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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

RUA DO PASSEIO

A Rua do Passeio começa na Praça Mahatma Gandhi e termina no Largo da Lapa. A antiga denominação era Rua Dr. Joaquim Nabuco. Segundo Paulo Berger, nos meados do século XVIII chamou-se aquele caminho de Ilharga da Ajuda e no vice-reinado de Luís de Vasconcelos (1775-1790), o qual mandou aterrar a lagoa do Boqueirão e construiu o Passeio Público, obra de Mestre Valentim, começou a ser conhecido como “caminho para o Passeio Público ou do Boqueirão”.

O Passeio Público foi inaugurado em 1783. A denominação de “Rua do Passeio Público” foi alterada por proposta do vereador José Carlos do Patrocínio, em sessão da Câmara Municipal de 28/01/1892, passando a se chamar Rua Dr. Joaquim Nabuco. Finalmente, pelo Dec. 1165 de 31/10/1917, que aprovou a nomenclatura dos logradouros públicos, ficou estabelecida a denominação de Rua do Passeio.



FOTO 1: No lado inferior esquerdo, o prédio do Silogeu Brasileiro (demolido). Da esquerda para a direita: Arcos da Lapa, prédios da Escola de Música da UFRJ e do Automóvel Club do Brasil, Cinema Plaza, Cinema Metro Passeio, prédio da Mesbla ainda sem a ampliação, Cinema Palácio, Cinema Alhambra, Edifício Odeon e Palácio Monroe. Ao fundo, o Morro de Santo Antônio já em desmonte. Abaixo, o Quartel General da Polícia Militar. No lado superior direito, o Edifício da Ordem Terceira (demolido) no Largo da Carioca. 

Escola de Música, Rua do Passeio nº 98, Automóvel Clube, Rua do Passeio nº 90, Cinema Plaza, Rua do Passeio nº 78, Cinema Metro, Rua do Passeio nº 62, Mesbla, Rua do Passeio nº 42, Cinema Palácio, Rua do Passeio nº 38, Cinema Alhambra, Rua do Passeio nº 14.

FOTO 2: Esta fotografia mostra a região da Rua do Passeio, com o Passeio Público à esquerda. Ao fundo vê-se um bonde já com tração elétrica, dividindo espaço com um solitário automóvel e dois veículos puxados por burros. Bem ao fundo da foto, com esforço, são vistos os Arcos da Lapa. À direita, o início da construção do bairro Serrador.


FOTO 3: Em frente ao cinema Palácio cariocas bem vestidos têm à disposição um filme em Cinemascope, som magnífico, estereofônico, x faixas direcionais e de alta fidelidade. O filme era estrelado por Clifton Webb.


FOTO 4: Vemos o grande movimentos dos bondes nas vizinhanças do prédio da Escola de Música. Fotos do terminal de bondes que havia à esquerda já foram publicadas.

FOTO 5: O bonde "Laranjeiras", nº de ordem 611, na Rua do Passeio em 1936. O prédio da Mesbla estava no término da construção. O Edifício Mesbla seria residencial e comercial. 

Em cartaz no Cinema Palácio o filme "Vingança de Mulher" (Dressed to thrill), com a sueca Tutta Rolf e o galã Clive Brook. Sobre o filme: “Rendendo um culto admirável ao amor de uma mulher, este filme luxuoso e moderníssimo, marca a estreia de Tutta Rolf, num romance lindíssimo de sacrifício e renúncia de um coração amantíssimo de mulher que um dia jurou vingança ao homem a quem dedicara toda a sua afeição, toda a grandeza sem limites, do seu sincero amor.”


FOTO 6: Vemos a Rua do Passeio em 1941. Provavelmente a foto foi tirada a partir do Hotel Serrador. À direita vemos o Cine-Teatro Palácio (onde, em "alta", se pode ler que estava em cartaz o filme "No mundo da lua") e o prédio da Mesbla. A Rua do Passeio tinha mão-dupla (o automóvel que se dirige para a Lapa é um Citroën) e uma guarita para guarda de trânsito (coisa do tempo em que havia ordenamento no trânsito carioca). Na época não havia grades em torno do Passeio Público. Os trilhos dos bondes foram retirados em 1939. 


FOTO 7: Vemos a Rua do Passeio alagada, em 1957, com as pessoas procurando abrigo no cinema Metro. O filme em cartaz, “Passado Perdido”, cujo nome original era “These wilder years”, teve sua estreia em 1956, estrelado por James Cagney e Barbara Stanwyck.

Em “`Passado Perdido”, Cagney é o industrial Steve Bradford, agora na meia-idade, que volta à sua cidade natal para encontrar o filho  ilegítimo, que havia deixado em um orfanato vinte anos atrás. Logo ele entra em conflito com a diretora atual da instituição (Barbara Stanwyck), que quer impedí-lo de burlar as leis de adoção e possivelmente arruinar a vida do seu filho agora adulto. 

Segundo Obiscoitomolhado o Land-Rover série I passa impávido pelo Volvo PV444, um carro muito bem apreciado no Brasil e nos Estados Unidos. Mais atrás, um Mercury 1952, espera a água baixar. O ano de 1952 foi um salto no design da Ford e toda a linha se beneficiou do novo estilo. Esse Hard-top Mercury Monterey frequentou a minha lista de mais desejados.


FOTO 8: Resgatando comentário de Obiscoitomolhado de 2017: “Na foto do 10-Mauá-Fátima, a lembrança de descer inúmeras vezes a escadaria desde a esquina das ruas Progresso e Oriente até o Largo de Fatima, com minhas tias-avós para ir ao trabalho delas na LBA, da Av. General Justo. Mais tarde, os joelhos das duas passaram a exigir o bonde.

Atrás do 10 está um De Soto 46-48, um Austin estacionado e um carro escuro difícil de identificar. Aí é a calçada do Plaza, onde eu via os filmes de Tarzan, do tempo do Gordon Scott.”