em 1974 (dele falaremos em outra postagem, pois funcionou uma pista para competições desde os anos 50).

O Maracanã recebeu, anos depois, o nome de Estádio Mario Filho, o Maracanãzinho o nome de Ginásio Gilberto Cardoso, o Parque Aquático o nome de Julio Delamare e o Estádio de Atletismo recebeu o nome de Celio de Barros.

FOTO 6: O Prefeito do Rio naquela época era Angelo Mendes de Moraes. Tal como nas inúmeras reformas do Maracanã, realizadas em administrações posteriores, circularam muitos rumores sobre eventuais irregularidades na prestação de contas da obra.

FOTO 7: Nesta foto vemos que o espaço destinado ao Parque Aquático era um grande estacionamento, que ficou desta forma por mais de vinte anos. À direita, na parte de baixo, vemos o prédio onde funcionou o Museu do Índio.

FOTO 8: O projeto vencedor previa um estádio para 155.250 pessoas, com 31.000 em pé, 93.000 na arquibancada, 30.000 cadeiras, 500 lugares na tribuna de honra, além de camarotes, tribuna de imprensa, 32 banheiros e 32 bares. 


FOTO 9: Postal de meados dos anos 70 onde vemos o Maracanãzinho, à direita vemos a entrada da estátua do Bellini, obras no antigo estacionamento para a construção do complexo aquático Julio Delamare (que durou pouco tempo), e, à esquerda, ao lado da entrada conhecida como "do Esqueleto" ou"da Estrada de Ferro", vemos o estádio de atletismo Celio de Barros. 

Para terminar aí vão algumas fotos do AGCRJ sobre etapas da construção do Maracanã.



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