segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

EDIFÍCIO SUISSO




Hoje temos mais fotos do estupendo acervo de Euler Campos de Salles Coelho, neto do proprietário do edifício, Dr. Paulino Ribeiro Campos. A primeira foto, que chegou ao "Saudades do Rio" por intermediação de nossa colaboradora Cristina Pedroso, é de 1927. A segunda é de 1926 e mostra o edifício ainda em construção.

Vemos o Edifício Suisso, na Rua Almirante Alexandrino, Santa Teresa. Conta o Gustavo Lemos que ali morou sua tia-avó Julieta, cujo marido, seu tio-avô Reinaldo, era diretor da Caixa de Amortização no tempo em que todas as cédulas de dinheiro eram assinadas à mão. Ele levava grandes maços de notas para assinar em casa.

O prédio foi interditado após a enchente de 1966 e ficou vazio até sua demolição nos anos 70.

Segundo o Walther (WHM) o edifício ficava praticamente em frente ao Colégio Assunção, dois pontos de bonde antes do Largo do França, logo depois da escadaria da Rua Fallet, para quem vai do Centro em direção ao Silvestre. Um pouco mais a frente tínhamos as mansões dos Monteiro de Carvalho. A vista era estupenda, pois se descortinava toda a Baía de Guanabara.

Olhando o prédio de frente, como está na fotografia, do lado direito (fora de foco) desce a Rua Fallet, que junto à Almirante Alexandrino é uma escadaria.



22 comentários:

  1. Bom Dia! Como já disse em outras ocasiões, Mesmo no meu tempo de taxista,raras foram as vezes que fui à Sta Teresa. O Marido de minha Madrinha também assinava notas em casa. FF. Faltam 70 dias.

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  2. Seria interessante conhecer a planta desses imóveis, já que eram construções aparentemente eram de excelente padrão. Em 1927 Santa Teresa era um paraíso e morar nesse prédio devia ser prazeroso. Mas Santa Teresa mudou muito. Falta tudo: água, energia elétrica, transporte público, e é claro, segurança. Um apartamento do prédio da foto devia custar uma fortuna e só abonados podiam ter o privilégio morar nele. Hoje em dia muita gente abandonou o bairro e donos de imóveis não conseguem vende-los.

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  3. Estive em Santa Teresa em 2019 e me recordo de ter visto um prédio igualzinho a este na Rua Almirante Alexandrino, que me chamou atenção pela arquitetura muito bonita. Será que teria um "irmão gêmeo"? será que foi mesmo demolido?

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    1. Pois é! Entrei nos comentários para dizer isso. Quando vi a primeira foto achei que se tratava do mesmo edifício, inclusive. Santa Teresa certamente seria meu desejo de moradia uns 100 anos atrás. Ainda é interessante, mas como tudo no Rio nos últimos anos, já viu dias melhores.

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  4. Lembro bem do Edifício, que nos anos 60 já era um endereço bem desvalorizado em virtude do acesso pela Fallet. A vista, embora ampla, não era essas coisas, pois cobria o fundo da baía e não a área o Pão de Açúcar e Niteroi.
    A chuvarada foi decisiva, mas determinante foi o desleixo na manutenção decorrente do poder aquisitivo decrescente dos moradores; outro ponto contra era o fato de não ter vagas para automóveis. Em suma, muito bacana, porém anacrônico.

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  5. Santa Teresa sempre foi um bairro peculiar pela sua situação geográfica e proximidade com o centro da cidade, além dos diversos acessos para outros logradouros. As soluções encontradas para as construções nas encostas terminaram por gerar divertidas situações. Elevadores que desciam abaixo do nível da rua, planos inclinados substituindo os elevadores convencionais, e até pequenos veículos movidos a gás transportando moradores (Condomínio Equitativa). Certa vez fui visitar um amigo nesse bairro e ao abrir a porta do elevador me deparei com um banco fixado na parede. Estranhei mas não sentei. Deveria. Não era um elevador comum e sim um plano inclinado que se movimentou lateralmente para o alto. Me desequilibrei e quase caí. Não lembro o nome do prédio que também tinha um acesso para veículos. Um bairro muito atraente mas que infelizmente sofre um processo de degradação.

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  6. Joel, uma pergunta num comentário postado hoje numa publicação antiga:
    MAURO GUERREIRO 22 de fevereiro de 2021 10:23
    Joel, me fala mais por favor dessa Mesblinha, que ia da Cde Bonfim 254 até a Alm Cochrane 225. Ela cruzava o Rio Trapicheiros? Havia uma ponte sobre o rio, unindo as duas lojas? Obrigado.

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    1. Não, não havia ponte. A fachada da a antiga Mesbla continua no mesmo local e todo o espaço da loja era grande e uniforme. Ocorre que com a abertura da Avenida Heitor Beltrão a Mesbla foi "cortada ao meio" assim como todos muitos imóveis do entorno, mas o Rio Trapicheiro é aparente na superfície desde a rua Soares da Costa e na altura da Carlos de Vasconcelos faz um curva para a direita, aparece em frente ao prédio da antiga Mesbla, desce paralelo à rua Conselheiro Senha, faz uma curva para a direita, e segue acompanhando a Avenida Heitor Beltrão. Esse curso é o mesmo desde sempre, e o desvio cuja entrada e na altura da Conde de Bonfim 254 é subterrâneo.

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    2. Ao que me lembro, o Trapicheiros não corria descoberto na área da Saens Peña.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Corria sim, Hélio. Antes da abertura da continuação da Heitor Beltrão no final dos anos 70 e a partir da Rua Conselheiro Zenha, o Rio Trapicheiro seguia descoberto. A rua Carmela Dutra não tinha saída pois terminava no Rio Trapicheiro. Para atravessa-la havia uma ponte de madeira que dava acesso a uma vila chamada de "Vila das Lavadeiras" cujo acesso se dava pela Rua Marquês de Valença. Seguindo o seu curso o Rio passava sob a Rua Alzira Brandão na altura do "Largo do Sapo" e seguia descoberto junto a uma rua que existia entre ele a Rua São Francisco Xavier, onde continua descoberto até a Rua Professor Gabizo. Desde os anos 20 a "parte antiga" da rua Heitor Beltrão existe ligando a São Francisco Xavier e a Professor Gabizo. No final dos anos 70 foi aberta o prolongamento dessa rua entre São Francisco Xavier e o entrocamento da Almirante Cochrane e a Conde de Bonfim, e em parte desse trecho o Rio Trapicheiro ainda aparece descoberto.

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  7. A última vez em que estive em Santa Teresa foi em 2009, para levar o namorado paulista da minha enteada para conhecer o aprazível e tão decantado bairro. Pegamos o bondinho e fomos até o final da linha.

    Na volta, enfrentamos um tiroteio tão intenso que o motorneiro parou o bonde sob a proteção de um prédio e avisou à estação da Carioca que estávamos parados ali. Depois de akguns minutos, com os passageiros sem ter como se proteger,o tiroteio amainou e o bonde voltou a andar.

    Mas não percorreu nem 100 metros e começou tudo de novo. Mais uma parada. Aí passou uma viatura da PM subindo a rua e logo depois os tiros cessaram. Então concluímos nossa jornada perigosa.

    O namorado da minha enteada não deve ter ficado nem um pouco impressionado (no bom sentido) com o bairro.

    Coisas da modernidade brasileira.

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  8. Eu faço parte do grupo "Amigos de Santa Teresa" e o nível dos comentários é "apavorante", pois a qualidade das publicações tanto da grafia como dos temas mostra que a grande maioria dos moradores do bairro é bem diferente da que havia no passado. Em razão da topografia, do abandono, da leniência ou coisa pior por parte do poder público, e pricipalmente em razão criminalidade e da enorme quantidade de favelas, Santa Teresa não pode explorar seu potencial turístico. O que fazer?

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  9. Queria saber o porquê da favela se chamar "Fallet Fogueteiro"...

    FF: segunda nublada e chuvosa, num "clima" tenebroso para o Vasco...

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  10. Adicionei mais uma foto enviada pela Cristina.

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  11. Lembro de postagem anterior sobre este edifício há um bom tempo. Interessantíssima a história do mesmo, os andares abaixo do nível da rua...

    Como está a Cristina Pedroso? Faz tempo que não posta no Saudades do Rio.

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    1. Por falar em andar abaixo do nível da rua, na esquina das Ruas Dias Ferreira com Rainha Guilhermina, fica um prédio antigo que está lá firme e forte até hoje. Nele morava um cara mais velho solteirão, que jogava voleibol na nossa rede. Vira e mexe pedíamos para ele emprestar a subertura (cobertura subterrânea) para levarmos alguma garota.

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    2. Boa noite Mauro! Por curiosidade fui olhar no Street View e após no Google Earth. Da calçada não se percebe a existência dos andares subterrâneos. Sua ventilação se dá pelo centro da construção que é vazado. Minha tia e madrinha morava perto, na Gal. Urquiza. Muito provavelmente, dos fundos de seu prédio se avistasse o de seu amigo.

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    3. Unknown, você deve estar confundindo a Gal. Urquiza com a Gal. Artigas, onde morei, e que é bem próxima ao prédio.

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  12. Boa tarde a todos. Santa Teresa o bairro onde nasci, morei até uns 7 ou 8 anos, ia muito lá até poucos anos atrás, gostava de frequentar os restaurantes, tinha uma roda de chorinho no restaurante Sobrenatural as quartas-feiras que era excelente, tinha um evento cultural anual Santa Teresa de portas abertas, onde os artistas e artesões abriam suas casas e apresentavam seus trabalhos, muita coisa boa e barata podia ser comprada. Infelizmente a violência expulsou os visitantes e turistas e os próprios moradores do bairro de frequentarem estes locais. Tem um ditado que diz, que favela é pior do que o câncer, pois o câncer evolui e as favelas não. E graças ao Bolsonaro já perdi mais de 150mil reais de sexta-feira até agora com as suas bravatas governamentais.

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    1. Mal comparando e guardadas as devidas proporções, a favela é uma espécie de "estado dentro do estado". Se continuar desse jeito, em breve seremos obrigados a nos dirigir a seus moradores com o tratamento de "senhor", "doutor", e "excelência". Aguardem. ..

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  13. Belas histórias, concordo com os comentários, Santa Tereza é um bairro lindo, porém, atualmente não vale a pena se dirigir até lá, no máximo ir em algum restaurante.

    Ótimas lembranças de pular carnaval no Céu na Terra, Carmelitas, blocos históricos do carnaval carioca.

    Tive uma namorada que morava em Santa Teza e o quarto dela tinha uma vista para toda a Zona Sul incrível.

    Saudades...

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