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sábado, 17 de agosto de 2024

COMERCIAIS ANTIGOS DE CARROS (2)

 

 COMERCIAIS ANTIGOS DE CARROS (2), por Helio Ribeiro

Essa postagem é continuação da publicada no sábado passado. Naquela só foram mostrados comerciais da Volkswagen; nesta serão mostrados os de outras montadoras.

 

DAUPHINE 1959



O Dauphine e o Gordini ganharam o apelido de Leite Glória, com base na propaganda que dizia que esse leite em pó desmanchava sem bater. Já narrei aqui um episódio comprobatório desse apelido. No número 34 da minha rua morava uma mulher avançada em quilos, se é que me entendem, possuidora de um Packard que fazia jus a ela. Em frente, no edifício número 31, morava uma viuvinha muito bonitinha e novinha, na faixa dos 20 e poucos anos, que tinha um Dauphine cor de café com leite, se não me falha a memória. Um dia houve um temporal e como sempre minha rua encheu e ficou toda enlameada. Aí lá veio o Packard manobrar em frente ao 34. Derrapou na lama e bateu na lateral esquerda do Dauphine. O Packard teve um dos faróis trincado; o Dauphine ficou com a lateral destruída.


AERO WILLYS 2600 ANO 1965

Tenho uma característica: uma vez acostumado e gostado de algo, dificilmente aceito mudar de opinião para uma versão mais nova ou diferente. Isso vale para carros e músicas, entre outros. No caso do Aero Willys, sempre achei mais bonito o modelo antigo, lançado em 1960. Mas em 1963 veio a público o modelo 2600, número esse derivado da cilindrada do carro, que era 2638 cm³.

 

VEMAGUET 1965

Nunca andei num DKW. A origem dessa sigla é Damp Kraft Wagen, firma fundada em 1916 como fabricante de pequenos motores movidos a vapor. Com o tempo passou a fazer motores a gasolina de dois tempos, mais tarde usados em brinquedos, porém manteve a sigla DKW. Como esses brinquedos eram muito apreciados por garotos, a sigla ganhou o apelido de Des Knaben Wunsch (O Desejo do Menino). Uma versão desses motores foi adaptada para motocicletas e apelidada de Deutsche Kleine Wunder (Pequena Maravilha Alemã). Esse apelido foi usado durante muitos anos em propagandas da empresa.

Em 1957 a DKW fundiu-se com a Audi, a Horch e a Wanderer, formando a Auto Union. Cheguei a ver carros Auto Union aqui no Rio, muito parecidos com os DKW Vemag que foram produzidos no Brasil.

Uma característica dos Vemag era a porta abrir em sentido contrário ao normal, expondo as pernas e quiçá outras partes íntimas das mulheres ao descerem do veículo. Tal como acontecia com os Citroën que abundavam aqui no Rio.

O DKW Vemag Belcar era muito parecido com os Auto Union. Abaixo um vídeo deste último.


GORDINI 1968

Eu não conseguia distinguir um Gordini de um Dauphine.


SIMCA ESPLANADA 1968

Como citei no caso do Aero Willys, eu gostava mais do Simca Chambord. Não encontrei um comercial bom do Chambord. O único que achei foi filmado na França e do interior do carro, sem motorista, percorrendo estradas cercadas de montanhas nevadas. Só no final mostrava o exterior do carro. Deduzi que era na França porque o carro tinha placa preta no estilo francês, ostentando o número de departamento 75, correspondendo a Paris.


OPALA 1969

Esta é a propaganda de lançamento do Opala, feita em 1968. Ao longo dos anos houve muitas versões e alterações estilísticas no Opala. É um modelo com muitos admiradores até hoje. Um amigo meu tinha um SS 4100 de duas portas, pintura metálica vermelha. Um avião.


 

CHEVETTE 1974

Foi meu primeiro carro, como citei na postagem da semana passada, no item referente à Variant. Era branco. Comprei-o em abril de 1974 e vendi-o em janeiro de 1976. Comprei então um Chevette do ano, cor gema de ovo, para desgosto de minha futura esposa por causa da cor. Fiquei com ele até setembro de 1987, já aos trancos e barrancos, mas com apenas 117 mil km rodados, na época muito para o motor dos carros de então. Troquei por um Voyage do ano, o melhor carro que já tive, um GLS motor 1.8 a álcool, vermelho vivo. Pena que o ladrão também se apaixonou pelo carro e o levou em 19 de julho de 1990, com cerca de apenas 28 mil km rodados.

Esse modelo do Chevette é chamado carinhosamente de Tubarão, por causa da frente bicuda e dos faróis redondos nas extremidades.


DODGE 1800 modelo 1974

Também chamado carinhosamente de Doginho.



CORCEL 1975

Carrinho bonito, esse. Nunca tive um Ford. Só VW, Chevrolet e Fiat. Através de minha enteada, um Renault Sandero e um Honda Fit, que a ajudei a comprar mas que era eu que dirigia.


 

FIAT 147 modelo 1976

Depois do Voyage citado acima tive três Fiat Uno, anos 1990, 1993 e 1996. Este último foi o derradeiro carro meu. Furtado duas vezes, em outubro de 1998 e março de 1999, desisti de ter carro até hoje.

Saído do Voyage GLS 1.8 topo de linha para um Fiat Uno Mille 1.0, achei que iria estranhar muito. Mas amei o carro. Tanto que tive três em sequência, como citei acima. Por aí se vê que sou um cara muito simples. Tinha condição de ter um carro muito melhor. Mas para quê? O Uno me satisfazia. Eu havia comprado o Voyage por ter me apaixonado por um à primeira vista, ainda do modelo antigo.


 

----- FIM  DA  POSTAGEM  -----

 

                                                                      

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

VILA ISABEL - JARDIM ZOOLÓGICO


Com fotos e informações de fontes diversas como a Brasiliana Fotográfica e textos da Internet, vemos o antigo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.

Jardim Zoológico de Vila Isabel foi criado pelo empresário e abolicionista mineiro João Batista Viana Drummond, primeiro e único Barão de Drummond, nascido em 1º de maio de 1825, em Itabira. 


O Jardim Zoológico de Vila Isabel foi aberto nas últimas décadas do século XIX. No dia de sua abertura, o zoológico recebeu a visita de “809 pessoas a pé e 15 a cavalo”, um sucesso, tanto que a Companhia Ferro Carril Vila Isabel em vista da grande concorrência para o jardim passou a ter carros extraordinários todos os domingos.

José Alberto C. Maia garimpou o seguinte trecho do livro “Ganhou, leva! O “Jogo do Bicho” no Rio de Janeiro, de Felipe Magalhães:

“Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, 3 de julho de 1892. Nesse domingo de inverno carioca foram inaugurados vários divertimentos na empresa do Jardim Zoológico, de propriedade do sr. João Baptista de Viana Drummond, o Barão de Drummond.

O parque estava localizado no “pitoresco bairro de Vila Isabel”, na encosta da serra do Engenho Novo. Por ser um dia especial, a Companhia Ferro Carril Vila Isabel dispôs carros especiais para levar o público e os convidados até as dependências do zoo.

Esbanjando a cordialidade de um nobre, associando-a aos interesses de um empresário, o barão recebeu seus ilustres convidados, entre os quais o vice-presidente da República, cuja presença foi saudada por todos com um brinde à mesa do jantar.

No agradável passeio, tendo em vista o clima ameno e a satisfação de todos, o Barão e seu gerente Manoel Zevada lhes apresentaram as dependências do Jardim. Além das jaulas, gaiolas e viveiros presentes em qualquer empreendimento desse porte, a empresa de Drummond contava com um hotel “nas melhores condições, um magnífico restaurante e tinha em construção um grande salão especial para concertos”.

Os visitantes ainda poderiam passar seu tempo divertindo-se em animados bailes públicos, no circo de cavalinhos, em variados espetáculos ou fazendo apostas em alguns jogos liberados para aquelas dependências. Havia bilhar, carteado, jogo da pelota, frontão e outros. 

No entanto, em um domingo especial, um novo divertimento estava para ser inaugurado.

Ao comprar o ingresso de entrada para o Jardim Zoológico, o visitante passaria a receber um ticket. No bilhete estaria impressa a figura de um animal. Pendurada num poste a cerca de três metros de altura, próxima ao portão de entrada do parque, havia uma caixa de madeira. Dentro desta ficava escondida a gravura de um animal, escolhida pelo Barão em uma lista de 25 bichos que ia de avestruz a vaca, passando por borboleta e jacaré.

Nesse domingo, às cinco horas da tarde, a caixa seria aberta pela primeira vez, e o público presente poderia, afinal, descobrir o animal encaixotado e saber se teria direito ao prometido prêmio de 20$000, 20 vezes o valor gasto com a entrada para o zoo. Na hora marcada, o barão dirigiu-se até o poste, revelou a avestruz e fez a alegria de 23 sortudos visitantes.

Estava criado o "Jogo do Bicho".

O pedido para instalação de um Zoológico em Vila Isabel foi feito pelo Barão de Drumond ao Presidente e Vereador da antiga Câmara Municipal da Corte e é datado de 5/08/1884.  Fundado como Sociedade Anônima, sob o título de Companhia Jardim Zoológico, ocupava o jardim uma área de 230.000 m², pertencente à Cia. Arquitetônica, entre as Ruas Visconde de Santa Isabel, Costa Pereira e Barão do Bom Retiro.

O primeiro zoo carioca teve uma área com riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais domésticos e selvagens, com bichos brasileiros como jacarés e macacos, mas também com atrações exóticas como elefante e leão, por exemplo.

O estabelecimento dispunha de papel timbrado com dizeres simples, mas era diferente para a época: “Jardim Zoológico – Villa Izabel – Rio de Janeiro”.

O passar dos anos, entretanto, trouxe dificuldades financeiras. Para solucionar o problema e salvar o zoológico de uma crise, o Barão criou o “jogo do bicho”, atraindo a atenção de visitantes, moradores do bairro e, mais tarde, de toda a cidade, que faziam suas apostas pela manhã e retiravam o resultado à tarde.

A ideia do Barão de Drumond acabou por transformar-se em uma marca no cotidiano da cidade, mas não foi suficiente para salvar o antigo zoológico, que terminou fechando suas portas na década de 1940.

Nos seus primeiros anos este zoológico era cercado pela floresta da Serra do Engenho Novo, onde habitavam muitos macacos, daí o atual nome do Morro dos Macacos na referida serra. Era uma expressiva reserva que com o tempo foi invadida, destruída, se tornando um grande complexo de favelas que cercam o atual parque Recanto do Trovador.

O novo zoológico carioca, na Quinta da Boa Vista, viria a ser inaugurado em 1945 por Getúlio Vargas.



terça-feira, 13 de agosto de 2024

FILME "COPACABANA PALACE"

Como comentado ontem, o filme "Copacabana Palace" foi rodado no Rio, em 1962, tendo no elenco Mylène Demongeot, Tom Jobim, João Gilberto, Walter Chiari, Sylva Koscina, Tonia Carrero, Franco Fabrizi, entre outros.

O enredo envolvia três malandros cariocas que armam um esquema para roubar as joias do cofre do hotel Copacabana Palace. Enquanto isso três aeromoças no mesmo hotel planejam aproveitar o carnaval para conhecer os ídolos brasileiros da Bossa Nova. Também no Copacabana Palace um príncipe pretende flagrar a infidelidade da esposa que vai passar o carnaval no Rio. 


Mylène Demongeot a bordo do famoso iate "Atrevida", em foto da revista "Manchete". O bikini causou furor nos idos de 1962.


Mylène, em foto de Paulo Muniz, comprando um "souvenir".

Com Tom Jobim, em cena do filme "Copacabana Palace".


Considerando que "pintou um clima" com o Tom?


Tom Jobim e Sylva Koscina na praia neste filme? 

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

FOTOGRAMAS DE CARROS

Alcenor Araújo, no Facebook Memória Automotiva Brasileira, criou um grupo para manter viva a história da indústria automobilística brasileira, desde os primórdios na fase de implantação no Brasil, passando pela a produção efetiva que iniciou-se em 1956 até ao ano 2005. 

Ele faz um trabalho muito interessante de recuperar passagens de filmes em que aparecem carros. Hoje veremos alguns deles.

Os comentaristas poderão complementar a identificação dos carros, identificar os locais com exatidão e escolher o automóvel da preferência de cada um.

FOTO 1: Em destaque um Aero-Willys no cais do Porto do Rio.

FOTO 2: Um Aero-Wyllis mais antigo no Centro.

FOTO 3: Dois veículos da Polícia na porta do Copacabana Palace. Um camburão e uma "joaninha".

FOTO 4: Um Karman-Ghia trafega pela Avenida Brasil.


FOTO 5: Vemos um elegante FNM JK no Largo do Boticário.


FOTO 6: Outro Aero-Willys nas imediações do Santos Dumont.


FOTO 7: Várias cenas do filme aconteciam perto do Copacabana Palace.

FOTO 8: Há mais Aero-Willys do que Volkswagen na postagem de hoje. Outro deles na Avenida Atlântica.