 |
As duas fotos de hoje referem-se à construção da Autoestrada Lagoa-Barra. São do início da década de 80. Um módulo do Conjunto Habitacional São Vicente (Minhocão) foi demolido para passagem das pistas. Alguns advogam que não houve prejuízos para os moradores daquela ala, pois foram transferidos para três novos blocos de apartamentos, construídos nos fundos do Conjunto São Vicente, com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas e toda a orla marítima do Leblon e Ipanema, sendo inclusive os imóveis acrescidos de mais um quarto.
O prezado Andre Decourt fez um extenso "post" sobre este assunto, que reproduzo parcialmente aqui. "A PUC, certamente ajudada pela igreja Católica e vários de seus ex-alunos que ocupavam altos postos em nossa sociedade, fez forte "lobby" para o traçado da via se desviar do campus. Ficaram então as duas alternativas, a de número 2 seria a melhor, mas a mais cara e demorada. Resolveu-se, então, fazer a de número 1, a que temos hoje, verdadeiro absurdo, primeiro pela forte rampa, pois a diferença entre as cotas da Gávea e a boca do túnel Zuzu Angel é enorme.
Esta rampa, no sentido Lagoa-Barra, provoca lentidão, pois veículos pesados ou de pouca potência têm grande dificuldade de galgá-la, fazendo-o em baixa velocidade e atravancando o trânsito. Já no sentido oposto a grande inclinação dá aos veículos forte aceleração, sendo a causa de tantos acidentes, muitos com mortes naquele trecho.
Para a construção o então Governo do Estado do Rio de Janeiro fez uma permuta com a PUC onde 41 mil metros quadrados de encosta não edificantes, foram trocados por uma área plana de 21 mil metros quadrados, juntinho da Marques de São Vicente, área esta da já renomeada CEHAB, terra esta do antigo Departamento de Habitação do Distrito Federal e destinado a parte do conjunto do Parque Proletário da Gávea.
Foi imposta a condição de construção de salas de aula, mas o que vimos por muitos anos foi um grande estacionamento. Mas o pior de tudo foi cortar um prédio residencial com uma das vias mais movimentadas de nossa cidade: 48 apartamentos deveriam ser demolidos, ou seja, um bloco inteiro do prédio.
Mas a boa estrutura e a criatividade dos engenheiros do DER-RJ, grande parte oriunda da equipe de elite feita na época da Guanabara, descobriram um meio de demolir as lajes dos pavimentos inferiores sem derrubar o resto do “módulo”, sendo então perdidos “apenas” 21 apartamentos. Para se evitar o barulho deveriam ser construídos 2 túneis acústicos, mas só um deles foi executado, protegendo a PUC. Já os moradores do edifício ficaram expostos ao barulho, o que foi um dos maiores absurdos urbanos de nossa cidade."
Pois ontem, provavelmente tendo como uma das causas a falta de manutenção, por pouco uma nova tragédia com perda de vidas humanas não se abateu sobre a cidade. A queda de parte do túnel acústico transformou o trânsito num caos.
|
As fotos não deixam dúvidas de quão inadequada foi a alternativa escolhida para a realização do projeto. Como sempre, interesses diversos se sobrepondo aos interesses legítimos de uma melhor mobilidade urbana. Uma prima de minha ex-mulher foi uma das "felizardas" que teve apartamento desapropriado, recebendo em troca um outro situado a poucos metros do Minhocão em um bloco construído especialmente para esses "desabrigados". A influência maléfica da PUC que vem se mantendo através dos anos, se reflete no "imbróglio" que se transformou a não construção da estação do Metrô Gávea, sem contar que nos últimos 30 anos se constitui a exemplo de outras universidades, em "baluarte" da doutrinação comunista cuja influência tem sido catastrófica para o país, e onde o consumo de drogas, o desprezo pelos símbolos nacionais, o incentivo à ideologia de gênero, à prática desmedida de lesbianismo e de pederastia são corriqueiros.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDúvida: alguns locais informam que o túnel é de 1971, mas a autoestrada foi inaugurada em 1982. A segunda data está certa, mas e a primeira? Será que não confundiram com o Joá?
É o SDR em cima do lance.Otima postagem não só pelas fotos mas pelas informações.O Rio não merece tanto descaso.
ResponderExcluirRealmente uma vergonha com grupos de poderosos que não pensam na cidade e sim nos próprios interesses quse sempre escusos.
ResponderExcluirSe não me falha a memória o túnel acústico foi construído pouco tempo depois da inauguração do Túnel Dois Irmãos. Na época da inauguração o acesso ao túnel se fazia de forma diversa e era de forma oblíqua em relação ao acesso atual, podendo ser também acessado pela Marquês de São Vicente. Os acessos e o entorno após a saída em direção à Barra eram precários e grande parte ainda era de terra, principalmente na região da Rocinha. Foi na pista em direção à Gávea e mais ou menos na altura do futuro Shopping Fashion Mall que ocorreu o "acidente" que vitimou Zuzu Angel em 1976.
ResponderExcluirBom dia a todos. Falta de manutenção, está faltando em tudo que é de responsabilidade do Município, Estado e Governo Federal. Não temos cultura de manter e preservar. Temos a filosofia de construir para destruir e reconstruir novamente. O maior problema do Rio de Janeiro é que está infestado de pessoas que vieram para o Rio para se aproveitar do Rio, tirar proveito da cidade e do Estado, e ainda dizem que são Cariocas por amor e adoção, porém nada fazem por melhorar e/ou preservar as coisas da Cidade e do Estado. E mais não digo, para não ser mal interpretado.
ResponderExcluirAsseguro que houve pressão forte para passar a estrada no meio do campus da PUC o que inviabilizaria a universidade e já havia terreno pronto para reconstruir a PUC na Barra , como chamariz para a ocupação do bairro.
ResponderExcluirJá postei isso aqui mas nunca é demais repetir: Cada vez que a PUC é mencionada, me vem à mente o ambiente depravado que é mostrado no filme Tropa de Elite I. Um absurdo! Também acho injusto APENAS a PUC receber essa fama, pois aquelas lamentáveis cenas não são um "privilégio" dessa universidade, já que são uma rotina em quase todas as universidades brasileiras.
ResponderExcluirBoa noite a todos.
ResponderExcluirO Lino disse tudo. O Rio de janeiro, infelizmente, padece de uma migração e imigração que deixa muito a desejar, somando aos problemas que já existe aqui.
Não é por nada não, mas se continuar desse jeito, vai chegar um momento que coisas piores acontecerao como a queda da ponte Río/Niterói ou então, pior ainda, vazamento da usina nuclear de Angra dos Reis. Seria essa uma Chernobyl dos trópicos???
Realmente o Rio recebe migrantes que deixam muito a desejar, e em todos os níveis, os últimos notórios foram dois de São Paulo, um tornou-se governador e o outro, presidente.
ResponderExcluir