Total de visualizações de página

segunda-feira, 28 de abril de 2025

INÉDITAS DO SAUDADES DO RIO (4)

Achei estas fotos "perdidas" no acervo. Acho que não foram publicadas no "SDR".

Os burros foram muito utilizados no Rio de antigamente, tanto que a famosa dupla Lulu&Dudu se consagrou nos velhos tempos do "Saudades do Rio".

Os burros foram muito utilizados para puxar bondes e para trabalhar na D.L.U. - Departamento de Limpeza Urbana.


FOTO 1: Em agosto de 1961 ainda existiam 1400 burros nos quadros do DLU - Departamento de Limpeza Urbana. Em agosto daquele ano o Governador Carlos Lacerda decidiu por aposentá-los e fez uma bela cerimônia no Palácio Guanabara.

Entretanto, havia muita dificuldade para decidir para onde mandá-los. A transferência para a Fazenda Modelo do Estado em Guaratiba foi vetada por falta de verbas, queixou-se o presidente da SUIPA. Em setembro assumiu o Sr. Angelo Vivacqua como presidente do DLU e prometeu uma solução. Em fevereiro de 1962 o problema foi parcialmente resolvido com a doação de boa quantidade de burros para lavradores cariocas. 

Lulu & Dudu, muito queridos pelo pessoal do S.E.M.P.R.E. foram levados para a antiga sede social do grupo no Alto da Boa Vista, onde hoje estão enterrados.


FOTO 2: Até banda de música homenageou os burros que foram aposentados.


FOTO 3: Aqui eram vários burros a puxar a carroça carregada.


FOTO 4: As parelhas de burro eram usadas para diversas atividades.


FOTO 5: A carroça do DLU estava carregada de garis.


FOTO 6: A Imprensa fazia grande campanha referente aos maus tratos dos animais: "Não se compreende que em pleno ano de 1960 os nossos grandes administradores, não obstante o advento da era atômica e outros sinais de progresso, estes sábios do Departamento de Limpeza Urbana, empreguem os pobres burros de modo tão desumano. Como se não bastasse o peso das carroças carregadas de lixo molhado, os grandes "intelectuais" do DLU ainda improvisam chapas, que colocadas nos anteparos, recebem maior altura de lixo."


FOTO 7: Os burros também puxavam os bondes, antes da implantação da energia elétrica neste serviço. O Helio Ribeiro poderá esclarecer vários aspectos deste serviço, tais como período de atuação, número de animais, locais de guarda, etc. 

O serviço de bondes puxados por animais começou em meados do século XIX. Em 1887 circulou o primeiro bonde movido por acumuladores elétricos do sistema Julien. Mas não deu certo. Em 1890 a Cia. Jardim Botânico tinha 90 carros e cerca de 1300 muares na tração desses veículos. Eram alimentados com alfafa procedente do Rio da Prata.

Os burros morriam, em média, com três anos de trabalho. Em 1892 foram feitos os primeiros ensaios com o bonde elétrico. Em 8 de outubro de 1892 houve a inauguração da tração elétrica na linha do Flamengo, fazendo o trajeto Teatro Lírico, Senador Dantas, Rua do Passeio, Lapa, Russell e Flamento, até as oficinas da CFCJB na Rua Dois de Dezembro.


FOTO 8: Conta Machado de Assis: (...) De repente ouvi vozes extranhas; pareceu-me que eram os burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente do bond); eram elles mesmos. Como eu conheço um pouco a lingua dos Houyhuhums, pelo que d´ella conta o famoso Gulliver, não me foi difficil apanhar o dialogo. Bem sei que cavallo não é burro; mas reconheci que a lingua era a mesma. O burro falla menos, de certo; é, talvez, o trapista d´aquella grande divisão animal, mas falla.

Fiquei inclinado e escutei: Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda. O da esquerda: Desde que a tracção electrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro. Claro, parece, mas entre parecer e ser, a differença é grande. Tu não conheces a historia da nossa especie, collega; ignoras a vida dos burros desde o começo do mundo. Tu nem reflectes que, tendo o salvador dos homens nascido entre nós, honrando a nossa humildade com a sua, nem no dia de Natal escapamos da pancadaria christan. Quem nos poupa no dia, vinga-se no dia seguinte. Que tem isso com a liberdade? 

Vejo, redarguiu melancholicamente o burro da direita, vejo que há muito de homem n´essa cabeça. Como assim? bradou o burro da esquerda, estacando o passo. O cocheiro, entre dous cochilos, juntou as redeas e golpeou a parelha. 

Sentiste o golpe? perguntou o animal da direita. Fica sabendo que vieram com a regra de se não empregar o chicote. Espanto universal dos cocheiros: onde é que se viu burro andar sem chicote? Todos os burros d´esse tempo entoaram canticos de alegria e abençoaram a idéa dos trilhos, sobre os quaes os carros deslisariam naturalmente. Não conheciam o homem. Sim, o homem imaginou um chicote, juntando as duas pontas das rédeas. Sei também que, em certos casos, usa um galho de arvore, ou uma vara de marmelleiro. Justamente. A que acho razão ao homem. Burro magro não tem força; mas, levando pancada, puxa. 

Sabes o que a directoria mandou dizer ao antigo gerente Shannon? Mandou isto: "Engorde os burros, dê-lhes de comer, muito capim, muito feno, traga-os fartos, para que elles se affeiçoem ao serviço; opportunamente mudaremos de politica, all right". D´isso não me queixo eu. Sou de poucos comeres; e quando menos trabalho, é quando estou repleto. Mas que tem capim com a nossa liberdade, depois do bond electrico? O bond electrico apenas nos fará mudar de senhor. De que modo? Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente ás carroças. 

Pela burra de Balaam! Esclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? Nenhum premio? Nenhum sinal de gratificação? Oh! Mas onde está a justiça d´este mundo? Passaremos ás carroças, continuou o outro pacificamente, onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um só burro sabe mais o que elle lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz, restituir-nos-há a liberdade...

Enfim! Ficaremos soltos, na rua, por pouco tempo, arrancando alguma herva que ahi deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de herva, que nem sempre é viçosa! Enfraqueceremos; a edade ou a lazeira ir-nos-há matando, até que, para usar esta metaphora humana, esticaremos a canella. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de trez dias, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho mais atrevido, corre aos jornaes, conta o facto e pede uma reclamação. No quinto dia sahe a reclamação impressa. No sexto dia, apparece um agente, verifica a exactidão da noticia; no septimo, chega uma carroça, puxada por outro burro e leva o cadaver. 

Seguiu-se uma pausa. Tu és lugubre, disse o burro da esquerda. Não conheces a lingua da esperança. Póde ser, meu collega; mas a esperança é propria das especies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza. A nossa raça é essencialmente philosophica. Ao homem que anda sobre dous pés, e provavelmente a aguia, que vôa alto, cabe a sciencia da astronomia. Nós nunca seremos astronomos; mas a philosophia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas chimemanas. Cada seculo...

O freio cortou a phrase ao burro, porque o cocheiro encurtou as rédeas, e travou o carro. Tinhamos chegado ao ponto terminal. Desci e fui mirar os dous interlocutores. Não podea crer que fossem elles mesmos. Entretanto, o cocheiro e o conductor cuidaram de desatrelar a parelha para leval-a ao outro lado do carro; aproveitei a occasião e murmurei baixinho, entre os dous burros: Houyhuhums! Foi um choque electrico. Ambos deram um estremeção, levantaram as patas e perguntaram-me cheios de enthusiasmo: Que homem és tu, que sabes a nossa lingua? Mas o cocheiro, dando-lhe de rijo uma lambada, bradou para mim, que lhe não espantasse os animaes. Parece que a lambada devera ser em mim, se era eu que espantava os animaes; mas como dizia o burro da esquerda, ainda agora: Onde está a justiça d´este mundo?"

102 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Justa homenagem a quem serviu à coletividade. Na primeira foto, os burros e o "Corvo".

    A última linha de tração animal foi extinta por volta de 1929, fazendo Madureira x Irajá. A menos que ainda existisse algo para os lados da Ilha ou Campo Grande.

    ResponderExcluir
  2. A quantidade de sujeira pelas ruas tantos eram os burros circulando que o mau-cheiro devia incomodar muito.
    Mas tudo devia ser mais calmo dada a velocidade dos animais.
    Me faz pensar numa vida mais tranquila, com a cidade mais pacata.

    ResponderExcluir
  3. Devia ser desagradável a permanência nas ruas em razão do cheiro de esterco, sem contar a existência de moscas. Imaginem a situação do "comércio de rua" em uma época em que não havia refrigeração. Uma viagem em um bonde de tração animal demorava horas e o serviço de remoção de lixo certamente devia demorar dias inteiros. Mas nada como o progresso, e os "operários da limpeza" de outrora podem ser encontrados atualmente em toda parte, usam em regra uma vestimenta vermelha, se alimentam de pão e mortadela, e carregam em um alforje junto à ilharga o título eleitoral.

    ResponderExcluir
  4. Apagão geral na Península Ibérica. Deve ser horrível morar em países assim.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Incluindo sul da França, além de partes da Itália, Alemanha, Finlândia e Polônia. União Europeia informou que foi um ataque de hackers. Ganha uma mariola vencida quem descobrir se um certo mandatário estiver por trás...

      Excluir
  5. Hoje é dia da sogra.

    Em 1887, em Paris, acontecia a primeira corrida de automóveis.

    Em 1928, era fundada a escola de samba Mangueira.

    Em 1932, era lançada a vacina contra a febre amarela.

    Ontem morreu o compositor e ex-produtor Mauro Motta. Raul Seixas e RC gravaram algumas de suas músicas.

    ResponderExcluir
  6. Bom dia! Salvo engano, hoje é aniversário do Mário. Vamos aguardar a confirmação.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Confirmado, Ana.
      Obrigado pela lembrança.
      Nasci às três e quinze da tarde do dia 28 de abril de 1953, uma terça-feira, na Casa de Saúde São Sebastião, na Rua Bento Lisboa, Catete.
      Completo 72 anos.

      Excluir
    2. Parabéns!!! Muita saúde e felicidades!!!

      Excluir
    3. Mais uma vez, muito obrigado Ana.

      Excluir
    4. Parabéns, Mario. Felicidades! Tudo de bom!

      Excluir
  7. Parabéns para o Mário, com muita saúde e paz de espírito.

    ResponderExcluir
  8. Outro dia o Mário disse que faltavam 9 dias para o aniversário. Fiz as contas erradas (como habitual). Achei que era amanhã.
    Parabéns, muita saúde. É um prazer tê-lo como comentarista do "Saudades do Rio".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Luiz,
      É muito bom poder participar do blog, vida longa ao SDR !

      Excluir
  9. Parabéns ao Mário, atualmente um dos mais habituais comentaristas do SDR, para gáudio de todos nós.

    ResponderExcluir
  10. Quanto à postagem de hoje, tenho de ir agora à feira-livre. Mais tarde tentarei escrever.alguma coisa.

    ResponderExcluir
  11. Parabéns, Mário! também nasci na Casa de saúde São Sebastião, na Beto Lisboa.

    ResponderExcluir
  12. Bom dia Saudosistas. Começo parabenizando o mestre Mario pelo seu aniversário, desejo saúde, paz, tranquilidade, felicidades e muitos anos de vida. Um forte abraço.
    Retiraram os burros do serviço de limpeza da cidade, mas ainda permanecem os burros na Administração da DLU, os parques públicos como Aterro, Quinta da Boa Vista, avenidas e ruas, vemos dezenas de homens fazendo limpeza, quase sempre 2 ou 3 trabalhando os demais olhando ou vendo o celular, quando este serviço poderia ser facilmente realizado por máquinas específicas de limpeza. Saíram os burros de 4 patas, mas aumentaram a quantidade dos de 2 patas.

    ResponderExcluir
  13. O Lino tem razão em parte. Sempre há mais funcionários do que o necessário mas em geral a Comlurb faz um trabalho muito bom. O maior exemplo é o que é feito após a passagem de um bloco de carnaval. Ou após o reveillon. No dia seguinte cedinho a orla está toda limpa.

    ResponderExcluir
  14. Parabéns ao Mário por mais uma primavera, ou melhor outono, muita saúde e paz.

    ResponderExcluir
  15. Do texto de Machado de Assis:
    "Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas chimemanas."
    Qual o significado de "chimemanas" ?

    ResponderExcluir
  16. Na esquina da avenida Maracanã com rua Doutor Octávio Kelly tem uma instalação da atual COMLURB. É coisa antiga, desde a época da DLU. Na década de 1950 ali ficavam burros e aquelas carroças mostradas na foto 2 de hoje.

    ResponderExcluir
  17. Havia várias cocheiras para os burros que puxavam bondes. A maior era a da CCU (Companhia Carris Urbanos), situada onde foi construída a sede da Light, na Marechal Floriano.

    ResponderExcluir
  18. Parece que outra ficava na esquina da Gomes Freire com Visconde do Rio Branco, onde agora é a Escola Tiradentes.

    ResponderExcluir
  19. No MIS tem fotos de 1907 mostrando rolos de feno na estação da Muda.

    ResponderExcluir
  20. Ainda existem burros espalhados pela cidade e pelo país. Tivemos recentemente vários parados em frente a instalações em várias cidades, fazendo reverências a pneus, por exemplo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Uma reparação. Aqueles seres estão abaixo dos burros. Sinto muito se ofendi os burros...

      Excluir
  21. Tinha um mercado de venda de capim no Largo do Capim, que ficava na antiga rua de São Pedro, entre Conceição e Andradas, ali onde é o prédio do Banco Central.

    ResponderExcluir
  22. Os bondes dr bitola estreita (820mm, foto 7) eram puxados por um único burro; os de bitola larga (1370 ou 1435 mm,foto 8) eram puxados por uma parelha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A bitola de 0,80 m foi utilizada na Ferrovia da Cantareira em São Paulo até 1948, quando foi substituída pela métrica até 1965, data da extinção da ferrovia. Mas a menor bitola utilizada no Brasil é a de 0,76 m, conhecida como "bitolinha", utilizada pela E .F Oeste de Minas, da qual só resta um trecho de 12 km entre Tiradentes e São João Del Rey, mas no passado existiam em atividade mais de 1.200 km.

      Excluir
  23. Em 1969 minha avó foi operada de glaucoma na Casa de Saúde São Sebastião na Rua Bento Lisboa. Em um passado no qual não existiam planos de saúde, os custos de uma internação, de uma operação, e até de um CTI, eram perfeitamente digeríveis para "simples mortais", enquanto a saúde pública "sem custos" e de boa qualidade era acessível a todos. Não havia "sisreg", nem fila de espera para qualquer intervenção cirúrgica. Hoje em dia existem hospitais públicos "maravilhosos" como o INTO, cujo atendimento será imediato desde que o paciente seja "indicado ou amigo de algum deputado", pois do contrário só será atendido quem sabe daqui a cinco anos. Mas há quem diga, e não são poucos, que o atual SUS é digno de "primeiro mundo"...

    ResponderExcluir
  24. Os bondes puxados a burro da JB começaram a ser desativados em outubro de 1892; os da Vila Isabel, em 1905; os da CCU e São Cristóvão, em 1907.

    ResponderExcluir
  25. Os da Linha Suburbana de Tramways (ramal de Irajá) foram extintos em 1928 quando a Light assumiu aquela concessão.

    ResponderExcluir
  26. Os burros têm um dia para chamar de seu, desde 2019 o dia 08 de Maio é o Dia Internacional do Burro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pior é que de tempos em tempos o dia 08 de maio é também o Dia das Mães.

      Excluir
    2. Imagina então em Rocha Miranda, que tem a Praça Oito de Maio...

      Excluir
  27. Joel, 16:37h ==> a virada de 1998 para 1999 passei lá em São João del Rey e andei nesse trem turístico entre essa cidade e Tiradentes. Passeio bonito. Maria-fumaça "das antigas". É a mais antiga em operação no Brasil. Na estação de SJR tem um museu e a uns 200 metros dela há uma rotunda com várias locomotivas a vapor guardadas. Acho que não estão operando mais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu estive em Tiradentes em 1997. Existe em São João Del Rey uma rotunda onde são guardadas as locomotivas. Todo o conjunto é um museu ferroviário e o passeio turístico de trem continua a todo vapor.

      Excluir
  28. Quando andei naquele trem, era a maria-fumaça 41, mas há várias outras. Não sei qual delas é a mais antiga. Tem a 42, a 48, a 61, a 68 e talvez outras.

    Outro passeio legal é de Campos do Jordão a Santo Antônio do Pinhal. Mas é uma litorina, sem vagões. Quando ela chega em Santo Antônio entra numa rotatória e o maquinista e um ajudante a giram 180 graus, na mão grande, para mudar seu sentido de marcha.

    Também andei num trem turístico entre Miguel Pereira e Conrado. Isso por volta de 1993. Mas era máquina a óleo.

    ResponderExcluir
  29. Gostaria de andar no que vai de Passa Quatro até o túnel na divisa com São Paulo. Esse túnel tem história, ligado à Revolução de 1932. Parece que vão expandir a linha, atravessando o túnel.

    Tem um outro trem turístico no RS, em Bento Gonçalves.

    ResponderExcluir
  30. O SESC de Grussaí (perto de São João da Barra) tem uma linha interna de trem, percorrida por marias-fumaça mantidas pelo próprio SESC em oficina própria. São máquinas compradas dos antigos canaviais da área de Campos. O trajeto é de 10 km dentro do próprio terreno do SESC. Os vagões são de madeira, tipo os antigos da Leopoldina.

    ResponderExcluir
  31. Já andei também na maria-fumaça de São Lourenço a Soledade de Minas.

    ResponderExcluir
  32. Depois de bondes, trens são minha paixão. Sempre que a localização me permitia, eu ia e voltava de trem para o serviço. Depois de aposentado, um dia falei com minha mulher que iria tomar sorvete em Paracambi. Ela pensou que eu estava maluco. Ledo engano. Fui a pé até a estação do Engenho Novo, baldeei para a linha de Japeri, lá baldeei para a composição que faz o trajeto entre Japeri e Paracambi.

    Saltei lá, tomei um sorvete numa lojinha bem próxima à estação, fiz uma horinha e voltei.

    Meses depois, fiz o mesmo com minha esposa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Minha ex-namorada é assistente social do TJRJ, e em 2004 ela foi lotada no Fórum de Paracambi. Um dia fui buscá-la à tarde, e para isso tomei um trem em São Cristóvão até Japeri, e em Japeri tomei outro elétrico até Paracambi. Na volta já estava escurecendo, e em Comendador Soares fomos avisados que naquele trecho os trens eram apedrejados quando passavam próximo à uma favela da região. "Dito e feito", o trem foi apedrejado. Não era um trem refrigerado e pelo menos duas pedras entraram por uma janela. Nunca mais tomei um trem do ramal de Japeri.

      Excluir
    2. Em 1989 fui à Belo Horizonte de Trem. Como era casado na época, fui com minha esposa. Tomamos o trem às 20:30 na Central e foi uma viagem confortável. Jantamos no carro-restaurante e o balanço do trem foi um ótimo sonífero. Nosso café da manhã foi às 07:30, e às 08:30 chegamos à B.H. Uma pena que o Vera Cruz e o Santa Cruz não circulem mais.

      Excluir
  33. Fora do Brasil, só andei de trem na Espanha (por três vezes, sempre saindo de Madri e indo a Aranjuez, Segóvia e Toledo), em Zurique (entre o aeroporto e a estação central), em Paris (indo e vindo entre o aeroporto e o Quartier Latin), em Munique andei no trem S2 ("S" é abreviação de Schnellzug, trem rápido) mas não lembro entre quais estações.

    ResponderExcluir
  34. Não tinha idade para lembrar dos burros no batente no DLU.
    Aliás não lembro de animais de carga nas ruas do Rio à serviço qualquer.
    Em Paquetá que tinha charrete.
    De trem, além dos urbanos algumas vezes, viajei para Espera Feliz, MG, uma vez, Visconde de Itaboraí, via Magé, também uma vez.
    Dos turísticos só o de São João del Rei, duas vezes.

    ResponderExcluir
  35. Pelo menos o ano passado o de Miguel Pereira voltou a circular nos fins de semana. Como estive lá numa segunda-feira...
    Mesma coisa São Lourenço e Passa Quatro, estive nestes lugares quando não há viagens de trem.
    Mas pretendo voltar à Passa Quatro num fim de semana, depois do Inverno, pois é muito frio à noite naquela cidade.

    ResponderExcluir
  36. O trem turístico de Ouro Preto à Mariana está suspenso, segundo o site da Vale.
    Entre Três Rios e Sapucaia tem um que está programado, testado, aprovado, liberado, etc, mas nunca entra em atividade.
    Nessa duas linhas a locomotiva são diesel.

    ResponderExcluir
  37. O passeio de trem de Tiradentes a São João del Rei é muito agradável e bonito.
    Fui a São Paulo com uma delegação do Flamengo no noturno com leito. Vitória da Portuguesa de Desportos por 3x2. Era com o time juvenil, hoje juniores. Jogavam Edmar (goleiro), Vantuil de beque, no meio-campo Adilson (depois foi para o Campo Grande junto com o Edmar) e Norival. O ataque era Clair, Beirute, Gerson (canhotinha de ouro) e Germano. O técnico era o Modesto Bria.
    Também fui para Ibicuí, Paulo de Frontin, Itanhandu e Petrópolis de trem.
    Mas andei muito mesmo foi pela Europa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O Ramal de Petrópolis foi suspenso em 30:03.1963, mas devido a protestos de moradores e de políticos de Petrópolis, no segundo semestre daquele ano o ramal voltou a funcionar de forma precária. Porém em Fevereiro de 1964 um descarrilamento na altura da estação do Meio da Serra causou a morte de seis pessoas e ferimentos em quase trinta. Isso foi determinante para condenar Ramal, que foi desativado aos poucos "de trás para frente", e em Junho de 1964 os trens paravam na estação do Alto da Serra no final da Rua Teresa e não iam maís até à estação do centro de Petrópolis. Isso perdurou até Novembro de 1964, quando os trens desceram a serra para nunca mais subir.

      Excluir
  38. Fiz um passeio subindo de barco o rio Douro a partir do Porto até Peso da Régua e voltando de comboio (como chamam trem em Portugal).
    No trem, bem antigo, quando fui "tirar água do joelho", uma surpresa: a privada era aberta direto para o leito dos trilhos, nenhum tipo de instalação.
    Surreal.

    ResponderExcluir
  39. Como pude esquecer? Andei no Curitiba x Paranaguá.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quando andei nesse, ele só ia até Morretes, onde provei o famoso barreado. Também já fui no famoso Vitória -Minas.
      Em tempo...Como nosso idioma é incompreensível para estrangeiros, quase todos aqui já "andaram" de trem.

      Excluir
  40. E nos trens de linha Bauru x Três Lagoas e Dracena x Marilia. O primeiro era conhecido como "Trem da Cocaína" porque alternadamente fazia o trajeto São Paulo x Santa Cruz de la Sierra ou São Paulo x Corumbá. Tinha aquele apelido quando era o primeiro trajeto.

    Por acaso quando andei nele fazia o segundo.

    ResponderExcluir
  41. Também andei no Trensurb de Porto Alegre. Gostei.

    ResponderExcluir
  42. Bom dia.

    Há a possibilidade de reativação do trem entre Angra dos Reis e Barra do Piraí. Faltaria a volta do "Barrinha", suspenso após um grave acidente há mais de dez anos.

    ResponderExcluir
  43. Aqui no Rio, quando criança, andei na maria-fumaça para Duque de Caxias, visitando uma família amiga da minha. Lembrança bem antiga e vaga.

    ResponderExcluir
  44. Nos elétrico cariocas, andei em todos. No ramal Deodoro (antiga linha 13), Santa Cruz (antigo Matadouro, linha 42) e Tairetá (antiga linha 33, atual Paracambi) andei incontáveis vezes.

    ResponderExcluir
  45. Na linha Belford Roxo, antiga 61, andei algumas vezes quando trabalhei em Honório Gurgel, inicio do ano de 1970.

    ResponderExcluir
  46. Na linha Saracuruna (alternada com Gramacho), antiga Leopoldina, andei várias vezes em 2009 e 2010, quando trabalhei no IBGE de Parada de Lucas.

    ResponderExcluir
  47. Não cheguei a andar nas linhas 10 (Engenho de Dentro), 30 (Nova Iguaçu), 31 (Queimados), 32 (Japeri), 40 (Bangu), 41 (Campo Grande) e 60 (São Mateus) porque foram desativadas ou substituidas por outras.

    ResponderExcluir
  48. Idem a Rio d'Ouro, cujos trens não cheguei a ver.

    ResponderExcluir
  49. Também fiz Rio x São Paulo no antigo Santa Cruz, em meados de 1979.

    ResponderExcluir
  50. Andei em vários ramais. Especialmente nos anos 80. Santa Cruz, estendendo até Itaguaí, Japeri, estendendo até Paracambi, Belford Roxo e Gramacho (na época só ia até lá). Também peguei o São Mateus, saindo de Costa Barros (ou Barros Filho).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em 1997 estava na estranha cidade do sudeste e tentei pegar o Trem de Prata. Perdi por menos de cinco minutos. Quando cheguei na estação, ele estava saindo. Tive que ir para o terminal Tietê.

      Excluir
  51. Colaborador Anônimo 09:02
    "Como nosso idioma é incompreensível para estrangeiros, quase todos aqui já "andaram" de trem."
    - andar de trem/bonde/ônibus/navio/avião .... realmente o emprego indiscriminado de 'andar' como sinônimo de 'viajar' é para deixar os estrangeiros desorientados.

    ResponderExcluir
  52. Augusto, a tragédia do Barrinha tem quase 30 anos. O tempo voa.
    Paracambi ou Japeri
    Coincidência, apesar da desculpa do acidente, provocado por trem de carga desenfreado serra abaixo, ele parou de circular justamente na época das concessões das linhas férreas.

    ResponderExcluir
  53. Eu imagino que o "andar" em transporte de passageiros pode vir de "se deslocar", mesmo que não seja à pé.
    Puro palpite meu.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Segundo a IA, palpite certeiro.
      O "andar" como sinônimo de "viajar" surgiu através da ideia de deslocamento e movimento, que é fundamental para ambas as ações. O "andar" implica em se mover de um lugar para outro, seja a pé ou por outro meio. O "viajar" também envolve essa mudança de local, mas geralmente em uma distância maior e com um propósito específico. A conexão entre as duas palavras reside no elemento comum do movimento e deslocamento, tornando "andar" uma forma mais informal e coloquial de expressar a ideia de viajar.

      Excluir
  54. Angra até Barra do Piraí teria que ter baldeação em Barra Mansa.
    A CSN pode ser a maior interessada nessa linha afim de escoar seus produtos pelo porto da chamada Costa Verde e por isso eu acho que não voltaria o trem de passageiros.
    Mesmo para cargas me parece um sonho distante.
    Parece que o Porto de Angra cobra taxas mais baratas para despachar exportações.

    ResponderExcluir
  55. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  56. Prezados, no momento estou em Berlim. Período de experiencia profissional. Muito trem. Pontuais e funcionam. No Brasil já peguei o trem de prata RIO-SP, o de Morretes e o Tiradentes-Ouro Preto. Pena nã termos mala rodoviária adequada. E a Leopoldina seria Estação de beleza em qualquer lugar do mundo. Mas o minério escoa por trens até os portos, não? Em MT parte vai por barcaças.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quem me dera estar aí. Saudações aos meus compatriotas. Grüße aus Brasilien an die Berliner.

      Excluir
  57. Colaborador Anônimo, Paulo Roberto e Mário ==> em alemão o verbo correspondente a "ir" muda de acordo com o meio de transporte.

    Se vai a pé, o verbo é "gehen": Ich gehe heute abend ins Kino (cinema).

    Se vai de veículo, é "fahren": Ich fahre mit dem Bus (ônibus), mit dem Auto (carro), mit dem Fahrrad (bicicleta), mit dem Motorrad (motocicleta), mit dem Zug (trem), mit der Straßenbahn (bonde), mit dem Schiff (navio).

    Se vai de avião, é "fliegen": Ich fliege nach Paris

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A pequena concessão que fazemos por aqui é no caso do avião, quando ocasionalmente se diz "voar" de ou para algum lugar,

      Excluir
  58. De bonde, aqui no Brasil só andei nos da Light/JB e em Campos do Jordão.

    No exterior, andei em Zurique, Viena, Munique e Sarajevo.

    De metrô, só em Atenas, Madri, Paris e Munique.

    De ônibus, em Atenas, Roma, Munique, Paris, Lisboa, Miami, Los Angeles, Nova Iorque, Porto, Madri.

    ResponderExcluir
  59. Em cidades que não conheço dou preferencia ao ônibus, se possível naquele banco ao lado do motorista, para ir vendo o trajeto. De metrô não se vê nada.

    ResponderExcluir
  60. E hoje com Google Maps é uma moleza. Se você faz uma volta com o celular a setinha acompanha o 360º.

    ResponderExcluir
  61. Em um Domingo do ano de 2012, eu estava em casa quando a filha de um amigo policial me ligou chorando dizendo que o pai tinha sofrido um AVC, estava em coma no Hospital Pedro II, e pediu que eu fosse até lá. Como a região já era complicada, resolvi não ir de carro, e sim de trem. Vesti uma camisa social branca abotoada até o colarinho, peguei uma Bíblia que tenho em casa, e como minha namorada estava comigo resolvi leva-la comigo. Como é bem sabido, o que mais se vê aos Domingos nas ruas são pessoas evangélicas indo e voltando da igreja. Tomei o trem na estação do Engenho Novo e fui e voltei sem nenhum problema, pois o "disfarce" funcionou a contento. Mas as coisas que vi na viagem foram de "arrepiar", principalmente na região de Senador Camará. Eu até poderia sugerir à alguns comentaristas simpatizantes de "pautas mais à esquerda" que fizessem essa viagem de trem. Quem sabe assim pudessem reformular seus conceitos "político/sociais". Mas vai um lembrete: não esqueçam de levar um estoque de "fraldas geriátricas"..

    ResponderExcluir
  62. Nada como um desagradável comentário para provocar polêmica.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, é mesmo? Desagradável para quem, "cara pálida"? Onde está a polêmica? Mas se o que quer é "palanque", vejo que está no lugar errado.

      Excluir
  63. PSG próximo de despachar o terceiro inglês em sequência... principalmente se o goleiro voltar a jogar como hoje.

    ResponderExcluir
  64. Esta semana foi lançado a OpenAI versão o3, que dirá “onde é” qualquer fotografia.
    Basta subir a foto que o local será identificado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essa é ver para crer. Você tem a tal versão? Testou?

      Excluir
    2. Não tenho. Informação de hoje da coluna do Pedro Doria no O Globo

      Excluir
  65. Paulo Roberto (11:16): você está certo. Confundi Barra Mansa com Barra do Piraí. Seria (será?) entre Angra e Barra Mansa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Segundo a reportagem que eu li, esse trecho está interrompido há mais de vinte anos por causa de uma queda de pedra nos trilhos que fechou um túnel. Entrou na lista de possíveis concessões para este ano.

      Excluir
    2. Só acho que é mais uma das promessas do setor que demoram muito a realizar, quando realizam.
      Também já teve trem turístico, mas só de Angra até Lídice, distrito de Rio Claro.
      A serra com Mata Atlântica deve ser uma bela visão durante a viagem.
      E se em alguns trechos tiver visão do mar, fica ainda melhor.
      Pena que durou pouco.

      Excluir
  66. Mais uma vez voltaram os rumores sobre a implantação de um trem turístico entre Guia de Pacopaiba em Mauá e Vila Inhomirim, e em seguida entre Vila Inhomirim e Petrópolis, sendo que o trecho de serra seria eletrificado. Na parte parte plana entre Guia de Pacopaiba e Vila Inhomirim seriam utilizados trens do tipo VLT. Embora o trecho inicial já exista, seria necessário, em tese, apenas reforma da via permanente e do sistema de sinalização. Já o trecho de serra seria bem mais complicado, pois parte do leito foi invadido e encontra-se favelizado. Mas o principal obstáculo seria no Alto da Serra, pois no local onde havia um enorme pátio ferroviário existe um grande conjunto residencial popular, conhecido como "BNH", sem contar que no lugar das antigas oficinas existe uma grande favela conhecida como "Morro da oficina", palco da tragédia ocorrida durante um temporal há alguns anos. Mas ainda que todos esses óbices sejam contornados, duvido que o conluio existente entre empresas de ônibus, políticos, e o crime organizado, permita que esse belo projeto se realize.

    ResponderExcluir