quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O RIO DOS ANOS 70

1970 - Praça General Osório, em Ipanema. As crianças brincam na Feira Hippie, que funcionava há apenas um ano. Segundo nos conta Ruy Castro, a idéia da "feira hippie" foi de Hugo Bidet, que pretendia que naquela praça existisse uma galeria de arte a céu aberto, num evento chamado "Arte na Praça". Entretanto, logo após os primeiros domingos, chegaram os "hippies" com seu artesanato e também ali se instalaram. Com o passar do tempo tudo se desvirtuou, vindo gente de todo tipo para vender produtos industrializados com o rótulo de "artesanato". Hoje existe um mafuá que, há tempos, extrapolou os limites da Praça. É de se notar, ao fundo, o Bar Jangadeiro, no seu endereço original, na Rua Visconde de Pirajá nº 80. O Jangadeiro, antigo Bar Rhenania (o nome mudou após ser destruído durante a 2ª Grande Guerra), ficava ao lado do Cinema Ipanema. Em 1971, pouco tempo após esta fotografia, mudou-se para a Rua Teixeira de Melo, primeiro no nº 20 e depois, em 1985, para o nº 53. Sobreviveu até 1995.
Foto: F. Guimarães


Foto do acervo D'. Ao fundo, o prédio rosa da Faculdade Nacional de Medicina, tantas vezes mostrado aqui e que, poucos anos depois, foi demolido. À esquerda temos o prédio da Escola de Guerra Naval em construção no terreno anteriormente ocupado pelo restaurante da FNM, na Avenida Pasteur. Este prédio da EGN foi inaugurado em abril de 1970. Após os automóveis, que serão prazerosamente identificados por nossos "experts", um ônibus Mercedes Benz azul, da linha Urca-Leblon. À direita, atrás de um ônibus escolar, um pequeno caminhão da Sadia era descarregado.


 O Hotel Naciional foi construído entre 1968-1972, a partir de projeto de Oscar Niemeyer e, na época da foto, reinava sozinho nesta região, ainda sem vizinhos como o Hotel Intercontinental e os grandes edifícios que formam o Condomínio Village São Conrado. Pertencia inicialmente à Rede Horsa do empresário José Tjurs e tinha 510 quartos, um grande centro de convenções e um teatro onde se apresentaram grandes artistas. Sua construção deu-se a partir de um grande cilindro de concreto onde "penduravam-se" as lajes radialmente. É o mesmo processo que foi utilizado na construção do edifício do Clube da Aeronáutica e do prédio do BNDES. A concretagem é feita com formas de aço deslizante, em processo muito rápido, e as lajes são bandejas apoiadas somente no centro, sem colunas nas pontas.
Foto: M. Conde




13 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Não poderia faltar a FNM nas lembranças dos anos 70. Então o começo do fim foi a construção do prédio da EGN em terreno da faculdade. O resto foi consequência.

    PS: Queda de árvore na Av. Oswaldo Cruz.

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  2. Na foto um o casal de fofuxos deve estar hoje passeando com filhos ou quem sabe netos...Os carros fazem boa presença na foto dois e o hotel foi diferencial local por bom tempo.Outra época!!

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  3. A fotografia dos carros está me levando à loucura; já repassei para meus confrades. O pedaço de carro em primeiro plano não identifiquei, depois tem uma Rural-Willys e um Hudson.

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    1. Vou salvar a pele do Biscoito pois a vaga era minha: é um Studebaker Champion Coupe 53.

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    2. Me parece um Standard Vanguard, após 1953.

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  4. Bom dia,Luiz,pessoal,
    A FNM era bem maior do que se imagina, talvez por causa do desmembramento dos terrenos.O prédio da EGN chega até o terminal do bondinho. Lembro vagamente da existência da FNM, em seus últimos dias.
    O sistema de construção do Hotel Nacional foi o mesmo do Athaydeville na Barra, uma torre cilíndrica no miolo e lajes radiais em forma de setor circular.O estreitamento das paredes na direção do centro me causa um certo desconforto, não moraria em um destes.A iluminação também deveria ser meio precária, pois todas as janelas estariam concentradas em um só lado.

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  5. O Hotel Nacional estava na "mira" de Donald Trump no início dos anos 2000. Seria a primeira Torre Trump na América Latina. Mas isso foi quando era apenas um megaempresário. Hoje, sentado na cadeira da Casa Branca, está tentando arrematar de vez a Floresta Amazônica.

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    1. Boa, Guilherme (RJ), rsrsrs. Enquanto o atual presidente vira o foco, dizendo que os interesses na Amazônia é a Europa, esconde o verdadeiro interessado...

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  6. Em 1970 eu passava à pé diariamente pela praça General Osório, a quantidade de expositores era pequena e os artigos eram puro artesanato em couro. Atualmente a feira não é exatamente um "Ma fois", pois para expor é necessário que o candidato tenha uma habilitação junto à prefeitura. Caso aprovado, o expositor obtinha uma licença para expor o material para o qual se habilitou. É um evento organizado onde há segurança e montagem e desmontagem de barracas. A prefeitura não concede novas licenças desde os anos 90 e os expositores são antigos. Tenho conhecimento do assunto já que minha mãe e minha tia são expositoras na Feira Hippye desde 1994, pois ao se aposentarem de Prefeitura na Rio de Janeiro obtiveram licença para expor roupas de bebê pintadas à mão por eles próprias. Quanto à Faculdade Nacional de Medicina, foi uma pena a demolição do prédio, mas Geisel alegou tratar-se de um "foco de agitadores e subversivos". Quanto ao Hotel Nacional, quase tudo sobre ele já foi dito...

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  7. Estive nessa feira hippie uma única vez, com meus pais, quando ainda era novidade.
    Também tivemos passeios pela Praia Vermelha nos tempos da FNM, mas como para uma criança a atração por ali era só o bondinho, não lembro dos arredores nessa época.
    Eu gosto do Hotel Nacional porque considero que é uma construção de pouco impacto na paisagem.

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  8. Na foto da Praia Vermelha o fotógrafo está na frente do portão lateral do EPV (Ed. Praia Vermelha). O prédio está à direita da foto. Nesta época não tinha muro nem grade. A empena cega é do ed. do Bar Laguna, quase esquina da Ramon Franco. Neste bar reuniam-se os alunos de Medicina.

    O ponto do Urca-Leblon era na Pasteur, ele não ia até à praça, entrando antes rumo ao ponto final perto do Forte. O ponto do ônibus elétrico sim, era aonde está parado este ônibus azul.

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  9. O ônibus azul era da Acre, um Mercedes-Benz monobloco modelo O-321. Azul cinzento e prata polido no meio.
    O primeiro nome da Acre era Empresa de Autos-Lotação, grafado dessa forma.

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