A
foto talvez seja do “voo da coqueluche”, mas não tenho certeza.
Reportagem
do “Correio da Manhã”, contava do “voo da coqueluche”, existente desde os anos 50.
Era uma cooperação da FAB – Força Aérea Brasileira no tratamento dessa
insidiosa moléstia infantil. Altamente contagiosa, a coqueluche era uma das
mais terríveis moléstias infantis. De longa duração, esta doença insidiosa
causada pelo bacilo de Bordet- Gengou, acarreta frequentes complicações. Antes
do aparecimento dos antibióticos, o tratamento era quase puramente sintomático.
Notou-se
que os pequenos doentinhos melhoravam quando levados a passear nos campos, nas
praias e nas montanhas, pela parte da manhã. Acentuavam-se as melhoras quando
os passeios eram realizados em automóveis abertos, com abundante ventilação.
Finalmente
tentou-se, com êxito, o voo terapêutico, que obedece a seguinte técnica:
1) As crianças devem levar agasalhos,
por causa do frio.
2) Durante o voo só podem ser ingeridos
alimentos líquidos ou pastosos.
3) O avião deve estar equipado com
oxigênio e caixa de primeiros socorros.
4) A subida deve ser rápida, contínua, a
3m/s (590 pés por minuto) até 3.500 metros e permanência nesta altitude durante
60 minutos.
5) A descida deve ser intermitente, a
2,5m/s (502 pés por minuto), condicionada às reações objetivas ou subjetivas
dos passageiros (dores de ouvido).
6) Repetição semanal dos voos (3 vezes consecutivas).
7) É conveniente o acompanhamento de um
médico.
Segundo
o capitão-médico Dr. Tito Livio Job, são magníficos os resultados. O médico
ressaltava as modificações que o voo exercia sobre o organismo humano, tornando
a urina do doente alcalina, aumentando os seus movimentos respiratórios e os
glóbulos do sangue, bem como a provocação de outros fenômenos benéficos para o
portador da moléstia.
Estudos
verificaram que com a alteração de pressão atmosférica os glóbulos brancos
libertavam uma substância de natureza enzimática que atuaria sobre o agente da
coqueluche, provocando a hiperefusão oxidásica.
O
voo era gratuito, durava duas horas e o avião ia até Cabo Frio. As crianças de
mais de 4 anos de idade viajavam sem acompanhantes. Realizado três vezes por semana, os nomes dos passageiros de cada voo eram publicados no "Correio da Manhã", como podemos ver na segunda foto.
Notícia
de 1959 dava conta que “a FAB não precisa mais fazer este voo, pois na Escola de
Aeronáutica dos Afonsos já está funcionando uma Câmara de Baixa Pressão. Esta
câmara obtém depressão barométrica e diminuição da tensão parcial de oxigênio,
substituindo a necessidade de voar.”
PS:
hoje em dia, a indicação é vacinar-se com a
dTpa , vacina tríplice bacteriana acelular, distribuída durante o
Calendário Nacional de Vacinação.
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Eu não conhecia essa iniciativa da FAB, iniciativa que mostra o cuidado com a saúde pública em contornos de primeiro mundo. Uma ação utilíssima e que deve ter trazido alivio para muitas crianças em um tempo em que a saúde pública era de bom nível. Sessenta anos depois esses vôos(se existissem) não seriam por motivos tão úteis e nobres, mas talvez servindo à políticos inescrupulosos ou mesmo transportando uma carga bem mais valiosa ou mesmo "brilhante", segundo rumores. Afinal estamos no Brasil, terra de "oportunidades"...
ResponderExcluirA foto deve ser sim do voo da coqueluche porque as crianças estão entrando sem acompanhantes. Os resultados favoráveis apregoados talvez se devessem ao pavor do bacilo em passear de C-47. Que, aliás, não ostentam o teto branco, que ficou característico dos aviões de transporte da FAB desde os anos 60.
ResponderExcluirEm 1973 eu viajei num desses aviões até Salvador em uma viagem de cinco horas. Voando em baixa altitude, era possível ver uma a ponte Rio Niterói em construção, uma região dos lagos quase deserta, e grande parte da costa brasileira. O Rio já teve dias melhores...
ResponderExcluirEste voo era bem conhecido. Acho muito interessante como essas coisas são descobertas. Há tempos li um livro que acho que se chamava O Séculos dos Cirurgiões onde se descreviam descobertas da Medicina. Muito interessante.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirMuita criança amaldiçoou a câmara de baixa pressão e os antibióticos (e principalmente a vacina)...
Estamos em campanha de vacinação para a pólio e sarampo. Na primeira semana, 10% foram imunizados. Infelizmente estamos vendo algumas doenças retornarem após terem sido erradicadas no passado.
É triste ver que disseminam "fake news" em relação às vacinas e o pior é que tem quem acredita. Fora os fundamentalistas religiosos que não admitem que seus "seguidores" se vacinem.
Triste ver que uma década depois os voos da FAB serviram a outros propósitos, mesmo que desmentidos de forma bisonha por alguns neste sítio.
Bom dia a todos. Fato interessante que desconhecia totalmente, acho que já sou da geração da vacinação, o que graças a Deus erradicou diversas doenças infantis, porém nos dias de hoje, diversas mães e pais idiotas contestam esta prevenção, dizendo que não vacinam seus filhos pois na verdade a vacina irá criar diversas outras reações colaterais e um monte de baboseiras e crenças populares ditas por pessoas ignorantes. Mas se fosse governo, criaria uma Lei que todas as crianças que não fossem vacinadas e viessem a ter a doença, todo o tratamento deveria ser pago pelos Pais e seria proibido o tratamento em hospital público, além disso os Pais levariam 50 chibatadas para deixarem de ser ignorantes.
ResponderExcluirLino Coelho, iria faltar couro para confeccionar chibatas! Mas acho que chibatas e azorragues seriam a solução para muitos crimes de médio potencial ofensivo como furtos. Também os corruptos deveriam ser "supliciados" dessa forma, assim como os funkeiros, os sodomitas, e muitos mais...
ExcluirE corroborando o comentário acima, uma paciente de um hospital em Niterói deitada em seu quarto, foi atingida por um projétil em um dos olhos vindo de uma favela fronteiriça onde se realizava um baile funk. Mas há quem goste dessa prática abjecta. Vide as Ludmillas, as MC Carol, as Anittas, os "Caucasianos do Boreal", etc...
ExcluirEmbora as fotos sejam do Santos Dumont, em algumas ocasiões os C-47 partiram do Galeão. Viajar naqueles bancos longitudinais de aluminio, com o vento frio a entrar pelas frestas, espantava qualquer coisa... até a coqueluche...
ResponderExcluirLembro de ter feito pelo menos dois desses voos. Os aviões saíam da Base Aérea do Galeão e eram os mesmos do Correio Aéreo Nacional. Todas as crianças corriam para a janela, já que 99% delas nunca tinha entrado em um avião. Uma festa, mas algumas morriam de medo. O avião subia muito rápido e os ouvidos estalavam. Os comandantes eram vistos como heróis.
ResponderExcluirConhecia esses vôos mas eu e meus irmãos nunca fomos. Acho que tivemos coqueluche, mas com sintomas muito fracos, e não foi necessário. Minha mãe comentava sobre outras famílias que precisaram recorrer a esses vôos, com ótimos resultados.
ResponderExcluirImagino o quanto as mães ficavam ansiosas com a partida de seus pimpolhos nesse DC-3 rebatizado de C-47.
ResponderExcluirSobre "espantar qualquer coisa", inclusive bacilos, lembrei do boato no inverno de 1974 de que usando alho pendurado no pescoço livraria o pessoal da meningite. Logo falei para os meus colegas de ginásio na época que com alho realmente nada chegaria perto, nem vírus, bactéria, namorada, amigos e tudo mais.
Dizem que um dos sobrinhos andou falando que foi despachado, pela Tya numa dessas viagens da coqueluche, porque ela ficou na esperança de que o anjinho seria deixado de vez em Cabo Frio, porém isso é a mais pura calúnia da oposição.
Voo da coqueluche não deixa de ser um espanto!!!!
ResponderExcluirBoa tarde a todos!
ResponderExcluirA Lucinha (minha irmã, que esta semana aparece de bicicleta no Ilha Foto) conta que fez esse voo.
Em 1979, quando a Tijuca estava mergulhada nas obras do Metro e em uma praça Saens Peña aos pedaços, foi inaugurada uma discoteca com o nome de "Coqueluxe". Ficava junto ao cinema América, atual drogaria Pacheco. Funcionou durante alguns meses, mas a poeira das obras, a lama, e o desconforto, acabaram por destruir uma das poucas casas do tipo na região.(A outra foi a "Mamute", que funcionou nas instalações do antigo Cinema III na rua Conde de Bonfim).
ResponderExcluireu fiz com meu filho e minha esse voo mas na camara de baixa pressao devido a coqueluche que meu filho com apenas 6 meses pegou ele pegou muito firte pois não estava vacinado contra a coqueluche foi muito forte o que ele teve.fiz 3 voos e ele ficou curado.assino em baixo é fabuloso essa camara da aeronautica do campo dos afonsos em Deodoro RJ.
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