segunda-feira, 22 de abril de 2019

ADEG X SANTO INÁCIO



 
Em maio de 1964 o campo de futebol do Colégio Santo Inácio foi palco de um jogo histórico. O forte time dos alunos, habitual vencedor de jogos contra outros colégios, jogou contra o time da ADEG (Administração dos Estádios da Guanabara), composto de veteranos jogadores profissionais que trabalhavam lá na ADEG.
O jogo, assistido por cerca de duas mil pessoas, foi organizado pelo ex-aluno e grande craque do futebol de praia, Rafael Almeida Magalhães, vice-governador do Estado da Guanabara.
Na foto do time da ADEG vemos grandes craques, alguns pouco depois de se aposentarem dos gramados, como, em pé:  XX, Esquerdinha (Fla), Tomé (Botafogo), Paulinho de Almeida (Vasco e Sel. Brasileira), Telê (Flu) Paraguaio (Botafogo), Claudio (goleiro do Flu, Santos e Sel. Brasileira). Agachados: Barbosa (Vasco e Sel. Brasileira)), Nilton Santos (Botafogo e Sel. Brasileira), semiagachado Castilho (Flu e Sel. Brasileira), Ademir (Vasco e Sel. Brasileira), Orlando Pingo de Ouro (Flu) e Lima ((?).
O ótimo time do Santo Inácio jogou com: Seixas, Pacheco, Pontes, Pinto, Roberto Zagari, Mauricio Souza. Agachados: Tatavo Hermeto, Paulo Rodrigues, Luiz Sergio Zagari, Eugenio Decourt e Nico Parente.
Um profissional recém-aposentado é muito melhor que amadores em forma. Não houve jeito. Um contundente 7x1 para o time da ADEG.
Ademir fez 1x0 e Roberto Zagari empatou. Mas depois foi um massacre. Ademir, Esquerdinha e Castilho (que jogou na ponta-esquerda) marcaram ainda no primeiro tempo. No segundo tempo Nilton Santos fez dois gols e Orlando encerrou o placar.
A primeira foto mostra o atual renomado Urologista Paulinho Rodrigues disputando um lance com o grande Nilton Santos, que apenas dois anos antes tinha sido campeão do mundo no Chile e bicampeão carioca pelo Botafogo.
 
Grandes jogadores de futebol passaram pelo Santo Inácio. A maioria não seguiu carreira profissional, mas não posso deixar de citar alguns reconhecidos no meio futebolístico como Luiz Paulo Tovar que, mesmo amador, chegou à Seleção Brasileira como reserva de Zizinho e atuou como grande craque no Botafogo. Ao se formar médico abandonou o futebol.
 
No futebol de praia grande destaque para os ex-alunos Rafael Almeida Magalhães (no Radar), Gugu (no Lagoa) e Mosquito. Tovar e Gugu talvez estejam entre os 10 melhores do século XX na praia.

25 comentários:

  1. Parabéns ao prezadíssimo Rouen pelo aniversário. O Arqueologia do Rio faz falta.

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Muita gente seguiu "carreira" na praia, mas alguns ainda fizeram sucesso nos gramados, jogando ou apitando.


    O Eugenio é parente do Andre?

    O francês faz aniversário junto com o Brasil...

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  3. Se o jogo foi em 64, o Cláudio ainda estava em plena atividade,penso que jogando no Bonsucesso.Ate mesmo o Castilho não havia aposentado,pois jogou salvo engano em Belém antes de virar treinador.Muito bom resgate.Volto mais tarde.

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  4. Sensacional !!!!!!
    Depois vem o comentário

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  5. Bom dia a todos. A postagem de hoje relembra os tempos em que jogar bola era a diversão maior da garotada, além dos times profissionais, tínhamos os campeonatos do D.A., do Sindicato das Indústrias, dos Comerciários, Campeonatos de Times de Bairros e o Campeonato de Pelada do Aterro patrocinado pelo J.S., este campeonato poderíamos chama-lo de Copa do Mundo da Pelada, sem contar que praticamente cada rua da cidade tinha um time de pelada. O campo ou campinho de pelada era o local de encontro da galera após as aulas, nestes havia a plena democracia, jogavam pobres, ricos, remediados, brancos, pretos, índios, estrangeiros, nacionais e até deficientes físicos dependendo do problema, os sábados à tarde e os domingos pela manhã, era quando se realizava os clássicos das peladas, normalmente jogos entre os melhores times ou dos times que tinham rivalidade, nestes jogos não era raro acontecer uma briguinha. As peladas, peladas mesmo ou rachas, o par ou impar era a forma democrática de seleção, onde os goleiros quase sempre tinham a primazia de fazer as escolas, só perdiam esta primazia para o dono da bola.

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  6. A grande vantagem que o futebol proporcionava era a de congregar em uma mesma atividade indivíduos de origens, níveis sociais, e vieses completamente díspares, algo verdadeiramente espantoso. Assim o médico, o engenheiro, e o advogado, compartilhavam com o pedreiro, o garçom, e o feirante, uma mesma atividade sem qualquer problema. Isso era tão admirável como é cada vez mais raro, já que vivemos em tempos de "conflitos ideológicos, sociais, e raciais". Quando garoto eu jogava "peladas" com garotos de diversas origens em diferentes locais e cito dois casos específicos: Em um deles um menino da mesma idade que eu, filho de um porteiro muito digno, e que pertencia à mesma turma de "peladeiros", se transformou em um perigoso assaltante e morreu baleado em 1986. Um outro garoto eu encontrei também nos anos 80 preso em um xadrez de uma delegacia. Duvido que esse tipo de convivência saudável exista nos dias atuais, a não ser em "ambientes democráticos" onde todos compartilham do espaço "irmãmente": A cadeia! E mesmo assim se o "preso" não tiver nível superior...

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  7. Voltei,e ainda na dica do comentário anterior,lembro que o goleiro Claudio faleceu bem jovem,ao que parece v´tima de câncer e que Castilho tirou a própria vida acho que por volta dos ano 80,pois na década de 70 andou treinando alguns clubes.Estive com ele quando treinava o Vitória da Bahia.Barbosa,Ademir e Esquerdinha já deviam ser bem veteranos e Nilton Santos não lembro quando parou.O Lino pode falar melhor....
    O Flamengo cumpriu com o esperado e agora é que vai testar sua força.Não vai faltar gente para torcer contra.....

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    1. Belletti, este time da ADEG era um timaço, mesmo com Barbosa com 41 (entrou no final, pois o Claudio que jogou a maior parte do tempo), Ademir com 40 (eu estava atrás de um gol e fiquei impressionado com a violência do seu chute) e Esquerdinha com 38, ainda jogavam muito. Imagine então o Nilton Santos com 39, que havia encerrada a carreira um ano antes. O Tomé tinha 35 e o Claudio, goleiro, apenas 24 anos, em plena atividade profissional. Claudio, com esta idade estava jogando com Rildo, Carlos Alberto, Joel Camargo, Geraldino, Lima, Mengálvio, Toninho, Mengálvio, Coutinho, Almir, Pelé.
      Não teve nem graça. Nem sei como o Santo Inácio fez um gol.

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    2. Pensando bem,não eram tão "veteranos" assim.Ao que me recordo talvez somente o Pingo de Ouro e Paraguaio sejam mais dos anos 40 início dos 50.Os outros atravessaram bem a década de 50..Paulinho de Almeida por exemplo,ficou no Vasco por muito tempo e foi do time supercampeão. E o Telê foi campeão de 59 pelo Flu..De fato,uma boa seleção.

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    3. O Paraguaio,vi jogar pelo Botafogo no início da década de 1950. Batia pra caramba!Mas o Vasco venceu o jogo.

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  8. Nada mais que obrigação vencer este torneio sem sal chamado carioquinha e devia ter feito de forma diferente vencendo todos os turnos e somando maior pontos no geral.E andou empatando com o Vasco em cima da hora e perdeu uma para o Fluminense o que inconcebível para os milhões que vem gastando e tem que trucidar os adversários.Vamos ver é na Libertadores onde já fez uma bobagem e no Brasileiro pois de repente fica empatando e perdendo para Goiás,Fortaleza,Avaí e outras babas da tabela.Apesar de continuar injuriado com o que aconteceu lá no Ninho do Urubu vou ver se consigo ficar de fiscal e zoando minha corneta na diretoria da vez.

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  9. Em 64, com 6 anos não pensava muito em futebol. Mas o POST é antológico sob todos os aspectos.O que posso acrescentar é que conheci o inteligentíssimo e hábil Raphael. Segundo consta o Lacerda fechava o jardim botânico para ele passear e namorar com a Mitzi. Trabalhei com o pai dele , o temido de. Dario de Almeida Magalhães, o DAM. Advogado culto e combativo , era um talento. Com quase 80 anos ditava petição durante 4 horas para o Jonas seu secretário, que datilografava na máquina elétrica.
    Voltando ao Raphael , advogou para o Afonsinho, na briga com o Madureira, salvo engano. Ainda peitou o MDB fluminense Fluminense de Jorge Leite e outros. Saudades do Rio!

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    1. a briga foi com Botafogo e ele estava emprestado ao Olaria. tinha mistura de política com cabelo comprido. Raphael ou defendeu no STJD

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    2. Eram outros tempos! O MDB de "Taxas Freitas", Jorge Leite, e seu queridinho Miro Teixeira, era como um clube de adolescentes escoteiros se comparado com o MDB de Cabral, Picciani, Paulo Melo, e Temer. Como se vê, até na qualidade dos caciques políticos o RJ evoluiu...

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  10. Tive a honra de estudar no Santo Inácio no ano de 1958, e jogando um bom futebol, modéstia à parte, cheguei a integrar a sua seleção dos médios. Da minha época, o nome que obteve o maior destaque, esportivamente falando, foi o antigo árbitro José Roberto Wright. Saudades daquela época.

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  11. De vez em quando é possível constatar como o SDR atinge a muita gente. Recebi hoje, duas vezes, o link desta postagem. Foram enviados por conhecidos que não sabiam que o autor era eu. Alguém lê, compartilha e por aí vai.

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  12. Compartilhei com meu grupo de Santo Inácio, mas vai com o link , crédito etc. Maldade é a pessoa se atribuir a autoria do link. Internet é poeira no vento.

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  13. Discordo do Corneteiro. Quando o Fla faz grandes investimentos os resultados são pífios e quando disputa com jogadores nível reco reco-bolão-azeitona obtém melhores resultados. A história mostra isso.

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  14. Reconheci o Esquerdinha de primeira, pois ele é um dos personagens das revistas sobre futebol que ainda tenho da coleção do meu pai.
    Já o Nilton Santos não saiu bem na foto e sem a escalação no texto não saberia quem era.
    Esse time da ADEG estava acima da média, mas normalmente é assim mesmo, times de veteranos, com toque de bola, costumam esperar a garotada cansar, ganhando ou pelo menos apertando mais o adversário nos minutos finais.
    E nos jogos seguidos de times de peladeiros mais ou menos do mesmo nível, do tipo "quem perde sai'', a turma que entra também não pode começar no embalo de quem vem ganhando, é preciso esfriar o ritmo do outro para tentar equilibrar.

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  15. Gostei. Futebol tem um feitiço que mexe com o coração de qualquer peladeiro. Muito bom relembrar aqueles tempos e aqueles craques. 👏👏👏

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  16. Meus caros, eu joguei este jogo, sou o Pinto. Entrei no segundo tempo no lugar do Nico Parente. O time da Adeg exigiu que não houvesse impedimento no jogo.
    O melhor do time da Adeg foi o Tele, um monstro de classe e eficiencia.
    Grande abraco em todos os Inacianos.

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    1. Pinto era craque. Jogou forçando turma, pois era uma série abaixo de todos os outros.

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    2. Verdade, jogava no time convidado pelo Mauricio este sim um jogador excepcional. Todos neste time eram craques.Fiquei muito honrado por ter sido convidado a jogar com eles.

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    3. Verdade, era da turma abaixo, fui convidado pelo Mauricio este sim um craque excepcional. O time marcou época, ganhava de todos os outros colégios. Fiquei honrado com o convite , joguei muitos jogos com esta turma.

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  17. Reza a lenda que neste dia o Inesquecível Nilton Santos tomou uma caneta do jovem craque de futebol insinuante: Eugênio Decourt.

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