A década de 1920 foi um período de busca de novos tratamentos e
terapias, além da construção no Rio de projetos hospitalares a cargo do engenheiro
Adelstano Porto d´Ave, a serviço da reforma sanitária de Carlos Chagas, que
chefiava o Departamento Nacional de Saúde Pública.
Porto d´Ave projetou três hospitais: o Gaffrée & Guinle, o do
Câncer e o das Clínicas da Faculdade de Medicina. Apenas o primeiro foi
completamente construído.
Construção a cargo do engenheiro-arquiteto A. Porto d'Ave (1890-1952)
da empresa Porto d´Ave & Haering, Eng e Arch. Teve a suas obras de
edificação entre os anos 1923 e 1929, tendo a sua inauguração em 01 de novembro
deste ano. O endereço atual é Rua Mariz e Barros nº 775.
Projetado pelo engenheiro arquiteto A. Porto d'Ave, uma das maiores
referências da arquitetura hospitalar da época, a construção foi supervisionada por Eduardo Rabello, médico e chefe da Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das
Doenças Venéreas, que assim a descreveu: "Não é uma simples fundação de
hospital, mas de uma grande instituição, que, uma vez levada a efeito, não terá
par no mundo inteiro e colocará a profilaxia das doenças venéreas no Rio de
Janeiro numa situação ímpar."
O hospital foi concebido
para internar 320 pessoas e contava com um prédio principal de quatro
pavimentos munido de elevador - o quarto andar era destinado ao
"solarium", onde se localizavam diversos serviços e um ambulatório. Sua
tipologia seguiu a do hospital higienista, com as enfermarias destacadas do
corpo principal da edificação central, segundo a tradicional preocupação com a
correta ventilação e insolação para o tratamento dos pacientes. Esta
arquitetura se preparava para a tipologia que surgia nos Estados Unidos e que
se tornaria hegemônica nas décadas seguintes: a do monobloco.
Fonte: A. Porto,
G. Sanglard, M.R. Fonseca e R. Costa.
A ideia da criação de um hospital para o tratamento de doenças venéreas, vem do seu
patrono, o filantropo Guilherme Guinle, que criou a Fundação Gaffrée & Guinle para gerir a sua atuação filantrópica, em memória dos
empresários Eduardo Guinle, seu pai, e Cândido Gaffrée, amigo íntimo da família e seu padrinho. Na foto vemos um Ambulatório no Engenho de Dentro, também da Fundação Gaffrée & Guinle.
Nesta foto vemos um ambulatório na Rua Barão de Mesquita.
Imagem garimpada pelo amigo Rouen, mostrando a construção do hospital Gaffrée & Guinle.
Foto do "Correio da Manhã", já publicada em um "Onde é?"