Hoje
em dia, no Rio, principalmente desde o término da grande obra do Guandu
(iniciada em 1955 e terminada muito tempo depois), raramente falta água. Tal
não acontecia até os anos 50/60, quando os cariocas sofriam amarga e
frequentemente com a falta de água.
“Lata
d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria”
A
música retratava o cotidiano do carioca e era assim por toda a cidade, como
podemos ver nas fotos de hoje:
Foto
1: Favela do Esqueleto, ao lado do Maracanã.
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2: o antigo caminhão pipa (1952)
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3: Rua Menezes Vieira, onde vemos um furto de água da rua (1958).
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4: carro-pipa no bairro do Leblon (1957).
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5: faixa colocada em Copacabana, na Rua 5 de Julho, por D. Rosa da Fonseca.
A
busca pela água envolvia captar água da chuva, instalar bombas, encher
banheiras e panelas. Era uma alegria quando alguém gritava: “Está entrando!”,
nos momentos em que chegava água para as caixas d´água.
Havia
avisos nos meios de comunicação informando que faltaria água por vários dias. Era
um caos.
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Eu só poderia começar pela foto 3. Um Jaguar Mk V, 1949, o primeiro Jaguar que eu comprei. Também foi meu primeiro carro, comprado em 69 por quatrocentros cruzeiros, obtidos dando aula particular. O anúncio dizia que era joia, mas chegando lá, em Quintino, a joia estava pra lá de dilapidada, a grade sem os frisos, bem triste.
ResponderExcluirAcabei deixando em Pilares, que era perto, numa oficina que tinha um terreno vazio. Algum tempo depois, e muitas aulas, reboquei-o para casa, onde acabei usando para ir à praia.
A porta do carona não fechava, as marchas saltavam e o motor batia depois de meia hora. Mas rodei bastante e ainda vendi sem perder dinheiro.
Na foto 2, uma picape Ford 1938 e um caminhão não identificado com uma caixa d'água na plataforma.
Na foto 4, o caminhão-pipa é Studebaker, 1949, para se igualar com o Chevrolet.
Excelentes fotos!
"Boa sorte a todos".
ResponderExcluirRecentemente só tem faltado água em pontos específicos da rede quando há manutenção programada, como a da semana passada.
Apesar da interligação do sistema, algumas regiões são menos dependentes do Guandu.
Em casa temos sistema de captação da água da chuva para lavagem de calçada e outros fins.
Na foto 3, do furto de água no Cachambi, lembrei-me que era comum muitas mães, principalmente as de mais baixa renda, deixar as crianças pequenas peladinhas. Época que as roupas não eram baratas e não se podia "gastar" as poucas que tinha.
ResponderExcluirEra assim mesmo como foi descrito nos anos 50 e 60. Na época eu morava em Copacabana e faltava muita água. Era o tempo daquela de dia falta água, de noite falta luz. O Sr. Do Contra tem um prato cheio com a postagem de hoje.
ResponderExcluirBom dia. É nessa época a coisa era feia e não havia muitas alternativas mas Carlos Lacerda fez a obra do século, como era chamada, e parece que era do século mesmo pois até hoje não se fez obras dessa magnitude em nosso estado. Hoje o assunto é outro. Como manter os níveis de captação de águas nos mananciais e o mais grave e dispendioso é como potabilizar esse produto. A degradação desses mananciais é em escala geométrica e começa faltar alternativas de captação a não ser pelo já castigado Guandu. A situação de águas no nosso estado é critica pois disputamos com nosso vizinho, São Paulo-Capital, o precioso produto. As alternativas são poucas e daqui algum tempo teremos que pensar em projetos faraônicos e dispendiosos como por exemplo a transposição do São Francisco. Quem viver verá.
ResponderExcluirAmigo Menezes: Existe uma solução No meu entendimento não tão cara e que fica dentro dos domínios do Estado. Dois rios. Guapi- Mirim e Guapi-Açu com volume considerável correm da Serra até o fundo da Baia de Guanabara,em meio à mata sem favelas nas suas margens. A distancia deles até a Cidade do Rio de Janeiro e de cerca de 1/4 do atual sistema Guandu, e diferentemente das águas do Guandu, que são verdes, As dos dois Guapis, que correm pela mata, tem cor de água limpa,logo o tratamento deve ser mais barato.
ExcluirA região de Niteroi recebe agua de onde?
ResponderExcluirFiquei tão empolgado com o Jaguar que me esqueci de quanta água já guardei em banheira. Santa Teresa, Leme e Urca são bairros fim de linha, em termos de abastecimento de água. Acaba lá primeiro e é o último a receber.
ResponderExcluirMinha casa tinha duas cisternas, total de uns 15 mil litros. Cansei de pedir pipa entre 1982 e 2000. Agora, melhorou muito e há uns 5 anos, transformei uma das cisternas em captação de águas pluviais. Hoje está cheinha...
Lacerda foi muito feliz ao realizar a obra de captação de água. O que seria do Rio hoje em dia sem a obra do Guando. Seriam milhares de favelados perfurando o asfalto para acessar tubulações e assaltando carros pipa. Seria um pouco pior do que acontece com a energia elétrica, quando a quantidade de "gatos" supera 17% do total oferecido. Os prédios de apartamentos possuem a vantagem de possuírem enormes cisternas que podem suprir o consumo por muitos dias. As casas propriamente ditas não possuem o mesmo poder de armazenamento e em tese, podem sofrer mais com a falta. FF: Em uma grande operação, a PF. executou 22 mandados de prisão em desfavor diversas pessoas, entre elas 10 deputados estaduais, o chefe da casa civil do Estado, o atual diretor do Detran e o anterior, eleito deputado nas últimas eleições. Entre os presos estão André Correa e o grande "empresário" Chiquinho da Mangueira.
ResponderExcluirMorando em Copacabana, em 64 - 65 tivemos que fazer como nossos vizinhos. Instalar caixas d'água dentro do apartamento. Foram duas de 500 litros no quarto de empregada, por sobre a cama. Acreditem, todos estavam fazendo o mesmo! Só retiramos muitos anos depois.
ResponderExcluirFalta de agua não deixa de ser um grande espanto.Hoje a situação está voltada mais para a seca,o que não parecia ser o problema no passado,onde suponho, era falta de tecnologia e logística para armazenamento/tratamento da agua.Mas posso estar enganado pois não sou desta praia.
ResponderExcluirO Biscoito e o Jaguar dá até um sambinha.Boa conversa e o carro é de fato muito bonito.A inserção do "gato" em plena rua e em pleno dia é novo espanto.O terceiro espanto espanto está lá no texto,quando era uma alegria alguém gritar " está entrando"!!!!!
Bom dia a todos. O Rio é um dos estados com maior desperdício e ligações clandestinas de água do Brasil, a rede de distribuição não recebe manutenção preventiva, somente a corretiva, o roubo de água acontece em todos os níveis, industrias, comercio, residências, favelas e estas a bem da verdade não são os maiores furtadores. Em compensação os custos da conta daqueles que pagam em dia, é a cada ano mais alta. Ainda me lembro que logo após a inauguração da obra do Guandu as contas de água eram cobradas trimestralmente nas residências de pequeno consumo. Já quanto a favela do esqueleto, só mudou de nome e se dividiu em duas, uma passou a se chamar favela do Metro e a outra permaneceu no mesmo local e passou a se chamar UERJ, quem viu as fotografias do estado em que se encontram as instalações desta Universidade, tem barraco na favela em muito melhor situação. A UFRJ também está totalmente destruída, graças a tolerância e complacência dos reitores esquerdistas do PSOL e PT, que queira Deus sejam colocados a ponta pé para fora das Universidades pelo próximo governo.
ResponderExcluirBom Dia ! Nem sempre a noticia publicada retrata a verdade. Na foto 3 a Coca-cola montou uma fabrica na esquina desta Rua com Av Suburbana,e precisava de muita água para lavar as garrafas e diluir o xarope para transforma-lo no refrigerante. Para suprir a necessidade de água, a fabrica usava uma poderosa bomba que sugava toda água,deixando as casas sem abastecimento. Depois de muitas reclamações sem resultado,a solução encontrada pelos moradores foi a que se vê na foto. Furar e obstruir o cano para impedir a bomba de sugar a água destinada às casas das ruas Menezes Vieira,Honório e Silva Mourão. Dos três garotos na calçada, o maior é tio dos outros dois, todos os três e mais outros dois mais velhos serviram na PQD,sendo que um deles ainda está na ativa com a patente de Capitão. No Jaguar, " Que era do Alfredo", andei poucas vezes. Ele já tinha passado dos 20, e na época um cara de "maior" soltava pipa e parava na esquina para o papo da todas as noites com a garotada,mas na hora de sair "para amarrar uma mina" ou ir na "Rua Alice" não se misturava com um "pirralho de 16 anos,porque a cana era dura.
ResponderExcluirA fábrica da avenida Suburbana da Coca-Cola fabricava o xarope que distribuía para os fabricantes da bebida como os da fábrica da avenida Itaóca. Assim não havia garrafas para lavar nem água para refrigerante sendo utilizada ali.
ExcluirA fabrica da Coca-cola na Av Suburbana Lavava garrafas e engarrafava o produto sim.Isso para os moradores da área era comum. Existia uma frente envidraçada onde da rua podia-se ver o funcionamento em todas as fazes.Isso fazia com que muitas pessoas parassem ali para observar o processo. Já o xarope sempre veio da matriz nos EEUU em barris semelhantes aos de chopp,nunca foi fabricado no Brasil,aqui só se faz a análise para conferir sei lá o que,eles não dizem. O engarrafamento ali foi desativado,mas o xarope recebido ainda hoje continua sendo analisado da mesma forma e no mesmo laboratório de controle de qualidade,e em anexo tem também teste de resistência para cada lote de garrafas Pet antes da liberação para as concessionárias do envasamento.
ExcluirA principal atividade da Coca-Cola, na verdade, é fabricar concentrados. A Recofarma, unidade da transnacional em Manaus, desde os anos 90, revende o produto intermediário a engarrafadoras que o diluem em água e gás, embalam e se encarregam da distribuição.
ExcluirAqui no Rio a Recofarma tem as fábricas no Mendanha e na Suburbana. Esta não sei decaindo está na ativa. A franquia da Coca-Cola aqui no Rio é da chilena Embotelladora Andina, tem o nome de Rio de Janeiro Refrescos e funciona na André Rocha em Jacarepaguá.
Decaindo , não: não sei se ainda.
ExcluirNão tenho a data do início das operações desta fábrica,mas em 1947 quando vi seu funcionamento pela primeira vez,ela já funcionava a pelo menos uns dois anos com xarope importado. Pelas placas dos caminhões que estacionavam na Rua da foto 3 aguardando a vez de carregar acredito que naquela época não havia outra fábrica.Tinha duas filas os de entrega aqui mesmo no Rio e a dos que vinham de outros Estados,não sei quando começou a expansão por todo o Brasil,mas antes da segunda metade dos anos 60 com toda certeza não foi,pois isto acontecia até esta data.
ExcluirConheço essa da Estrada do Mendanha, inclusive não tem qualquer identificação da Coca Cola na sua entrada, pelo menos era assim na década de 80 e 90.
ExcluirNão lembro pois eu era muito criança antes da adutora do Guandu resolver o problema, mas após a tragédia da chuva de 1966 eu recordo de pelo menos por poucos dias a minha mãe ter que acumular água em baldes e latões, provavelmente por conta de rodízio de abastecimento da CEDAG.
ResponderExcluirEm 1967 marcante foi o rodízio da falta de luz pela tragédia na Serra da Araras, que afetou a usina da Light.
O caminhão com caixa d'água pode ser um International, talvez até com alguma modificação?
Alguns usuários da água que "brotava" no meio da rua já estavam na espera para se lavarem ali mesmo.
Sobre a adutora Veiga Brito, ou Túnel do Lacerda, que leva a água da elevatória do Lameirão até o Jardim Botânico, apenas em três localidades a adutora não está "enterrada" nos morros: na Estrada do Viegas; na região da Serra do Barata, em Realengo; e na Estrada do Catonho, em Sulacap. Com relação a essa última, não me lembro se já comentei aqui, mas há um detalhe que considero de grande importância, mas que é ignorado completamente: se aquela adutora romper todo o sub-bairro da Boiúna, em Jacarepaguá, ficará semi submerso; chegando até à Taquara e Colônia Juliano Moreira. É sério, a vazão de água é imensa e está num nível topográfico acima dessas localidades, que formam uma grande bacia. Inclusive nas obras do túnel da Transolímpica tiveram um grande cuidado com o uso de explosivos, para não afetar as estruturas do aqueduto. Que nenhum "terrorista" nos ouça...
ResponderExcluirObrigado, Wagner.
ExcluirOmar, um já pensou numa coisa parecida nos anos 80, mas, pelo menos na época, a Lei de Segurança Nacional não era para todos e o cara se deu bem nos últimos 30 anos.
ExcluirAcredito que os Al-Marrakeshes da vida só venham a ter "coceira nas mãos" se os palestinos realmente forem contrariados. Mas de coceirinha a colocar em prática é um longo caminho.
O mais engraçado é que o palestino "paga o pato" por tudo que é ato terrorista, mas coloquem-se no lugar deles. Viviam há dois mil anos pacificamente em sua terra até 1948 quando sem mais nem menos quando os banqueiros judeus em associação com a "Liga das Nações" resolveram que aquela terra era dos judeus e pronto, expulsaram os palestinos da lá. Só que palestino não é como brasileiro que "se passa" por qualquer trocado, bolsa família, ou dentadura. Resultado: Setenta anos de guerra e destruição. E ainda falam mal do palestino, mas tomam a casa e a terra do homem e queriam que ele fizesse o que?
ExcluirSobre transposição de rio, o governo paulista já fez ou está construindo uma coisa dessas no Paraíba do Sul, o que já motivou bastante debate sobre faltar o líquido precioso nas cidades após o local da captação.
ResponderExcluirE não é só na capital de S. Paulo que a situação ficou crítica na última crise. Lembro de Itu, onde uma equipe da empresa onde eu tralhava se hospedou num hotel, que estava no sufoco para receber hóspedes. O pouco que tinha era através de carro pipa.
Xará, boa noticia, mas resta saber se os Órgãos e Ambientalistas permitirão fazer essa captação. Quando criança lá no Ceará nem chuva escapava do recolhimento. Hoje a realidade já é outra com as obras que permitem verdadeiras "viagens" pelo sertão do precioso liquido. Quanto aos poços artesianos, existem inúmeros deles jorrando água dia e noite, mas antes de tudo precisa ter sorte e estudo na prospecção de água sob o solo. Enquanto isso, no sertão e catinga a água do gado e também sua forragem é a palma de xiqui-xiqui.
ResponderExcluirUma das sétimas maravilhas do Rio Antigo a falta d'agua fazia a alegria das viúvas de antanho que ficavam uma semana sem aquele banho e consideravam uma maravilha encher o suvaco de Lisoform Bruto para espantar a inhaca que nenhum desodorante conseguia vencer e as mulheres apelavam para o indigesto Tabu para esconder a murrinha que exalava aos quatro cantos.Fácil imaginar as condições de higiene nos hospitais ,repartições outras e simples lanchonetes até restaurantes de moda.Se estivesse "apertado" na rua ia pagar um preço assombroso com os banheiros públicos verdadeiro horror a céu aberto .Corrida de lata d"agua e disputa de torneira uma constante na vida do carioca e tudo mais com direito a calor de 40 graus e uso restrito de ar condicionado na época artigo de luxo.Isso é uma amostra pois junto vinha também a falta de luz mas como dizem aqui já é outra história.E depois ainda perguntam porque sou Do Contra sendo amado por uns e odiado por outros.
ResponderExcluirO problema da água é antigo e em 1883, Paulo de Frontin levou água desde as nascentes do Rio D'Ouro na serra do Tinguá em seis dias, conforme reza a história, sendo a tubulação assentadas até a Quinta do Caju. Para isso foi construída a E.F. Rio D'Ouro, ampliada mais tarde e que chegou a possuir cinco ramais. A Linha 2 do Metrô é apenas um resquício daquela importante ferrovia.
ResponderExcluirTia Nalu nunca teve problema com agua.Especialmente a que passarinho não bebe.
ResponderExcluirSomente a partir de 1924 é que a Ilha do Governador passou a ter em alguns poucos logradouros água encanada,que abastecia torneiras públicas, onde os moradores retiravam o precioso líquido à vontade. O abastecimento de água no bairro era um maior problema dos moradores, que só começou a ser resolvido a partir de 1984.
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