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terça-feira, 2 de abril de 2019

FLAGRANTES



 
Helena Fiusa garimpou uma série de fotos do dia a dia do Rio da década de 50. São interessantes.
 
A primeira mostra a moça atravessando o Largo de São Francisco, tentado se proteger com um leque. Eu diria que os leques praticamente desapareceram nos dias de hoje.
 
A segunda foto o bebedouro que existia no Passeio Público, perto do ponto do bonde, ajudava a refrescar.
 
Por último uma cena do Méier. Um homem, na calçada, trabalhava numa máquina de costura. Outra peça que desapareceu das casas no século XXI. Terá o recruta, à direita, fraturado o 1º dedo do pé esquerdo ao dar uma topada?
 
 

12 comentários:

  1. Cidade civilizada tem aspectos interessantes como esse bebedouro público onde ninguém cuspia ou urinava e moças podiam beber água naturalmente, ou um cidadão costurando em via pública sem ser achacado ou espancado por algum GM. "Flanar" é uma expressão em desuso há mais de cinquenta anos e que significa basicamente passear despreocupadamente. Era usado por escritores como João do Rio e Lima Barreto e era um "estado de espírito" daquela época. Hoje a vida não permite que ninguém fique "flanando" despreocupadamente, principalmente portando máquinas fotográficas ou celulares. Junto ao costureiro existe um cidadão "reco", recruta que havia em grande quantidade e que eram uma espécie de "Cinderela", pois não podiam circular nas ruas depois das 20:00, sob pena de caírem nas garras das inúmeras patrulhas da PE que circulavam pela cidade. E essas rondas existiam "desde sempre" e eram anteriores ao governo militar. Atualmente fica difícil "dar mole" na rua pois os dissabores podem ser grandes. Viver no Rio "não é para amadores" existem algumas regras de conduta que devemos seguir.

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    1. Hoje em dia muitos jovens, principalmente de origem "mais modesta" usam esse corte, ainda que não sejam militares. Mas voltando às "regras de conduta", aí vão algumas: Nunca sente em bares nas calçadas, não use celular em espaço aberto, não dirija com os vidros abertos, não puxe carteira de dinheiro abertamente, etc. Além dessas eu particularmente faço uso de outras como: Ao perceber elementos "com aparência suspeita" usando chinelos e bermudas "do tipo crackudo, cuidado, pois quando se dirigem à você é para pedir alguma coisa ou roubar, e se esses elementos estiverem em dupla e em uma moto, o assalto é quase certo. Em se tratando de crianças "de rua", é certo que por trás dela exista um perigoso bandido. Mais um detalhe: Nunca trafegue em ruas estreitas e pouco movimentadas, já que em uma emergência não haverá saída.

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  2. Gosto de médicos por perto. Enquanto alguns se preocupam em saber marcas e anos de automóveis, um médico pode diagnosticar uma fratura em uma fotografia de fóssil, só pelo jeitão do gesso imobilizador.
    O carro redondinho é um Standard Vanguard da fase 1, entre 49 e 51, a depender se tem saia na roda traseira.
    Já o carro bonitão é o ícone do biscoitomolhado, o Oldsmobile 57, já endeusado aqui por sua janela traseira tripla. O biscoito também gosta do Chevrolet 61, em especial o Impala "bubble top", mas não tem nenhum hoje.

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  3. O sol de quase meio-dia castigando a mocinha.
    Hoje um costureiro assim quase não teria serviço, reduziram as vestimentas e muitas não têm jeito.
    Com certeza o recruta não estava usando coturno na hora do acidente.
    Eu acho que carros importados de 1961 em diante já são raros de se ver nas fotos, para desespero do Biscoito. E mais alguns anos depois raríssimos, quase que só para diplomatas e milionários, até que em 1990 começaram a retornar à nossa paisagem.

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    1. De maneira geral, é isso mesmo. Porém, nos anos 60, houve importação maciça de Impala e Mercedes-Benz, a maioria pelos agentes do governo trabalhando no exterior. Era uma venda garantida e lucros fenomenais.
      Quem trazia alguma coisa diferente encalhava.

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  4. Parabéns para o LINO pelo aniversário. Muita saúde e vitórias do Fogão.

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  5. Bom dia,Luiz, pessoal,
    Duas coisas que nem dá para se imaginar atualmente : o quanto os carros passavam perto do monumento a José Bonifácio, e alguém bebendo água na fonte do Passeio Público.
    O atual largo é coberto quase totalmente pela praça. Lembro-me, no início dos anos 80, que havia diversos pontos de ônibus (267,269,por aí) no largo, gerando engarrafamentos e manobras absurdas dos motoristas dos coletivos para se posicionarem naquelas ruas estreitas.
    Apesar dos pesares, que não são poucos, é um lugar do Centro que eu gosto, principalmente pelo casario. Aquele sobrado ao lado da igreja foi destruído por um incêndio, anos atrás, tão violento que derreteu uma das lixeiras que ficavam em frente. Depois, houve um "teatro popular" que funcionava ali no horário de almoço.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Boas fotos das quais não me recordo mesmo na grande rede.O bebedouro seria hoje ponto de flanelinhas no mínimo e o costureiro ambulante seria um espanto.Impressionante como alguns costumes foram aniquilados.Parabens ao Lino.Saude.

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  8. Bom dia, Dr. D'.

    Ainda vemos leques no verão, principalmente nos ônibus sem ar...

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  9. Gostaria de saber o que as viúvas enxergam de bonito nas fotos.Não vejo diferença para os dias atuais e ainda contempla duas fubicas da ordem das carroças de ouro e um desatinado costurando na calçada com um trambolho como se na sua sala estivesse.Vou ali ver minha TV plasma de 50 polegadas que está passando um noticiário europeu e pelo celular vou chamar meu motorista para embarcar no Audi A5 motor turbo 2.0 e ir lá na Barra para degustar um bom vinho com frutos do mar.Eu sou Do Contra.

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  10. Boa noite a todos. Inicialmente agradeço as felicitações do Dr. D' e do mestre Belletti pela passagem do meu aniversário, comemorado com muita alegria e felicidade com o meu mais novo parceiro de boas gargalhadas, meu neto.
    Alguns hábitos da população já não se vê nos dias de hoje, assim como o leque, muitas senhoras nos dias de calor usavam a sombrinha para se protegerem do sol, hoje substituídos pelo protetor solar, as carrocinhas de mate e laranjada servidas em copos cônicos de papel, paneleiros que consertavam panelas furadas ou trocavam o fundo das mesmas, pequenos serviços que eram dignos e sustentavam famílias dessas pessoas.

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