quarta-feira, 4 de agosto de 2021

PROJETOS

Projetos delirantes foram feitos e felizmente não executados para Copacabana e Leme. Nesta foto do acervo de Monsieur Rouen vemos um deles, dos anos 70. Para o Rio de Janeiro grandes projetos, grandes obras e viadutos. Temos aqui um estudo do arquiteto Pedro Rossi Neto para o centro turístico do Leme. Pode-se observar correndo pelo lado esquerdo uma série de viadutos indo em direção à Praia Vermelha e ao centro da cidade. Esta foi mais uma tentativa de aumentar o turismo e efetuar grandes projetos para o Rio de Janeiro. A ideia fazia parte de um estudo para construção de centros turísticos nas áreas dos fortes São João, do Leme e de Copacabana. 

Foto do acervo do Tumminelli. Este projeto do Governo Negrão de Lima seria uma continuação da duplicação das pistas da Avenida Atlântica terminada no início da década de 70. O trajeto viria desde o Recreio dos Bandeirantes, passando pela Barra, Leblon, Ipanema e Copacabana. Esse túnel iria entrar pela Pedra do Leme e terminaria na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha. O objetivo principal era desafogar o trânsito oriundo de Leblon e Ipanema e também desafogar o Túnel Novo. Provavelmente foi vetado pelo Exército. 


Nesta foto-montagem mostrada no livro "Le Corbusier", editado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, vemos um projeto ("auto-estrada habitada") de Le Corbusier (cujo nome era Charles Édouard Jeanneret). Este projeto, apresentado na década de 30, criaria o "Viaduto Habitável", interposto na cidade existente. Na foto-montagem vemos o edifício-viaduto / auto-estrada no trecho Copacabana-Botafogo. À direita o Copacabana Palace e, a seu lado, a pedreira do Inhangá chegando até a Avenida Atlântica. Como teria ficado o Rio caso este projeto tivesse sido realizado?


Foto do acervo do Decourt vemos o túnel Leme-Praia Vermelha, como seria o viaduto que contornaria o Morro da Babilônia, bem como a boca do túnel. Foram diversos projetos, sendo o definitivo, com o urbanismo de Burle Max, com o projeto de Lúcio Costa. Os cruzamentos seriam eliminados e a orla ganharia diversas passarelas. Os cruzamentos se dariam por mergulhões, haveria “oásis” que seriam centros de recreação, com bares, playgrounds, banheiros e vegetação, avançando pela areia da praia. 

O tempo e dinheiro desperdiçados em projetos mirabolantes, privilegiando na verdade o transporte individual de uma elite, poderia ter sido aplicado no transporte de massa. Isso sim tornaria o Rio mais inteligente, mais seguro e mais humano. Infelizmente o projeto "automobilístico" do presidente JK inviabilizou qualquer tentativa voltada ao transporte de massa.

10 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    O lobby rodoviarista vem de longe. Em alguns casos vingou, em outros não.

    Outro aspecto é o das empreiteiras envolvidas nessas obras. JK era amigo de vários empreiteiros. Não a toa MG tem a maior malha rodoviária do país.

    A "chegada" da indústria automobilística ao país no final dos anos 50, com direito a desfile do JK a bordo do fusca, foi outro marco.

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  2. Bom Dia! Projetos mirabolantes sempre fizeram parte das candidaturas. Alguns tem até equipe especializada em "produzir", mesmo o candidato se elegendo,o que não sairá do papel.

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  3. O impacto ambiental seria imenso e as consequências seriam negativas e definitivas. O "Minhocão" semelhante ao da Gávea seria uma espécie de "puxadinho" das favelas da região, e a desvalorização e a depauperação dos imóveis do Leme seria irreversível. Se o Exército vetou o projeto o fez com propriedade. A leniência do poder público e da mídia em geral para com a existência de favelas, de seu "modus vivendi", de seus moradores, e costumes, se deve principalmente do alto valor de seu "PIB" e de seu "lucro", que "alimenta muita gente importante". Graças à essa situação o Rio se tornou uma cidade muito perigosa e qualquer projeto que vise uma melhor condição urbana sempre vai esbarrar na triste realidade que rege a política brasileira.

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  4. um enfoque é a mudança do que é "bonito". As cidades tradicionais da Europa são preservadas (fiquei impactada ao conhecer Chartres e Versailles). Aqui o turismo é predatório. Porto Seguro só não tem Mc Donalds. Mega projeto, mega mudança, essa é a tônica e não a transformação pensada, compatível com a evolução da urbe. Ainda vou ler a versão preliminar do novo Plano Diretor do Rio, divulgada ontem.

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  5. Bom dia a todos. Ainda bem que nenhum dos nossos políticos vivem ou se elegeram em Roma ou outras cidades históricas e medievais da Europa. Já basta a destruição feita no Rio de Janeiro, que destruiu toda a história urbana da sua fundação.

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    1. Lino Coelho, dentro da doutrina espírita existem países onde os espíritos que encarnam trazem dívidas pregressas e em razão disso são imperfeitos {atrasados}. Quanto maior for o débito maior é o atraso. O exemplo disso são países como o Japão, Noruega, Suécia, e muitos outros, onde sociedades desenvolvidas convivem em cidades onde o IDH é elevadíssimo, a renda per capita é alta, a violência é inexistente ou mínima, e não há miséria. Isso significa que estão em um estágio de adiantamento superior, já reencarnaram muitas vezes, e seus débitos encarnatórios são menores. Por outro lado em países como o Haiti, Angola, Somália, Zimbabwe, e outros, grassam a fome, a miséria, a violência, o extermínio em massa, e uma extrema corrupção. Isso significa que seus habitantes precisam evoluir na escala espiritual e esse aprimoramento só ocorre no decorrer de muitas reencarnações. Vou dar um exemplo de evolução espiritual: Na época do nascimento de Cristo os povos da Europa além do Império Romano eram Teutões, Celtas, Godos, Visigodos, Francos, Germanos, etc, povos esses conhecidos como "Bárbaros". Hoje em dia esses povos vivem na Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, e demais países da Europa e seu desenvolvimento dispensa comentários. Por outro lado os povos que viviam na região "subsaariana" nessa época pouco ou nada mudaram e evoluíram nesses dois mil anos. O atraso não é apenas material e sim espiritual pois a espiritualidade {Deus} é quem rege o progresso espiritual. O povo brasileiro se situa em uma escala intermediária entre os povos europeus e os povos da África, trazendo de cada um as caracacterísticas de adiantamento de uns e atraso de outros. Eis a razão de tanta desigualdade moral e social, de tanta violência, e de corrupção, conviverem "até então pacíficamente" em "Terra Brasilis" mantendo um equilíbrio tênue para caminhar pelo longo caminho da evolução espiritual.

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    2. Não esquece lá não existem terraplanista e negacionistas. Sem contar que são democratas.

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    3. Avenida atlântica quase foi no estilo Aterro. Sorte que vários projetos foram cancelados porém podemos observar espaços urbanos sem sentido que eram parte deles.
      Um é aquele espaço enorme no fim do corte Cantagalo, onde está a estátua de San Martin, lá seria uma entrada pro túnel e um grande trevo.
      No site rioquepassou.com.br conta com muitos detalhes esses projetos mirabolantes, caros e rodoviários.

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    4. "Negacionistas?" O que são Negacionistas? Democratas sim com certeza. Bem diferente daqui, onde comunistas e terroristas "travestidos de democratas" estão levando o país para uma situação que só vai resultar para eles em "choro e lamentação.

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  6. Esse "Viaduto Habitável" seria um horror!
    Putz!

    Nos periódicos disponibilizados na BN já vi alguns também horripilantes!

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