domingo, 9 de setembro de 2018

MR. ACKLEY


Em meados dos anos 50 Mr. Mark Ackley morou no Leblon, na Rua Venâncio Flores nº 595 e tirou ótimas fotos do Rio, descobertas pelo Nickolas.
Vemos uma foto do Leblon e outra do Centro. Nesta estamos na Praça Tiradentes em frente à Avenida Passos. Destaca-se o bonde da linha 64 (Aguiar-Fábrica), de nº de ordem 1787, cujo trajeto era Praça Tiradentes, Constituição, Praça da República, Frei Caneca, Salvador de Sá, Estácio de Sá, Largo do Estácio de Sá, Haddock Lobo, Aristides Lobo, Barão de Itapagipe, Aguiar, Conde de Bonfim, Araújos, General Roca, Praça Saens Peña. Dezembargador Isidro, Praça Gabriel Soares. Atrás dele vemos o bonde da linha 56 (Alegria).
Conta o Helio Ribeiro que num filme de 1940/41 vê-se que havia um funcionário da Light postado neste local, com a missão específica de acionar o desvio para cada bonde que se aproximava da agulha situada um pouco à frente da mulher de saia preta. Isto porque havia bondes que vinham pela Sete de Setembro e precisavam entrar na avenida Passos, e outros que passavam direto, rumo da rua da Constituição. Para evitar engarrafamentos que ocorreriam caso o bonde tivesse de parar para o condutor mudar a chave do desvio, então aquele funcionário observava qual era a linha do bonde e já sabia para onde ele se dirigiria. Se necessário, mudava a chave antes que ele chegasse ali. Na foto, não se vê o tal funcionário. Talvez porque nessa época todos os bondes se dirigissem sempre para a rua da Constituição, sem dobrar na avenida Passos.
Perto dos bondes a saudosa carrocinha da Kibon, em frente ao prédio de "A Capital" (reparar os postes e os sinais de trânsito). À esquerda, um PM com a antiga farda, que deveria ser um suplício em dias de calor, vigia a faixa de pedestres demarcada com tachões.
 À esquerda aparece um pedaço do monumento a João Caetano, à frente do teatro do mesmo nome.

16 comentários:

  1. Um pequeno reparo no texto, que passa a impressão de que estaríamos em frente à Avenida Passos, quando estamos de frente para a Rua Sete de Setembro; não houve engano de localização, pois o monumento a João Caetano está devidamente localizado e nomeado. A Avenida Passos está à nossa esquerda, recebendo o par de trilhos onde se encontra o PM, de cáqui, tempo do Cosme e Damião.
    Na foto do Leblon, vemos um dos primeiros Land-Rover, do final da década de 40 e na foto da cidade, um Chevrolet 47 aparece na multidão.
    O anúncio do Café Cruzeiro está na ponta do abrigo do final da linha Tiradentes, semelhante aos do Largo de São Francisco, Lapa e Cinelândia (são os que me lembro).

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    1. Boa tarde! Conforme sua descrição e sugestão do WHM, segue o link do GSV: https://www.google.com/maps/@-22.9064012,-43.1823438,3a,60y,90h,90t/data=!3m6!1e1!3m4!1swGAelV1VvcheMCxAZIJ73A!2e0!7i13312!8i6656

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  2. Bom dia: Na primeira foto vemos no lado esquerdo um Land Rover.
    Já coloquei a segunda foto no meu album , lembrando que vi esse bonde trafegar pela Dezembargador Isidro muitas vezes em linha única.
    Bela foto.

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  3. Estas fotos devem ter sido reveladas nos Estados Unidos pois a qualidade é excepcional.
    O Leblon dos anos 50 era pouco povoado e parecia um pequeno paraíso.

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  4. Bom dia!

    Bonitas crianças.

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  5. Exatamente desse local eu tirei uma foto para fazer um "ontem e hoje", comparando com uma outra que tenho, também dos anos 50, onde aparece o bonde 69. Se retirarmos as pessoas e os veiculos, não há diferença. Os prédios continuam os mesmos. No prédio claro em frente, existe o Centro Cultural Carioca, Onor acontecem bailes de dança de Salão. A conservação é péssima e o madeirame parece estar ruindo.

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  6. Até os prédios tinham um jeito de condomínio em família e amigos mais chegados.
    O menino de camisa xadrez ficou aborrecido em ter que posar para a foto, mais interessado em jogar bola de gude. A caixa (de goiabada?) devia estar cheia.
    Na segunda foto o prédio d'A Capital aparece em boas condições nas fotos do Street View de outubro do ano passado. Nele tem umas inscrições em alto relevo que deve ser do tempo da loja mostrada acima.
    Quanto ao abrigo do bonde, desse eu não lembro de ter visto em fotos anteriores da Praça Tiradentes.

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  7. Bom dia ! O Biscoito colocou as coisas no lugar. Eu estava achando estranho que a foto não batia exatamente com a descrição do texto. Olhei a foto e consultei o GSV e as coisas não estavam batendo. Um dos pontos era a estátua. Outro era que, em se estando em frente à Av.Passsos, o prédio da esquerda (de esquina) é baixo, na realidade, um sobrado, enquanto que no GSV se vê, no suposto mesmo local, um prédio, também muito antigo, porém de 5 andares. Mas, com o reparo feito pelo Biscoito, tudo se encaixou.
    Bons tempos aqueles. A vida era simples, porém a qualidade era infinitamente superior à anarquia em que vivemos hoje. No meu entender, como já me manifestei antes, a única coisa que, realmente, melhorou ( e muito) foi o avanço tecnológico. De resto, está tudo infinitamente pior, principalmente a qualidade de vida. Só não enxerga isso quem é "Do Contra" mesmo, que só se manifesta para tumultuar o ambiente. Mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser divertido...

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  8. O abrigo de bondes é semelhante aos que haviam na Lapa e o Largo de São Francisco. Agora existe um vazio naquele local. Guardadores clandestinos extorquem motoristas que se aventuram a estacionar ali à noite. Nas fotos tiradas no centro do Rio naquele tempo, o que mais se vê é carro estacionado. Como era fácil estacionar! Eram "outros tempos". ### Em todas as fotos publicadas nos blogs de memória e de autores diversos onde são focalizadas pessoas, famílias, crianças, etc, tais fotos são invariavelmente de pessoas como as da primeira foto. Bonitas, bem vestidas, e principalmente, caucasianas legítimas {sem aspas}. Por que será? O Rio era uma cidade "européia"? Não existiam no Rio "outros tipos étnicos"? Havia algum tipo de preconceito? Ou o "tapete era grande o suficiente para escondê-los?"

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  9. Boa tarde, Luiz, pessoal,
    Fiquei bastante impressionado com a segunda foto, principalmente por ver a situação atual no GSV.
    Conferindo neste, o sobrado à esquerda foi revestido com um painel preto e é sede do PDT - uma pena, pois não vemos se a fachada está preservada ou não, tipo o cinema da Rua do Passeio.
    Quanto aos prédios à direita, os que estão por trás das árvores foram os que mais sofreram, um virou um alto edifício moderno, e o outro, se ainda é o mesmo, está bastante descaracterizado.

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  10. Interessante reportagem do JB sobre a situação de tradicional clube do Rio Antigo, o São Cri Cri, e o que é o futebol fora da 1ª. divisão, vide, no link abaixo:
    http://tinyurl.com/yb6rolhy

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  11. Acho que os prezados comentaristas não entenderam o texto do Darcy. Ele quis dizer que o fotógrafo estava na Praça Tiradentes, em frente à Avenida Rio Branco, e não que a rua em frente era essa avenida.

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    1. "Boa tarde".

      O fotógrafo estava na esquina da praça com a Avenida Passos, olhando para a Rua Sete de Setembro.

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  12. FF: Não está fácil para ninguém...

    https://leodias.odia.ig.com.br/colunas/leo-dias/2018/09/5573472-roberto-marinho-neto-namorado-de-fiorella-mattheis-e-assaltado-em-praia-do-rio.html

    PS - Posto 10 em Ipanema.

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  13. "Não está fácil para ninguém", ainda mais em Ipanema. Em 1975 funcionava na Rua Francisco Otaviano um quartel do Exército que era anexo ao Forte de Copacabana. Ali funcionava uma espécie de "cadastro de conscritos", para onde jovens recém alistados eram encaminhados para serem dispensados da incorporação ao serviço militar. Um de meus primos mais velhos foi receber a sua dispensa e eu fui com ele. Pude então observar um movimento intenso de jovens e também de soldados, que eram em grande número, inclusive na praia e nas ruas próximas. Seria uma redundância dizer que não havia assaltos ou arrastões. Alguns comentaristas devem lembrar disso. Mais adiante, na região do Pier e até Leblon,o único problema era a existência de maconheiros, que por sinal eram "inofensivos". O pessoal da zona norte que saltava do 416, 455, e 484, era pacífico e o único "problema" era o "calote". Seria engraçado naquele tempo alguém dizer que "não está fácil para ninguém"...

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  14. Ou muito me engano ou na foto do Leblon estamos na Rua Venâncio Flores, entre a Dias Ferreira e a Visc de Albuquerque. O prédio ao lado das crianças ainda está lá.

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