Como
conta o Rouen, existem alguns personagens em nossa cidade que ficam famosos ou
simplesmente conhecidos seja pela sua excentricidade, pelo seu trabalho ou pelo
modo de se apresentar.
Certamente
há um morador de rua aí no seu bairro que há muito encontra-se na sua “jurisdição”,
você o vê, mas não fala com ele, ele é calmo, fica sempre naquele mesmo local,
sem importunar ninguém.
O
da foto é o Antonio dos Santos, conhecido como “Camundongo”.
O jornalista Mario Morais, nos anos 50, escreveu: “Raro é aquele que não conhece o popular velhinho que apesar de seus 88 anos, consegue movimentar sua carrocinha, movida a pedais, e que lhe serve de moradia. O antigo sapateiro, natural de Diamantina, gira por toda a cidade, vivendo à custa de uma vitrola instalada em sua “casa automóvel”. Onde para, reúne-se logo uma dezena de curiosos. Ele oferece discos à escolha dos espectadores que, para ouvirem o número escolhido, são obrigados a pagar três cruzeiros. Vive, assim, há 38 anos desde que abandonou definitivamente a profissão de remendeiro.
De uma geringonça no início, conseguiu hoje uma bonita carrocinha que foi
batizada pelo povo irreverente com o nome pomposo de “rabo de peixe” (apelido
dos belos e caros veículos americanos que por aqui circulavam nos anos 50).
O
Lavra (Bispo Rolleiflex) lembra que a cor da carrocinha era verde. O Candeias
ouvia a música do Camundongo nos arredores do Cinema São Luiz, no Largo do
Machado.
Outra
figura muito conhecida era o "Urubu". Conta o Jason que, junto com
seu cachorro "Pega Firme" moravam juntos na boleia de um velho
caminhão International no Posto 6, em Copacabana. O carro tinha pneus carecas,
caía aos pedaços, mas nunca deixou de atender, de dia ou à noite, as chamadas
para reboque ou trabalhos de pequena mecânica. Isaias da Silva era o nome dele.
Sempre vestido com o mesmo macacão sujo de graxa. “Pega Firme” tinha a missão
de montar guarda ao "Soneca", o carro-reboque.
O telefone do Urubu era o do Bar Igrejinha, na Francisco Otaviano.
Cada
bairro ou cada época tem seus personagens. Desde o “Gentileza” (José Datrino) até
a Ana Maria, a “mulher de branco” que há anos se transformou na “mulher de azul”
e ainda perambula, macérrima, por Ipanema. O ceguinho do Largo do Machado, o
senhor de “smoking” que distribuía rosas pelas mesas dos bares (meio que
forçando a compra para a namorada), o vendedor de amendoim da Praia de
Botafogo.
E
há os espertalhões, como o amputado que fica pedindo esmola numa cadeira de
rodas velha na Praça N.S. da Paz e à tarde entra em seu carro adaptado para ir
para casa.
O
primeiro desses personagens que conheci foi no início dos anos 50, na Rua Dias
da Rocha. Morava na calçada em frente ao Jardim de Infância Vitória Régia. Não
sei a razão, mas era conhecido como “Mimica”.
Você
conhece algum?
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDia para acompanhar os comentários. Vão bombar. Nos últimos anos houve uma explosão de casos de população "em situação de rua", por vários motivos, especialmente econômicos. Outros casos são de saúde.
Bom dia Saudosistas. Lembro de alguns personagens que ficaram famosos na cidade. Lembro do "Mequinha" um senhor que andava de bicicleta pela Tijuca e Centro da Cidade, com a camisa do América, sempre que parava num sinal, ele não apoiava o pé no chão, se equilibrava na bicicleta parada, acho que fazia entregas ou algo assim. Também tinha o seu 'Flamengo", todos os domingos com jogos do Flamengo, ele andava de bicicleta com a camisa do Flamengo, equilibrando 3 garrafas na cabeça.
ResponderExcluirEmbora interessante, o SDR de hoje chaga a ser insólito em razão de mostrar o clima de simplicidade e até de civilidade vivido no passado, principalmente sem qualquer "patrulhamento". Imagine-se chamar atualmente um negro de "urubu" ou alguém de "ceguinho"? No passado tais apelidos eram inocentes e bastante comuns no "dia a dia" da sociedade. Em Vila Isabel existiam figuras conhecidas como a "bela ideia" e o "Manoel beiçola". Manoel beiçola ou Manoel crioulo tinha sido na juventude porteiro de um dos cinemas de propriedade de meu avô paterno e era "morador de rua". Ocasionalmente ele aparecia na frente da vila de meu avô na 28 de Setembro altas horas e gritava: "Papai, estou com fome, quero comer", e em razão disso meu avô descia e levava cobertores e pedia que minha avó preparasse alguma coisa para Manoel comer. Feito isso ele acomodava Manoel junto à uma das entradas da vila para que dormisse. Às vezes Manoel aparecia embriagado durante o dia e via minha avó na varanda e gritava: "Mamãe, larga esse patife". O patife era eu. Eram figuras folclóricas que existiam em em toda parte de um Rio de Janeiro que não existe mais...
ResponderExcluirEsse comentário é meu, Joel Almeida.
ExcluirLembro do agora famoso profeta Gentileza pintando seus textos nas colunas dos elevados próximo ao antigo gasômetro em São Cristóvão, mas na época não sabia quem era e acho que algumas pessoas o criticavam porque consideravam sua arte uma pichação.
ResponderExcluirHoje o que vejo de mais parecido com as figuras citadas são os catadores de recicláveis, inclusive acompanhados de cachorros, que, dizem, são "recrutados" justamente para dar o alarme caso alguém resolva desfalcar alguns dos materiais de seus carrinhos ou atacar o próprio dono.
Copacabana tinha um cara que ficava inalando Eter o Dia todo. Sempre doidão.
ResponderExcluirNa categoria comércio, o Sheik de Cocadir e o Antônio do Mate. Categoria doidão tinha um na porta do Santo Inácio e até hoje,na esquina de México com Presidente Wilson mora um cidadão que vive cantando samba . Amulher de branco de Ipanema, doidona chic .
ResponderExcluirEstou com problemas , será que agora entra o comentário?
ResponderExcluirContinuo com problemas para enviar msg.
ResponderExcluirNa Ilha do Governador, Tinha o SIIIM! - Andava pelas ruas com pedaços de gesso, desenhando demônios e gritando SIM! . De um salto, desenhava círculos perfeitos....
ResponderExcluirComentário acima de Jaime Moraes
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