O texto de hoje merece
uma checagem por parte de nossos especialistas como o Gustavo Lemos, o Rouen ou
Obiscoitomolhado, pois fala sobre “rallies”.
De um modo geral, cada
veículo participante deve ter um piloto e um navegador – este último é o
passageiro responsável por guiar o motorista pelo percurso estipulado pela
organização da prova, informando sobre a existência de curvas, obstáculos,
buracos ou qualquer outra coisa que impacte na condução do veículo.
Há “rallies” de
regularidade e de velocidade.
Como o próprio nome já
diz, no “rally” de regularidade ser rápido não é fundamental: o objetivo é
manter-se dentro do tempo e do percurso estipulados pela organização em cada
trecho. Todas as informações estão contidas em um caderno chamado de livro de
bordo. Cada linha contém distância a ser percorrida, média horária estipulada e
caminho a ser seguido. Cabe ao navegador ler e interpretar as informações,
repassando-as ao piloto.
Os tempos são registrados
em vários postos de cronometragem espalhados pelo percurso e a dupla
competidora é penalizada caso passe por estes postos antes ou depois do número
informado na planilha. Normalmente o odômetro do veículo é zerado a cada parada
realizada. O tempo registrado é comparado com o tempo ideal e cada décimo de
segundo atrasado representa a perda de um ponto. Passagens adiantadas são
penalizadas com dois pontos por décimo de segundo.
Há três categorias:
novatos, turismo e master.
No “rally” de velocidade,
modalidade mais desafiadora do esporte a motor, utilizando carros de produção
preparados com todos os itens de segurança determinados pela FIA – Federação
Internacional de Automobilismo, piloto e navegador percorrem diversos trechos
em estradas vicinais chamados de especiais. Vence a dupla que completar a soma
de todos os trechos no menor tempo.
Este é um dos concorrentes de um "rally" acontecido em 1959, embora estivesse programado para ser no ano anterior, como parte das
comemorações do 4º aniversário da Manchete Esportiva, em 1958.
Foi adiado, pois o homenageado, Francisco Pignatari estava na Europa na data inicialmente marcada. O percurso seria da praça em frente à redação da Manchete até o
Copacabana Motor Clube, na Barra da Tijuca.
O troféu tinha o nome de Francisco Pignatari.
A prova seria disputada
num percurso de 33.500 metros e a partida seria dada de minuto em minuto, por
carro. Haveria só uma prova para os carros de todas as categorias, sendo que a
média para cobrir todo o percurso seria de 40km/h. Haveria um posto de
controle, sendo que nenhum concorrente poderia parar um quilômetro antes do
referido posto ou da chegada, sob pena de desclassificação.
Esta foto mostra um "rally" de lambretas. Ao fundo ficava a redação da Manchete.
O percurso era: da porta
da Manchete, então à Rua Frei Caneca nº 511, Rua Neri Pinheiro, Av. Presidente
Vargas, Rua Uruguaiana, Largo da Carioca, Av. Almte. Barroso, Av. Rio Branco,
Praça Paris, Praia do Russel, Praia do Flamengo, av. Oswaldo Cruz, Praia de
Botafogo, Túnel do Pasmado, Túnel Novo, Av. Princesa Isabel, Rua Ministro
Viveiros de Castro, av. Prado Júnior, Av. Atlântica, Rua Francisco Otaviano,
Praia do Arpoador, Av. Vieira Souto, Av. Delfim Moreita, Av. Niemeyer, São
Conrado, Estrada do Juá (grafia da época), Largo da Barra, Ponta da Barra,
Circuito da Barra, seguindo em direção à praia, Av. Litorânea e, contornando o
circuito da Barra, sede do Copacabana Motor Clube.
Aspecto do "rally" de 1958/1959 com os carros na Barra da Tijuca. O controle técnico da prova, que teve por base a média horária de 40 km, foi exercido pela Comissão Esportiva do Automóvel Clube do Brasil, presidida pelo desportista Francisco Perdigão.
Esta fotografia foi
enviada pelo prezado Gustavo Lemos. Veio junto com o seguinte texto:
"O mais longo “rally”
já realizado até hoje aconteceu em 1970, comemorando a Copa do México. O jornal
Daily Mirror foi o organizador da prova. A Inglaterra na época era a campeã
mundial de futebol e os ingleses já comemoravam antecipadamente o bicampeonato.
Eu próprio constatei isso ao acompanhar a prova quando de sua passagem pelo Rio
e via a empáfia dos jornalistas ingleses. O “rally” partiu do Estádio de
Wembley, percorreu vários países da Europa e os carros foram embarcados de
navio para o Rio. A foto mostra os carros no porto. Eram 96 carros, mas somente
cerca de 30 concluíram a prova que terminou no Estádio Azteca a poucos dias do
início da Copa. A prova foi vencida por um Ford Escort inglês. Só que as coisas
não deram muito certo para eles no futebol."
Esta foto é do "Rally da Juventude", realizado em 1972. O patrocinador principal foi a fábrica de chocolates "Garoto". Nesta mesma época J.B. Tanko realizou um filme com este nome "Rally da Juventude", com Antonio Marcos, Norma Suely, Tião Macalé e Wilson Grey.
Rally dos 1000 Km Fluminenses/1972. Meu pai e eu, Gustavo Lemos, vencemos o Prime desta prova e ganhamos um belo troféu. Este carro no Postinho era conhecido como "Viúva Negra".
E para terminar, uma reportagem do Correio da Manhã de 01/02/1964, garimpada pelo Tiago Bandeira, sobre um "Rally" de 167 km, no Rio.