Vemos uma foto tirada pelo meu sogro em 22/07/1951. Notar o prédio do Cinema Miramar e o gabarito baixo de quase todos os prédios do Leblon, o que permite visão até da pedreira da Lagoa, perto do Corte do Cantagalo.
Havia retornos para automóveis em frente a todas as ruas. De assinalar o volume de tráfego na pista da praia, sentido Ipanema. Na esquina da Rua General Artigas já se vê o final da construção do Cinema Miramar, que seria inaugurado em 10/11/1951, com 1259 lugares. Foi um dos mais agradáveis cinemas da Zona Sul (fechado em 1973). Na época de sua inauguração era vizinho do Bar Columbia, que ficava na mesma esquina.
No Leblon, além do Miramar havia o Cinema Leblon, na esquina da Ataulfo de Paiva com Carlos Goes.
O Cinema Miramar ficava na Rua General Artigas nº 14, esquina com a Avenida Delfim Moreira. O ano da foto deve ser 1971, pois o filme em cartaz é “Trafic”, dirigido por Jacques Tati. Neste filme ele interpreta Mr. Hulot como um designer de automóveis que viaja até Amsterdam para um “salão do automóvel”. A viagem é uma comédia.
Nesta foto, provavelmente de 1951, vemos em cartaz no Miramar o filme "A Bela Carlota" ("Golden Girl"), com Dale Robertson e Mitzi Gaynor. É um musical ambientado no período da Guerra Civil americana.
Era uma maravilha ir neste cinema e se deslumbrar com a vista da praia quando as portas de saída eram abertas ao final da sessão. E, como se pode ver no cartaz, era um tempo em que os horários eram 2-4-6-8-10 ou, quando o filme era menor, 2-3,40-5,20-7-9,40, e não como hoje, com múltiplos horários e filmes na mesma sala.
Assistir a uma sessão no Miramar e depois tomar um chope no Degrau, no Diagonal (que então se chamava Café e Bar Porto do Mar - "Portinho" para os íntimos), no Real Astória ou na Pizzaria Guanabara, era um programaço.
A foto é de 1973, um pouco antes da demolição. Não há filme em cartaz e o cinema já está sem portas e janelas. Vendo o letreiro sem letras lembrei da história que um dos mais veteranos comentaristas do "Saudades do Rio"contou: a turma dele, de vez em quando, subia na marquise de madrugada e trocava as letras do filme em cartaz usando as muitas letras que ficavam sobre a marquise .
O infrator era o Candeias, que participou da mudança de "Caçada Humana" para "Cagada Humana" e, também retirou as três últimas letras do cartaz do fim "O Cupim".
Em cartaz "Candelabro Italiano", filme de grande sucesso do início dos anos 60, com o galã Troy Donahue, a belíssima Suzanne Pleshette, Angie Dickson e Rossano Brazzi. O tema musical era "Al Di Là", cantado por Emilio Pericoli. Era o tempo das maravilhosas músicas italianas, presentes em todas as "festinhas".
Grandes lembranças do Miramar com sua bilheteria do lado da General Artigas e com as portas de saída dando direto na praia. Eu adorava frequentar o Miramar assim como o Leblon, o Astória, o Bruni-Ipanema, o Pax, o Pirajá e o Ipanema, todos relativamente perto de casa.
ResponderExcluirQue saudade do Miramar! era na minha rua e facinho de chegar. Uma vez por ano, tinham os festivais Tom & Jerry e do Gordo e o Magro. Era uma delícia a saída pelo portão em frente a praia, sentindo o cheirinho da maresia. Meu irmão mais velho e sua turma, de madrugada, pegavam uma escada longa e alteravam o letreiro dos filmes para formar um palavrão ou uma outra coisa diferente. Traquinagem de jovens. Pela manhã, quem passava em frente caía na gargalhada. Meu pai quando soube, deu-lhe um tremendo esporro.
ResponderExcluirRindo muito! Não fui o autor das trocas de letras, mas bem que gostaria de ter tido essa ideia...
ResponderExcluirO Ronaldo Barbosa Lima, craque de futebol de praia do Grêmio Esportivo Leblon, levou um dia um morcego e soltou no meio de uma sessão. Os rasantes do animal provocaram gritos e correrias. A projeção foi interrompida e as luzes acesas em seguida.
Bom dia.
ResponderExcluirEsse deixou saudades e seu fechamento em 1973 foi mais um dos acontecimentos que fez parte do processo de transformação e mudança (inevitável e para pior) que atingiu Ipanema e Leblon.
O Rian (1932 - 1983) resistiu mais dez anos.
Na penúltima foto vemos rapazes com calças boca de sino e o poste tipo pirulito com o nome da rua. Típico dos anos 70.
ResponderExcluirLembro bem do Miramar, mas nunca entrei.### FF: Tendo em vista a chuva que está caindo e com a previsão de um grande temporal, sem querer "usurpar funções alheias no SDR", não posso deixar de mencionar uma piada do saudoso Costinha. Será que eu devo?
ResponderExcluirHoje, o Costinha não poderia mais contar nenhuma piada com essa babaquice de homofobia e racismo. Conta aí, Joel.
ExcluirManda lá, Joel.
ExcluirO Costinha é patrimônio cultural, é permitido.
Pois é, em um ponto de ônibus uma "bichinha" estava ao lado de um homem forte, bem apessoado, e resolveu puxar assunto: "Olá, tudo bem?" O homem respondeu meio aborrecido: "Tudo bem!" A bichinha continuou: "Será que vai chover?" O homem já p... da vida respondeu: "Porra, vai chover pra car....o!" Ao que a bichinha alegre respondeu: "Ahhh, assim eu vou botar a goteira!"
ExcluirKkkkkk.....esse Costinha era f....da! a cara dele contando uma piada estará sempre na minha memória. E as bocas?
Excluir"Babaquice"? Tá "serto"...
ExcluirMauro Marcello, um show do Costinha no teatro era impagável. Atualmente, constar uma piada do Costinha em público pode ter "consequências sérias". Solução melhor encontrou o "bêbado" que entrou no ônibus e em frente à roleta gritou: ""Olha aí, desse lado só tem corno e desse lado só tem viado!" Um passageiro indignado levantou-se e gritou: "Eu não sou viado!" Ao que respondeu o bêbado: "Então passa para cá!". Imagine, o cara ainda "passou recibo". A gente era feliz e não sabia.
ExcluirTroy Donahue foi uma paixão da minha adolescência. Assisti a Candelabro Italiano várias vezes no cinema Rian junto com minhas amigas do Sacré-Coeur de Marie. Ele se casou com a Suzanne Pleshette mas durou pouquíssimo o casamento para minha alegria na época. Acompanhei a carreira dele e poucos sabem que participou do filme O poderoso chefão mas já não era mais tão bonito quanto na juventude. Nesse filme ele foi noivo da filha do Marlon Brando.
ResponderExcluirSacré-Coeur me faz lembrar de uma sumida comentarista, Tia dos muitos "pimpolhos" que apareciam no SDR.
ExcluirA tela do Miramar ficava neste paredão de frente prá praia. Havia duas portas de saída, uma em frente a orla, ao lado da tela, que aparece bem na última foto e a outra dando de frente para a General Artigas. No meio da platéia tinha um largo vão entre as fileiras das poltronas para o escoamento do público pela General Artigas.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSobre a postagem não posso contribuir. Mas o alerta de temporal é sério. Já choveu desde a madrugada e agora está chovendo pouco. O pior está previsto para a partir da tarde.
Levantei por volta de 5h e já chovia forte. Petrópolis decretou ponto facultativo hoje e na capital já aproveitaram um vídeo antigo para espalhar fake news sobre isso.
Dia 04/04.
Aniversário de fundação do Internacional/RS e da Escola de Samba Vila Isabel, aniversário de nascimento de Cazuza, aniversário de morte de Monteiro Lobato e de Chatô, além do assassinato de MLK. Aniversário de inauguração do WTC original, cujas torres foram derrubadas em 2001.
Anônima >>>>4 de abril de 2025 às 08:24
ResponderExcluirCandelabro Italiano foi um "achado" para o título em português no Brasil, independente da história do filme; soa bem e é difícil de esquecer. (o título original é 'Rome Adventure')
Em O Poderoso Chefão Parte II, de 1974, o personagem - noivo de Connie Corleone - se chamava Merle Johnson, nome real de Troy Donahue.
Leblon quase deserta de transeuntes.
ResponderExcluirEm 2022 passei caminhando por aí em pleno dia chuvoso, como hoje e portanto ruas também vazias, mas mês de agosto, totalmente fora de época para uma chuva mais intensa, embora menos que o previsto para essa sexta-feira.
O Candelabro Italiano era uma reapresentação de uma década ou mais após o lançamento, pois apesar do carro veteraníssimo em destaque, os outros são Ford Corcel, com 2 e 4 portas, a escolher.
ResponderExcluirPelo que eu percebi, será que algum comentarista se sentiu "intimidado?"
ResponderExcluirMário (09:06) - Ontem mesmo estava comentando com o meu o filho sobre alguns títulos de filmes em Portugal, que nos levou a dar muitas risadas. Mas depois, pensando bem, alguns títulos de filmes aqui no Brasil ficaram horríveis. O pior, pra mim, foi 'O Poderoso Chefão' (seria melhor o original O Padrinho).
ResponderExcluirA troca das letras do letreiro do Miramar eram uma atração a parte para os moradores da área. Contudo só eram visíveis pela manhãs, pois logo os títulos eram recompostos pelos funcionários do cinema. Passei a acompanhar os "lançamentos" dos filmes somente no final de 1971. Neste tempo dois títulos se tornaram inesquecíveis para mim. Um, "Hotel das Ilusões", que se tornou "O Tesão de Uis", e "Domingo Maldito", que se tornou "Gono Maldito". Uma prova da criatividade dos autores desta brincadeira era a limitação de alteração dos títulos dos filmes, apenas com as letras expostas no cartaz. Eram outros tempos, em que o bom humor, e não o medo, era uma característica marcante dos cariocas. Uma curiosidade sobre os últimos tempos da existência do Miramar foi a exibição do filme "A Última Sessão de Cinema", do diretor Peter Bogdanovich.
ResponderExcluirA Última Sessão foi coerente. E para fechar com chave de ouro, um belo filme.
ExcluirNo passado era divertido praticar "peraltices" como a do Candeias. Muitas outras eram comuns e as consequências eram mínimas. Eu me lembro de uma que foi praticada um grupo de rapazes no ano de 1973 em Jacarepaguá, mais precisamente na Estrada dos Três Rios. Uma mocinha namorava um desses rapazes que morava naquelas cercanias, e um belo dia o namoro foi proibido pelo padrasto da moça. Em uma época em que o smartphone era uma utopia e o telefone fixo era uma raridade naquela região, o rapaz ficou desesperado e resolveu se vingar, e por volta de meia-noite após pular o muro, atirou um enorme maço de "bombinhas" amarradas em um cigarro aceso pelo basculante do banheiro da casa da moça. O barulho foi ensurdecedor, algo impensável em uma região onde a calmaria era uma regra. Os ocupantes da casa saíram em pânico para a rua em desespero. Atualmente algo desse tipo pode ter consequências gravíssimas, mas dizem que foi divertido...
ResponderExcluirWB4 de abril de 2025 às 09:55
ResponderExcluirO Charreteiro Infernal é o título que o filme Ben-Hur recebeu em Portugal. O termo "infernal" foi usado para significar "espetacular" ou "fora de série".
Uma velha piada dizia que, em Portugal, Psicose se chamou “O filho que era mãe”.
Original: White Men Can't Jump
ExcluirBrasil: Homens Brancos Não Sabem Enterrar
Portugal: Branco Não Sabe Meter
Kkk😆
ExcluirCuidado, Mário. Pode ser que algum comentarista fiquei "melindrado". kkkkkkkkkk!
Excluirfique
ExcluirE não é piada, de fato o título foi esse em Portugal.
ExcluirOutro exemplos tirados de
https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/as-traducoes-mais-curiosas-de-titulos-de-filme-em-portugal-20000043
'A Hard Day's Night' > "Os quatro Cabeleiras do Após-Calypso".
'Bastardos inglórios' > "Sacanas sem lei"
'Como se fosse a primeira vez' > "A minha namorada tem amnésia"
'Um corpo que cai' > "A mulher que viveu duas vezes"
(um baita spoiler)
"Planeta dos macacos" > "O homem que veio do futuro".
(na verdade, veio do passado)
'Curtindo a vida adoidado' > "O rei dos gazeteiros"
Ato falho?
ExcluirVamos combinar que "Os quatro Cabeleiras do Após-Calypso" é muito bom !
ExcluirDe manhã aproveitando a estiagem fui fazer compras e, perto do Atacadão, uma viatura da 104DP ( nem sei de onde é) andava tranquilamente pela calha do BRT, sentido Madureira, fez a bandalha (na contramão) no sinal para a Estrada Arroio Pavuna e voltou para a calha do BRT, no sentido contrário. Todo o percurso sem qualquer luz ou sirene ligada...
ResponderExcluirOu seja, tudo normal.
E se fosse filmado e aparecesse em algum noticiário, a explicação estaria pronta: estavam se dirigindo à uma ocorrência e o sistema de sinalização tinha acabado de dar defeito....
ExcluirFalando em viaturas, várias delas, de diversas delegacias, ficam paradas em ruas paralelas à Abelardo Bueno durante boa parte do dia. Isso que é policiamento ostensivo...
ExcluirUm policial foi assaltado perto do meio-dia na Mena Barreto, em Botafogo, e matou o assaltante. No Rio é normal um evento desses. Há filme circulando na internet.
ResponderExcluirTambém vi o vídeo dessa ocorrência. O assaltante morreu porque utilizou uma forma de assaltar já extinta, ou seja, abordou a vítima a pé. Caso estivesse de moto, como todos, teria escapado facilmente.
ResponderExcluirVale tudo no Rio atualmente. Estamos expostos à violência a qualquer hora, em qualquer lugar.
ResponderExcluirMário (16:24) - os nomes em português de Portugal ficam engraçados justamente porque alguns dão spoiler, tipo "O menino que via mortos", para o 'Sexto Sentido'.
ResponderExcluirO livro 'A Revolução dos Bichos' lá tem o nome de 'O Triunfo dos Porcos'.
🙂👍
Excluir"De acordo com o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro, poucos veículos podem utilizar as calhas do B.R.T, entre os quais "Viaturas das Polícias Civil, Militar, e do Corpo de Bombeiros". Além disso, cabe as Polícias Civis Estaduais o trabalho de investigação em todo o território pertencente ao respectivo ente federativos, podendo ser a 42 DP no Recreio dos Bandeirantes ou na 104 em São José do Vale do Rio Preto". Mas parece que a desinformação grassa nas redes sociais de tal forma que me faz lembrar um personagem do saudoso Jô Soares quando afirmava que "A ignorância dia jovens de hoje é um espanto!".
ResponderExcluirdos jovens
ExcluirUm dos filhos da babá de minha neta (que sempre trabalhou para a família de minha nora) sofreu um acidente de moto ontem à noite, se machucou bastante, mas está - segundo informações da mãe - fora de perigo e vai se recuperar.
ResponderExcluirO rapaz tem vinte e poucos anos e trabalha com entregas na Uber.
Até uns três meses atrás, era de bicicleta, Uber bike.
Juntou algum, pegou outro algum com a mãe e comprou uma moto, ascendeu para Uber moto.
Não vou fazer minha habitual catilinária (na acepção da palavra, acusação violenta, convincente e bem fundamentada, com argumentos impecáveis) contra as motos (na verdade contra os motoqueiros de todos os níveis/classes sociais, contra as autoridades que deveriam fiscalizá-los e contra as empresas que os utilizam como bucha de canhão).
Não adianta, todos nós conhecemos a realidade e nada podemos fazer.
É triste.
É fato estatístico que 75% dos acidentes de trânsito envolvem motocicletas. E o número de internados nos setores de ortopedia dos hospitais comprova isso.
ExcluirPor falar no filme Curtindo a Vida Adoidado, ele voltou a ser citado nesses tempos de "tarifaços" sobre importações, já que um de seus personagens, entediante mestre fala em sua aula sobre um erro idêntico nos EUA de 1930.
ResponderExcluirA ideia era tentar reduzir a crise provocada pela grande queda de 1929, mas acabou prolongando a situação, segundo os entendidos em economia.
Só a partir e 1934 o New Deal do Franklin Roosevelt, eleito em 1932, começaria a reverter a crise.
O meliante de Botafogo estava com um "simulacro". Não imaginava que a vítima seria da PF. Literalmente erro fatal...
ResponderExcluirPessoas comentando sem conhecimento é um problema sério. E ainda tentam justificar o injustificável. Deveriam estudar melhor a legislação de trânsito, por exemplo. Mas pode ser efeito de não ser tão jovem...
ResponderExcluirAugusto 21:35 h
ResponderExcluirE são acidentes em que é comum os envolvidos ficarem politraumatizados, o que exige tratamento multidisciplinar com internação em UTI, longo tempo de internação e tratamento/terapia pós-internação, muitas vezesdeixando sequelas permanentes.
"Pessoas comentando sem conhecimento é um problema sério'": Realmente, muito sério, principalmente quando gostam dar "pitaco em temas fora do próprio alcance", mas reconheço que o problema "não está no etarismo". Vivemos tempos estranhos onde a sociedade se tornou sensível a vocábulos e a temas anteriormente comuns, mas que atualmente podem "causar melindres", principalmente quando alguém se imagina alvo de tais palavras.
ResponderExcluir