Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”, e de lá sai este vidro de Emulsão de Scott, odiado por meu irmão, uma criança magricela e muito alta, que era obrigado a tomar sua dose de óleo de fígado de bacalhau toda noite. Dizia ele que o gosto era muito, mas muito ruim.
Talvez os mais velhos tenham lido esta propaganda da Emulsão de Scott:
“O medicamento que mais fama tem alcançado no mundo é a Emulsão de Scott. Não há paiz civilizado onde não se pronuncie seu nome com respeito, e essa reputação bem adquirida não é filha de casualidade, senão consequencia legitima dos bons resultados que tem produzido a medicina nas enfermidades do peito e da garganta, nos escrofulosos e debilitados.
A associação do Oleo de Figado de Bacalhao com os hypophosphitos de soda e cal, como se encontram na Emulsão de Scott é uma combinação feliz que proporciona os materiaes para reparar os tecidos e o sangue.
A infancia é a idade que mais benefícios obtem da Emulsao de Scott. Por seu bom sabor é tolerada pelo paladar mais delicado. Assim como as arvores necessitam para crescer e desenvolver-se de bôa terra, estrume e regadura; assim tambem as creanças requerem o uso da Emulsão de Scott de oleo de figado de bacalhao com hypophosphitos de cal e soda, que representa para ellas força, saude e alegria."
Escrofula é a designação dada à tuberculose crônica dos gânglios linfáticos, que se caracteriza por hipertrofia, inflamação e eventual fistulização. Ainda bem, como dito no anúncio acima, que a menor Carmen de Souza Lopes se curou com a Emulsão de Scott...
O que sei é que a Emulsão de Scott era figurinha fácil nas farmácias domésticas, ao lado de ícones do passado como a “Maravilha Curativa do Dr. Humphreys”, à base de Hamamelis Virginica, do Coryfolium, da Nux Vomica e do Phosphorus (homeopáticos), da Milma (pastilhas de leite de magnésia), da Malvona.
E quem não usou Vick Vaporub, Chophytol e Optalidon?
Lembram do Cristal Japonês (para dor de cabeça), Nupercainal, Lavolho, Atroveran, Pílulas do Dr. Ross, Tussaveto, Biolaymo, Linimento de Sloan?
E o Peitoral Pinheiro, xarope do Rafael Netto?
Nas casas de antigamente não faltavam Calcigenol, Bromil, Regulador Xavier, Neo-Riodine, Agarol, Pondicilina (pastilhas para garganta). E Colubiasol, Rugol, Hidrolitol, Vinho Reconstituinte Silva Araújo, Lugolina, Cilion, Alginex.
Outros usavam Pomada Minâncora, Alivene, Phimatosan (tosse), Rebouçado de Lisboa (balas para tosse), Hemovirtus (hemorróidas), Licor de Cacau Vermífugo Xavier, Lysoform Primo (contra mau hálito, frieiras, odor das axilas), Leite de Rosas, Pastilhas de Magnésia Bisurada (contra azia e má-digestão).
Alguns usavam a água vegeto-mineral (um colega a chamava de “água dos três reinos” - porque animal era quem a receitava!).
E havia os que pediam aos viajantes a Portugal que trouxessem as famosas pílulas de alho do Dr. Rogoff.
Iodex, Magnésia Fluida de Murray, sal amargo (sulfato de magnésio), cataplasma de Antiphlogistyne, Neo-Rhumex (injeção para gripe), injeção de ouro (também para gripe), Eucaliptyne (também), Neo-Sinefrina, Ambodryl (irmão do Benadryl), Trilafon, Ipecacuanha, sabonete Derso, também fizeram sucesso.
Ainda existe Vagostesil, Panvermina, Ascoxal (para aftas), Hygnotol?
Se houver um hipocondríaco por aqui teremos muitos comentários.
ResponderExcluirConfesso que alguns dos remédios citados eram usados lá em casa.
Havia também a tal "violeta de genciana" para curar aftas e a "cêra do Dr. Lustosa" para dor de dentes. O "Optalidon" era utilizado por adolescentes para "dar onda e ficar doidão"..Minha avó paterna tomava "Saridon" para enxaqueca. Meu avô contava que em tempos mais remotos minha bisavó o mandava a farmácia que havia na Rua Haddock Lobo quase na esquina da "Rua da Luz" para comprar "duzentos réis" de cocaína para dor de dentes. Nos anos 40 e 50 muitos estudantes faziam uso de "Pervitin" para passarem "noites em claro" em véspera de prova.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirVou acompanhar os comentários porque não lembro de ter visto esse produto lá em casa.
Minha mãe fazia infusão de arnica para contusões. Minha avó paterna tinha o costume de fazer chás com plantas da casa, costume herdado pela minha irmã.
PS: pomada Minâncora era usada até poucos anos atrás aqui em casa para diversos fins.
ExcluirLeite de Rosas não era usado como desodorante?
PS2: Usei Vick Vaporub na infância quando tinha crises de asma ou bronquite. Depois passei a usar o bastão que era colocado na narina e aspirado.
ExcluirTambém usei xarope Vick.
O Leite de Rosas é usado até hoje como desodorante pelas camadas menos favorecidas da população.
ExcluirSe tomei óleo de fígado de bacalhau foi em idade que não ficou gravado na memória, pois dizem que o sabor é inesquecível.
ResponderExcluirAlém do Emulsão de Scott em destaque, da lista acima só estou lembrando de ter visto as Pílulas do Dr. Ross, Atroveran e os famosos Vick Vaporub, Leite de Rosas e Minancura.
Aliás também usei o Vick do bastão, mas só para nariz entupido.
(*)
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirDurante algum tempo tanto eu como minha irmã tomamos o óleo de fígado de bacalhau, uma colherada antes do almoço; branco, oleoso (claro) e um gosto horroroso.
A "triste figura" do rótulo também não ajudava em nada ...
Colubiasol, Magnésia Bisurada, Chophitol, Atroveran, Otalgan, Malvona, presentes ns farmácia doméstica.
Minha mãe usava constantemente Vagostesil.
Olhando bem realmente a figura escolhida é um "anti-marketing".
Excluir(*)
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ResponderExcluirMaldito teclado de cekular. Mais tarde comento via desktop.
ResponderExcluirQuando ainda era pré-adolescente experimentei nas axilas uma tal água de colônia, vinha numa embalagem verde e fui vítima de uma coceira traumatizante.
ResponderExcluirTenho aqui em casa um livro mais velho que minha avó materna:
Formulário e Guia Médico do Dr. Pedro Luiz Napoleão Chernoviz.
É de 1904 e foi ela mesmo que me deu, herança do meu bisavô.
Tem muitas fórmulas, mas não tem nomes comerciais, exceto nos reclames no início e no fim do livro de muitas páginas. A cocaína está relacionada em algumas, mas só para manipulação de boticários, com as devidas gramas estipuladas.
Plantas e minerais descritos com as indicações para tratamento.
Tem também a lista de cidades, brasileiras e francesas inclusive, que têm fontes de águas minerais, com suas composições químicas.
No setor de ortopedia, vários esquemas para não deixar movimentar ossos fraturados e articulações deslocadas. Acho que o gesso ainda não era utilizado para isso.
Acredito que no tempo das fazendas muito isoladas esse era um modo de socorrer muitos doentes e vítimas de ferimentos. A família da minha avó materna era da Zona da Mata Mineira e ela só saiu da fazenda para o colégio interno de Juiz de Fora em 1930, aos 15 anos.
(*) até recentemente, relativamente falando, havia propaganda de Atroveran no rádio e TV.
ResponderExcluirExiste muito preconceito contra o uso medicinal de algumas plantas, partindo sempre para a perigosa generalização.
A quantidade de "fragrâncias" utilizadas como desodorante é imensa. Ao entrar em um trem da Supervia ou em um vagão da Linha 2 do Metrô, é possível perceber uma grande mistura de "odores exóticos". Como diria a Dona Jura, "Não é brinquedo não!" O Leite de Rosas é um dos campeões.
ResponderExcluirE minha mãe usava também (eu cheguei a usar umas poucas vezes) o Yatropan Inhalante para desentupir o nariz.
ResponderExcluirPreparava-se a solução em uma tigela redonda com água fervendo, vinha um inalador em forma de funil para aspirar os vapores que saiam da superfície da solução e ela ainda cobria a cabeça e a tigela com uma toalha de mão para não "perder" nada.
O Óleo de fígado de bacalhau fazia sucesso quando ainda não havia a percepção de imunidade do ser humano. Várias doenças foram "curadas" por ele e, nada mais, a cura se deveu aos mecanismos de auto-defesa do organismo.
ResponderExcluirHá muitos remédios, citados pelo Luiz, que estão até hoje, prestando bons serviços à saúde. Destaco a Minâncora, que foi a única coisa que acabou com erupções de pele que tive por intoxicação de VitB.
O Linimento de Sloan foi a base de TODOS os antiálgicos tópicos que etão no mercado, pp nos USA, seja em forma de pomada, gel ou adesivos. Foi uma grande sacada para a época.
Optalidon, acho que ainda existe. Um combinado de cafeína com propifenzona, um antiálgico. Funciona
Saudades da Pondicilina. Resolvia 90% das amigdalites.
Atroveram, até hoje, prestando bons serviços
Sal amargo ainda é útil em determinadas situações.
Eu misturei Optalidon com cerveja para ir às festinhas. Depois dava um revertério e muito sono.
ExcluirBom dia!
ResponderExcluirSobre o Óleo de Fígado de Bacalhau, como nasci em 1958, só ouvia ameaças, porém, nunca me deram para tomar. Creio que meus irmãos mais velhos experimentaram.
Outro produto desta época que ainda sobrevive é o Leite de Magnésia de Phillips. Apesar de também nunca ter experimentado, alguns familiares dele se valiam eventualmente. No presente, após assistir um vídeo da Maitê Proença no YouTube, ensinando a fazer desodorante caseiro, adotei, na proporção de 2/3 de leite de magnésia para 1/3 de água filtrada. Adicionalmente, algumas gotas de essênci de lavanda e lhes digo que funciona muito bem. Posteriormente me disseram que se deve ao zinco contido na fórmula.
Calcigenol e Teragran-M, dentre outras vitaminas, fizeram parte de minha infância.
Tive um funcionário, no interior, que relatou um sofrimento semelhante ao que alguns comentaristas relataram, com relação ao Óleo de Fígado de Bacalhau. Quando criança, anêmico e fraco, seu pai o levava a um matadouro de pequeno porte para...beber sangue de boi! Ao abaterem o animal, colhiam parte do sangue com um copo e ele era obrigado a tomá-lo. Havia uma frequência que não recordo, mas adulto, era uma pessoa muito vigorosa.
Hoje me dei conta do agravamento de meus lapsos de memória. Foi custoso lembrar no nome do Teragran-m, bem como de Maitê Proença. O blogspot de mestre Luiz D', além de todas as virtudes já citadas por muitos faz muito bem à saúde mental.
Um excelente final de semana a todos!
esquecer a Maite Proença é sinal de Alzheimer. Teve sua época.É minha vizinha e decidiu ser homossexual... Vai entender...
ExcluirOs pequenos ferimentos nos pés aqui em casa foram tratados por muito tempo com banhos de Permanganato de Potássio. E as dores nas costas com emplastro de Sabiá.
ResponderExcluirAté que enfim um tema sobre o qual posso opinar.
ResponderExcluirSílvio, 12:47h ==> minha avó também passou por esse sofrimento: o pai dela a levava para tomar sangue de boi recém-abatido. Isso no interior de Minas, no início do século XX.
ResponderExcluirValorizando o esforço do Luiz em relacionar tantos medicamentos antigos, vou agrupar todos eles em quatro categorias, cada uma num comentário diferente. Quando eu citar “minha família”, entenda-se minha avó, minha mãe, duas tias, um tio, meu padrasto, meu irmão e eu. A seguir, os comentários.
ResponderExcluirCATEGORIA 1 aqueles de que nunca ouvi falar: Maravilha Curativa do Dr. Humpheys, Coryfolium, Phosphorus, Milma, Optalidon, Nupercainal, Tussaveto, Biolaymo, Neo-Riodine, Pondicilina, Rugol, Lugolina, Cilion, Alginex, Alivene, pílulas de alho do Doutor Rogoff, Magnésia Fluida de Murray, Neo-Rhumex, injeção de ouro, Neo-Sinefrina, Ambodryl, Trilafon, Ipecacuanha, sabonete Derso, Panvermina, Ascoxal, Hygnotol.
ResponderExcluirCATEGORIA 2 aqueles de que ouvi falar mas não faziam parte da farmacopeia da minha família: Nux Vomica, Chophytol, Pílulas de Vida do Doutor Ross, Linimento de Sloan, Regulador Xavier, Agarol, Phymatosan, Rebuçado Lisboa, Hemovirtus, Licor de Cacau Xavier, Lysoform Primo, Pastilhas de Magnésia Bisurada, sal amargo, Vagostesil.
ResponderExcluirCATEGORIA 3 os que minha família usou eventualmente: Malvona, Cristal Japonês, Calcigenol, Bromil, Antiphlogestyne, Eucaliptyne .
ResponderExcluirCATEGORIA 4 > os que faziam parte de nossa farmacopeia: Vick Vaporub (a pomada), Lavolho, Atroveran, Colubiasol, Pomada Minâncora, Leite de Rosas, água vegeto-mineral, Iodex.
ResponderExcluirTambém faziam parte da nossa farmacopeia o Sal de Fruta ENO, o mercúrio-cromo, a tintura de iodo, os remédios da Flora Medicinal de nomes Kókulos e Jurupitan, o Xantinon, o emplastro Sabiá.
ResponderExcluirE o terror das crianças. O mertyolate.
ExcluirQuando criança, tomei muito Benadryl. Lembro que era de cor rosa brilhante. O gosto não era ruim. Se a memória não me falha, era adocicado porém picante.
ResponderExcluiro anonimo das 12:09 sou eu. Computador novo...
ResponderExcluirTambém estou sofrendo um pouco, ao passar do Windows 7 para o 10. Perdi alguns softwares e estou tendo de reinstalar outros.
ExcluirPara febre, e eu as tinha muito por causa de inflamação de garganta, tomava o temido Pyramidon. Um comprimido branco, amaríssimo! Minha mãe o trazia socado numa colher, acompanhado de um pedaço de goiabada.
ResponderExcluirPara prisão de ventre, e eu era useiro e vezeiro nisso, tiro e queda era o Leite de Magnésia de Philips. Era eu tomar e já sair correndo para o banheiro.
ResponderExcluirPara dor de garganta, nada como o famoso Colubiasol. Só quem tinha coragem de aplicá-lo era uma das minhas tias. Pegava um pedaço de arame curvo na extremidade, enrolava algodão, molhava no Colubiasol e pincelava nossa garganta (a do meu irmão e a minha).
ResponderExcluirUm dia meu irmão se machucou, pegou um pedaço de algodão e molhou em tintura de iodo. Pura. Não deu outra: a pele dos dedos que entraram em contato com o iodo descascou e ficou em carne viva durante vários dias.
ResponderExcluirHélio, que aula vc deu! Sensacional a separação por fases! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado, prezado Conde. Tenho a mania de classificar as coisas.
ExcluirDizem que a Emulsão de Scott e o Óleo de Fígado de Bacalhau foram invenção norueguesa porque lá a exposição ao sol é muito baixa e as pessoas têm deficiência de vitamina D. Para o Brasil isso não era necessário, porém os remédios fizeram sucesso por aqui.
ResponderExcluirBoa tarde a todos!
ResponderExcluirAlguns desses ouvi falar em casa, quando criança. Outros usei até já adulto, mas na infância usei muito o óleo de fígado de bacalhau, só que eram em cápsulas que derretiam na boca e eram ruins de engolir, gosto horrível. Tomei também óleo de rícino.
Outra coisa que usei e que era horrível: botas ortopédicas.
Maitê Proença foi meu 1° crush ainda mais pela novela Guerra dos Sexos, de 1983.
O post hoje está engraçado e os comentários bem divertidos.
A Maitê Proença era da seita do Santo Daime, lá pela década de 1980. Ela ia a reuniões numa casa do Alto da Boa Vista. Um colega meu do serviço também frequentava essa mesma casa e acabou se apaixonando por ela. Triste ilusão!
ExcluirÉ uma frustração indescritível ver uma mulher preferir se relacionar sexualmente com outra mulher. Atualmente é o que mais se vê, um absurdo. Vemos infelizmente mulheres lindas sentindo prazer nisso.
ExcluirEu recebi um ZAP bastante debochado que é um folder de propaganda de um produto lançado pelo Pastor Marco Feliciano, o "kit cura gay". Mas não sei se funciona com mulher...
ExcluirImperdoável não terem sido citados o Bertonyl, o Ludaol, o Galenogal, o óleo Veedol, o Hemo-Kola, entre outros.
ResponderExcluirQuando trabalhei em Belém, na construção da maior rede de esgotos da Amazônia, em 1967/68, o ambiente era muito insalubre: lodaçal puro, sujeito a enchentes e vazantes conforme a maré, casas em palafita com passarelas de madeira podre. A tubulação principal saía da esquina tripla das avenidas Marechal Hermes, Presidente Vargas e Castilhos França, bem perto do mercado do Ver-o-Peso. Tubos de 1,60m de diâmetro, assentados daquela esquina até o bairro periférico do Perpétuo Socorro, onde o esgoto transportado entrava numa estação elevatória e era jogado dentro da Baía de Guajará, através de uma tubulação de 0,75m de diâmetro e 5 metros de comprimento entrando 400 metros dentro da baía.
ResponderExcluirTrabalhando nesse ambiente sujeito a malária e a picada de muriçocas e carapanãs, peguei um inchaço no lábio inferior, cuja causa não descobri. Parecia haver uma camada de pus presa no lábio, mas não aparente, porque o lábio ficou esbranquiçado. Fiz de tudo que me recomendaram, inclusive passar sumo de uma planta chamada picão roxo (ui!). Esse sumo aliviava um pouco, mas logo a seguir tudo voltava a ser como era antes. Troquei de pasta de dentes, achando que poderia ser alergia, troquei de sabonete, e por fim fui a uma consulta na Santa Casa de Belém. Lá o médico me alertou sobre o perigo de pegar câncer de pele, já que sou branco. Fiquei assustado. Mas remédio, que é bom, não receitou nada.
Depois de quase onze meses nessa luta, voltei ao Rio. Cheguei num domingo. Na quinta-feira fui a uma consulta com o pediatra da minha prima, com o qual eventualmente meu irmão e eu nos consultávamos, apesar de já sermos adultos (a essa altura eu tinha 20 anos). Ele olhou o caso e disse que era infecção por estreptococos (ou estafilococos, não lembro bem). Receitou uma pomada.
Na terça-feira seguinte, cinco dias após a consulta, eu estava curado.
O médico era o doutor Rômulo Ramos Ribeiro. Tinha um consultório na própria residência, na rua Carolina Reidner, no Catumbi. Um apartamento bem simples. Tinha uma filha ainda garota. Ele tivera poliomielite quando criança e mancava, usando muleta. Uma pessoa boníssima.
Em 2019 eu peguei chikungunya e fiz uma consulta no então hospital Vital, aqui no Engenho Novo. A doutora que me atendeu era bem jovem e tinha o sobrenome Ramos Ribeiro. Talvez fosse neta dele. Não perguntei.
Por sinal, assim que cheguei a Belém tive de tomar comprimidos de quinino, como prevenção contra malária. Algum tempo depois chegou uma equipe de mergulhadores, para assentar os tubos dentro da baía de Guajará, que citei em comentário acima. Era cerca de cinco ou sete mergulhadores. Alguns contraíram malária. Um deles, que parecia um halterofilista, ficou tão magro que parecia um cadáver. Fiquei impressionado ao vê-lo deitado na cama do hospital. Os que ficaram doentes regressaram ao Rio. Por sorte eu não peguei a doença, embora trabalhasse sem camisa e num ambiente de lodaçal e muita vegetação, especialmente uma planta chamada tajá.
ResponderExcluirComo sou ao mesmo tempo retraído e abusado, e tinha no ano anterior cursado o CPOR, resolvi usar como vestimenta de trabalho a calça, o cinto, a camiseta e o boné do Exército. Só o boot eu não usava, porque entraria lama dentro dele. Usava bota de cano alto, de borracha forrada por dentro.
A propósito: num determinado trecho na margem da baía de Guajará havia uma argila branquíssima. Quando se pisava nela, tinha-se a maior dificuldade de tirar o pé, porque a bota ficava presa na argila e o pé saía. Era preciso ficar num pé só e puxar a bota com força, com as mãos, para ela sair da argila. E saía cheia de argila em volta.
Em julho de 2019 fiz uma grande viagem à cata de exemplares para uma coleção que tenho. Fui de avião até São Luís e dali também por via aérea até Imperatriz (MA). Depois, de ônibus, fui sucessivamente a Araguaína (TO) e Paraíso do Tocantins, terminando em Goiânia, de onde voltei via ônibus para o Rio. Logo em Imperatriz novamente meu lábio inferior começou a inchar. Segundo dia de viagem. A coisa foi piorando. Em Araguaína comprei manteiga de cacau. Não adiantou nada. Cada vez pior. Em Goiânia a coisa estava feia: o lábio cheio de pus, em camadas. Ardia. Uma farmacêutica me receitou Oncilon A. Não adiantou nada. Eu tinha até vergonha de sair à rua e principalmente de entrar em restaurantes e no salão de café dos hoteis onde me hospedava.
ResponderExcluirVoltei ao Rio depois de 13 dias de viagem. Evitando ir a médico, consultei um farmacêutico aqui de perto, que diagnosticou herpes e me receitou Aciclovir. Nada.
Finalmente resolvi ir a uma dermatologista. Era novamente uma infecção provocada por queimadura de sol. Ela receitou uma pomada e um remédio via oral. Fiquei bom em poucos dias.
Hoje descobrimos mais uma área de interesse do Helio.
ResponderExcluirEnquanto isso, cada lugar tem a competição que merece. Há pouco o América perdeu o segundo jogo seguido pela segundona, agora para o Duque de Caxias, em Bangu. Antes havia empatado com o Serrano, na "altitude".
Pela Eurocopa, Portugal venceu a segunda, agora contra a Turquia, e se classificou. No outro jogo do grupo, empate.
Um desodorante muito famoso nos trens é o Extrato de Alho com Cebola. Não posso falar mal de quem o usa, pois durante muito tempo fiz o mesmo. Lá em Belém eu era famoso pelo meu cheiro de CC e pelas botas enlameadas. Só comecei a usar desodorante já bem adulto, por volta dos 25 anos. Até lá, ou o extrato acima citado ou no máximo Leite de Rosas.
ResponderExcluirMesmo atualmente, só uso desodorante durante o dia. Depois do banho, nada. Para evitar irritação axilar. E marcas bem chinfrins: Rexona ou Dove. Para momentos mais formais, Quasar, Malbec ou Zaad. Nada de caro ou sofisticado.
Perfume, jamais, never, nie. Por mais que me induzissem a isso. Só num pequeno período usei o tal de Ícaro Júnior, da marca Beauty World, onde minha atual esposa trabalhava como vendedora.
Helio, o Conde recomenda o Lancaster. Usou durante anos com muito sucesso na conquista das BRs.
ResponderExcluirEsse Lancaster do Conde já é famoso aqui no SDR.
ExcluirLembro do Vitesse (acho que era importado) e da English Lavander da Atikinsons.
ResponderExcluirHelio, pus com corticóide (Oncilon A) é uma combinação perigosa para o doente.
ResponderExcluirAh, é? Por aí você vê a formação dos estudantes de Farmácia no Brasil, ou pelo menos os de Goiás.
ExcluirO Rhum Creosotado merece ser citado, que por outro motivo não seja, pelo menos pela famosa propaganda nos bondes:
ResponderExcluir"Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro que o senhor tem a seu lado; no entanto, acredite: quase morreu de bronquite.
Salvou-o o Rhum Creosotado"
Tosse, gripe bronquite, resfriado.
ExcluirRhum Creosotado
A vida dos pulmões.
De acordo com anúncio publicado no jornal Correio da Manhã, de 8 de agosto de 1920, a fórmula do Rum Creosotado, produzido pela Drogaria Granado, era mesmo aquela que aparece na propaganda, com “fartos elementos para a hygiene dos pulmões”: iodo, hypophosphito de sódio (NaH2PO2), e de cálcio [Ca(H2PO2)2].
ExcluirEsses casos de fórmulas químicas me lembra um episódio ocorrido comigo em 1963, durante prova de Química Inorgânica no Colégio Pedro II. O professor passou um exercício de eletrólise e pediu que eu indicasse a substância a ser usada nele. Como eu era do contra, e me achando muito bom em Química, indiquei o ácido nítrico, embora toda a turma preferisse o ácido sulfúrico, para o qual todos sabiam como resolver o exercício. Aí, na surdina, um colega me perguntou qual era a fórmula do ácido nítrico, ao que eu respondi H2NO3. Isso foi espalhado por toda a turma. E todos nós erramos, pois a fórmula correta era HNO3.
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirBélgica respira e hoje começa a última rodada de classificação.
Pode ser que no "mata-mata" os jogos fiquem mais interessantes. Até agora achei a maioria muito ruim.
ResponderExcluirSobre o tema remédios antigos x atuais há uma informação referente ao Atroveran que considero importante e que é desconhecida da maior parte da população. Na sua fórmula original, continha um tiquinho de dipirona, cloridrato de papaverina e atropa beladona (daí o nome), por isso, como antiespasmódico, tinha um efeito muito eficaz para dores tipo cólica, era adorado por 9 em cada 10 mulheres que padeciam de cólicas menstruais.
ResponderExcluirEm 2009, por motivos que não cabem aqui serem discutidos, teve seu registro cassado pela ANVISA. Recentemente foi relançado com uma fórmula que é praticamente Dipirona pura (1 grama), tal qual a Novalgina e, se aproveitando da boa fama, tem sido amplamente divulgado como ideal para as cólicas menstruais, apenas acrescentaram o sufixo Dip ao nome. Na minha opinião é um caso flagrante de má fé por parte do laboratório.
o Atroveran não tem mair a atropina?
ResponderExcluirInfelizmente não.
ExcluirAlguns leigos falavam no uso do Atroveran para as cólicas intestinais, não sei dizer sobre a opinião médica.
ExcluirEstão falando de surto de sarna em algumas cidades de Sta. Catarina.
ResponderExcluirO bichinho teria criado resistência devido o abuso no consumo da Ivermectina e da Azitromicina entre os que negam os bons efeitos da vacina contra a covid.
Hoje é dia do GP BRASIL de turfe. Antigamente era um grande acontecimento e hoje não se fala quase nada.
ResponderExcluirAlguns até criticam por um suposto maltrato aos animais.
O público no Jó
O público no Jóquei que era gigantesco diminuiu muito.
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirAproveitando o gancho, faço agora uma observação que iria postar abaixo do comentário do Dr. D', no dia 19 de junho, quando utilizou um jargão do turfe.
Tenho um amigo, cujo pai foi presidente do Jockey Club do Rio Grande do Sul, no início dos anos 70. Evetualmente íamos ao Hipódromo do Cristal, sem problemas para adentrar a ala social, uma vez que meu pai também fora criador de PSI e tinha muita amizade com todos, inclusive os porteiros e jogávamos, mesmo sendo menores de idade.
Este amigo, num destes dias, nos passou uma "barbada". Pessoalmente não joguei neste páreo, mas um outro amigo nosso que nos acompanhava, sim. De fato, o cavalo em questão venceu, porém, o rateio foi irrisório e creio, mas sem muita convicção (minha memória, minha memória), que foi inclusive negativo (se isto é possível, uma vez que há sobre as apostas a comissão do Jockey Club).
O amigo que nos acompanhava ficou irritadíssimo e questionou o outro sobre a qualidade da "barbada" e recebeu como resposta: -Não entendo, apenas meu pai e o pessoal da rádio sabiam...
Boa tarde Saudosistas. Quase fiquei doente só de ler tantos nomes de remédios, mas um que havia na minha casa dentre tantos citados era a Água de Laranjeiras, não sei para que servia, cheguei a tomas muitas vezes, assim como o Cálciogenol.
ResponderExcluirAinda no mesmo tema, por volta de 2010, quando cursava Letras e fazia extensão, dentro da mesma UFRGS, para aprimorar o português, houve um evento cultural e os alunos se deslocaram à Fundação Iberê Camargo, próxima ao Shopping Barra Sul, que por sua vez foi construído em terreno limítrofe ao Hipódromo do Cristal. Junto a um colega, fomos dali ao shopping, que eu não conhecia (fazia tempo que não andava para aqueles lados). Doeu ao observar por um vidro, a pista abandonada, delimitador da pista apodrecido, faltando vários segmentos, enfim, o retrato da decadência do turfe. Me entristeci.
ResponderExcluirPesquisando para escrever, não é que reativaram o Hipódromo do Cristal! Pelo que li, os páreos retornarão nos próximos dias. Resta saber se prosperará.
Outro produto, dentro do tema do Fundo do Baú, não lembrado pelos comentaristas é o Biotônico Fontoura que ainda é produzido. Resiliente. A musiquinha: -Be a bá, be e bé, be i Biotônico Fontoura!
ResponderExcluirO Biotônico Fontoura já foi objeto de postagens e comentários a um tempinho atrás
ExcluirQuanto à sarna é bem provável que uma boa parte de médicos das gerações mais novas, principalmente nos grandes centros, nunca tenham visto algum caso, o que pode retardar o diagnóstico.
ResponderExcluirIsso aconteceu com meus pais há décadas, quando uma empregada que trabalhava para eles atuava nos fins de semana em obras assistencias da igreja para população de rua e de favelas; ela pegou sarna, passou para eles e alguns médicos demartologistas consultados os medicaram para diversos tipos de doenças de pele que não sarna.
Somente quando meu pai mostrou casualmente sua pele para um veterano médico do exército que encontrou ao comprar alguns medicamentos na farmácia da Policlínica do Exército na Praia Vermelha, teve o diagnóstico imediato: " - isto é sarna".
Aí, os três se trataram, com remédios adequados e durante um período tiveram que ferver toda a roupa (inclusive cama e banho) após o uso.
Grupo A definido, Alemanha buscou o empate e a liderança, que estava indo para a Suíça. Hungria em terceiro e Escócia desclassificadas.
ResponderExcluirAmanhã definição do grupo B.
Ouvi falar do caso de uma garotinha que pegou uma ferida na boca. A mãe andou de seca a meca, botava todo remédio que era prescrito, e nada. Um dia foi a um médico de Campo Grande. Ele perguntou se onde a garotinha brincava tinha cavalos. A mãe disse que sim. Então ele falou que a garotinha devia ter colocado na boca um pouco de capim onde um cavalo havia urinado. Receitou um remédio apropriado e foi tiro e queda.
ResponderExcluirImportante em todas as profissões, a experiência - já ter visto/tratado - é fundamental para o diagnóstico correto em medicina, particularmente nos casos em que exames clínicos e/ou de imagem não permitem conclusões ou as mesmas não são unívocas.
ResponderExcluirAté pouco tempo, meus médicos eram sempre mais velhos do que eu; agora a maioria já está aposentada e fui ficando "órfão", tendo que substitui-los, sempre baseado em indicação de pessoas conhecidas e certamente nenhum com pouca experiência.