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sexta-feira, 7 de junho de 2024

CASA NO FLAMENGO

Há algumas postagens que são tão estupendas que o melhor é republicá-las tal como foi feita pela autora, Conceição Araujo, e deixar todos verem uma maravilha do Rio de antigamente. Além de parabenizar a grande pesquisadora do Rio Antigo.

"A primeira coisa que reparei nessa casa, construída pelo escritório Freire & Sodré, foi que ela era vizinha ao Castelinho Francês projetado em 1912 pelo arquiteto Heitor de Mello, de pé até nossos dias, na Avenida Oswaldo Cruz, nº 4. 

Segundo o site O Rio que o Rio não vê, o castelinho pertencia a Eduardo Otto Theiler, proeminente advogado brasileiro, falecido em 1967. 

Para localizar a casa do post, comparei três imagens: um postal de 1910, outro dos anos 30, e, finalmente, uma vista aérea da região, datada de 22-01-1936, do Museu Aeroespacial. 

Observando o postal de 1910, vemos que o lote vizinho ao do castelinho era ocupado por uma casa. No postal dos anos 30, a casa do post substituiu a primeira. Porém, ela teve vida breve: o lote viria a ser ocupado por dois prédios, que existem ate hoje. O primeiro aparece construído na imagem aérea de 1936: Edificio Lucindrade, Av. Oswaldo Cruz, nº 12. O segundo, Edifício Correa do Lago, Rua Samuel Morse, nº 12, já aparece no PAA/PAL 4313, dos anos 40."

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segunda-feira, 3 de junho de 2024

RALLIES

O texto de hoje merece uma checagem por parte de nossos especialistas como o Gustavo Lemos, o Rouen ou Obiscoitomolhado, pois fala sobre “rallies”.

De um modo geral, cada veículo participante deve ter um piloto e um navegador – este último é o passageiro responsável por guiar o motorista pelo percurso estipulado pela organização da prova, informando sobre a existência de curvas, obstáculos, buracos ou qualquer outra coisa que impacte na condução do veículo.

Há “rallies” de regularidade e de velocidade.

Como o próprio nome já diz, no “rally” de regularidade ser rápido não é fundamental: o objetivo é manter-se dentro do tempo e do percurso estipulados pela organização em cada trecho. Todas as informações estão contidas em um caderno chamado de livro de bordo. Cada linha contém distância a ser percorrida, média horária estipulada e caminho a ser seguido. Cabe ao navegador ler e interpretar as informações, repassando-as ao piloto.

Os tempos são registrados em vários postos de cronometragem espalhados pelo percurso e a dupla competidora é penalizada caso passe por estes postos antes ou depois do número informado na planilha. Normalmente o odômetro do veículo é zerado a cada parada realizada. O tempo registrado é comparado com o tempo ideal e cada décimo de segundo atrasado representa a perda de um ponto. Passagens adiantadas são penalizadas com dois pontos por décimo de segundo.

Há três categorias: novatos, turismo e master.

No “rally” de velocidade, modalidade mais desafiadora do esporte a motor, utilizando carros de produção preparados com todos os itens de segurança determinados pela FIA – Federação Internacional de Automobilismo, piloto e navegador percorrem diversos trechos em estradas vicinais chamados de especiais. Vence a dupla que completar a soma de todos os trechos no menor tempo. 


Este é um dos concorrentes de um "rally" acontecido em 1959, embora estivesse programado para ser no ano anterior, como parte das comemorações do 4º aniversário da Manchete Esportiva, em 1958. 

Foi adiado, pois o homenageado, Francisco Pignatari estava na Europa na data inicialmente marcada. O percurso seria da praça em frente à redação da Manchete até o Copacabana Motor Clube, na Barra da Tijuca.  O troféu tinha o nome de Francisco Pignatari. 

A prova seria disputada num percurso de 33.500 metros e a partida seria dada de minuto em minuto, por carro. Haveria só uma prova para os carros de todas as categorias, sendo que a média para cobrir todo o percurso seria de 40km/h. Haveria um posto de controle, sendo que nenhum concorrente poderia parar um quilômetro antes do referido posto ou da chegada, sob pena de desclassificação.


Esta foto mostra um "rally" de lambretas. Ao fundo ficava a redação da Manchete.

O percurso era: da porta da Manchete, então à Rua Frei Caneca nº 511, Rua Neri Pinheiro, Av. Presidente Vargas, Rua Uruguaiana, Largo da Carioca, Av. Almte. Barroso, Av. Rio Branco, Praça Paris, Praia do Russel, Praia do Flamengo, av. Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Túnel do Pasmado, Túnel Novo, Av. Princesa Isabel, Rua Ministro Viveiros de Castro, av. Prado Júnior, Av. Atlântica, Rua Francisco Otaviano, Praia do Arpoador, Av. Vieira Souto, Av. Delfim Moreita, Av. Niemeyer, São Conrado, Estrada do Juá (grafia da época), Largo da Barra, Ponta da Barra, Circuito da Barra, seguindo em direção à praia, Av. Litorânea e, contornando o circuito da Barra, sede do Copacabana Motor Clube.

Aspecto do "rally" de 1958/1959 com os carros na Barra da Tijuca. O controle técnico da prova, que teve por base a média horária de 40 km, foi exercido pela Comissão Esportiva do Automóvel Clube do Brasil, presidida pelo desportista Francisco Perdigão.


Esta fotografia foi enviada pelo prezado Gustavo Lemos. Veio junto com o seguinte texto:

"O mais longo “rally” já realizado até hoje aconteceu em 1970, comemorando a Copa do México. O jornal Daily Mirror foi o organizador da prova. A Inglaterra na época era a campeã mundial de futebol e os ingleses já comemoravam antecipadamente o bicampeonato. Eu próprio constatei isso ao acompanhar a prova quando de sua passagem pelo Rio e via a empáfia dos jornalistas ingleses. O “rally” partiu do Estádio de Wembley, percorreu vários países da Europa e os carros foram embarcados de navio para o Rio. A foto mostra os carros no porto. Eram 96 carros, mas somente cerca de 30 concluíram a prova que terminou no Estádio Azteca a poucos dias do início da Copa. A prova foi vencida por um Ford Escort inglês. Só que as coisas não deram muito certo para eles no futebol."


Esta foto é do "Rally da Juventude", realizado em 1972. O patrocinador principal foi a fábrica de chocolates "Garoto". 

Nesta mesma época J.B. Tanko realizou um filme com este nome "Rally da Juventude", com Antonio Marcos, Norma Suely, Tião Macalé e Wilson Grey.


Rally dos 1000 Km Fluminenses/1972. Meu pai e eu, Gustavo Lemos, vencemos o Prime desta prova e ganhamos um belo troféu. Este carro no Postinho era conhecido como "Viúva Negra".


E para terminar, uma reportagem do Correio da Manhã de 01/02/1964, garimpada pelo Tiago Bandeira, sobre um "Rally" de 167 km, no Rio.