sexta-feira, 13 de março de 2020

RUA TEIXEIRA DE MELO




 
Hoje vemos várias fotos da Rua Teixeira de Melo, em Ipanema. Aberta em 1917, inicialmente foi chamada de Rua 4 de Dezembro. Começa na Av. Vieira Souto e termina junto à Rua Barão da Torre.
Na primeira foto o fotógrafo estaria na atual Praça General Osório.
Na segunda foto podemos ver os trilhos por onde passava o bonde de nº 14, o "General Osório", no trecho imediatamente antes de atravessar a Rua Barão da Torre para fazer a volta no sopé do morro (é curioso observar na foto que no trecho final o trilho era único).
Este bonde fazia o seguinte trajeto: Tabuleiro da Baiana - Senador Dantas - Luís de Vasconcelos - Augusto Severo - Largo da Glória - Russel - Praia do Flamengo - Tucumán - Senador Vergueiro ou Marquês de Abrantes - Praia de Botafogo - Marquês de Olinda - Bambina -São Clemente - Real Grandeza - Túnel Velho - Siqueira Campos - N. S. de Copacabana - Francisco Sá - Gomes Carneiro - Visconde de Pirajá - Teixeira de Melo - Praça General Osório.
Na terceira foto, tirada a partir do morro, vemos à esquerda o prédio onde hoje está uma loja da Hortifruti e onde, por décadas, funcionou a oficina do Manuel. À direita, escondido pelas árvores, também há uma construção que tem mais de cem anos, onde funciona um bar na esquina, ao lado de uma loja de bicicletas e depósito de gelo. É um trecho de sobreviventes.
A última foto, de Malta, mostra o bonde Ipanema, registro 195, na parada junto à Praça Ferreira Vianna, atual Praça General Osório, num bairro quase deserto naquela época. Acho curiosíssimo aquele banco de espera colocado junto ao meio-fio. Não se vê o Chafariz das Saracuras que foi instalado nesta praça em 1911, seja porque não estivesse lá, seja porque ficasse fora do ângulo do fotógrafo. O trajeto do bonde na época era: "Via Cattete - M. Abrantes - R. Passagem". À direita, um anúncio de "Tennis - 200 réis".
A foto é muito interessante, porque mostra dois típicos "chalets" praianos, muito comuns nas orlas das praias cariocas nas primeiras décadas do século XX. Em Copacabana foram logo demolidos, mas em Ipanema e no Leblon ainda permaneceram alguns exemplares até o início nos anos 60. Muitos eram de inspiração normanda, inspirados nos chalets de montanha, enquanto outros tinham como características comuns janelas amplas, alpendres para se aproveitar a brisa marinha, telhados com sótão para isolar a casa do calor e pisos elevados com porões habitáveis, que permitia isolar a casa da umidade do terreno.

7 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Área fora da minha jurisdição, simplesmente de passagem, exceto por uma vez que fui no apartamento de uma colega de universidade para estudo, na Henrique Dumont.

    ResponderExcluir
  2. A Teixeira de Melo no trecho entre Visconde DE Pirajá e Barão da Torre, pode ser considerada a "cloaca de Ipanema" por razões óbvias. Eu passava por ali praticamente todo dia em 1970 e 1971 e o lugar já era "depauperado". Não sei a razão de mudarem o "rodo" dos bondes para a Teixeira de Melo, já que ao redor da praça era mais adequado. A partir de 03 de Setembro de 1962 todas as linhas bonde que se dirigiam à Copacabana e Ipanema e que circulavam pelo Túnel Novo passaram a utilizar o Túnel Velho, assim como o "General Osório", já que pelo Túnel Novo passariam as linhas de "Trolley-buses" e que fariam seu ponto final na Rua Inhangá. É lamentável o estado em que ficou o final da rua, principalmente depois de se observar a foto 2. A junção das favelas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho foi um golpe do qual Ipanema jamais se recuperará.

    ResponderExcluir
  3. Ainda sobrevivem alguns destes chalets normandos em Ipanema, precisamente na Garcia D'Ávila, próximo á Lagoa e em outras ruas.

    ResponderExcluir
  4. Não me lembro do local e a única referência é que uma fiel da minha igreja foi gerente da citada loja do Hortifruti antes de mudar para Vix.

    ResponderExcluir
  5. Vendiam-se bungalows em Ipanema! Achei anúncios nos jornais da época.

    ResponderExcluir
  6. Na foto 2 imóveis aparentemente só comerciais, que eu não imaginava que existiam tantos assim, em Ipanema, mesmo nos velhos tempos.

    ResponderExcluir
  7. Ipanema e Leblon eram bairros modestos que uns poucos utilizavam como balneários. Muito pouca gente ia até Ipanema para passear antes da abertura dos túneis. Mesmo hoje em dia o comércio não tem a pujança do de Copacabana. Nunca fui de bonde até Ipanema mas meus pais diziam que era "uma África", pois além da baldeação no Largo da Carioca, a viagem demandava muito tempo. Mercado? Só as Casas Gaio Marti. Costumo hoje em dia frequentar a região e com a existência da estação do Metrô e das linhas de ônibus suburbanos, a diferença entre passado e presente é "abissal", seja nos hábitos e costumes variados e principalmente na educação das pessoas. É possível em uma calçada estar em meio de pessoas educadas e bem vestidas, e atravessando a rua "dar de cara" com "tipos exóticos" de sexualidade duvidosa, ou "caucasianos descamisados" "flanando", egressos da favela ao lado. Uma "Babel" em todos os sentidos, "um espanto"...

    ResponderExcluir