Oscar
Niemeyer fez o projeto da Igreja de São Daniel, tal como podemos ver na
primeira foto. Foi inaugurada em 1960 e fica no Parque São José, em Manguinhos,
com endereço de Av. dos Democráticos nº 30, com entrada pela Av. Brasil.
Conta
com pinturas de Guignard para a Via Sacra, foi tombada por decreto municipal em
1998 e também é tombada pelo IPHAN.
O
projeto descrevia que “Esta pequena e original Igreja foi concebida em forma
circular, para umas 300 ou no máximo 400 pessoas, tendo 15m de diâmetro, sem
colunas interiores, com número elevado de “brise-soleil”. É uma estrutura de
cimento armado, reboco e caiação em branco. Piso de cimento aparente com
estrias quadriculares em metal. Pequeno ajardinamento frontal com campanário
(duas estruturas paralelas) de um lado, uma cruz do outro, e mastros laterais.
Foi
inspirada no modelo canônico de uma hóstia. Como símbolo da capela, parte da
paramentação interna observará este modelo - assim, por exemplo, a porta do
sacrário.
Sua
decoração, extremamente simples também, contará com uma obra de Guignard, a Via
Sacra, e uma reprodução do Profeta Daniel, de autoria do Aleijadinho, em
tamanho natural, oferecida pelos srs. Sylvio Vasconcellos e Rodrigo Octavio Mello
Franco, que mandaram moldar em Belo Horizonte a estátua. Heitor Coutinho
desenhou os bancos e o altar, e Paulo Athaíde projetou os jardins externos.
Toda
a circunferência interior do templo será em vidro colorido belga (verde, azul e
amarelo). Entre cada vidro haverá uma coluna de vinhático na qual será pregada
a base do suporte de cada um dos quadros da Via Sacra.”
A
inauguração da Igreja, uma obra de D. Elba Sette Câmara com doações
particulares, estava prevista para 23/11/1960, há exatos 58 anos, mas, por conta
de atraso nas obras, ficou para 01/12/1960, com a presença do Cardeal D. Jayme
de Barros Câmara.
Durante
o Governo Carlos Lacerda a igreja chegou a ser ameaçada de demolição por estar
no caminho de obras de saneamento e urbanização da SURSAN naquela área, mas tal
não se concretizou. Entretanto, não cuidada pelos órgãos competentes, a igreja
se deteriorou e, no final dos anos 60, D. Elba Sette Câmara retirou a Via Sacra
“antes que fosse destruída pelos cupins ou desaparecessem”.
Já
nos anos 70 continuou o jogo de empurra entre as autoridades da Igreja Católica
e a Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Guanabara e a igreja foi, cada vez mais, se
deteriorando. Nos anos 80, populares fizeram obras de restauração na igreja.
Não
consegui informações sobre o estado atual da igreja, hoje cercada por favelas da região. Nem sobre o destino das pinturas de Guignard.
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O local é complicado! Deve algum engano nesse texto, pois a Avenida dos Democráticos fica a um quilômetro da Avenida Brasil. Daí se a igreja fica na primeira via citada, sua entrada poderia ser no máximo na Avenida Suburbana ou na Leopoldo Bulhões. O local atualmente é tão perigoso que fica difícil saber as reais condições do templo. Só é possível acessar essa igreja em viatura policial ou mesmo em um "caveirão". FF: Ontem eu pude observar a circulação do VLT em teste na Marechal Floriano. Com a rua em obras e em pavimentação, o VLT circula pelo meio da rua, assim como os antigos bondes, com a diferença de que a via por onde passa o bonde é isolada e não permite que seja cruzada por outro tipo de veículos. Segundo um funcionário que ali atuava, o serviço será inaugurado até o final de Dezembro.
ResponderExcluirtalvez este acesso seja em conta do viaduto de bonssusesso que liga a avenida Brasil a avenida dos democráticos
ExcluirÉ o resultado do convênio entre a Cúria Diocesana do Rio com o SDR.Tome igeja e muita publicidade. Estou fora da jurisdição mas sempre alerta especialmente apos a invasão dos tarja verdes.
ResponderExcluir"Boa sorte a todos".
ResponderExcluirPor motivos alheios à minha vontade ontem não pude passar por este espaço.
Ouvi falar dessa igreja, mas também não faço ideia de como está atualmente. Sobre a Via Sacra, não duvido estar em alguma coleção sacra.
Os testes do VLT por enquanto se restringem à Mal. Floriano. Veremos quando chegarão à Rio Branco. É complicado porque já existe uma outra linha em operação.
Não há complicação alguma. A linha 3 vindo pela Marechal Floriano e Visconde de Inhaúma, vai virar à direita e juntar-se à linha um pelo mesmo leito. No tempo dos bondes não era em todo cruzamento que havia sinal luminoso e os acidentes eram poucos. Vou dar como exemplo dois cruzamentos movimentados cujas fotos já foram publicadas no SDR e que não possuíam sinais luminosos: Rua São Francisco Xavier com Barão de Mesquita e São Francisco Xavier com Mariz e Barros. A primeira em 1956 e a segunda em 1965. Em um outro cruzamento movimentado com entrada e saída de bondes tenho quase certeza que não possuía sinal era Siqueira Campos com N.S.de Copacabana, mas como não tenho certeza vou pedir ao "gerente" que confirme, já que nesse cruzamento o bonde 13 onde ele viajava diariamente tinha o seu trajeto.
ExcluirNa realidade viajava diariamente no 14, que descia a Siqueira Campos vindo do Túnel Velho. Havia sinal na esquina da Siqueira Campos com N.S. de Copacabana, ao que me lembre.
ExcluirComplicado no sentido de que os testes não poderão afetar a linha 1 que está funcionando na Rio Branco. Deverão ser feitos testes de acesso da Mal. Floriano para a Rio Branco (e vice-versa) em horários que não afetem o funcionamento.
ExcluirSegundo reportagem da revista ÉPOCA em 2017, o destino da Via Sacra foi um “imbróglio” e tanto. Parte dos quadros ficou com Elba Sette Câmara e outra parte com Lúcia Flecha de Lima, ficando sete obras para cada uma (eram as patrocinadoras da construção da igreja e acompanharam Guignard na estada no Rio na residência da Gávea Pequena). Ainda nos anos 1970, D. Elba vendeu sua parte para o empresário Antônio José Carneiro, conhecido como Bode. D. Elba embolsou o equivalente ao valor de um carro popular. A parte de Lúcia Flecha de Lima acompanhou a trajetória diplomática dela e do marido, o embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima. Nos anos 2000, os quadros estavam em Roma, ornamentando as paredes do Palácio Doria Pamphili, onde Paulo atuava como embaixador.
ResponderExcluirO Governo do Estado do Rio, no entanto, nunca desistiu das obras tombadas e desde 1968 tenta uma solução para o caso. O conjunto é avaliado hoje em R$ 4 milhões, uma média de R$ 300 mil por quadro. Após deixar Minas Gerais, ele foi exposto numa única mostra de Guignard que ocorreu no Rio e em São Paulo, organizada pelo falecido marchand Jean Boghici, em 2000. Depois da compra, o bilionário Antônio José Carneiro, o Bode, deu o conjunto de presente a sua mulher, Lúcia Carneiro. Hoje, essa metade da Via-Sacra ornamenta o apartamento no Rio ocupado pelo casal, que não gosta de falar sobre o assunto. Lúcia Flecha de Lima faleceu e sua metade foi dividida entre os quatro filhos, que moram em São Paulo e Brasília. Segundo Luiz Antônio, o filho caçula, as obras não estão à venda. Ele diz que todas elas têm dedicatória a sua mãe, o que comprova a propriedade.
Fui lá ler a reportagem da Época citada pelo Plinio. Vale a pena ler para se ter ideia de como as coisas funcionam. O "link" é https://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/10/o-caminho-torto-da-sacra-de-alberto-guignard.html
ResponderExcluirNas favelas cariocas as igrejas evangélicas são uma imensa maioria. O tráfico de drogas não admite outras, com exceção de algumas poucas católicas. Templos espíritas de diversas orientações são depredados e incendiados. Isso é bastante coerente, tendo em vista que "suspeita-se" que o dinheiro do tráfico é "lavado" nessas organizações. "Em tese", o lucro obtido pela "facção criminosa local é depositado no altar da igreja como se fosse uma doação de fiéis". A partir daí obtém-se o dinheiro mais limpo que se possa imaginar. O resto todos sabem. Daí a "enorme preferência" pelas igrejas pentecostais.
ResponderExcluirA suspeita deve ser sobre as chamadas "neo-pentecostais", acredito eu.
ExcluirSim, do gênero "Valdomiranas" ou "Macedianas".
ExcluirSegundo o guia de igrejas da Arquidiocese, o endereço atual é Rua Maranhão, 1 a 43, Manguinhos, meio caminho entre a Democráticos e a Leopoldo Bulhões.
ResponderExcluirPelo mapa aparentemente esse miolo é um loteamento normal, que não existia em 1960, mas o entorno tem características de invasão, o que deve exigir "licença" para chegar à capela ou pedir para acompanhar o padre da paróquia, cuja sede deve ser em outra igreja católica da região.
Por sinal, bem ao lado, tem Universal do Reino de Deus como sendo Av. dos Democráticos, n°. 29. Vai entender uma bagunça dessas.
Continua rua Sao Daniel 1, é "um ponto" de referência RESISTINDO E EXISTINDO... não como era na época da inauguração toda majestosa e muito frequentada pelos moradores... depois fomos abandonados pelo poder publico....
ExcluirTem a comunidade católica da capela em Facebook e foto no Flickr conforme link abaixo:
ResponderExcluirhttps://www.flickr.com/photos/washfajardo/8365034318
Imprecionante como continuamos no mesmo modo, órgãos públicos não se responsabilizando por nada, apontando para o outro que aponta para o outro....até tudo desabar. Agora quando e para defender sua regalias e privilégios são sempre rápidos e certeiros...
ResponderExcluirPelo Google maps ela está lá, mas logicamente não tem GSV disponível. Fica mais próxima da Leopoldo Bulhões, perto da estação de Manguinhos.
ResponderExcluirA igreja está aqui: https://www.google.com.br/maps/place/Igreja+S%C3%A3o+Daniel/@-22.8802523,-43.2519969,271m/data=!3m1!1e3!4m8!1m2!2m1!1sigreja+de+s%C3%A3o+daniel!3m4!1s0x997ea00e245551:0x60a5e717615bcc03!8m2!3d-22.8806494!4d-43.2515745
ResponderExcluirImpressionante ! A igreja ficou ilhada no meio da favela. Nem o vigário da paróquia pode ir até ela !
ExcluirE ainda tem gente que defende essas excrescências e tudo o que dela emana...
ExcluirDelas emana
ExcluirPara imagens do interior da capela é possível ver uma cerimônia em 2012 de 1ª. comunhão:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=i3u-V6lt8vo&t=134s
Vemos quadros da Via Sacra nas colunas, mas sem possibilidade de saber se são pelo menos cópias das pinturas de Guignard.
Me alegro informar que a igreja "ainda" existi e RESISTE com muuuuuitas dificuldades pois seus frequentadores , eu sou uma, lutam com o pouco recurso. A situação hoje é crítica pois estamos precisando de muitos reparos e inclusive esteve interditada para vistoria\março de 2018. Erosão do solo/enchentes/sol/tiroteios... seguimos pedindo SOCORRO !!!!
ResponderExcluirBoa noite! estive lá semana passada com alunos e professores da UFRJ e moradores. Está lá a igrejinha e o povo , largados...
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