O prezado Raul Felix de Souza, notável pesquisador do Rio Antigo, publicou ontem no Facebook as fotos aqui postadas hoje sob o título de “Ângulo Inusitado”.
Os locais já foram identificados por "experts".
Vemos o bonde 542, da linha “São
Luiz Durão” (que mais adiante, quando os bondes receberam um número, seria o 58), ao lado da igreja de Santa Rita. No estupendo “site” do Helio
Ribeiro (www.bondesrio.com)o itinerário desta linha seria o seguinte:
IDA: Arsenal de Marinha -
Dom Gerardo - Cortines Laxe - Cons. Saraiva - São Bento - Pça. Mauá - Rodrigues
Alves - Francisco Eugênio - Figueira de Melo - S. Cristóvão - Escobar - Campo
de S. Cristóvão - Sen. Alencar -
Bonfim - São Januário.
VOLTA: São Januário - Gen. Bruce - Gen. Argolo
e daí em diante caminho inverso ao da ida.
Na internet encontrei o
seguinte comentário: “No dia 26 de setembro de 1908, a Light inaugura a linha
circular Barcas - São Luiz Durão - São Januário, aproveitando o antigo
itinerário da Linha São Luiz Durão da Companhia Villa Izabel até a Praia de São
Christóvão, tendo o itinerário prolongado pelo Campo de São Christóvão, e ruas
Senador Alencar, Bomfim, São Januário, General Bruce, General Argollo, e Campo
de São Christóvão, voltando pelo mesmo itinerário. O ponto terminal da linha
era na rua São Januário, esquina com Teixeira Junior.”
O bonde da linha “São
Luiz Durão” foi personagem de uma música carnavalesca:
“Eu só viajo em bonde de
tostão, São Luiz Durão, São Luiz Durão,
Bonde mais caro é pra
gente fina, Santa Alexandrina, Santa Alexandrina”.
O anúncio na frente do
bonde é do “TENNIS”, um dos cigarros da Cia. Souza Cruz. O maço custava 200
réis.
Nesta foto vemos a vista
a partir da Rua Carlos Peixoto (vizinha do atual Rio Sul). No centro aparece o Hospital
dos Estrangeiros, que ficava na Rua da Passagem nº 188, fundado em 1892, e com
um anexo construído no início dos anos 50 e com entrada pela Rua General Gois
Monteiro nº 8. Fechou em 1966, depois de ter prestado excelentes serviços aos
cariocas (era conhecido também como Hospital dos Ingleses).
O belo casario da Rua do
Túnel foi desaparecendo com a “modernidade” e a pá de cal foi a construção do
condomínio “Morada do Sol”, nos anos 70, que acabou também com esta vista.
Onde fica São Luiz Durão?
ResponderExcluirA antiga rua São Luiz Durão hoje se chama Almirante Mariath. Fica perto do Campo de São Cristóvão, ligando a Monsenhor Manoel Gomes à avenida Brasil.
Excluir"S. Luiz Durão" era o nome antigo da rua Almirante Mariath, em São Cristóvão, próxima ao Campo.
ExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirAcompanharei os comentários. Sobre a igreja, dizem que a devoção da mãe (ou esposa) do prefeito Pereira Passos a salvou do bota-abaixo, diferente de outras igrejas. Vemos na foto a solução para desviar o traçado da rua da igreja.
A Praia de São Cristóvão era o local do atual início da Avenida Brasil na altura da esquina da Rua São Cristóvão junto altura do "Leprosário" e era a continuação da "Praia Formosa". A linha São Luiz Durão era mencionada por meu avô e era espécie de "linha circular" que atendia diversas ruas na região. Ao contrário dos dias atuais, a região de São Cristóvão, Caju, e Pedregulho, era bastante povoada e bastante aprazível. Existe uma foto do início do Século XX mostrando a Igreja da São Cristóvão com um pequeno cais à sua frente. Atualmente a essa igreja está a mais de 500 metros da Avenida Brasil.
ResponderExcluirTenho minhas dúvidas sobre o bonde estar ao lado da igreja citada. O itinerário dele não era por ali.
ResponderExcluirHelio, foram lá ontem e fotografaram a mesma parede desalinhada em diagonal da igreja, confirmando o local.
ExcluirAinda não estou convencido. A igreja real tem uma janela bem próximo da quina e uma porta também. A foto não mostra isso. Outrossim, acho a rua muito larga, com essas luminárias no centro. E não veja a esquina da Rio Branco, que é perto da igreja.
ExcluirFF: Faleceu ontem, na véspera de completar 96 anos, a cantora Helena de Lima. Ex Rainha do Rádio, conhecida pela música "Estão Voltando as Flores", entre outras.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Não sabia a localização (praça ou largo) de São Luiz Durão, conhecia o samba do Mauro Duarte/Elton Medeiros "Meu Sapato já Furou" que fala de uma promessa ao santo São Luiz Durão.
ResponderExcluirFF. Fugindo do tema, poucas pessoas conhecem a obra do sambista Mauro Duarte, compositor com diversos sambas lindíssimos, mas com certeza conhecem as Anitas e Pablos Vitar "artistas" criados pela mídia e seguido pelos analfabetos musicais.
Durante as obras para assentamento dos trilhos do VLT na Marechal Floriano, foram reveladas ossadas enterradas no entorno da igreja de Santa Rita. Acho que parte continua à vista.
ResponderExcluirHavia no Rio mais de um cemitério dos “pretos novos”, isto é, dos escravos recém-chegados e que morriam depois do desembarque. Um deles situava-se anexo à igreja de S. Joaquim, erigida em 1758 e demolida durante o “bota-abaixo”, em 1904; outro, em frente à igreja de Santa Rita, templo datado de 1721, cemitério esse que operou do ano seguinte até 1769, transferido então para o Valongo no governo do Marquês do Lavradio (outros historiadores atribuem as datas 1741 e 1774, respectivamente.)
ExcluirDurante as obras para implementação do VLT na Av. Marechal Floriano, foram descobertos ossos nesses locais. O Movimento Negro, em nome da cultura bantu, que considera o solo sagrado, solicitou a cessação das escavações arqueológicas. As tratativas retardaram a conclusão das obras em cinco meses. Os artefatos eventualmente exumados “continuam à vista” no museu do Instituto Pretos Novos, à Rua Pedro Ernesto, 32, Gamboa.
Os aterros em São Cristóvão descaracterizaram bastante a região. Uma das razões da picuinha que havia entre D.Pedro e Irineu Evangelista de Souza foi o fato de Irineu ter comprado para servir de residência a propriedade pertencente a Domitila de Castro, a Marquesa de Santos. Não haveria nada de mais se a vaidade do Imperador não tivesse sido atingida, pois a casa era situada "à beira mar" e no entendimento do Imperador, era inconcebível que Irineu morasse mais próximo ao mar do que "Sua Majestade". O mar naquele tempo batia às portas da propriedade.
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