Em 02/02/2009, no
Arqueologia do Rio, nosso prezado Rouen fez uma postagem muito interessante. Dizia ele:
“Castelo Medieval no
Morro da Viúva (c. década de 30). Quanto ao “Mont de La Veuve” fala-se muito da
casa da família Martinelli e da destruição deste belo palacete, porém havia na
divisa da Av. Rui Barbosa com a Praia de Botafogo um belo castelo medieval,
localizado onde hoje temos o Ed. Falcon, no nº 910.
No seu lado direito temos
uma escadaria hoje em dia fechada que, paralela ao muro do castelo, nos levava
até uma bela caixa d’água no topo do morro, aliás de onde a foto foi tirada.
Nos diversos documentos
que pesquiso nunca encontrei nenhuma referência desta construção, porém lembro
muito bem dela e inclusive assisti aos trabalhos da Sra. Picareta, creio que início
dos anos 60.”
Não se descobriram
maiores informações sobre o castelo, mas, graças ao JBAN, descobriu-se o evento
fotografado. Observando as bandeiras o JBAN conseguiu descobrir que se tratava
da chegada de Italo Balbo e sua esquadrilha de Savoia Marchetti ao Rio de
Janeiro, em 15 de janeiro de 1931. Os aviões, a multidão e a bandeira da Itália
deram a pista.
Conta o "Correio da Manhã" que Balbo partiu de Orbetello, na Itália, em 17 de dezembro de 1930, chegando ao Rio menos de
um mês depois. Dos 14 aviões Savoia-Marchetti S.55, apenas onze concluíram a viagem. Três acidentaram-se,
causando a morte de seus tripulantes.
O Correio da Manhã assim
descreveu a chegada: “A linda esquadrilha de onze aviões do General Italo Balbo
apontou por detraz do Pão de Assucar, em vôo de pequena altura, vinda na
direcção do sul. Fez evoluções sobre Ipanema e Copacabana e ganhou a Guanabara
pela entrada da barra, passando sobre as fortalezas, amerissaram no canal que
separa o morro da Viuva do Pão de Assucar, isto é, na garganta da enseada de Botafogo.”
Os aviões foram comprados
pelo Brasil e o pagamento foi em café. Os aviadores retornaram no navio “Conte
Rosso”.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2019
CASTELINHO NO MORRO DA VIÚVA
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Boa tarde,Luiz,pessoal,
ResponderExcluirPostagem espetacular. Deve ter sido um evento e tanto, em uma época em que a simples chegada de um avião de carreira era notícia de jornal, com direito a lista de passageiros.Os Savoia Marchetti S-55 ficaram famosos por aqui a partir do feito do aviador João Ribeiro de Barros e o seu "Jahu", em 1927, que fez quase o mesmo percurso.Se não me falha a memória, o General Italo Balbo é o de barbicha no meio da foto. Foi braço direito do Mussolini e um dos comandantes da Regia Aeronautica durante a guerra.
Nunca é demais lembrar que o sr. JBAN também é mestre em descobrir imagens daquele charuto voador...
ResponderExcluirQue, diga-se de passagem, costumam ser montagens...
ExcluirJosé A. Maia comenta que “existem anúncios do início de 1958, referentes à venda de material fino de demolição no endereço Rui Barbosa 910.
ResponderExcluirEm jornais da década de 1940 encontramos referências à esse endereço como residência da viúva do embaixador Alcebíades Peçanha, irmão de Nilo Peçanha.”
Naqueles tempos ainda sob os efeitos da crise de 1929, o café sobrando, deve ter sido um bom negócio essa barganha.
ResponderExcluirAliás, minha avó materna, de família de cafeicultores mineiros, nunca perdoou o Getúlio por mandar queimar café pelo excesso desse produto no mercado. Se não me engano a Zona da Mata de Minas demorou a voltar com uma produção em escala rentável. Bem depois dos tristes tempos da monocultura, principal responsável pela queda da caquética República Velha.
A "República velha" caiu de podre em 1930. A "Nova República" está podre e prestes a cair. Resta saber quando...
ExcluirNa primeira foto aparece no cume do Morro da Viúva, a residência de verão utilizada pela família Martinelli.
ResponderExcluirPouco conheço sobre esse Castelinho do Morro da Viúva. Mas sobre a"Regia Aeronáutica" cabem algumas palavras. Os italianos são
ResponderExcluirinigualáveis em muitas coisas, mas no campo militar eram "bufos", patéticos! As trapalhadas de Mussolini muitas vezes colocaram "o Eixo" em situação difícil como na Abissínia e na África do Norte. O equipamento bélico italiano era de sofrível e foi presa fácil para os caças aliados. Não sabia que o Brasil adquiriu aeronaves militares italianas. Foi uma escolha péssima escolha, tendo em vista que havia muitas aeronaves melhores e e mais adequadas na época.
Joel, o Brasil também adquiriu três trimotores SM-79, que eram considerados bombardeiros aceitáveis,mas a história deles por aqui é muito pouco conhecida.
ExcluirBoa noite a todos.
ResponderExcluirComo sempre o Brasil fica com a raspa do tacho. Essa é de nossa sina industrial tardia.
Mas havia uma coisa de interessante. Pelo menos nessa época, as notícias ruins eram menos nos periódicos do que hoje em dia.