sábado, 17 de abril de 2021

POSTAIS COLORIZADOS

Postal de Marc Ferrez, da Coleção de Klerman W. Lopes. 

Prédio da Prefeitura do Rio de Janeiro, demolido para a abertura da Av. Presidente Vargas. Vista da fachada principal do edifício, situado na rua Larga de São Joaquim esquina com rua de São Pedro. Tanto o prédio quanto esta última rua desapareceram com a abertura da avenida Presidente Vargas, em 1942. Teve sua construção concluída alguns anos após a Independência e sofreu, posteriormente, diversas reformas que lhe modificaram o tamanho e a aparência. Deste local, o Prefeito Pereira Passos administrou a modernização da cidade e foi daí, também, que o Prefeito Carlos Sampaio comandou o arrasamento do Morro do Castelo. Na fachada lateral vê-se o brasão municipal, modificado em 1896, na administração do Prefeito Furquim Werneck. (P.K.Vasquez).

Postal da Coleção de Klerman W. Lopes. 

A Praça Cabral, na Glória, com a estátua de Pedro Álvares Cabral, obra de Rodolfo Bernardelli, no seu primitivo local. Ao fundo, contra o maciço vegetal, o Hotel Suíço, originariamente residência familiar, na esquina da Rua Cândido Mendes, ex-Dona Luísa. Na casa anexa funcionou, no final do século XIX, o Clube Beethoven, do qual fez parte Machado de Assis, em que tinham lugar concertos de música erudita e também reuniões sociais, casa essa transformada em pensão antes de ser incorporada pelo Hotel Suíço, como anexo. Não há mais vestígio de nada disso, inclusive do prédio que, um pouco à esquerda, era o externato Sacré-Coeur. Os tílburis conviviam com bondes a tração elétrica. Os jardins denotavam a marca do estilo Grandjean de Montigny. À direita o antigo cais da Lapa e obras do aterro para a Avenida Beira-Mar.(M.Rebelo e A.Bulhões).

Postal da coleção de Klerman W. Lopes. Palácio Monroe.

O nome do palácio foi dado em honra ao presidente americano James Monroe, formulador da famosa doutrina Monroe, de 1823, que apoiava a autodeterminação dos países latino-americanos: a América para os americanos. O Governo do Brasil, atendendo ao convite do Governo dos EUA para participar, em 1904, da Exposição Internacional de Saint Louis, incumbiu o engenheiro Souza Aguiar de conceber o pavilhão que representaria nosso país. A idéia do ministro Lauro Muller era, após a exposição, remontá-lo na Avenida Central, razão pela qual foi projetado em estrutura metálica. Terminada a exposição nos Estados Unidos, o Palácio Monroe foi reerguido e inaugurado em 23 de julho de 1906, para a realização da III Conferência Pan-Americana no Rio. 

A sentença de morte do Palácio Monroe veio com o aviso nº 964, de 09/10/1975, onde o General Golbery despachou: "Presentes as alternativas de utilização de que dá notícia o processo, cumpre-me transmitir a V.Exa. recomendações do Excmo. Senhor Presidente da República no sentido de demolição do prédio e consequente transformação da área em logradouro público".


Postal da Coleção de Klerman W. Lopes. 

Rua Uruguaiana. Vê-se o prédio da Casa Raunier onde Rui Barbosa era freguês e o famoso cantor Orlando Silva era entregador. Orlando Silva, inclusive, sofreu nesta época um grave acidente ao tentar subir num bonde, ficando com uma sequela no pé esquerdo que fazia com que mancasse. Na Rua Uruguaiana, alargada pelo Plano Pereira Passos, edifícios espaçosos de quatro ou cinco andares surgiram na lateral ímpar demolida para o alargamento. Entre eles foi construído o "magazin" Raunier, alfaiataria e casa de modas. Em 1907, a Casa Raunier, primitivamente localizada na Rua do Ouvidor inaugurou seu novo, elegante e luxuoso "magazin" na esquina das ruas Uruguaiana e Ouvidor, com três elevadores para servir os três andares da loja. A Casa Raunier foi substituída pela Casa Sloper que, na década de 1950, construiu um novo edifício no mesmo local. Em 1998, a Casa Sloper fechou suas portas, terminando com a tradição daquele endereço que atravessou o século XX vendendo mercadorias de qualidade a uma clientela de alto nível. (P. Vasconcellos).

 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

O RIO VISTO DO ALTO (2)

Postal editado pela Casa J.F.N. por volta de 1930. Situado na Av. Atlântica, à beira-mar, destaca-se, ao centro, o suntuoso edifício do Copacabana Palace Hotel. Uma Copacabana ainda não tomada pela selva de pedra, com muitas casas.

Vê-se, ainda, na foto, a Pedra do Inhangá, logo após o Copacabana Palace, dividindo a praia: para a esquerda, Praia do Leme; para a direita, Praia de Copacabana. Engraçado é que se o Copacabana Palace fica antes da Pedra da Inhangá, quando foi construído ele ficava no Leme!

Eram três morretes do Inhangá, o que ficava ao lado do hotel foi 90% destruído. Atualmente no seu lugar tem a piscina do hotel e o Edifico Chopin. Uma pequena parte da pedra está a escondida no terreno da Escola Estadual Pedro Alvares Cabral, na Rua República do Peru. Restos também podem ser vistos na altura da N.S. de Copacaban, junto ao antigo cinema Ricamar, hoje sala Baden Powell. 



Nesta foto vemos que o Copacabana Palace ainda não tinha sua piscina, que somente seria inaugurada em 1939, bem como no lugar do anexo estavam as quadras de tênis. Podemos reparar como esse pedaço da Pedra do Inhangá junto ao mar se projetava rumo ao hotel e para a construção da piscina sofreu mais um corte, sumindo de vez da orla quando da construção do Edifício Chopin, embora partes ainda existam dentro do quarteirão, sendo que os maiores restos estão emparedados nos quarteirões que envolveram os outros dois penedos mais internos. Também dentro da escola estadual da Rua República do Peru há pedaços no pátio. Podemos ver também na parte de cima da foto a Praça Cardeal Arcoverde, uma das primeiras a ser ajardinada em Copacabana. 

Com acesso pela Barata Ribeiro existe uma rua em caracol que sobe o morro, a General Barbosa Lima. A Praça do Lido está à direita e no alto, na direção do Copacabana Palace, está a Praça Cardeal Arcoverde, junto à Ladeira do Leme.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

O RIO VISTO DO ALTO (1)

Aspecto original da Praça Serzedelo Correa, em torno de 1920, em foto do Serviço de Documentação da Marinha. A larga avenida com postes no meio é a Av. N. S. de Copacabana. A igreja de Copacabana, em frente à Praça, na esquina da Av. N. S. de Copacabana com a Rua Hilário de Gouveia. Do outro lado da Praça a Rua Siqueira Campos. 

Nesta época os bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon, em pleno desenvolvimento, eram conhecidos pelos jornais desta região ( "O Copacabana" e "Beira-Mar") como CIL (Copacabana, Ipanema e Leblon) e seus habitantes eram chamados de "Cilenses". 


A foto mostra um panorama da Ponta do Galeão, praticamente virgem de construções (nesta área foi construído o aeroporto). Em frente ao pier está a capela de Nossa Senhora dos Navegantes. A partir de 1924 a região ganharia hangares, campos de pouso e rampas para os hidroaviões, reunindo a infra-estrutura necessária para a instalação do Centro de Aviação Naval e da Escola de Aviação Naval do Rio de Janeiro. 

Em 1941 surgiria a Base Aérea do Galeão, usada a partir de 1946, também como aeroporto, recebendo vôos nacionais e internacionais até 1977. Neste ano foi inaugurado o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, hoje chamado Antonio Carlos Jobim. O nome Galeão vem do século XVII, quando na ponta da ilha, num primitivo estaleiro, foi construído o enorme navio Padre Eterno, lançado ao mar no Natal de 1663. A ilha, que já fora do Gato e dos Sete Engenhos, se tornou do Governador em 1573, quando passou a ter como morador o governador Salvador Correia de Sá, dono do primeiro engenho de cana da região (como conta L.F. Vianna).

Em foto do acervo do Museu Aeroespacial vemos a Lagoa e o Jardim Botânico em 1945. Destaque para a sede esportiva do Clube Naval (Piraquê), ainda com dimensões bem menores que a atual (sucessivos aterros aconteceram nas décadas seguintes). Bem no meio da foto, lá no fundo, há o mastro da bandeira na borda da Lagoa. Este mastro  existe até hoje e fica antes da piscina semiolímpica e quem conhece o clube sabe quanto mais ainda há hoje em dia por trás dele, tais como instalações da outra piscina e um campo oficial de futebol, fora os outros aterros laterais, que comportam instalações como um ginásio poliesportivo. O "logo" na asa esquerda do avião indica que ele pertenceria ao grupo de aviação do Exército, da antiga Base dos Afonsos e não da Aviação Naval, com base no Galeão, unificadas em 1941 com a criação do Ministério da Aeronáutica.

Os aterros foram mais radicais da década de 60, com aproveitamento de material retirado para a abertura do Túnel Rebouças e facilitados pelo regime da época.

A quadra em frente ao Piraquê, delimitada pelas ruas General Garzon e Saturnino de Brito, bem como as avenidas Lineu de Paula Machado e Borges de Medeiros, quase não tinha prédios altos.

Quanto ao Piraquê, em outubro de 1936, uma Assembléia Geral Extraordinária aprovou a criação da Seção Esportiva do Clube Naval, estabelecendo-se os entendimentos necessários à concretização do empreendimento. Em 08/07/37, a Sede Esportiva é considerada como criada e em 24/08/37, o presidente do Clube Naval encaminha um requerimento ao Interventor do Distrito Federal, solicitando o aforamento da Ilha do Piraquê, na Lagoa Rodrigo de Freitas, para a construção da Sede Esportiva do Clube. Pelo Decreto No. 6.152 de 4 de março de 1938 o Prefeito do Distrito Federal, Dr. Henrique Dodsworth, concedeu ao Clube Naval o aforamento da Ilha do Piraquê. Em 20 de julho de 1940 foi, por fim, inaugurada a Sede Esportiva do Clube Naval na Ilha do Piraquê. 

O terreno vazio bem em frente à entrada do Piraquê foi ocupado pelo hotel de trânsito da Marinha. 

Em espaço cedido pelo Patronato Operário da Gávea foi fundado em 1951 ali à esquerda, seis anos após a foto, o Teatro Tablado por  Aníbal e Maria Clara Machado, Antonio Gomes Filho, Carmem Sylvia Murgel, Carlos Augusto Alves dos Santos, Eddy Rezende, Edelvira e Déa Fernandes, Isabel Bicalho, João Sérgio Marinho Nunes, João Augusto de Azevedo Filho, Jorge Leão Teixeira, Martim Gonçalves, Marília Macedo, Oswaldo Neiva e Stélio Emanuel de Alencar Roxo.

O Patronato Operário da Gávea foi fundado em 1929, com o objetivo de prestar assistência social às comunidades carentes. Aos poucos, o novo prédio foi erguido e construídas a Escola, o Centro de Recreação Operária, o Ambulatório, a Capela, o Teatro Tablado e, finalmente, os dois andares superiores. Nestes muitos anos de funcionamento, várias mudanças foram feitas nesta obra de caridade para adaptar-se às necessidades da comunidade. 

A construção semicircular embaixo é a antiga cocheira do Haras São José e Expedictus, da família Paula Machado. Foi demolido no início dos anos 60. No galpão próximo do meio, funcionou durante trinta anos a concessionária VW e Puma Lemos & Brentar. Tem outra cocheira que pode ser vista na foto: a do Haras Mondesir, da família Peixoto de Castro. Ela está na esquina da General Garzon com a Lineu de Paula Machado, na quadra da Lagoa. Esta resistiu até os anos 70.


quarta-feira, 14 de abril de 2021

FOTOS AÉREAS - J. KFURI

O prezado Carlos Paiva chamou a atenção para as fotos aéreas do Jorge Kfuri, que estão fazendo 100 anos de vida e enviou algumas. Nascido na Síria em 1893, veio para Brasil jovem e começou a trabalhar como fotógrafo do jornal A Noite. Descobriu a foto aérea e daí não parou mais. Em 1921 foi contratado pela Marinha para explorar a foto aérea como atividade militar.  Serviu como 2° Tenente, sofreu diversos acidentes, alguns com certa gravidade, fez dezenas de viagens pelo Brasil e, em 1941, passou para a Aeronáutica servindo no Gabinete do Ministro. Em 1957 foi condecorado pelo JK e em 1959 aposentou-se vindo a falecer em 1965.

Acervo do Serviço de Documentação da Marinha. Vista geral do atual bairro do Santo Cristo, região conhecida anteriormente como Saco do Alferes. Toda a área na metade inferior da foto foi criada graças aos aterros realizados para as obras do porto do Rio, no início do século XX. Ao centro, a Igreja de Santo Cristo dos Milagres, que deu nome ao bairro.


Área da Glória/Catete com a igreja do Outeiro da Glória e parte do que me parece primeiro campo do Flamengo, à esquerda, no alto.

Laranjeiras, com destaque para o campo do Fluminense no centro da foto. 

A Praça Mauá.


Nesta foto aérea da Aviação Naval temos a antiga paisagem do Posto 4, na Avenida Atlântica. O elegante Hotel Londres, à direita, de frente para a praia, foi demolido por volta de 1940. Próximo a ele, o castelinho em que morava o médico e Barão Jaime Luiz Smith de Vasconcelos, construído em 1915 a partir do projeto do arquiteto Virzi, demolido em 1964. A Av. Atlântica já aparece pavimentada e duplicada, obra do Prefeito Paulo de Frontin em 1919. E aparece em reformas já que a grande ressaca de 1920 a destruiu em parte, levando o Prefeito Carlos Sampaio a refazer muitos trechos. A largura que a avenida tinha nesse período se manteve a mesma até 1968, quanto foi ampliada. Note-se as casas baixas e inúmeros terrenos ainda vazios em Copacabana.

terça-feira, 13 de abril de 2021

COLÉGIO NOTRE DAME

O Colégio Notre Dame está, desde 1933, no coração de Ipanema, na Rua Barão da Torre 308, embora tenha uma porta dos fundos dando para a Rua Nascimento Silva. A instituição toma como paradigma os ideais da grande pedagoga Santa Júlia Billiart que, desde a França do século XVIII, acentua a vivência da bondade unida à firmeza.O Notre Dame surgiu no Rio de Janeiro com o nome de Colégio Notre Dame Norte Americano e foi fundado pelas irmãs: Verena, Engelbertis, Vicentina, Luizi, Humilis, Salutris e Ignes. As pioneiras, há sete décadas, iniciavam um projeto educacional voltado para atender a vinte filhos de famílias americanas.

Joguei muitas vezes vôlei numa quadra que havia no alto de um dos edifícios. As freiras deixavam ex-alunos levarem convidados para jogar. No Colégio Notre Dame também foi criada a “Missa dos Jovens”, iniciativa de sucesso do Frei Clemente no final dos anos 60, onde um grupo de violão tocava músicas populares durante as missas que se realizavam nos sábados às 18 horas com lotação completa da igreja do colégio.

Nesta foto do acervo do Colégio Notre Dame vemos, a partir de seu terraço,  a Praça Nossa Senhora da Paz (antiga Praça Coronel Henrique Valladares), em Ipanema, em meados do século XX. A esquina em primeiro plano é a da Rua Barão da Torre com Rua Joana Angélica. Uma Ipanema quase só de casas ou prédios baixos, antes da especulação imobiliária do final dos anos 60 e da década de 1970. Foi a época da destruição do bairro antigo por construtores como Sergio Dourado.  A praça foi ajardinada pela primeira vez em 1932. Em 1936 o Prefeito, Cônego Olimpio de Mello, alterou o nome de Praça Coronel Henrique Valladares para Praça Nossa Senhora da Paz.

 

Em outra foto feita a partir do terraço do colégio vemos a Igreja de Nossa Senhora da Paz, na Rua Visconde de Pirajá esquina da Rua Joana Angélica. Foi construída a partir de 1918, em homenagem à paz depois da 1ª Guerra Mundial. Foi projetada por Gastão Bahiana, numa releitura do estilo neobizantino. Tornou-se a matriz da paróquia de Ipanema em 1920. Pode-se observar que na Rua Joana Angélica só há construções baixas na quadra entre a Rua Visconde de Pirajá e Rua Barão da Torre, permitindo a visão da Igreja. Hoje só existem edifícios altos neste trecho. À direita da Igreja ficava o prédio onde funcionou o Colégio São Francisco de Assis e o Cinema Pax. A Igreja de Nossa Senhora da Paz, na década de 1960, teve como vigário o controvertido e polêmico Frei Leovegildo Ballestieri, que ali instalou ar-condicionado para conforto dos fiéis ("quem gosta de calor é o Diabo no inferno!", dizia ele). Também instalou ao lado da Igreja a Casa Nossa Senhora da Paz, com serviços médico-assistenciais. Dando vazão a seu lado empresarial, montou uma pequena indústria de azulejos no subúrbio, ganhou o controle do guarda-volumes na Central do Brasil e construiu o Center Hotel no Centro da Cidade. Em 1952 já havia inaugurado o Cinema Pax e, anos depois, abriu um rinque de patinação (o Gelorama), um boliche e um teatro de arena, tudo para arrecadar fundos para a Igreja. Chegou a ser sócio do Canecão. Exagerando, imaginou demolir a Igreja para a construção de um "shopping", onde ao lado de butiques e lanchonetes, haveria uma capela, segundo Rui Castro. Uma violenta campanha d´O Pasquim sustou a idéia e a Igreja está lá até hoje. Acho até que o "nosso" frei foi incluído naquele mural do Ziraldo no Canecão...


A rua é a Barão da Torre, em Ipanema, provavelmente nos anos 30. As alunas posam felizes na janela do ônibus escolar, em frente ao colégio. Nessa época o Notre Dame tinha tanto o sistema de externato quanto de internato.

 


E no tempo dos torneios intercolegiais de vôlei a equipe feminina do Notre Dame se destacava. Nos anos 60 era capitaneada pelas irmãs Denise e Zulmira, grandes jogadoras. Aí vão 4 fotografias do arquivo D´ sobre o campeonato realizado em setembro de 1964 nas quadras do Clube Municipal e do ginásio do Botafogo, no Mourisco. Reparem nos saiotes que as moças eram obrigadas a usar para disputar a partida. Os colégios levavam turmas uniformizadas para torcer, sob a vigilância extrema das madres. Mas sempre havia espaço para uma "paquera" por parte dos alunos do Santo Inácio que não perdiam a oportunidade. Algumas acabaram em casamento.

 

segunda-feira, 12 de abril de 2021

IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE







 



Com fotos do “site” do arquiteto Henri Sajous, de Ralf Kicher e de Jim Skea, uma colorização do Nickolas Nogueira e outras tantas informações garimpadas pelo JBAN revisitamos a Igreja da Santíssima Trindade na Rua Senador Vergueiro nº 141.

A Igreja da Santíssima Trindade foi mais uma das obras do arquiteto francês Henri Sajous, que atuou no Brasil entre 1930 e 1959, quando então retornou à França. Situada no bairro do Flamengo, tem um estilo art-déco (ou é gótico? ou é moderno?).

"Projecto e fiscalização Sajous architecto D.P.L.G - Carteira Prof . nº 128 D, Av Nilo Peçanha 155 - Construtor Cia. Construcções OTTINO S.A, Responsável Carlo Alfonso Ottino, Carteira Prof. nº 53 L, Construtor Licenciado - 48 Rue do Catete no 606. Iniciativa do padre Aleixo Chauvin."

Segundo a Revista Arquitetura e Urbanismo, Ano V, em janeiro/fevereiro 1940:

"Trata-se da obra de um arquiteto, que tanto pensa no conjunto, como no menor detalhe e que trata a sua obra com carinho e entusiasmo. São 21 vitrais de 1m20 de largura e 8.00 de altura. Cada um destes é dividido por uma estrutura de concreto armado muito fina, formando uma cruz entre círculos sobrepostos. Cada um destes círculos contém um vitral, cujo motivo corresponde a um dos 137 vitrais existentes na catedral de Chartres. Na nave principal 18 estátuas de 2 metros de altura, integrando-se na composição arquitetônica das colunas. Obras primas do escultor Gabriel Rispal em pedra de Chauvigny."

Há um livro sobre o Rio Antigo em que uma foto da igreja tem legendas em vários idiomas:

“A Igreja da Santíssima Trindade, na Rua Senador Vergueiro, projeto do arquiteto francês Henri Sajous, foi construída entre o final da década de 30 e início da década de 40, de concreto armado e pedra branca. A mesma pureza de linhas caracteriza o interior, ornado de alguns santos em pedra de boa talha.

Trinity Church, built in 1938, by the French architect Henri Sajous in concrete faced with stone, is remarkable for its sobriety of line, both inside and out, and fine statuary.

L'église de la Trinité, construite en béton et pierre blanche en 1938 par l'architecte français Sajous, est de ligne très pure à l'intérieur et sobrement ornée de saints de pierre.

Dreieinigkeits kirche, 1938 vom Architekten Sajous aus Zement und weissen Stein gebaut. Ihre Linienführung im Inneren ist eindrucksvoll, die Heiligenstatuen aus Stein sehr einfach.”

A Igreja da Santíssima Trindade era bastante frequentada pela colônia francesa do Rio e havia uma missa especial em francês décadas atrás. Provavelmente devido ao Padre Pierre, que esteve à frente da igreja nos anos 60.

Enfim, a igreja merece ser visitada, bem como uma outra igreja vizinha, que poucos conhecem: a da Paróquia da Nossa Senhora do Monte Claro, em homenagem a Santo Estanislau. É conhecida como a “igreja dos poloneses” e fica na Rua Marquês de Abrantes nº 215.

Nos anos 60, funcionou na torre desta igreja o Grupo de Escoteiros do Ar 121GB, General Léo Borges Fortes, liderado pelo pároco Pedro (Pierre). Quem participou deste grupo foi o Gustavo Lemos.  

Em 1939 foi inaugurada um “Gruta de Lourdes” no terreno da igreja. A cerimônia foi presidida pelo Cardeal Dom Sebastião Leme. O modelo foi a gruta original e ali seriam abençoados os doentes sobre os quais a Virgem Imaculada, como no santuário da França, derramará as graças que transbordam de seu coração maternal, informou o “Correio da Manhã”.

 

 


domingo, 11 de abril de 2021

DO FUNDO DO BAÚ (2)

O tinteiro com a tinta Parker Quinck Azul Lavável era indispensável para manter as canetas-tinteiro sempre cheias. Era curioso observar como alguns ficavam com os dedos sujos de tinta ou com as roupas manchadas.

O "BIP" foi saudado como grande invenção. No início apenas emitiam um sinal e era necessário procurar um telefone para ligar para a Central do Bip e receber a mensagem. O modelo inicial era ainda maior que este, sem visor. Quando chegou este com visor já se podia receber diretamente a mensagem.


Estas eram as notas da minha infância (as de 500 e 1000 acho que vieram depois). Usadas especialmente para  comprar gibis.

Velhos tempos das molduras de slides. Tiveram seu tempo. Há alguns anos mandei digitalizar boa parte deles. 



 O telefone público que ficava em bares ou em algum outro lugar público. Nem aceitavam moedas no início. Era preciso comprar cartelas de fichas telefônicas. Boa parte deles vivia enguiçada. Havia vários macetes para conseguir uma ligação sem a ficha.