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sábado, 3 de maio de 2025

REGATAS

O Estádio de Remo da Lagoa foi inaugurado em meados dos anos 1950. As regatas, que já tinham sido disputadas nas praias do Flamengo e do Botafogo, passaram para a Lagoa Rodrigo de Freitas e faziam grande sucesso. As fotos são daquela década.

FOTO 1 


                                                                FOTO 2


FOTO 3


FOTO 4


FOTO 5


FOTO 6

sexta-feira, 2 de maio de 2025

LEILÕES

Nos "sites" de leilões é possível encontrar boas fotos do Rio Antigo, mas são comuns os erros de identificação.

Nesta fotografia vemos o inesquecível prédio onde funcionou a Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, na Av. Pasteur, sendo identificada como "Antiga fotografia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro".

Aqui, embora pouco visível na imagem, Malta escreveu na identificação da fotografia, à direita, na parte de baixo, "B. Nacional Rio". Esta inscrição foi transcrita como "Foto original Banco Nacional Rio de Janeiro", em vez de "Biblioteca Nacional".




quinta-feira, 1 de maio de 2025

PERGUNTAS

PERGUNTA 1: Vemos Barbara Heliodora, professora aposentada da UFRJ e temida Crítica de Teatro, autora da melhor tradução brasileira da peça Hamlet, de Shakespeare. 

Quem seria o entrevistador?


PERGUNTA 2: Eram os anos 50 e no Posto de Serviço Alencar só havia atendentes mulheres.

Onde ficava este posto?


PERGUNTA 3: O ônibus, salvo engano, era da linha 11, "Gávea-Tijuca", via Copacabana.

Onde estava o ônibus no momento da foto?


PERGUNTA 4: A fotografia, originalmente, está meio embaçada. 

Onde está o bonde?


PERGUNTA 5: O que estaria acontecendo?

quarta-feira, 30 de abril de 2025

INÉDITAS DO SAUDADES DO RIO (5)

 Mais duas fotografias encontradas "perdidas" no acervo do SDR.

FOTO 1: Aspecto da Praça XV no ano de 1967.


                FOTO 2: Estacionamento na Esplanada em 1961.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

INÉDITAS DO SAUDADES DO RIO (4)

Achei estas fotos "perdidas" no acervo. Acho que não foram publicadas no "SDR".

Os burros foram muito utilizados no Rio de antigamente, tanto que a famosa dupla Lulu&Dudu se consagrou nos velhos tempos do "Saudades do Rio".

Os burros foram muito utilizados para puxar bondes e para trabalhar na D.L.U. - Departamento de Limpeza Urbana.


FOTO 1: Em agosto de 1961 ainda existiam 1400 burros nos quadros do DLU - Departamento de Limpeza Urbana. Em agosto daquele ano o Governador Carlos Lacerda decidiu por aposentá-los e fez uma bela cerimônia no Palácio Guanabara.

Entretanto, havia muita dificuldade para decidir para onde mandá-los. A transferência para a Fazenda Modelo do Estado em Guaratiba foi vetada por falta de verbas, queixou-se o presidente da SUIPA. Em setembro assumiu o Sr. Angelo Vivacqua como presidente do DLU e prometeu uma solução. Em fevereiro de 1962 o problema foi parcialmente resolvido com a doação de boa quantidade de burros para lavradores cariocas. 

Lulu & Dudu, muito queridos pelo pessoal do S.E.M.P.R.E. foram levados para a antiga sede social do grupo no Alto da Boa Vista, onde hoje estão enterrados.


FOTO 2: Até banda de música homenageou os burros que foram aposentados.


FOTO 3: Aqui eram vários burros a puxar a carroça carregada.


FOTO 4: As parelhas de burro eram usadas para diversas atividades.


FOTO 5: A carroça do DLU estava carregada de garis.


FOTO 6: A Imprensa fazia grande campanha referente aos maus tratos dos animais: "Não se compreende que em pleno ano de 1960 os nossos grandes administradores, não obstante o advento da era atômica e outros sinais de progresso, estes sábios do Departamento de Limpeza Urbana, empreguem os pobres burros de modo tão desumano. Como se não bastasse o peso das carroças carregadas de lixo molhado, os grandes "intelectuais" do DLU ainda improvisam chapas, que colocadas nos anteparos, recebem maior altura de lixo."


FOTO 7: Os burros também puxavam os bondes, antes da implantação da energia elétrica neste serviço. O Helio Ribeiro poderá esclarecer vários aspectos deste serviço, tais como período de atuação, número de animais, locais de guarda, etc. 

O serviço de bondes puxados por animais começou em meados do século XIX. Em 1887 circulou o primeiro bonde movido por acumuladores elétricos do sistema Julien. Mas não deu certo. Em 1890 a Cia. Jardim Botânico tinha 90 carros e cerca de 1300 muares na tração desses veículos. Eram alimentados com alfafa procedente do Rio da Prata.

Os burros morriam, em média, com três anos de trabalho. Em 1892 foram feitos os primeiros ensaios com o bonde elétrico. Em 8 de outubro de 1892 houve a inauguração da tração elétrica na linha do Flamengo, fazendo o trajeto Teatro Lírico, Senador Dantas, Rua do Passeio, Lapa, Russell e Flamento, até as oficinas da CFCJB na Rua Dois de Dezembro.


FOTO 8: Conta Machado de Assis: (...) De repente ouvi vozes extranhas; pareceu-me que eram os burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente do bond); eram elles mesmos. Como eu conheço um pouco a lingua dos Houyhuhums, pelo que d´ella conta o famoso Gulliver, não me foi difficil apanhar o dialogo. Bem sei que cavallo não é burro; mas reconheci que a lingua era a mesma. O burro falla menos, de certo; é, talvez, o trapista d´aquella grande divisão animal, mas falla.

Fiquei inclinado e escutei: Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda. O da esquerda: Desde que a tracção electrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro. Claro, parece, mas entre parecer e ser, a differença é grande. Tu não conheces a historia da nossa especie, collega; ignoras a vida dos burros desde o começo do mundo. Tu nem reflectes que, tendo o salvador dos homens nascido entre nós, honrando a nossa humildade com a sua, nem no dia de Natal escapamos da pancadaria christan. Quem nos poupa no dia, vinga-se no dia seguinte. Que tem isso com a liberdade? 

Vejo, redarguiu melancholicamente o burro da direita, vejo que há muito de homem n´essa cabeça. Como assim? bradou o burro da esquerda, estacando o passo. O cocheiro, entre dous cochilos, juntou as redeas e golpeou a parelha. 

Sentiste o golpe? perguntou o animal da direita. Fica sabendo que vieram com a regra de se não empregar o chicote. Espanto universal dos cocheiros: onde é que se viu burro andar sem chicote? Todos os burros d´esse tempo entoaram canticos de alegria e abençoaram a idéa dos trilhos, sobre os quaes os carros deslisariam naturalmente. Não conheciam o homem. Sim, o homem imaginou um chicote, juntando as duas pontas das rédeas. Sei também que, em certos casos, usa um galho de arvore, ou uma vara de marmelleiro. Justamente. A que acho razão ao homem. Burro magro não tem força; mas, levando pancada, puxa. 

Sabes o que a directoria mandou dizer ao antigo gerente Shannon? Mandou isto: "Engorde os burros, dê-lhes de comer, muito capim, muito feno, traga-os fartos, para que elles se affeiçoem ao serviço; opportunamente mudaremos de politica, all right". D´isso não me queixo eu. Sou de poucos comeres; e quando menos trabalho, é quando estou repleto. Mas que tem capim com a nossa liberdade, depois do bond electrico? O bond electrico apenas nos fará mudar de senhor. De que modo? Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente ás carroças. 

Pela burra de Balaam! Esclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? Nenhum premio? Nenhum sinal de gratificação? Oh! Mas onde está a justiça d´este mundo? Passaremos ás carroças, continuou o outro pacificamente, onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um só burro sabe mais o que elle lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz, restituir-nos-há a liberdade...

Enfim! Ficaremos soltos, na rua, por pouco tempo, arrancando alguma herva que ahi deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de herva, que nem sempre é viçosa! Enfraqueceremos; a edade ou a lazeira ir-nos-há matando, até que, para usar esta metaphora humana, esticaremos a canella. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de trez dias, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho mais atrevido, corre aos jornaes, conta o facto e pede uma reclamação. No quinto dia sahe a reclamação impressa. No sexto dia, apparece um agente, verifica a exactidão da noticia; no septimo, chega uma carroça, puxada por outro burro e leva o cadaver. 

Seguiu-se uma pausa. Tu és lugubre, disse o burro da esquerda. Não conheces a lingua da esperança. Póde ser, meu collega; mas a esperança é propria das especies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza. A nossa raça é essencialmente philosophica. Ao homem que anda sobre dous pés, e provavelmente a aguia, que vôa alto, cabe a sciencia da astronomia. Nós nunca seremos astronomos; mas a philosophia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas chimemanas. Cada seculo...

O freio cortou a phrase ao burro, porque o cocheiro encurtou as rédeas, e travou o carro. Tinhamos chegado ao ponto terminal. Desci e fui mirar os dous interlocutores. Não podea crer que fossem elles mesmos. Entretanto, o cocheiro e o conductor cuidaram de desatrelar a parelha para leval-a ao outro lado do carro; aproveitei a occasião e murmurei baixinho, entre os dous burros: Houyhuhums! Foi um choque electrico. Ambos deram um estremeção, levantaram as patas e perguntaram-me cheios de enthusiasmo: Que homem és tu, que sabes a nossa lingua? Mas o cocheiro, dando-lhe de rijo uma lambada, bradou para mim, que lhe não espantasse os animaes. Parece que a lambada devera ser em mim, se era eu que espantava os animaes; mas como dizia o burro da esquerda, ainda agora: Onde está a justiça d´este mundo?"

domingo, 27 de abril de 2025

TOURADA

 Segue o último email enviado por Rui Araujo sobre o tema de touradas, abordado em http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2024/10/touradas-no-rio.html e 

Caro Luiz,


Como me diz estar interessado na foto do cavaleiro tauromáquico José Bento de Araújo, que foi retirada de um livro publicado em França, tomo a liberdade de lhe mandar a referida imagem e ainda uma ampliação dos detalhes que foram apagados na foto do meu tetravô que o Luiz publicou no seu blogue.

Eis o texto escrito na parte apagada (mesmo por cima da mancha negra que se encontra no canto inferior direito da foto):

(citação): 

"Le caballero 
Bento de Araujo
Nimes - 1894"

Complemento de informação :

1- A Imprensa francesa denominou sistematicamente o cavaleiro José Bento de Araújo "caballero en plaza" (texto sempre lavrado em espanhol no país de Molière!). Todos os cavaleiros tauromáquicos eram, aliás, designados em França "caballeros en plaza". Em Espanha também o definiram assim muitas vezes. Escreviam, por vezes, na imprensa espanhola "rejoneador" por oposição a picador. Em português a expressão usada era simplesmente "cavaleiro".

2- O meu tetravô José Bento de Araújo (mais conhecido em Portugal e no Brasil por "Zé Bento") começou a actuar em França no ano de 1891. Também trabalhou nas praças de Portugal, Brasil (Rio de Janeiro e Belém do Pará, posteriormente) e de Espanha (Madrid, San Sebastián, Caudete, etc). 

Em 1891 começou por participar em corridas na "Gran Plaza" de Touros da "rue Pergolèse", situada, então, no Bois de Boulogne, hoje 16.º bairro (arrondissement) de Paris. Trabalhou nessa praça de touros da capital da França nas temporadas de 1891 e 1892. Seguidamente, deslocou-se para a Praça de Touros de Nimes, no Sul da França, onde permaneceu até 1894. Devo acrescentar que participou ainda em touradas noutras praças de França como Marselha, Avignon, Béziers, Mont-de_Marsan, etc. Depois, regressou a Lisboa e só mais tarde começou a deslocar-se ao Brasil.

3-  Também lhe envio uma chapa (com 2 fotos) do meu tetravô cavaleiro a tourear na Praça de Nimes (nas arenas romanas que ainda hoje existem). A foto que lhe faculto pertence ao espólio da Biblioteca Nacional de França (BNF) e pode ser consultada gratuitamente no sítio da BNF na internet.

Mais uma vez bem-haja pela honestidade demonstrada. Agradeço do mesmo modo os amáveis comentários dos seus leitores brasileiros. Permaneço ao seu dispor.

Saudações cordiais do (jornalista) Rui Araújo, Lisboa
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