O Estádio de Remo da Lagoa foi inaugurado em meados dos anos 1950. As regatas, que já tinham sido disputadas nas praias do Flamengo e do Botafogo, passaram para a Lagoa Rodrigo de Freitas e faziam grande sucesso. As fotos são daquela década.
FOTO 1
O Estádio de Remo da Lagoa foi inaugurado em meados dos anos 1950. As regatas, que já tinham sido disputadas nas praias do Flamengo e do Botafogo, passaram para a Lagoa Rodrigo de Freitas e faziam grande sucesso. As fotos são daquela década.
FOTO 1
Nos "sites" de leilões é possível encontrar boas fotos do Rio Antigo, mas são comuns os erros de identificação.
Nesta fotografia vemos o inesquecível prédio onde funcionou a Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, na Av. Pasteur, sendo identificada como "Antiga fotografia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro".
Aqui, embora pouco visível na imagem, Malta escreveu na identificação da fotografia, à direita, na parte de baixo, "B. Nacional Rio". Esta inscrição foi transcrita como "Foto original Banco Nacional Rio de Janeiro", em vez de "Biblioteca Nacional".PERGUNTA 1: Vemos Barbara Heliodora, professora aposentada da UFRJ e temida Crítica de Teatro, autora da melhor tradução brasileira da peça Hamlet, de Shakespeare.
Quem seria o entrevistador?
Onde ficava este posto?
Onde estava o ônibus no momento da foto?
Onde está o bonde?
Mais duas fotografias encontradas "perdidas" no acervo do SDR.
FOTO 1: Aspecto da Praça XV no ano de 1967.
Achei estas fotos "perdidas" no acervo. Acho que não foram publicadas no "SDR".
Os burros foram muito utilizados no Rio de antigamente, tanto que a famosa dupla Lulu&Dudu se consagrou nos velhos tempos do "Saudades do Rio".
Os burros foram muito utilizados para puxar bondes e para trabalhar na D.L.U. - Departamento de Limpeza Urbana.
FOTO 8: Conta Machado de Assis: (...) De repente ouvi vozes extranhas; pareceu-me que eram os burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente do bond); eram elles mesmos. Como eu conheço um pouco a lingua dos Houyhuhums, pelo que d´ella conta o famoso Gulliver, não me foi difficil apanhar o dialogo. Bem sei que cavallo não é burro; mas reconheci que a lingua era a mesma. O burro falla menos, de certo; é, talvez, o trapista d´aquella grande divisão animal, mas falla.
Fiquei inclinado e escutei: Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda. O da esquerda: Desde que a tracção electrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro. Claro, parece, mas entre parecer e ser, a differença é grande. Tu não conheces a historia da nossa especie, collega; ignoras a vida dos burros desde o começo do mundo. Tu nem reflectes que, tendo o salvador dos homens nascido entre nós, honrando a nossa humildade com a sua, nem no dia de Natal escapamos da pancadaria christan. Quem nos poupa no dia, vinga-se no dia seguinte. Que tem isso com a liberdade?
Vejo, redarguiu melancholicamente o burro da direita, vejo que há muito de homem n´essa cabeça. Como assim? bradou o burro da esquerda, estacando o passo. O cocheiro, entre dous cochilos, juntou as redeas e golpeou a parelha.
Sentiste o golpe? perguntou o animal da direita. Fica sabendo que vieram com a regra de se não empregar o chicote. Espanto universal dos cocheiros: onde é que se viu burro andar sem chicote? Todos os burros d´esse tempo entoaram canticos de alegria e abençoaram a idéa dos trilhos, sobre os quaes os carros deslisariam naturalmente. Não conheciam o homem. Sim, o homem imaginou um chicote, juntando as duas pontas das rédeas. Sei também que, em certos casos, usa um galho de arvore, ou uma vara de marmelleiro. Justamente. A que acho razão ao homem. Burro magro não tem força; mas, levando pancada, puxa.
Sabes o que a directoria mandou dizer ao antigo gerente Shannon? Mandou isto: "Engorde os burros, dê-lhes de comer, muito capim, muito feno, traga-os fartos, para que elles se affeiçoem ao serviço; opportunamente mudaremos de politica, all right". D´isso não me queixo eu. Sou de poucos comeres; e quando menos trabalho, é quando estou repleto. Mas que tem capim com a nossa liberdade, depois do bond electrico? O bond electrico apenas nos fará mudar de senhor. De que modo? Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente ás carroças.
Pela burra de Balaam! Esclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? Nenhum premio? Nenhum sinal de gratificação? Oh! Mas onde está a justiça d´este mundo? Passaremos ás carroças, continuou o outro pacificamente, onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um só burro sabe mais o que elle lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz, restituir-nos-há a liberdade...
Enfim! Ficaremos soltos, na rua, por pouco tempo, arrancando alguma herva que ahi deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de herva, que nem sempre é viçosa! Enfraqueceremos; a edade ou a lazeira ir-nos-há matando, até que, para usar esta metaphora humana, esticaremos a canella. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de trez dias, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho mais atrevido, corre aos jornaes, conta o facto e pede uma reclamação. No quinto dia sahe a reclamação impressa. No sexto dia, apparece um agente, verifica a exactidão da noticia; no septimo, chega uma carroça, puxada por outro burro e leva o cadaver.
Seguiu-se uma pausa. Tu és lugubre, disse o burro da esquerda. Não conheces a lingua da esperança. Póde ser, meu collega; mas a esperança é propria das especies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza. A nossa raça é essencialmente philosophica. Ao homem que anda sobre dous pés, e provavelmente a aguia, que vôa alto, cabe a sciencia da astronomia. Nós nunca seremos astronomos; mas a philosophia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas chimemanas. Cada seculo...
O freio cortou a phrase ao burro, porque o cocheiro encurtou as rédeas, e travou o carro. Tinhamos chegado ao ponto terminal. Desci e fui mirar os dous interlocutores. Não podea crer que fossem elles mesmos. Entretanto, o cocheiro e o conductor cuidaram de desatrelar a parelha para leval-a ao outro lado do carro; aproveitei a occasião e murmurei baixinho, entre os dous burros: Houyhuhums! Foi um choque electrico. Ambos deram um estremeção, levantaram as patas e perguntaram-me cheios de enthusiasmo: Que homem és tu, que sabes a nossa lingua? Mas o cocheiro, dando-lhe de rijo uma lambada, bradou para mim, que lhe não espantasse os animaes. Parece que a lambada devera ser em mim, se era eu que espantava os animaes; mas como dizia o burro da esquerda, ainda agora: Onde está a justiça d´este mundo?"
Segue o último email enviado por Rui Araujo sobre o tema de touradas, abordado em http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2024/10/touradas-no-rio.html e
Caro Luiz,