O Cine Palácio, na Rua do Passeio nº 38, onde hoje funciona o Teatro Riachuelo, tem uma história que remonta ao início do século XX.
O Cine Palácio foi o primeiro cinema do Rio de Janeiro a exibir um filme sonoro na década de 1920, em 1929, com o filme Melodia da Broadway. O prédio que abrigava o cinema foi projetado por Adolfo Morales de Los Ríos e foi construído para ser o Cassino Nacional Brasileiro. Antes de ser cinema, o local foi um teatro de variedades em 1901.
FOTO 1: No início do século XX
ali funcionou o Cinema Majestic e, a partir de 1920, o Palace Theatre. Em 1929
o nome se aportuguesou para Palace Teatro, com 1900 lugares. Somente em 1943
passou a se chamar Cine Palácio. Com este nome funcionou até 1979 quando,
seguindo a moda daquela época, se dividiu em Cine Palácio 1 (com 1060 lugares)
e Cine Palácio 2. (com 380 lugares).
O filme em cartaz, "Acorrentada", é de 1934 e a trama foca em uma mulher apaixonada por seu chefe que embarca em um cruzeiro e acaba conhecendo um novo alguém. Estrelavam Clark Gable, Joan Crawford e Otto Kruger.
FOTO 2: O filme "Fräulein" é de 1958 e é um filme de
guerra, de drama romântico americano, dirigido por Henry Koster,
estrelado por Dana Wynter e Mel Ferrer como duas pessoas apanhadas na Segunda
Guerra Mundial e nas consequências.
FOTO 3: Nesta foto, como na anterior, vemos a faixa de propaganda de Amando da Fonseca, do PTB que, em 1958, viria ser eleito com 10.995 votos (o 5º mais votado, superado por Sandra Cavalcanti da UDN, com
mais de 14 mil votos, Raul Brunini, também da UDN, com 11.623 votos, Lutero
Vargas, PTB, filho mais velho do presidente Getúlio Vargas, e a também udenista Lígia Lessa Bastos, com 11 mil votos),
Como se pode ler na Internet, Amando da Fonseca era conhecido como "o político da bica d´água".
FOTO 4: Esta foto é de 1956 e, na ocasião, ocorria uma greve dos cinemas, devido ao preço dos ingressos.
O Cine Palácio funcionou até 2008 e então o prédio ficado abandonado. Em 2004 o cinema foi autuado pela Vigilância Sanitária por conta da qualidade do ar condicionado. Neste mesmo ano o grupo Severiano Ribeiro recuperou a fachada centenária que, por trinta anos, tinha ficado coberta por placas de alumínio.
Em 2008 a fachada foi
tombada provisoriamente pelo Prefeito Cesar Maia, para garantir sua
preservação, uma vez que o cinema havia sido vendido e os novos proprietários,
donos do Hotel Ambassador, planejavam transformar o espaço em um Centro de
Convenções.
FOTO 5: O Cine Palácio era um dos locais onse se realizavam grandes festivais de cinema no Rio de Janeiro.
A foto mostra a entrada do Palácio quando do “Grande Prêmio INC” aos
melhores de 1970 foi entregue, em 1971, a Ademar
Gonzaga, representado na solenidade por sua filha Alice Gonzaga, a autora do
fenomenal “Palácios e Poeiras”, sobre a história dos cinemas do Rio.
Na mesma ocasião foi
entregue o “Prêmio Coruja de Ouro” aos melhores do cinema brasileiros em 1970,
que foram Itala Nandi (atriz), José Lewgoy (ator), Davi Neves (diretor), Mara
Rúbia (atriz coadjuvante), Nelson Xavier (ator coadjuvante) e Carlos Diegues
(melhor roteiro). Houve um show com Paulinho da Viola, Evinha, Odete Lara,
Marcos Valem, Taiguara e outros. Foi exibido o filme “Em Família”, com Paulo
Porto. Os apresentadores da cerimônia foram Hilton Gomes e Fernanda Montenegro.
O último telefone do Cine
Palácio foi 2461-2461.
Em 2008 a Sergio Castro Imóveis publicou anúncio de que o Cine Palácio havia sido vendido. A partir daí e com o tombamento do imóvel o local ficou praticamente abandonado.
A seguir, com imagens do Google Maps, vamos ver o que aconteceu até 2016, quando um dos espaços mais tradicionais do país, tombado pelo patrimônio histórico, o antigo Cine Palácio foi devolvido à cidade do Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 2016.
Transformou-se no Teatro Riachuelo Rio, um espaço plural de expressão e arte, unindo música, teatro, literatura, debates, dança, entre outros, com o objetivo de atrair os mais diversos públicos.
FOTO 6: No final da primeira década deste século o Cine Palácio tinha este aspecto.
FOTO 7: Aspecto da fachada em 2014 com as obras em andamento.
FOTO 8: A obra em sua fase final de recuperação, para se transformar em teatro.
FOTO 9: Aspecto atual. Este recurso do Google Maps de vermos o mesmo local através dos anos é simplesmente sensacional.
Donald Trump está eleito Presidente dos Estados Unidos da América. Uma péssima notícia. Dias sombrias virão.
ResponderExcluirChamam a atenção os grandes cartazes nas fachadas do cinema. Os filmes deviam ser exibidos por semanas para justificar tantos gastos.
ResponderExcluirFelizmente o prédio foi preservado e ali funciona um teatro muito bonito pelo que vi em fotos do interior.
Eu não conhecia este recurso do Google Maps. Interessante.
Normalmente as imagens estão disponíveis a partir de 2010/ 2011; contam uma história.
ExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirNunca entrei. Vou acompanhar os comentários porque a internet está instável. Prenúncio de anos complicados.
FF: a manutenção da Cedae prevista para amanhã foi adiada para o final do mês.
ExcluirVai começar a novela "A Manutenção da CEDAE"; acho que a proximidade do G20 colaborou com o adiamento para depois do evento.
ExcluirAguardemos cenas do próximo capítulo.
Acho que se não tivesse ocorrido o vazamento tão perto da data de amanhã, teriam mantido. Agora, ficou para depois do G20.
ExcluirFrequentei muito, nos tempos que se formavam filas do lado de fora para a sessão seguinte. Lembro de um corredor muito largo com colunas (de mármore?) e uma bomboniere. O puxadinho Palácio 2 ficava na parte de cima e era acessado por uma rampa que parecia bastante instável. Não frequento mais cinema, mas acho que não existem mais cinemas de rua. Cinemas de rua, jornais impressos, emissoras de rádio estão indo para a vala.
ResponderExcluirÓtimo trabalho de pesquisa.
ResponderExcluirTinha esquecido desse período de Palácio 1 e 2. E foi quando assisti 3 filmes brasileiros no 2, sendo então o cinema que mais vezes entrei na Cinelândia. Odeon, Metro Boa Vista e o Império fui uma vez e acho que duas no Pathé.
Em 2022 olhei os cartazes da peça do Nei Latorraca em cartaz no Teatro Riachuelo, que achei que era Palácio também, pedi ao porteiro para ver como estava a sala de exibição, mas ele não permitiu.
Também nunca entrei, dos cinemas da região o único que conheci foi o Metro Boa Vista.
ResponderExcluirPalácio: quem viu "O Mais Longo dos Dias" participou da "mais longa das filas". Eu estava lá. Na fila.
ResponderExcluirSempre tive vontade de ir á Normandia no dia 6 de junho. Nunca fui, porque não vou pagar para sentir calor na terra dos outros.
Na foto 2, um Jeep e caminhões Chevrolet, Opel e International.
Na foto 3, um Chevrolet 1955, modelo 210, quase pé-de-boi, talvez fosse chapa branca, visto que os particulares preferiam o Bel-Air. À frente, um Oldsmobile 88, de 1954. O Jeep e os caminhões continuam lá. E também o prédio sucessor do Alhambra, nessa época Hotel Serrador, onde havia no térreo a lanchonete Americana.
Nunca fui a um cinema na Cinelândia. Na adolescência e na idade adulta, todos os grandes sucessos eram exibidos na Tijuca e na zona sul. FF: Trump venceu as eleições Norte-americanas. Os quatro anos do Governo Biden foram ruins para os EUA e para o restante do mundo. Trump é um verdadeiro estadista, pois vai colocar a política mundial no rumo certo.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Frequentei muito o Cine Palácio, ainda lembro do seu tapete da sala de espera que ao pisarmos afundávamos os pés, gostava de assistir aos filmes do seu mezanino, bastante confortável e ótimo para namorar.
ResponderExcluirNunca fui ao Cinema Palácio. Fui ao Teatro Riachuelo uma vez e gostei. Como eram grandes os cinemas antigos! Hoje com concorrência de vídeo, Tv, streaming etc., temos a chamada "economia da atenção". Nessa, coitados, os livros ficam na "rabeira" como diria minha avó!
ResponderExcluirPara mim os livros não ficam na "rabeira". Acho insubstituíveis.
ExcluirCada vez mais vou aos livros. TV aberta acabou, Internet cada vez mais louca, vide que o pai das fake news tornou-se presidente do país mais poderoso da terra.
ExcluirEntre os vários motivos que tornam os livros fundamentais, está a necessidade (e a beleza) de proporcionar/obrigar ao leitor usar também a sua imaginação, criando suas próprias imagens de pessoas, lugares, sentimentos e situações, fazendo a "leitura pessoal" do escrito, que é única.
ResponderExcluirSe a linguagem permite ao ser humano pensar, concatenar ideias, trilhar o caminho da lógica, a linguagem escrita amplifica muito este efeito.
Insubstituível.
É isso aí!
ExcluirQuando minha mulher (leitora voraz) substituiu o livro físico pelo Kindle, perguntei a ela sobre a experiência, já que muitos conhecidos e eu mesmo tínhamos um certo preconceito quanto à novidade e a resposta que obtive encerrou o assunto com ela:
Excluir" Confirmei que eu gosto mesmo é de ler, independente do "dispositivo."
Bom, eu ainda prefiro (um pouquinho a mais ..) o livro físico, mas as vantagens do Kindle são várias:
- para ler deitado, antes de dormir, é pequeno/leve e independe de outra fonte de iluminação que não a da própria tela.
- em um pequeno dispositivo você tem à disposição "n" livros simultaneamente; ao viajar por exemplo, você leva sua biblioteca com você.
- a sua biblioteca virtual não ocupa espaço, não precisa de limpeza e não amarela.
- você pode marcar páginas, realçar trecos, fazer (e apagar) observações.
Li um no aparelho da minha filha e gostei sim, a tela não cansa, porém espero que as editoras sempre façam também a versão impressa, nem que seja para servir como um "back up", que também é um dos motivos para se manter as bibliotecas públicas.
ExcluirEsclarecendo: Sou leitor voraz e Luiz conhece minha humilde biblioteca. Mas nos hábitos da sociedade a leitura vence na qualidade. No quantitativo...qual a tiragem média de um livro? Somho de manchete de jornal; "Caminhão lotado de livros clássicos tomba em rodovia na Baixada e quando a Polícia chegou a carga tinha sido toda saqueada e as pessoas liam silenciosamente em suas casas."
ResponderExcluirPor outro lado recebi consulta de 2 grandes grupos preparatórios de concursos que pretendem se unir. Serão 2 milhões de estudantes, lendo a distância, por meio de licença especial de editoras. Como dizia Tom Jobim, Brasil não é para amadores.
A inteligência artificial é uma chance de equiparar a técnica e permitir a expressão da criatividade do brasileiro.
Mas o Teatro Riachuelo é bom para espetáculos!
Pra mim a Joan Crawford é a mais famosa nos letreiros e cartazes acima. Não ficou bonita a partir da meia idade, seria por atuações como vilã? Inclusive, dizem, foi uma péssima mãe, mas reclamação de filhos em relação a pais famosos é o que não falta no mundo das celebridades.
ResponderExcluirAtrizes de beleza inegável dos tempos dourados de Hollywood são a Ava Gardner, Ingrid Bergman e a Elizabeth Taylor que decaiu junto com os bons tempos do cinema. Mas a lista pode ser longa.
Falando de mulheres bonitas, na série "Disclaimer" da Apple TV+, a personagem principal é represntada pela Cate Banchett no presente e quase 20 anos antes representada por uma atriz chamada Leila D'onofrio, que eu não conhecia e é muito, mas muito bonita e sensual mesmo.
ResponderExcluirA série (inglesa) é muito boa, ótimos atores, boa história muito bem contada, recomendo.
Opa! No quesito vou de Linda Fiorentino e Laura Antonelli!
ResponderExcluirMuito bom gosto 👍
ExcluirAlém de bonitas, sensuais, principalmente a Fiorentino!
ExcluirAdoro o livro físico, mas ganhei de presente dos filhos um Kindle e, de certa forma, me rendi à sua praticidade. Para leitura de evasão não há nada melhor. Compro em média um livro a cada dez dias. Para livros importantes é importante tê-los na estante.
ResponderExcluirFora de foco:
ResponderExcluirAcabei de saborear um sorvete (picolé) da Bacio di Latte com cobertura de "chocolate belga".
Na embalagem, no item INGREDIENTES, vem a composição do chocolate belga da cobertura:
gordura vegetal, chocolate belga, açúcar, leite em pó desnatado, cacau em pó, soro de leite, manteiga de cacau, massa de cacau, emulsificante lecitina de soja e aromatizante.
O aviso aos Alérgicos, além do que certamente contém, ainda diz:
"PODE CONTER trigo, amendoim, amêndoa, avelã, castanha-de-caju, castanha-do-Pará, ovos, macadamias (assim mesmo no plural), nozes, pecãs, pistache, pinoli e castanhas (também no plural)."
Socorro !
Podemos fazer uma vaquinha para mandar algumas pessoas para a posse do Trump. Passagem só de ida, já que ficariam em casa...
ResponderExcluirAcho que a eleição do Trump interessa mesmo é aos Americanos, se será ruim ou bom, só daqui a 4 anos os Americanos poderão avaliar.
ResponderExcluirO resto do mundo deveria se preocupar com os seus governantes e com o que acontece em seus Países.
Concordo plenamente, se preocupar com o que acontece nos EUA só serve para não focar no que acontece aqui.
ExcluirQuanto ao assunto do dia, fui a vários cinemas na Cinelândia, quando muitos lançamentos ocorriam na região. Depois não era mais necessário, todos os lançamentos foram para os bairros. A última vez que assisti a um filme lá foi no ODEON BR, indo direto do escritório, tem alguns anos
ResponderExcluirNa foto 2, aquele capô levantado do caminhão induziu meu cérebro a ler na carroceria "estragadora" em vez de "entregadora".
ResponderExcluirAssim como ontem na postagem da Rua do Passeio, hoje também não apareceu nem uma nesga da parada de bondes com torre de relógio e birosca, que em outras fotos antigas aparece em frente ao Hotel Serrador e Cine Odeon.
ResponderExcluirNão reparei se o teatro tem matinê, depois vou ver.
ResponderExcluirDesde os meus tempos de criança a família considerava essa região perigosa à noite.
O "post" de amanhã é em atenção a um comentário do Paulo Roberto.
ResponderExcluirDesculpem mais um FF mas foi confirmado o nome do piloto brasileiro Gabriel Bortoleto na F1 em 2025. Essa é uma boa notícia. A ruim é que ele vai "correr" na pior equipe deste ano, a única sem pontos até agora. Mas essa equipe será "absorvida" pela Audi e em 2026 todas estarão em pé de igualdade pela mudança do regulamento.
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