sexta-feira, 17 de agosto de 2018

RUA RAUL POMPÉIA



 
As fotos mostram a Rua Raul Pompeia, em Copacabana. A primeira foto, perto da Rua Júlio de Castilhos, é do acervo do amigo Fernando Leite e o ano é 1958. Podemos observar o movimento mínimo de carros, pois nesta época ainda não havia sido aberto o túnel que ligaria a Rua Barata Ribeiro à Rua Raul Pompéia. A mão de direção tinha sentido inverso ao que tem atualmente.
A segunda foto, do acervo do Correio da Manhã, é de 1959 e mostra a obra de realinhamento da Raul Pompéia, provavelmente entre as ruas Souza Lima e Francisco Sá, para a abertura do túnel Sá Freire Alvim, que seria inaugurado no ano seguinte, 1960. Após a abertura do túnel perderam-se as largas calçadas e o tipo de arborização da primeira foto, além de todo o trânsito de Copacabana para Ipanema passar pela Rua Raul Pompéia.
Notar os elegantes e comportadíssimos uniformes escolares (tão diferentes do modo de vestir atual dos alunos) e os diversos tipos de carrinhos de bebê. Quem saberia identificar os uniformes? Do Colégio São Paulo, do Sion, do Externato Atlântico, do Teresiano?
A terceira foto, do acervo do Correio da Manhã, é de 1960, já após a abertura do túnel. Vemos a esquina da Raul Pompéia com Souza Lima. As calçadas já estão bem estreitas.
Para os que só conhecem o trânsito de Copacabana de tempos mais modernos, fica difícil imaginar que todo o tráfego da Rua Barata Ribeiro, em direção ao final do bairro, Ipanema e Leblon era desviado pela Rua Djalma Urich ou Rua Miguel Lemos, seguia na contramão pela Av. N. S. de Copacabana, acessando Ipanema pelas ruas Sá Ferreira, Francisco Sá, Rainha Elizabeth e Joaquim Nabuco. Isto sem contar que a Av. N. S. de Copacabana, em toda a sua extensão, já tinha os bondes em mão e contramão.
A abertura do túnel acabou com a sensacional "pelada" disputada diariamente na Raul Pompéia, que era uma rua sem saída junto ao morro.

15 comentários:

  1. A foto dos uniformes acho que já apareceu no SDR. É ótima e marca uma época. Eu chutaria os seguintes colégios: São Fernando, Sion, Sion e São Paulo.
    Era um caos o trânsito do final da Barata Ribeiro ser desviado para a N.S. Copacabana.

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  2. Bom dia.

    Como diria o sumido JBAN, que agora plana por outras paragens, "fofuxos"...

    A devastação das árvores na segunda foto certamente teria repercussão nos dias atuais.

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  3. PS: o biscoito aparecerá para identificar os carros da primeira foto? Os em primeiro plano, principalmente...

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  4. Hoje deveria me concentrar nos carrinhos de bebês. O da direita, com quatro molas helicoidais na suspensão é de um luxo monárquico. Laterais aerodinâmicas com corrimãos, um revestimento cósmico, acho que nunca vi igual. O do meio também tinha seu charme, assinatura sólida da marca, pintura atraente, cromados elegantes e uma suspensão embutida entre o eixo e a carroceria lembrando um produto amortecedor de choques. O da esquerda era o que eu usava...
    Nessa foto, um Ford Prefect e um Ford americano 1951. O carro encoberto é um desafio, mas não vou atrasar o comentário.
    Na terceira foto, já 1960, um Dauphine dos primeiros, com o pisca-pisca na coluna traseira. Como não é escuro e nem branco, arrisco dizer que é cor de telha, como era o do tio do Jason Vogel. O DKW estacionado mostra os cromados aplicados no porta-malas - uma característica dos carros alemães - e as portas traseiras pequenas. Ambos desapareceriam no decorrer de 1961. O lotação é um Chevrolet 54.

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    1. Você comentou quando meu comentário ainda não estava visível...

      Faltou o caminhão da segunda foto. Os carros da terceira fotos eu nem citei porque estavam fácil de identificar.

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  5. Outros tempos...O Gordini vai de banda branca e o Belcar tá pipocando na espera de alguém. Vou ao Maraca ver o Flamengo contra o América que está na liderança.

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    1. Gordini só em 62 e Belcar só em 61, mas pipocar é o termo mais adequado a um DKW. Entre 58 e 61, a camionete (a futura Vemaguet) se chamava Grande Universal e o sedan era carro de passageiros. As suas marcas, Vemaguet e Belcar foram tão acertadas que pegaram até nos carros mais antigos.

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  6. Era uma outra realidade. O carro em primeiro plano na última foto é um Dauphine. O prédio à direita na segunda foto é pródigo em apartamentos "conjugados", uma característica da região, o prédio de pedra ao lado já foi demolido, e a seguir havia uma espécie da parque na esquina da rua Francisco Sá. Na esquina de Júlio de Castilhos à esquerda e no atual sentido, existe um prédio de características "suspeitas" e que desde o tempo em que eu andava a pé por ali diariamente já possuía essa fama. Foi nesse prédio que em 1960 aconteceram alguns incidentes devido a uma operação policial gigantesca e que tinha por objetivo prender os bandidos que haviam assaltado o "trem pagador" da Central do Brasil um pouco adiante de Japeri. Sem MBA, Copacabana foi "cercada" nesse dia por policiais civis da Guanabara e do Estado do Rio com a ajuda de policiais militares da Guanabara, mas nem sinal do "caucasiano Tião Medonho", seus irmãos, nem do restante da quadrilha. Em 70 e 71 eu costumava passar diariamente pela Bulhões de Carvalho e alternadamente pela Julio de Castilhos, Souza Lima, Francisco Sá, e Rainha Elizabeth, e pouca coisa mudou. Se retirarmos os carros de circulação ficará difícil definir em que ano estamos. A diferença vai por conta das pessoas, em quantidade muito maior, menos educadas, e bem mais "morenas", grande parte em razão da favela do Pavão-Pavãozinho.

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  7. Há um detalhe na primeira foto que passou despercebido ao olhar minucioso do obiscoito: pela posição da haste do modelo monarquico o mesmo possuia tração dianteira. Seria o mesmo puxado ou o ilustre passageiro viajava de costas ?

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  8. Dauphine e Belcar DKW duas bombas produzidas "naquele tempo "que só deixaram saudades nas viúvas deste sítio.Mecanica primitiva,péssimo acabamento e nenhuma segurança .Nem perto das carrocinhas "mil " que hoje circulam por aí chegam perto.A indústria automotiva hoje é diferenciada e por isso sou a favor dela e Do Contra na rubrica.

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    1. Mas continuamos defasados em modelos de automóveis do resto do mundo.

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    2. E como eram bonitos os uniformes das escolas de antigamente. Acho que a grade diferença se faz, pois naquela época não tinha as camisas de malha tipo Hering que hoje é o comum de todos os uniformes escolares.

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  9. Na foto 2 a construção mais antiga, que tinha o estilo dos prédios do serviço de água e esgoto de antanho, tem atualmente somente o seu velho muro cercando a escola municipal existente ali. Ao lado tem o Parque Peter Pan, já na esquina da Francisco Sá.
    O carrinho de bebê do meio tem linhas baseadas nas espaçonaves dos filmes de ficção da época da foto.
    Hoje temos o Biscoito inspirado. Daqui uns tempos ele vai incluir até bicicletas em suas listas de identificação.
    A banca de jornal na foto 3 é de primeira geração, quando no auge dos jornais impressos o jornaleiro tinha que arranjar uns caixotes para fazer "puxadinhos" no seu humilde local de trabalho.

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  10. Realmente, hoje os carros são outros; carrinhos mil com mais de 80 cv. A VW já anunciou até opção de câmbio automático para o Gol 19.

    A despeito do assalto ao trem pagador o "caucasiano" Tião Medonho meteu uma bala na barriga de seu comparsa (no filme era o ator Reginaldo Faria) depois de o mesmo ter feito muitas m* com parte do dinheiro do assalto e ainda ter tentado humilhar o negão, gabando-se de ser branco e ter olhos claros. Depois do tiro, disse Tião: "os peixes agora vão poder comer esses lindos olhos azuis"...

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  11. Lino Coelho, as coisas não foram como aparecem no filme. O "grilo", interpretado por Reginaldo Farias, era o bandido "Nilo Peru", cujo paradeiro até hoje é incerto, já que nunca foi encontrado. O "Cachaça" de Grande Otelo é fictício, e as investigações demoraram mais de um ano até que o caso fosse resolvido. A elucidação desse crime se deu graças à atuação colaborativa do detetive da Guanabara "Perpétuo de Freitas, que morreu em circunstâncias confusas em 1964 na favela do Esqueleto. Cabe esclarecer para os mais leigos que as investigações sobre o assalto ocorrido próximo à Japeri, eram de competência da Delegacia de Caxias, na época pertencente ao antigo Estado do Rio. O delegado Amil Ney Richard e o comissário Messias precisaram da colaboração de Perpétuo, que iniciou as investigações a partir de um assalto ocorrido em 1956 em Itaboraí. Daí foi descoberta uma conexão no Morro da Mangueira e o resto todos conhecem. Mais uma coisa que foi fictícia no filme: A confissão da mulher de Tião! Não foi tão simples a descoberta do dinheiro no forro do armário, já que os métodos para a extração da confissão foram bárbaros, cuja mecânica vou me abster de comentar.

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