A
primeira foto é uma vista aérea do local onde se encontra o Country Club, em
Ipanema, já com diversas quadras de tênis, na primeira metade do séc. XX. Foto
de Holland. As demais são dos anos 50, da revista Manchete.
Em
1916, um grupo de ingleses e americanos, a maior parte deles funcionários da
Light e da Botanical Gardens, fundaram na Rua Prudente de Morais nº 1597, o “The
Rio de Janeiro Country Club”. O embrião do Country foi o extinto “Copacabana
Tennis Club”
O
terreno do Country Club é limitado pela Av. Vieira Souto (engenheiro famoso) e
pelas ruas Prudente de Morais (presidente após Floriano Peixoto) e Henrique
Dumont (pai de Santos Dumont). O quarto lado do clube é em direção à Rua Anibal
de Mendonça (herói do tenentismo), mas não a alcança.
O
Country, com sua maioria inicial de estrangeiros, foi decisivo para a
colonização de Ipanema. O trecho da praia em frente ao clube era tido como
impróprio para o banho de mar e os filhos dos associados iam de carro até o
Arpoador, fazendo com que, até 1930, o inglês fosse a língua dominante ali. Por
causa do Country, a Light levou a linha do bonde até o Bar 20 (pertinho do
Jardim de Alá), em 1922.
O
tênis é o esporte mais praticado ali. A par de ser um clube de elite, com um
número limitado de associados, quando a fúria imobiliária passou sobre Ipanema
nos anos 70, seus 12 mil metros quadrados de área verde na quadra da praia
continuaram incólumes.
A
ascensão do Country se deu com a decadência da Light e os seus membros
vinculados à Empresa foram sendo substituídos por membros do então conhecido
como “high society”. Mais tarde foi sendo invadido pelos novos ricos e,
aparentemente, hoje sua representatividade social é muito menor do que foi no passado.
Para
se ingressar no Country o pretendente se submete ao antipático sistema da “bola
preta”. Usam-se bolas vermelhas (favoráveis ao ingresso do novo sócio), bolas
brancas (neutras) e bolas pretas (vetando o ingresso). Bastam três bolas pretas
de membros do Conselho Deliberativo (acho que são 30) para recusarem quem quer
que seja, importante ou não.
Contam
que atualmente é um clube “chato” e envelhecido.
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Quando vim de S.Paulo, aos 7 anos de idade, a minha família era muito amiga de um Deputado Federal que vinha a ser primo de um certo Juca que era um manda-chuva no Country. Ele me colocou como dependente. Por este motivo grande parte dos meus dias dos 7 aos 11,12 anos foram desperdiçados neste clube e eu posso garantir: êta clubezinho chato!!! Se vc. não jogasse tênis não havia (e ainda não há) nada para fazer. Apenas a piscina. Tinha um enorme escorrega que não sei se ainda existe. É uma boa piscina tomando metade da parede da H. Dodsworth. O problema para mim era a falta de crianças. Quase não existiam. Eu só tenho lembrança de um montão de velhos discutindo negócios embalados a litros de scotch. Acho que não mudou muito.
ResponderExcluirBola preta!
Grande DI LIDO.
ExcluirNos idos de 60 meu pai, Menezão nas horas vagas fazia a manutenção e instalação do sistema de som do salão de festas desse clube. Vez por outra, meu pai acordava as duas da matina para atender uma reclamação.Lá íamos nós a bordo da super Kombi do Menezão. Chagavamos lá o o problema era geralmente por conta do operador que acho eu tomava o tal Scotch e ai a coisa saia desafinada. Chato mesmo era o ambiente. Endinheirados e já "melados" como se fala no Ceará, falavam em altos brados. De bom mesmo era a comida que era servida a vontade. Agora o que vc.fazia com 7 anos nesse lugar? Vou ligar para o JBAN para me informar com detalhes. Saudações nobre Conde.
Além do tênis outro esporte muito praticado no Country é se deliciar observando os falidos que andam por lá ainda posando de ricaços.
ResponderExcluirBom Dia! Como não conheço nada desse Clube,logo mais,volto para ler o que for escrito.
ResponderExcluirCada dia se aprende alguma coisa. Nem desconfiaria que o Henrique Dumont era o "avô" da aviação... Fui algumas vezes nessa rua na época de faculdade, na casa de uma colega para estudar.
ResponderExcluirNo dia em que o "high society" se encher do terreno, as construtoras se engalfinharão para fazer alguma coisa no local.
Bom dia, Luiz, pessoal,
ResponderExcluirDo Country, eu só conheço o muro de pedra...pela vista aérea, parece não haver muito mais do que quadras de tênis,além da citada piscina.
Uma coisa que chama a atenção, naqueles primórdios de Ipanema, é que as casas não têm estilos "históricos", são lisas, sem ornamentação. Na mesma época, Copacabana. bem ao lado, tinha chalets, construções Art Noveau, ecléticas, neo-alguma coisa(colonial, gótico, etc.). Apenas uma casa, no canto superior esquerdo, lembra algo normando.
Meio FF - Respondendo ao Paulo Roberto no último comentário de ontem : concordo que a numeração par ou ímpar não tenha sido invertida.A construção na esquina da rua Teresa Guimarães pode ter sido a concessionária, se for o caso, a descaracterização foi total. Acho que nunca mais veremos aquela esquadria...
Esse clube já foi(?)palco de casos polêmicos como o da uma babá, que foi impedida de permanecer na "área social" ou de pessoas com "características diversas" ou "aparência humilde" serem obrigadas a utilizar a "entrada de serviço". Lá tudo deve ser chato e metódico. Seria esse sistema de bolas copiado e anotado por Ibraim Sued? Seria o Country Club frequentado por Sérgio Porto?
ResponderExcluirO Ibrahim quis entrar de sócio. Foi desaconselhado por amigos, pois havia o risco de receber bolas pretas. Consta que se apresentou e foi reprovado.
ExcluirIbraim Sued foi reprovado não só pelo seu português "irrepreensível" mas também pelo seu igualmente "passado ilibado". Mas existes muitos "misters e mistress" colunáveis ainda na mídia que não atrás do árabe. Seria de bom alvitre transferir a sede do clube para a Barra da Tijuca, junto ao Vivendas. Talvez a proximidade do poder trouxesse "bons fluídos"...
ExcluirConsta que vários ex-comentaristas do SDR foram aprovados com louvor neste teste de bolas.Nao sei se verdadeiro.A conferir...
ResponderExcluirBom dia a todos. Dia de ler comentários hilários. Os sócios deste clube jogaram tanto tênis, que grande parte deles hoje andam descalços.
ResponderExcluirO clube mais fechado do Rio foi enquanto existiu o chamado "Clube dos Cafajestes" ,com numero mínimo e limitado de sócios com sede móvel, que se notabilizou por invadir as festas do Country ,mesmo tendo dois de seus membros como sócios.
ResponderExcluirTia Nalu era frequentadora assídua. Um tio-avô dela era sócio e a levava para brincar por lá. O ruim era quando encontrava o Andre Decourt que tacava um horror por lá. Isto sem falar na presença do Conde di Lido, que até hoje não sei como foi admitido...
ResponderExcluirEsse tipo de conduta descrita no comentário das 12 horas é deplorável e está em extinção nesses "novos tempos" e pode terminar tragicamente. No réveillon de 1978 eu fui como convidado numa festa na Vieira Souto e presenciei uma tentativa de invasão. Só que dos "invasores" em número de cinco, três foram expulsos e dois foram presos dentro da festa por consumo de maconha. A residência era de um importante personagem do governo Geisel e disso os "invasores" não sabiam, apesar de tratar-se de pessoas "bem nascidas". Mas "os tempos eram outros" e a festa continuou. O que me chocou é que já naquela época o consumo de drogas na zona sul era grande. Atualmente acredito que "até mesmo no Country" haja consumo de drogas.
ResponderExcluirClaro que bola preta faz lembrar do famoso bloco de carnaval. Já ouvi falar que esse é o motivo do nome do bloco, inicialmente formado por um pessoal que nunca seria aceito nos bons clubes da época. Mas a versão "romântica" diz que o Bola Preta é por conta do vestido de uma bela mulata que dançava no salão onde fizeram a primeira reunião da associação carnavalesca. Mas como é Cordão "Do" Bola Preta, combina mais com a primeira versão.
ResponderExcluirTudo essa história, claro, faz lembrar a frase do Groucho Marx, de que ele se recusaria a entrar para um clube que o aceitasse como sócio.
A vida é assim...Hoje Tia Nalu ama o vermelho & estrelinha!
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