BONDES A BURRO (2 de 2), por Helio Ribeiro
Esta postagem é continuação daquela de ontem, inclusive quanto à numeração das fotos.
Década
de 1870
Virou febre na cidade a
formação de companhias de ferro-carril. Além das já citadas, na década de 1870
foram fundadas as companhias Locomotora (1872), Fluminense (1873), Santa
Theresa (1875) e Carioca e Riachuelo (1877). Todas elas eram de pequeno porte e
de rede pequena, basicamente rodando no centro da cidade, vizinhança imediata e
terminais ferroviários e portuários, transportando passageiros e carga (frete).
Todas usavam bondes pequenos, de bitola 820 mm por circularem em ruas
estreitas. A capacidade de passageiros era de 19, sendo 15 sentados em 5
fileiras de 3 passageiros por banco, e mais 4 na plataforma traseira.
01/01/1879
– Companhia Carris Urbanos
Nesta data entrou em
operação a Companhia Carris Urbanos (CCU), resultado da fusão das companhias
Locomotora, Fluminense, Santa Theresa (só a parte da planície, ficando de fora
a parte na montanha) e Carioca e Riachuelo.
Abaixo foto de um bonde
da CCU cruzando placidamente a Avenida Central.
A estação principal da CCU se situava onde posteriormente a Light construiu sua sede, na avenida Marechal Floriano, então chamada de rua Larga. Foto da estação abaixo.
Abaixo, foto de um bonde da CCU, linha Hospício / Estrada de Ferro / Visconde de Sapucahy, sendo que Hospício era o nome da atual rua Buenos Aires, por haver ali um hospício (como era chamado na época um albergue para padres) na rua do Rosário cujos fundos davam para a Buenos Aires. Já Visconde de Sapucahy era a atual Marquês de Sapucaí.
A foto abaixo, do acervo do Instituto Moreira Salles, mostra um bonde da CCU em local não identificado.
A bela foto abaixo mostra dois bondes provavelmente mistos da CCU em frente à estação das Barcas Ferry.
Detalhe da foto acima, visualizando melhor os dois bondes.
Vários bondes da CCU em frente ao prédio da gare Dom Pedro II.
Embarque num bonde da CCU, linha São Francisco x Praia Formosa. Observem a estranha vestimenta do par de homens puxando um carrinho com dois latões, provavelmente de leite.
A foto abaixo mostra um bonde da CCU no ponto final na Lapa, em 1909.
A foto abaixo, de 09/04/1908, mostra três bondes da CCU circulando por ruas da Lapa. A Mem de Sá é a rua da diagonal noroeste-sudeste e a Visconde de Maranguape é a da outra diagonal. Observe à frente do bonde no centro da foto a existência de três trilhos. Isso era para permitir o tráfego de bondes de bitola estreita (820mm) e de bitola larga (1435 mm). Foi muito comum até que a Light assumisse de vez o serviço de bondes e retirasse o trilho supérfluo.
Em novembro de 1905 a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited adquiriu o controle acionário da CCU.
Pelo Decreto 1142, de
06/11/1907, a CCU foi absorvida pela The Rio de Janeiro Tramway, Light and
Power Company Limited, que assumiu todas as obrigações e condições do contrato
daquela empresa.
28/09/1911
– Linha Circular Suburbana de Tramways
Em 26/03/1910 rodou o
último bonde puxado a burro no Rio. Eis que pouco mais de um ano depois foi
fundada a companhia acima citada, com bondes puxados a burro comprados de
segunda mão da Light. O motivo disso é meio obscuro e parece envolver disputa
do fundador da companhia, o Barão de Santa Cruz, com a Light, que se recusou a
fornecer energia elétrica para a nova companhia. O Ronaldo Martins, se não me
engano, sabe os detalhes dessa história sinistra.
A concessão envolvia
linha partindo da estação de Magno (atual Mercadão de Madureira) da Linha
Auxiliar de estrada de ferro, em Madureira, com destino à freguesia de Irajá, num
trajeto de 5,7 km. O percurso era de 40 minutos.
A foto abaixo mostra o
largo próximo à estação de Magno, de onde partiam os bondes para Vaz Lobo e
Irajá.
A foto abaixo, datada de 31/08/1926, mostra a estação de Vaz Lobo, com um bonde de passageiro e um bem menor, de formato estranho, talvez de segunda classe.
Outra foto do mesmo local, na mesma data.
Um close do tal bonde de formato estranho. As rodas parecem ser de madeira bruta.
Abaixo um bonde da linha Irajá.
O serviço prestado pela empresa era péssimo, com constantes descarrilamentos dos carros, atrasos, etc.
Em 28/03/1928 a
concessão foi passada para a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power
Company Limited, que no mesmo dia suspendeu o serviço e logo iniciou a
eletrificação da linha. Em 28 de junho do mesmo ano foi inaugurado o primeiro
trecho eletrificado, entre a estação de Magno e a rua Lima Drumond; em 12 de
outubro foi completado o serviço até Irajá.
Com isso, deixaram de circular
na cidade os bondes puxados a burro.
RESUMO
ESTATÍSTICO
O quadro abaixo resumo
alguns números citados no texto, para efeito de comparação. Os dados se referem
ao ano de 1895, o último do qual obtive informações. Para a JB os dados de 1893
e 1894.
Alguém mais arguto pode estranhar o fato de a CCU ter muito mais bondes e no entanto a quantidade de muares ser baixa. O fato é que os bondes da CCU, por serem de bitola estreita, eram puxados por apenas um burro, enquanto os das demais exigiam dois, já que a bitola deles era maior.
Além disso, como o
trajeto dos bondes da CCU era sempre no centro da cidade, não exigia troca de
muar por cansaço ao percorrer longas distâncias, o que acontecia com as demais
empresas. Isso diminuía a necessidade de muares de reserva.
TEMPOS
DE PERCURSO
Há sempre uma
curiosidade sobre o tempo que os bondes puxados a burro levavam para cumprir
seu itinerário. O quadro abaixo serve para tirar essa dúvida. A referência é o
ano de 1882. As linhas da CCU não estão listadas porque se encontravam em
processo de reestruturação. Os dados foram publicados em “O Indispensável”, da
tipografia Queirazza e Landi.
Quanto às tais cores do
farol, que aparecem numa coluna do quadro, é algo que nunca consegui esclarecer
direito.
LINHAS
NO ANO DE 1900
Os quadros a seguir
mostram as linhas de bonde existentes no ano de 1900, por companhia.
CONCLUSÃO
A história dos bondes
puxados a burro é mais complexa do que a dos elétricos, porque envolveu muitas
companhias, ao longo de 60 anos: de 1868, com os primeiros bondes da Botanical
Garden Rail Road Company, até 1928, com os últimos bondes a Linha Circular
Suburbana de Tramways.
O texto desta postagem,
embora longo, é mínimo em relação ao que pode ser consultado no site do Marcelo
Almirante, que faz um relato muito pormenorizado do assunto, sem contar de
outros que o site dele abrange. Especificamente para os bondes do Rio de
Janeiro, o link é https://memoria711.blogspot.com/.
Mas o link geral do site é https://infratp.blogspot.com/.
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FIM DA
POSTAGEM ----
Parabéns novamente para o Helio e para o Marcelo. Mais um punhado de informações interessantes.
ResponderExcluirOs números de usuários é impressionante.
Quanto à foto 24 a elegância do pessoal é chama a atenção. Estava cheio o bonde Praia Formoza.
Não me pareceu estranha a roupa do par de “leiteiros”. Chapéu, camisa branca, calças pretas. Era como se vestiam esses trabalhadores na época. Lembro do garrafeiro que passava lá por casa. A única diferença é que em vez de chapéu usava um gorro.
Cesar, desculpa a brincadeira mas todos nas fotos apresentadas usam roupas pretas e/ou brancas.
ExcluirRealmente a vida naqueles tempos corria lentamente, tendo em vista o tempo de percurso das viagens. Mas no Século XXI em horários "de pico", o tempo dessas viagens não fica muito diferente daquelas ocorridas no Século XIX.
ResponderExcluirConforme o comentário do Cesar, provavelmente os leiteiros eram portugueses, que assim se vestiam para desempenhar suas tarefas de vassoureiros e garrafeiros, dentre outras. Provavelmente estavam também usando os famosos tamancos. Me chamou atenção que alguns bondes eram puxados por somente um burro e outros por dois, mesmo as distâncias não sendo muito grandes como as implementadas quando da eletrificação do transporte. Esses burros deviam ficar extenuados.
ResponderExcluirA mula (quando fêmea) ou mulo (quando macho), é um mamífero híbrido originário do cruzamento do burro com a égua ou da burra com o cavalo.
ResponderExcluirEm virtude do número irregular de cromossomas resultante desses cruzamentos, estes animais são, por via de regra, estéreis.
Dada a sua robustez e adaptabilidade, a mula é um animal de montaria, tração e carga muito utilizado em todo o mundo.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
A aula continua hoje.
Em 1930 era desenvolvida a primeira fita adesiva transparente.
ExcluirEm 1962 aconteceu a primeira transmissão de TV entre os EUA e a Europa, por satélite.
Em 1972 nascia Ivete Sangalo.
Talvez alguns ainda não saibam mas o tema atual tem relação com a origem do nome "burro sem rabo". Melhor do que explicar, mais prático assistir o vídeio abaixo:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=ePHwt1ug7MA
Verdade verdadeira. Note que no vídeo e na prática de quem conheceu esses carrinhos, eles eram estreitos e andavam sobre os trilhos dos bondes de bitola 820mm, que abundavam no centro da cidade. Nos bairros os bondes tinham bitola larga e não dava para usar os trilhos para facilitar o serviço. O avô paterno da minha esposa era um desses "burros sem rabo", trabalhando em Vila Isabel. Foi atropelado três vezes e teve uma insolação, mas morreu de velhice.
ExcluirObservem que no vídeo do link os bondes são da CCU (Companhia Carris Urbanos), citada na postagem de hoje.
ExcluirSobre o burro sem rabo "físicos" : ainda pode ser visto nas regiões do Saara, de Edgar Romero, e até na Praça Saens Pena. Quase fui atropelado por um, que vim a saber que era funcionário das Lojas Americanas. Mas no Brasil há muitos "asininos" sem rabo, basta observar os comentários na internet e conversar em determinados lugares.
ResponderExcluirNão só no Brasil, nos EUA também é muito comum. Já comentei aqui que recebo diariamente duas ou três joias ditas por americanos, inclusive por turistas no exterior, o que indica serem pessoas com posses e portanto teoricamente bem formadas culturalmente. Só que não. A imensa maioria sequer sabe que existem continentes e que há outros idiomas falados e que o dólar não é moeda corrente mundial. E há os que acham o Texas maior que a Índia; e que acham que julho é verão no mundo todo; e que acham que os ingleses falam com sotaque, já que o idioma é original dos EUA e foi exportado para outros países. Tem também os que pensam que o Novo México é um outro país. E quem pensa que na II Guerra os EUA e a Alemanha lutaram contra a Rússia.
ExcluirAcho que já chega. Hoje recebi mais dois exemplos da burrice americana. Ainda não os li.
Enfim, burrice não é privilégio dos brasileiros.
Joel, não só podem ser vistos mas até podem ser contratados pela Internet, segundo matéria do jornal O Globo.
ExcluirHélio, estou almoçando em uma "casa de pasto" e não vou me alongar. Quando retornar, vou comentar sobre a diferença entre o "burro norte-americano e o burro brasileiro".
ExcluirO norte-americano é louro de olhos azuis e o brasileiro é branco de olhos pretos.
ExcluirA foto 27 é de 1958, logo ápos a inauguração do Viaduto Negrão de Lima (observar a rampa de descida no primeiro plano). O local, hoje Praça Magno com seu camelodromo, foi de fato o ponto inicial dos bondes de burro da Circular Suburbana de Tramways de Madureira a Irajá, ( não havia linha para Penha) de 1911 a 1927, e não tinha uma estação, sendo apenas um fim de linha onde se trocava a posição da parelha de burros. A estação da foto foi implantada em 1945, quando a eletrificação da Linha Auxiliar impediu a passagem de bondes elétricos para o Largo de Madureira, em encontro com a linha do elétrico Cascadura. Esta estação era provisoria, pois já estava projetado o viaduto sobre a linhas da Linha Auxiliar e a Tronco de Central do Brasil, por onde se previa a passagem do bondes 98 Irajá e 97 Madureira-Penha, com ponto inicial na Av. Edgar Romero (ex Marechal Rangel) frente a Escola Normal Carmela Dutra, onde se entrocariam em mesmo trilho com a liha 74 Casacdura, o que antes do corte em 1945 já existia desde 1928. No final dos anos 1950, a Light não mais tinha interesse nestas linhas, não sendo feita esta ligação pelo viaduto. A denominação Praça Magno surgiu depois da separação, antes era tudo Largo de Madureira. Observe-se ao lado da estação um desvio onde ficavam estacionados bondes extras e vagões de segundo reboque dos bondes nos horariios de picos de demanda. No exato local de estação e seu desvio é hoje a rampa do Viaduto Silas de Oliveira do BRT Transcarioca.
ResponderExcluirA foto 28, é do Largo de Vaz Lobo, na época muito conhecido com Tombadoro, denominação que se extendia por grande área. Nele ve-se a sede, garagem e parte das cocheiras da Circular, se destacando a frente um bonde possilvelmente obtido da São Cristovão e o primeiro bonde, de construção local, improvisado para atender a urgencia de inauguração da linha em 1911, No local do prédio garagem, é hojé a entrada da Rua Manoel Machado, intendente patrono da Circular é proprietário destas terras. No primeiro plano a direita a bica d'água que então abastecia o local. Muitos antigos moradores atribuian que denominação Tombadorou, surgiu do alagado formado frente a bica por seu defeito, onde, com o solo elameado, as pessoas escorregava e caiam (tombavam), situação muito agravada quandos burros eram a bica levados a beber água e ali faziam suas descargas. Compativamente aos comentarios da postagem de ontem quanto as fezes dos burros de bonde, imaginem esta situação. Esta foto teria sido feita pelo Malta já no processo de transição da concessão da Circular para a Light.
ResponderExcluirÉ um prazer frequentar este blog. Como tem gente que conhece bem o Rio de Janeiro. Os comentários, além do texto, estão excelentes. Também fui ver o blog do Marcelo Almirante e fiquei admirado pelo trabalho realizado. Vi um tanto, mas vou voltar lá para ler com mais calma e explorar as opções. Parabéns a todos.
ResponderExcluirA foto 29, da mesma epoca que a 28 é do interior do curral da Circular Suburbana, no Tombadoro (Largo de Vaz Lobo), a margem da atual Rua Manoel Machado. Ao fundo o Morro gemeo e garganta do Sapé, ontem comentada quanto ao podutor de capim Luiz Manoel Machado, pai de Manoel Luiz Machado, que alugou as terras a Cicular, Intendeta Municipal em 1905/1912, homenageado na rua citada.
ResponderExcluirA foto 30, de mesma época e outoria que as 28 e 29, também no Tombadourro (Largo de Vaz Lobo), apresenta o primeiro bonde da Circular, improvisação local para garantir a inaguração da linha em 1911. Na ocasião da foto era ele mais empregado, como depois os taiobas da Light, pela manhã para transporte de lavradores com pequenas cargas ao Mercado de Madureira. Para serviços de cargas maiores, a circular possuia dois bondes planchas. Sendo o Cemitério de Irajá, então o únicco de todas Baixada de Irajá, a Circular tinha ainda um bonde funebre para atender cortejos das áreas mais distantes. Esses bondes de carga e funebre, muito afetaram a pontualizade dos de passageiros, que trafegando em linha singela, tinham prioridade sobres estes. Em verdade o primeiro objetivo de sua concessão era o transporte de carga para e de a feira da estação de Magno, depois Mercado de Madureira, atual Mercadão.
ResponderExcluirNOTA: Peço desculpas a todos de diveros erros em mes textos atuais, anteriores e futuro, por serem eles em grande parte decorrentes, aos 83 anos, de tremores nas mãos que muito dificultam a minha digitação e sua correção.
Houve uma briga severa entre o Barão de Santa Cruz e a Light, com relação à concessão da Linha Circular Suburbana de Tramway, citada na parte final da postagem. Quanto aos detalhes dessa briga, transcrevo no próximo comentário trecho de email enviado a mim pelo Ronaldo Martins, profundo conhecedor da região de Irajá e adjacências.
ResponderExcluirQuanto à briga do Barão de Santa Cruz, fundador da Linha Circular Suburbana de Tramway (doravante citada apenas como Circular), com a Light, o caso é o seguinte: desde sua criação a Light desejava o monopólio do serviço de bondes e por isso queria obter a concessão da Circular. Para isso Light usou todos os recursos à sua disposição para bloquear a Circular na obtenção de trilhos, dormentes, vagões e animais, visando forçar por esses meios a perda da concessão da Circular por caduquice. Apadrinhada pelo intendente irajaense Manoel Machado, a Circular obteve mais tempo para sua ativação, conseguindo em 1911 implantar a linha com trilhos usados, dormentes cortados em Irajá, vagões improvisados ali construídos e animais velhos, já no limite do novo prazo. O primeiro trecho ia da feira de Madureira (em 1914 transformada no Mercado Municipal de Madureira) ao Tombadouro, local esse no atual Vaz Lobo, onde a empresa tinha sua sede, garagem e cocheira.
ResponderExcluirMeses mais tarde conseguiu estender sua linha até ao Largo da Matriz de Irajá (atual Praça N. S. da Apresentação). Mas não conseguiu atender a toda concessão, que englobava uma linha circular de Irajá através da Penha (razão do nome da empresa) retornando ao Tombadouro/Vaz Lobo.
Mas a Light não desistiu e usando o pretexto de ceder vagões da extinta São Cristóvão à Circular tornou-se dela acionista. Mesmo com melhores vagões, mas com deficiência de tráfego por trilhos desgastados em linha singela e animais enfraquecidos, sofrendo atrasos, descarrilamentos e morte de animais (por anos a subida da Estrada Marechal Rangel, avenida Edgard Romero, próxima à rua Lima Drumond, era conhecida como Mata Burro), a empresa começou a ter descrédito da população, situação que a Light amplamente aproveitou para alardear que a Circular era obsoleta, conseguindo em 1927, com interferência da Intendência, obter quase de graça a concessão da Circular. Em 1928 implantou os bondes elétricos no trecho de Madureira a Irajá, mas somente quase dez anos depois, e por forte pressão da população, a Light abriu a linha Penha a Madureira, mas nunca implantou o trecho da circular de Irajá, pela Estrada de Brás de Pina, a atual Praça do Carmo.
Como se vê, a Baixada de Irajá sofreu por interesses econômicos e empresariais fora dela..
Decio, 13:16h ==> realmente, aqui no SDR tem gente entendida em muitos assuntos: bairros, monumentos, construções, mobiliário urbano, postes, meios de transporte, eventos culturais ou religiosos, etc, etc. Isso os que não hesitam em divulgar seus conhecimentos. Fora os que ainda não saíram do armário.
ResponderExcluirEntendidos em zoologia também...
ExcluirA foto 31, de mesma época das anteriores, apresenta o bonde de burros da Circular, supostamente obtido usado da São Cristóvão. Em muitas publicações, o bonde da foto 30 é dado como sendo o último bonde de burro do Rio de Janeiro, mas ele já não estava mais em trafego e sua foto foi feita por Malta para propaganda da Light, em valorização aos elétricos. Já o desta foto, considerando a documentação feita por Malta, é possivelmente o ultimo bonde de burros realmente a circular. O bonde está parado para foto, em ida para Madureira, entre a Estação de Irajá e o Largo de Vaz Lobo, a cerca de 700 metros de ambos. Neste local, em outra foto por várias publicações atribuído como sendo em Madureira, na Estrada Monsenhor Félix próximo ao entroncamento das ruas Acará e Tejupá, para carga de energia dos elétricos que implantava, montou uma torre para os fios de transmissão elétrica de torre ao alto do Morro do Sapé, para a montada Sub Estação Juramento, hoje Praça da Light na Rua Caiabu (Irajá).
ResponderExcluirSobre trens e bondes, aproveito para comunicar a todos comentaristas, que em breve, no blog "Capítulos de História da Baixada de Irajá" (em https://capitulosdehistoriabaixadairaja.blogspot.com/), em revisão e ampliação de igual capitulo do livro "Mercadão de Madureira Caminhos de Comércio", estarei publicando o fásciculo "Caminhos de Ferro da Baixada de Irajá", comentando sobre as ferrovias D. Pedro II/Central do Brasil/ Ramal Deodoro, Melhoramentos do Brasil /Linha Auxiliar/ Ramal Belford Roxo; Norte/Leopoldina/Ramal Saracuruna; Rio d'Ouro / Metrô linha 2, e os bondes Irajá, Madureira-Penha, Penha, Cascadura (Madureira). Antes porém estarei publicando os fasciculos "Penha: Sagrada e Profana" e "Os Primeiros da Terra". Previamente agradeço a visita.
ResponderExcluirBoa noite Saudosistas. Tive o prazer de ler hoje todos os comentários e detalhes das postagens de ontem e de hoje, fico muito agradecido aos Mestres Hélio e Marcelo Almirante, em dividir com todo os nós, os seus conhecimentos sobre o tema Bondes do Rio de Janeiro.
ResponderExcluirRealmente fico fascinado, com o conhecimento destes mestres, sobre um dos temas que mais despertam interesse dos Cariocas que tiveram o prazer de viajar neste meio de transporte popular.
Meus mais elevado agradecimento a ambos.
Grato pela palavras, Lino.
ExcluirTambém fiquei a pensar na vida nessas mulas do transporte coletivo de antanho.
ResponderExcluirNo auge dos bondes de tração animal, esses equinos foram por demais utilizados e além dos dejetos já citados, deviam dar um bom trabalho do cruzamento, passando pelo nascimento até estra pronto para o trabalho indo até a morte, que como chegaram a citar, também podia ocorrer a qualquer hora e lugar do percurso.
Vendo com calma a foto 29, reparei que mesmo em seus momentos de folga, algumas duplas de mulas continuavam lado a lado no pátio de refeição e descanso.
ExcluirVamos ver se entendi, os bondes da Circular, fotos 28, 30 e 31, me parecem os mesmos da Cia. Carris Urbanos (CCU), sendo um modelo maior que o outro.
ResponderExcluirA diferença é que o menor tem uma espécie de respiradouro no teto, o que não aparece nos bondes da CCU.
Paulo, os bondes da Circular eram de bitola larga e os da CCU, de estreita. Segundo o Ronaldo Martins, em certo momento os da Circular passaram a ser antigos bondes da Companhia São Christovão.
ExcluirQuanto àquela coisa esquisita no teto dos bondes, nunca descobri o que eram. Todos tinham aquilo.
Bom dia.
ResponderExcluirA questão das bitolas foi pacificada em 1435 mm e era padrão nas concessões da Light, da JB, do S.T.R (Campo Grande), e do S.T.I.G (Ilha do Governador), mas não no sistema de Santa Teresa, cuja bitola é métrica. Em Niterói a bitola também era métrica. Na malha ferroviária as bitolas utilizadas são a de 1,60 e a métrica. Mas há exceções, pois parte da E F.O.M utilizava a bitola de 0,76 m, conhecida como "bitolinha", da qual restam apenas 12 km em atividade circulando no trecho entre Tiradentes e São João Del Rey. Uma outra exceção foi a Ferrovia da Cantareira em São Paulo e que foi extinta em 1965. Era uma ferrovia suburbana que até 1948 utilizava a bitola de 0,80 m, mas passou gradativamente a utilizar a bitola métrica.
ResponderExcluirFF: Eu pouco comento sobre futebol no SDR, mas não posso deixar de comentar sobre o novo técnico da seleção brasileira. Vai receber um salário milionário e vantagens que fariam corar qualquer príncipe saudita, mas tendo em vista a última convocação, vejo que nada vai mudar no "esquema vigente", pois com exceção de alguns jogadores do Corinthians e do Flamengo, a quantidade de jogadores que atualmente na Europa é grande, tendo inclusive convocações de nomes desconhecidos. Mas o pior é o visual do homem, sempre "lépido e fagueiro" e invariavelmente acompanhado por um mesmo "assessor" bem mais jovem.
ResponderExcluirMais do mesmo.
ResponderExcluirHoje é dia do desafio, do ceramista e dia mundial do hambúrguer...
ResponderExcluirEm 1937 era criada a Volkswagen.
Realmente, as diferenças nas bitolas das linhas limitavam a região de cada modelo de bonde.
ResponderExcluirAs rodas aparentemente de madeira, talvez apenas com uma fita de metal para o contato com o trilho, são muito parecidas em vários tipos.
As "caixas" sobre alguns bondes imagino que eram para saída do ar, projeto que provavelmente veio de locais onde os bondes eram fechados até porque não devia ser proibido fumar a bordo.
Concordo que o técnico italiano não está levando tão a sério a seleção brasileira, afinal se tantos faturaram bastante, por que não eu também?
ResponderExcluirUm técnico com intenção 100% séria, desistiria logo após a destituição do presidente da CBF com quem ele negociou, por mais que estivesse iludido até então com o futebol brasileiro.
Convocar um jogador como o Danilo, pelo menos na atual situação dele, já dá um certo descrédito, fora outros que nem olhei.
Diante da pouca vergonha não basta os torcedores deixarem de assistir jogos da seleção, tem que boicotar os patrocinadores e produtos licenciados da CBF, desde chaveiros, se existem, até as famosas camisas.
ExcluirAs camisas já não me interessam desde que foram apropriadas por políticos. Não importa a ideologia dos ditos cujos, mas por princípio acho que nem a direita, nem a esquerda, nem o centro, podem se apropriar de um símbolo assim.
ResponderExcluirE o mais irônico é que aqueles que ostentam a camisa canarinho se auto declaram "patriotas". Podemos chamá-los de tudo, menos de patriotas.
ExcluirOntem o técnico italiano foi conhecer superficialmente Engenho de Dentro. Hoje estará no Maracanã. A partir de domingo, na estranha cidade do sudeste.
ResponderExcluirE o Flamengo por pouco não entrou pelo Cano...
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