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domingo, 30 de dezembro de 2018

RÉVEILLON EM COPACABANA


 
Antigamente havia uma homenagem a Iemanjá, cerimônia tradicional nas praias do Rio de Janeiro, na noite de passagem do ano. Como era tranquila a festa em Copacabana até os anos 70. Era quase uma brincadeira ir até o mar, molhar os pés, pular 7 ondas e observar os que levavam oferendas. Alguns dormiam tranquilamente na areia para esperar o nascer do sol.
Hoje em dia estes rituais tiveram que ser adiados ou antecipados devido à transformação da festa do dia 31 num "mega-show", principalmente na Praia de Copacabana. Os hotéis e a Prefeitura agora organizam (?) este evento que atrai milhões de pessoas.
Para isto, desde hoje cedo a praia já estará tomada pelos camelôs, flanelinhas, tendas grandes e pequenas, aparelhagem de som, equipes de reportagem, isopores gigantes. Mais uma vez, para desespero dos moradores, haverá um caos. Os acessos aos hospitais do bairro estarão inacessíveis, ir a uma festa em outro bairro exigirá que só se volte para casa na manhã do dia 1º de Janeiro. As ruas ficarão imundas e o cheiro de urina será insuportável, já que não há banheiros públicos suficientes e o “alívio” será nas calçadas.
A queima de fogos costuma ser bonita, mas o preço a pagar é bastante caro: risco de “arrastões”, empurra-empurra, furtos, muitos bêbados, uma total falta de civilidade.
Os otimistas dirão que vale a pena: milhares de "ohs!" ecoarão, todos ficarão boquiabertos diante do espetáculo, as luzes refletidas no espelho d'água ficarão indelevelmente gravadas nas retinas da multidão.
Os pessimistas não podem deixar de perder...

10 comentários:

  1. Fui a alguns réveillons em Copacabana, no tempo dessas fotos. Barquinhos com flores para Iemanjá, batucada e só.
    Depois que virou show, mas antes de ser o que é hoje, também fui. Já era um programa incômodo, fedia a cordite e você tinha que tomar mil cuidados. Parei em boa hora.

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  2. Fujamos para as montanhas.

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  3. Já estou pronto para fugir para as montanhas daqui alguns minutos, mesmo não morando em Copa.
    Os seguidores das seitas afros perderam seu espaço nas areias das praias e estão sendo pressionados fora delas também. Voltamos no tempo, só que agora não são os católicos que comandam a pressão.
    As fotos mostram que o percentual de luso-descendentes nas homenagens à Iemanjá não era tão pouco como eu imaginava.
    Um ótimo 2019 para todos e que WW tenha um bom aproveitamento do tão decantado legado da intervenção na segurança pública, mas lembrando que, além disso, educação e saúde também são obrigações dos governantes, seja federal, estadual ou municipal.

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  4. No réveillon de 1969/70 eu morava na Avenida Atlântica e assisti a tímida queima de fogos pela janela, já que estava bastante debilitado e convalescia de uma caxumba. No ano seguinte a praia "já não estava tão perto". Naquele tempo não havia interdições ou qualquer esquema especiais. Não havia arrastões ou assaltos e tirando os "mijões" inconvenientes a festa era tranqüila, já que a população era mais educada, "todos conheciam seus lugares", e eram tempos de A.I.5. Atualmente a realidade lamentavelmente é outra e os mais velhos sabem disso. Em pouco mais de trinta anos o Brasil se tornou o maior consumidor de drogas do mundo, onde ocorrem 10% de todos os homicídios do planeta, onde existem treze milhões de desempregados, onde professores são espancados em sala de aula, e onde as pessoas morrem na porta dos hospitais por falta de atendimento. Além do mais os poderes da república, inclusive os tribunais superiores, são ocupados em grande parte por traficantes, ex-terroristas, "anormais", e toda uma gama de indivíduos que em países civilizados estariam no fundo de uma enxovia ou "na ponta de uma corda". Em primeiro de Janeiro o Brasil terá a oportunidade de se redimir, já que a eleição de Bolsonaro foi um claro recado de que o país não tolera qualquer país de esquerda no poder. E fica o recado para "as esquerdas" de que o Brasil é "verde e amarelo", 1968 não acabou, e "os bons tempos podem voltar". Quanto à opção do Plínio em "fugir para as montanhas", lembro que antes das montanhas existem a Avenida Brasil, a Linha Vermelha, a Dutra, e a Washington Luiz, que fazem com que as aventuras de Indiana Jones sejam dignas da pré escola...

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  5. Quem vai ao Mercadão de Madureira e observa o quanto diminuiu a procura pelos barquinhos e pelas bugigangas que são jogadas como oferendas ao mar no dia primeiro do ano, constata que caminhamos rapidamente para uma sociedade evangélica.

    Logo logo o bispo macedo sacará uma nova ideia e lançará o "dia do descarrego do novo ano", com barquinhos a preço de ouro...

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  6. Bom dia a todos. Festa para inocentes (a grande maioria que vai assistir), exploradores (empresas que exploram o evento), bandidos (aqueles que realizam assaltos, arrastões e crimes de toda a ordem), cachaceiros (mas que só bebem nestas datas para fazerem m....), abusados (prefeitura que não respeita o direito dos moradores, bêbados que afrontam moças, senhoras e qualquer pessoa com quem impliquem), some-se a isso o risco do trânsito nas proximidades da meia noite e após com motoristas metidos a Airton Sena, que de tanta bebida, acabam indo fazer companhia ao ídolo. Bem, assim é a virada de ano, por tal razão desde a virada do milênio nunca mais saí de casa nesta data, passo em casa reunindo toda a família, em harmonia sem qualquer aborrecimento dos citados acima. E que venha o Ano Novo, levando embora, o desemprego, a recessão, a corrupção, os políticos ladrões e todas as malesas que assolam o nosso País a décadas.

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  7. Remanescentes das outrora grandes concentrações daqueles que homenageavam Iemanjá, alguns seguidores ainda se reunem na Praia do Galeão e adjacências, bem longe da confusão.

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  8. "Boa sorte a todos".

    Ontem aconteceu a carreata dos seguidores de Iemanjá, que saiu do Mercadão de Madureira e outros pontos da cidade e foi até Copacabana. Pelo segundo ano seguido por conta própria sem qualquer apoio por parte da prefeitura (coincidência?).

    Ontem afirmei que bavária queima de fogos em vários pontos da cidade. Descobri que na Barra não terá palco da prefeitura, sendo bancada pelos empresários locais (principalmente rede hoteleira).

    Pela primeira vez (pelo que eu vi em algum lugar) a taxa da ocupação na Barra estava maior do que em Copacabana.

    Copacabana virou refém do gigantismo do evento e de ações midiáticas. Hoje temos uma "briga" de público presente entre Copacabana e a Paulista, onde já dizer ter mais gente na virada, o que levaria a um apelo para mais pessoas irem a Copacabana, aumentando cada vez mais a bola de neve...

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  9. Se a Barra da Tijuca não tomar cuidado em se preparar para "eventos de Réveillon", em poucos anos será uma enorme cloaca, um imenso "intestino" onde via BRT, serão "transportadas" multidões oriundas da Pavuna e Baixada Fluminense através da baldeação com o Metrô em Vicente de Carvalho ou de Santa Cruz e Campo Grande. Isso sem contar com a "sobra" de Linha 1. Para que frequenta a região do Alvorada, a coisa é complicada. Ali existe uma sede recreativa do BNDES, a qual nos idos de 1988 eu frequentava nos fins de semana, pois levava a minha ex-mulher que era médica do clube. Era uma região super tranquila. Atualmente é "bastante tumultuada". Não custa lembrar que aquela região da orla é o "resort" da CDD. Meu primo esteve em Miami e contou que a organização da orla é invejável, sem lixo, sem baderna, e muito bem policiada. Locais desse tipo deveriam inspirar Crivella para que tornasse o Rio uma "cidade européia". Ao invés disso prefere "sucatear hospitais" ou "correr atrás de camelôs".

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