segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

CASA BERNARDELLI

 
Como esta casa quase não tem fotos disponíveis em livros e na Internet, mostramos hoje uma pintura garimpada pelo Achilles Pagalidis, com a dedicatória “A la Sra. Dª Carmen Tadareo”, É um óleo sobre tela de José Pinelo Llull, 1910.
A casa Bernardelli, ficava na esquina da Rua Belford Roxo com a Av. Atlântica, no Lido.
A praça do Lido já foi chamada de Praça Bernardelli e Praça Vinte e Seis de Janeiro.
Conta o Decourt que a primeira urbanização da praça, realizada entre os anos de 1912/1913, constava apenas de jardins e um curioso terraço que a isolava da praia. Nos anos houve a demolição deste terraço e a praça ganhou a urbanização que chegou até o início dos anos 60.
A casa, uma das pioneiras no bairro, construída antes mesmo da Av. Atlântica ter suas obras iniciadas e da Av. N.S. de Copacabana, neste trecho, ainda ser um vasto areal, era notada de longe nas fotos até o final dos anos 20, quando com o aumento das construções na Av. Atlântica e o fim da pendenga judicial que bloqueva a ocupação de grande parte do Posto 2, começou a ser escondida e passar desapercebida.
Com a morte de Rodolpho Bernardelli em 1931 e a avançada idade de seu irmão Henrique, os boatos sobre a venda ou demolição da residência começaram, principalmente com as obras nos terrenos fronteiros para a construção de um grande cinema na Praça do Lido no final dos anos 20. Entretanto, este cinema nunca se concluiu e é praticamente desconhecido, só sendo visto em algumas fotos de Malta, que acompanhava a construção de suas fundações.
Com a morte de Henrique em 1936, era dada como certa a demolição da casa, que ficou fechada por muitos anos, gerando na comunidade de Copacabana um pouco comum, naquela época, desejo preservacionista da residência. O tema foi debatido pela Imprensa, inclusive na revista Beira-Mar. Os moradores queriam preservar a casa, não só em lembrança dos dois brilhantes artistas, como também pelo significado que a casa tinha em relação à ocupação do bairro. Muitos queriam que nela fosse instalada uma escola.
Mas os apelos foram em vão e, no final dos anos 40, a casa, em relativo mau estado, foi ao chão pelas mãos da Construtora Corcovado, a que mais destruiu o bairro no período.

11 comentários:

  1. As mansões foram abaixo não só em Copacabana mas em todos os bairros. Sinal dos tempos. Uma curiosidade que tenho é saber qual a razão de o Lido ser a região mais degradada de Copacabana. FF: Foi preso pela Polícia Civil o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves. O motivo? O mesmo de sempre: Recebimento de propina por parte de empresários de ônibus. Viva os bondes. Pela implantação do VLT em todas as grandes cidades.

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  2. "Boa sorte a todos".

    Mais uma aula do Andre. Copacabana é com ele.

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  3. Bom dia a todos. A casa era um espetáculo. A família usava a casa como residência ou somente para finais de semana, nesta época, onde Copacabana nada tinha de infraestrutura? Quanto a preservação no Brasil, infelizmente é coisa que não existe. Sei exatamente o que é desfrutar do prazer de ter uma casa na beira da praia sem vizinhos nas proximidades, também sei o quanto custa a manutenção e troca de equipamentos anualmente devido a maresia, investimento com 2 alegrias, uma quando termina a construção e outra quando se consegue vender.

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  4. É curioso não haver muitas fotos desta belíssima casa. Lembro de ter visto uma no blog do Decourt ou talvez aqui mesmo no SDR quando o fotógrafo estava no terraço da casa e a foto pega um pedaço da mureta do terraço, na direção do posto 6.
    Na ocasião da pintura a casa ficava bem na então fronteira entre o Leme e Copacabana.

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  5. Bom dia Luiz, pessoal,
    Esta postagem demorou um pouco, mas é magistral!
    Existem várias fotos da casa dos irmãos Bernadelli, mas nenhuma é tão próxima, nem tão nítida como esta pintura.Ao fundo o morro do Leme, antes da implantação do respectivo Forte.
    Bem, a casa era simétrica, aparecendo aqui o lado virado para o que viria a ser a Av. Atlântica.O portão, visível à esquerda, era comum aos dois lados. Em cada uma das alas, os irmãos construíram seus ateliers: Henrique Bernadelli, pintor, e Rodolfo Bernadelli, escultor. Pelo que me consta, nenhum dos dois constituiu família, ficando até o fim de suas vidas morando ali, voltados exclusivamente para a Arte.
    Chegou a funcionar um curso de pintura na "parte do Henrique" da casa, ái pelos anos 1920.
    Mas infelizmente, perdeu-se uma oportunidade formidável de se criar um Museu Bernadelli na casa, como foi feito com Parreiras em Niterói e Benedito Calixto em Santos.

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  6. Daria para instalar um belo templo sem com um alerta na porta: tarja verde não entra....

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  7. Melhor que imóveis desse quilate tenham sido demolidos, pois aqui no Brasil e particularmente em Copacabana, fatalmente se transformariam em casas de festas e saliências, bingos {até 2006}, templos pentecostais, ou se abandonados, seriam abrigo de crackudos ou mesmo de "regalo sexual" para necessitados. Em um local privilegiado como esse, não há espaço nem condições econômicas para se manter ou alugar esse tipo de imóvel. Aliás morar em casa no Brasil é altamente temerário. FF: A partir de Janeiro "a casa vai cair" para muita gente no Brasil e no Rio e muita gente vai morrer diante da reação do Estado e do País ante um "mar de lama" muito pior do que no passado. Vamos aguardar...

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  8. Cadê o Sr "contra mão" vulgo do contra? Uma casa nesse estilo não combinava com Copacabana. É por isso que sou do contra.

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  9. Boa noite ! Segundop informações aqui difundidas, inicialmente as construções iam até a praia, não havendo nem Av.Atlântica e nem outra qualquer. Entretanto, do lado da casa voltado para o mar, aparece um poste de iluminação e algo que se parece com uma pista que era usada, pelo menos, para pedestres. Alguém teria mais informações a respeito ?

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    1. Existem inúmeras fotos mostrando uma via pavimentada que seria a avenida N.S.de Copacabana antes mesmo da abertura da Av.Atlântica.

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  10. Existe uma foto, sim, que como designer do projeto no livro Copacabana, Subsidios para sua História (RIOTUR, 1992), a publiquei. É uma foto de Augusto Malta , do arquivo do MIS.

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