Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”, e de lá sai este vidro de Emulsão de Scott, odiado por meu irmão, uma criança magricela e muito alta, que era obrigado a tomar sua dose de óleo de fígado de bacalhau toda noite. Dizia ele que o gosto era muito, mas muito ruim.
Talvez os mais velhos tenham lido esta propaganda da Emulsão de Scott:
“O medicamento que mais fama tem alcançado no mundo é a Emulsão de Scott. Não há paiz civilizado onde não se pronuncie seu nome com respeito, e essa reputação bem adquirida não é filha de casualidade, senão consequencia legitima dos bons resultados que tem produzido a medicina nas enfermidades do peito e da garganta, nos escrofulosos e debilitados.
A associação do Oleo de Figado de Bacalhao com os hypophosphitos de soda e cal, como se encontram na Emulsão de Scott é uma combinação feliz que proporciona os materiaes para reparar os tecidos e o sangue.
A infancia é a idade que mais benefícios obtem da Emulsao de Scott. Por seu bom sabor é tolerada pelo paladar mais delicado. Assim como as arvores necessitam para crescer e desenvolver-se de bôa terra, estrume e regadura; assim tambem as creanças requerem o uso da Emulsão de Scott de oleo de figado de bacalhao com hypophosphitos de cal e soda, que representa para ellas força, saude e alegria."
Escrofula é a designação dada à tuberculose crônica dos gânglios linfáticos, que se caracteriza por hipertrofia, inflamação e eventual fistulização. Ainda bem, como dito no anúncio acima, que a menor Carmen de Souza Lopes se curou com a Emulsão de Scott...
O que sei é que a Emulsão de Scott era figurinha fácil nas farmácias domésticas, ao lado de ícones do passado como a “Maravilha Curativa do Dr. Humphreys”, à base de Hamamelis Virginica, do Coryfolium, da Nux Vomica e do Phosphorus (homeopáticos), da Milma (pastilhas de leite de magnésia), da Malvona.
E quem não usou Vick Vaporub, Chophytol e Optalidon?
Lembram do Cristal Japonês (para dor de cabeça), Nupercainal, Lavolho, Atroveran, Pílulas do Dr. Ross, Tussaveto, Biolaymo, Linimento de Sloan?
E o Peitoral Pinheiro, xarope do Rafael Netto?
Nas casas de antigamente não faltavam Calcigenol, Bromil, Regulador Xavier, Neo-Riodine, Agarol, Pondicilina (pastilhas para garganta). E Colubiasol, Rugol, Hidrolitol, Vinho Reconstituinte Silva Araújo, Lugolina, Cilion, Alginex.
Outros usavam Pomada Minâncora, Alivene, Phimatosan (tosse), Rebouçado de Lisboa (balas para tosse), Hemovirtus (hemorróidas), Licor de Cacau Vermífugo Xavier, Lysoform Primo (contra mau hálito, frieiras, odor das axilas), Leite de Rosas, Pastilhas de Magnésia Bisurada (contra azia e má-digestão).
Alguns usavam a água vegeto-mineral (um colega a chamava de “água dos três reinos” - porque animal era quem a receitava!).
E havia os que pediam aos viajantes a Portugal que trouxessem as famosas pílulas de alho do Dr. Rogoff.
Iodex, Magnésia Fluida de Murray, sal amargo (sulfato de magnésio), cataplasma de Antiphlogistyne, Neo-Rhumex (injeção para gripe), injeção de ouro (também para gripe), Eucaliptyne (também), Neo-Sinefrina, Ambodryl (irmão do Benadryl), Trilafon, Ipecacuanha, sabonete Derso, também fizeram sucesso.
Ainda existe Vagostesil, Panvermina, Ascoxal (para aftas), Hygnotol?