quinta-feira, 7 de março de 2019

CENTRO



 
A Igreja da Ordem Terceira de N.S. do Monte do Carmo fica na Rua Primeiro de Março, no Centro. Estiveram envolvidos em seu projeto Manuel Alves Setúbal (1755), Frei Francisco Xavier Vaz de Carvalho (1755) e Manuel Joaquim de Mello Corte Real (1846).
O prédio é em estilo barroco jesuítico, imitando a Igreja da Ordem Terceira do Carmo da cidade do Porto.
 
Já a Igreja e Convento de N. S. do Monte do Carmo, ex-Catedral Metropolitana, é vizinha da anterior. Estiveram envolvidos em seu projeto Manuel Alves Setúbal (1761), Pedro Alexandre Cavroé (1816) e Raphael Rebecchi (1910).
 
O prédio também é em estilo barroco jesuítico, imitando a Igreja do Convento do Carmo, no Porto.


Em 1808 D. João VI transferiu para este local a sede da catedral. Foi Catedral Metropolitana até 1980.
Vemos uma região das mais antigas da cidade, o antigo Terreiro da Polé, conquistado ao mar, através de aterros. Originalmente o mar batia onde é hoje a Primeiro de Março. Neste aterro foi construído o Armazém Real e a Casa da Moeda. No século XVIII, o Conde de Bobadela constrói a Casa dos Governadores, que depois passa a ser o Paço Real e a seguir o Paço Imperial.
O conjunto está até hoje razoavelmente preservado.
Foto 1: cartão-postal de A. Ribeiro, coleção do Klerman Wanderley.
Foto 2: Leuzinger – século XIX.
Foto 3: foi garimpada pelo Julio Reis.

19 comentários:

  1. Nosso prezado Patrício, já comentou sobre a foto de Leuzinger, de 1865: “Existe uma diferença entre a foto que é impressa em um livro e o original. No presente caso trata-se de uma albumina que, com o passar do tempo, tem propensão a se esmaecer e, se não houver cuidado com a conservação, ela desaparece por completo. A cor original da foto de albumina, na época em que foi clicada, seria de um tom levemente violáceo, que vai ficando cada vez mais amarelado com o tempo. Para se ter uma ideia deste processo irreversível: de mais ou menos 400 albuminas que tenho, talvez só umas 10 apresentem um resultado próximo ao inicial. O albumem também tem uma característica especial - era sensibilizado à luz natural e necessitava de um papel finíssimo - assim, para evitar que as fotos se enrolassem era preciso colar as mesmas em um cartão.

    É raríssimo ver uma Albumina solta. Hoje a tendência é que as fotos sejam retocadas no Photoshop para posterior publicação - de uns dez anos para cá é o que acontece - originando imagens de altíssima resolução, que o original não tem."

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  2. A terceira foto é um autocromo?
    Solidarizo-me com o solitário burrico no centro da segunda foto. Seria Lulu sem o Dudu ou vice-versa?

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  3. Mais uma vez vale o vivendo e aprendendo.Hoje,aulas diversas.

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  4. Não é sem razão que a praça XV era o "centro nervoso" do Rio de antanho. A região da "Rua Direita" detinha além dos prédios públicos e das igrejas mais importantes, as chamadas "casas de grosso". Essas casas comerciais tinham dimensões bastante generosas e vendiam de tudo na então tosca e rudimentar economia brasileira. Tecidos, utensílios, roupas, sapatos, remédios, escravos, serviços, e tudo o mais que pudesse ser comercializado. Além de funcionar como escritórios de importação e exportação, os "comerciantes de grosso" gerenciavam "consórcios" onde investidores compravam "cotas de participação" de expedições cujo objetivo era a captura de negros na costa ocidental africana. Os lucros eram divididos no final, depois de contabilizadas as "perdas" que muitas vezes ultrapassavam os 50%. A partir de 1831 essa realidade começou a mudar com a chamada "Lei Feijó", uma lei que originou a expressão "para inglês ver", mas isso é uma outra estória.

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  5. Bom dia, Dr. D'.

    Passava frequentemente por essas igrejas mas nunca entrei. No máximo olhava para dentro quando a porta principal estava aberta. Lembro ter olhado a da Santa Cruz dos Militares em dia de casamento.

    Vou poupar os comentaristas acerca dos últimos acontecimentos escatológicos.

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  6. Bom dia, Luiz, pessoal,
    A primeira foto é necessariamente posterior a 1894, data da inauguração do monumento equestre a Osório. É interessante notar que este é o local onde seria erguida uma coluna monumental comemorando a vitória sobre o Paraguai em 1870. D. Pedro II, modesto como sempre, recusou, dirigindo os recursos levantados para a construção de escolas, como fez em relação à sua própria estátua. Coube à República homenagear o general.
    A última foto mostra muito bem o adro da igreja do Carmo, obra belíssima de serralheria. Quase todas as igrejas perderam seus adros na época de Pereira Passos, devido ao alargamento de muitas ruas.

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  7. Incompreensível para muitos, existirem duas igrejas, lado a lado.
    Jaime Moraes

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    1. Taí,pode ser incompreensível até certo ponto.Eu,por exemplo,gostaria de ter uma outra igreja ao lado da minha.Só para atender tarja verde.....

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  8. Bela sequência de fotos, principalmente porque só a praça propriamente dita sofreu grandes alterações ao longo do tempo.
    A construção onde fica o Arco do Teles já teve momentos de decadência na conservação, mas foi recuperado e o Paço, que não aparece na foto, foi desfigurado no século passado já voltou à sua configuração histórica.
    Para as igrejas só elogios, mas não sabia que a Catedral Metropolitana tinha demorado até 1980 para mudar de endereço.
    Na foto 2 temos um fila de veículos de tração animal. Seriam tílburis? Nesse caso não temos especialistas para informar, exceto, talvez, o Dr Pintáfona.

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  9. Se o espírito cristão do brasileiro fosse proporcional à sua prodigalidade em construir igrejas suntuosãs, o Brasil seria o país mais desenvolvido do planeta. Entretanto o período "fértil" dessas construções coincidiu a fase mais negra de sua história onde a escravidão foi uma de suas maiores máculas. Com relação ao comentário das 10:11, causa estranheza a "simplicidade de Pedro II", já que foi um dos maiores responsáveis pelo atraso da sociedade brasileira.

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    1. Joel, D.Pedro II teve uma formação arcaica, mesmo para os padrões da época; de fato, a monarquia portuguesa (consequentemente, a brasileira também)não era das mais abertas para o progresso.
      Mas ele não era dado a receber grandes homenagens materiais, como estátuas, principalmente se comparado a reis da Europa.
      Visitantes do palácio na Quinta da Boa Vista testemunharam que as condições de vida da família imperial eram bem mais modestas do que as de nobres de titulação inferior.

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  10. Boa tarde a todos!

    FF: Na verdade não tão boa assim, pois, ao passar pelo IlhaFace do Prof. Jaime Moraes descubro mais uma agressão à Ilha. Reproduzo o texto (desculpe, Jaime, nem pedi sua autorização):
    "A SMAC Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente autorizou a derrubada de 74 árvores dentro da área da Fazenda Cabaceiro onde um grande empreendimento imobiliário conseguiu retirar o tombamento que atrapalharia a construção de dois prédios habitacionais no lugar. Entre as 74 árvores estão algumas frutíferas e muitas centenárias que acompanharam por muitos anos a história da fazenda e do próprio bairro da Ribeira.
    Mais uma vez a Prefeitura destruindo a vegetação na Ilha do Governador."

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    1. O Prefeito se supera a cada dia. Que administração lamentável.

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    2. Náo posso reclamar pois votei no Bispo.

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  11. Boa tarde a todos. Que beleza de trabalho o Adro da Igreja do Carmo, uma pena ter sido removido. Se fizessem a restauração decente dos imóveis que ainda restam na Primeiro de Março, certamente teríamos uma bela rua com parte da história da cidade. Infelizmente hoje se torce para os imóveis o final do século XIX ainda no centro da cidade peguem fogo, para se tornarem prédios ou estacionamentos. Outro dia passando pela R. da Assembléia observei a construção de vários novos edifícios, onde antes existiam belos casarões, inclusive o da Casa Lidador. É essa a intensão do Pactual com os imóveis que hoje existem na Rua da Carioca. Mas para que preservar a história, afinal de contas a verdadeira história do Brasil é aquela que a Mangueira contou na Avenida.

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    1. É isso mesmo Lino. Se você leu 1984 de George Orwell encontrará um paralelo, já que a "esquerda lacradora" quer com esse enredo "reconstruir a história" sob sua míope e doentia ótica. Dessa forma, "segundo tal disparidade", os verdadeiros "heróis" são negros, índios, bandidos, pederastas, e anormais, numa frenética alucinação. Para fins de esclarecimento, o termo "esquerda lacradora" vem da gíria lacração, cujo sentido nesse caso é "quando não há argumentos sólidos e coerentes para desconstruir uma verdade, tratam de inventar mentiras, inverdades, ou ilações com o fito de destruí-la". Daí a esquerda apesar de seu "profícuo vocabulário" utiliza o termo "lacrar". Em seguida "inventa-se uma história" para substituir a veracidade dos fatos. Assim tem ocorrido em países socialistas, e obviamente tem sido copiado aqui no Brasil. Quem financiou o carnaval da Mangueira? Você ainda tem dúvidas?

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  12. Pelo visto num "sítio" de memória pode-se comentar sobre política. Os EUA precisaram emponderar bastante e lutar pelos direitos civis, até conseguiram eleger um presidente negro. Ainda estamos longe disso e do que eles atingiram.

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