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terça-feira, 27 de agosto de 2019

ESTAÇÃO COPACABANA





 
Vemos hoje a esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Siqueira Campos em diversas épocas.
A primeira foto é da Estação de Bondes em Copacabana, em 1894. Os bondes para Copacabana percorriam as ruas da Passagem, General Polidoro e Real Grandeza e passavam defronte do Cemitério de São João Batista, em Botafogo. Depois de atravessar o Túnel Velho e desembocar na Ladeira do Barroso (atual Rua Siqueira Campos), seguiam em direção à estação final de Copacabana. Construída em estilo chalé, ficava na esquina das atuais Av. N.S. de Copacabana e Rua Siqueira Campos, defronte da hoje Praça Serzedelo Corrêa.
 A elegante estação, toda de madeira, situada na esquina da Rua Siqueira Campos com a de N.S. de Copacabana, recebeu em 06/07/1892, às 14h30min, a comitiva de dez bondes especiais que tinham partido da Rua Gonçalves Dias pouco depois das 13h, para a viagem inaugural até Copacabana."
Quando da inauguração daquele prédio de madeira, anterior ao mostrado na foto de hoje, foi lavrada a seguinte ata:
"Aos seis dias do mês de julho de 1892, neste lugar denominado Copacabana, da freguezia da Lagôa da Capital Federal, estação terminal da linha da Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico, presentes os Exmos. Srs. Marechal Floriano Peixoto, Presidente da República, Ministros da Guerra, da Marinha e do Exterior, Presidente e mais Membros da Intendência Municipal, Dr. Engenheiro Fiscal e seus ajudantes, General Estevâo José Ferras, Dr. Barão de Ribeiro de Almeida, Coronel Malvino da Silva Reis, Dr. José Cupertino Coelho Cintra, gerente da Companhia, e mais pessôas gradas, foi inaugurado o tráfego da linha ferro-carril, depois de preenchidas as formalidades regulamentares e de ter sido inspecionada e aprovada pelo Sr. Dr. Engenheiro Fiscal dos Carris Urbanos e Suburbanos, por parte da Intendência Municipal.
E, para constar, eu, Frederico Augusto Xavier de Brito, servindo de Secretário "ad hoc", lavrei êste têrmo que assino com as autoridades e cidadãos que a êste ato compareceram." Texto do livro de Dunlop. Foto de J. Gutierrez. Acervo George Ermakoff.
A segunda foto mostra a nova estação em 1921. A urbanização já estava 100% concluída nesse trecho, da pavimentação até a arborização, passando pela rede de bondes e iluminação elétrica nas vias. Vemos também a rede de cabos telefônicos e de baixa tensão. Os transformadores já eram embutidos em volts subterrâneos até a Rua Tonelero, onde a rede passava a ser aérea com os transformadores nos postes. Isso com um bairro de pouco mais de 20 anos de ocupado. A terceira foto também é desta estação.
A quarta fotografia é de Gervásio Batista, de 1955, vemos o tradicional "Ponto de 100 réis", na esquina da Avenida N. S. de Copacabana com a Rua Siqueira Campos, sendo demolido. Neste espaço foi construído o Centro Comercial de Copacabana. O "Ponto de 100 réis" ficava numa das esquinas da Praça Serzedelo Correa, local central do bairro, onde está a Igreja Matriz e onde, nos primeiros tempos de Copacabana, ficava a ramificação dos bondes que vinham pelo Túnel Velho e se dirigiam para o Leme ou para a "igrejinha" do Posto 6. Ao lado dos sobrados em demolição podemos ver o edifício da Companhia Telefônica Brasileira, que está de pé até hoje.
Esta denominação de "ponto dos 100 réis" existia em vários locais da cidade. Sua origem está ligada às linhas de bonde e ao preço da passagem. As linhas muito extensas costumavam ter um ponto a partir do qual era necessário pagar outra passagem, ou seja, mais 100 réis. Mesmo quando o preço deixou de ser esse, a denominação permaneceu. Quem andou de bonde, nos anos 40 e 50, não pode esquecer o "Ponto 100 Réis", também chamado "Ponto de Seção".
Sem dúvida, um dos mais famosos era o do cruzamento do "Boulevard" (Av. 28 de Setembro) com a Rua Sousa Franco, onde existiu o Petisco da Vila. Lá chegando (os bondes 74 - Vila Isabel x Engenho Novo e 75-Lins de Vasconcellos), o condutor zerava o relógio-marcador e começava a cobrar nova passagem de todo mundo.
Outro Ponto 100 Réis ficava na Estação São Francisco Xavier, no final da rua de mesmo nome e o começo da 24 de Maio, onde os passageiros do 76- Engº de Dentro, 77- Piedade e 78- Cascadura tinham de abrir a carteira novamente.
Outro ainda no lado de Botafogo do Túnel Velho, onde nova passagem devia ser paga na década de 50. Os bondes da Ilha do Governador, também possuíam quatro seções, a Cem Réis cada uma (100 Réis = 1 Tostão = 10 centavos).
A última foto é uma maquete do Centro Comercial de Copacabana, que está até hoje no mesmo local.

7 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Prato cheio hoje para os especialistas em Copacabana, o que claramente não é o meu caso.

    PS: infelizmente estava certo ontem. Todo apoio ao "biscoito".

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  2. O ponto Cem Réis na 28 de Setembro ainda é ponto de referência em Vila Isabel. Existe também um "ponto Cem Réis" em Niterói, logo no início da Alameda São Boaventura no Fonseca. Como sou um estudioso de bondes, vou adiante nos comentários e apesar de não ser no Rio não custa mencionar algumas curiosidades. A garagem de bondes de lá foi tombada e virou um Shopping. A linha de bondes mais extensa, inclusive superando a 78 Cascadura, era a que ligava as Barcas à Neves, com 21 Km. As linhas que ligavam Niterói à São Gonçalo eram as que mais levavam passageiros passavam por locais bucólicos e residenciais, bem diferente do inferno de favelas que é atualmente a região. O sistema de bondes coexistiu durante onze anos (1953 a 1964) com os "Trolley-buses" sem qualquer problema. Esclareço ainda que "não sou o ucraniano" mas em se tratando de bondes, vale o registro.

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  3. Quando vejo a foto numero um tenho a certeza de que já nevou no Rio de Janeiro....Vou bolar um "ponto dos cem dólares" na minha igreja.

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  4. Voltando às garagens de bonde "pouco conhecidas", havia a do Cocota na Ilha do Governador, onde hoje funciona uma dependência da Prefeitura. Também havia a da Tijuca na Conde de Bonfim, que era utilizada como ponto final da linha 60. Também havia a "garagem secundária" da Jardim Botânico, no "Prédio da Cobal". Também existe a pequena garagem da Nerval de Gouveia em Cascadura, que servia de "rodo" para as linhas de Jacarepaguá.

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  5. Esse Centro Comercial de Copacabana "não emplacou", já que as lojas existentes não são "lojas top" como as "de rua" em Copacabana. O mesmo destino teve o Shopping da Siqueira Campos, conhecido como o Shopping dos antiquários. Lojas e frequência são das "classes C e D", e além disso a proximidade da Ladeira dos Tabajaras dispensa maiores comentários. A sede do V Juizado Especial Cível que funciona no prédio ameniza a situação.

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  6. Comprar um lote nesse areal? Nem pensar.
    Um centro comercial como esse (shopping de primeira geração?), sem estacionamento para clientes, é difícil para o pessoal de maior poder aquisitivo.

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  7. Apesar de mal desenhado, o automóvel da maquete é um Mercury 1955; podiam ao menos tê-lo pintado e saia e blusa.

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