Em
1922, no centenário da independência do Brasil, por iniciativa da Câmara de
Comércio Norte-Americana no Brasil, foram angariados cerca de 40 mil
dólares para a confecção de um monumento que simbolizasse a amizade entre os
dois países. Foi presenteada ao país uma escultura de
bronze de uma mulher, em pé, sustentando na mão esquerda os
pavilhões norte-americano e brasileiro ornados com folhas de louro e, na
direita, uma palma de louros. Somente em 1931, após sucessivas administrações,
a estátua tomou lugar em frente à igreja Santa Luzia, como podemos ver nas duas
primeiras fotos (de Malta, do acervo do IMS).
A
terceira foto também é do tempo em que a estátua estava em frente à igreja.
A
quarta foto, um Postal Colombo do Acervo Carlos dos Santos, já mostra a estátua
na Praça Estados Unidos (ou é Praça 4 de Julho?), no Centro, na confluência das
Av. Presidente Antonio Carlos, Presidente Wilson e Roosevelt, para onde foi
transferida em julho de 1942, em frente ao atual consulado dos Estados
Unidos.
Nesta
quarta foto, à direita, no alto, vê-se as costas do anúncio luminoso no topo do
Edifício Novo Mundo, que fica na esquina da Av. Calógeras. Na ponta direita,
vê-se o alto do edifício da Esso.
Curiosidade:
na identificação do postal consta Praça da Liberdade, porém a placa no poste de
luz, sobre a seta sinalizando o sentido de direção, já mostra o nome de Praça
Estados Unidos e a estátua não é da "Liberdade", mas da
"Amizade".
Um pouco à direita da foto pode-se ver a lateral (empena) suja do prédio onde
era a antiga sede do INSS (desde 1996 abriga a sede do Tribunal Regional
Eleitoral - foi nesse ano que o TRE abandonou o antigo prédio na Rua Primeiro
de Março e se mudou para a Av. Presidente Wilson. O tal prédio na Rua Primeiro
de Março, construído no século XIX, foi "restaurado" e abriga hoje o
Palácio da Cidadania.)
Em 1940, a Av. Presidente Antonio Carlos ainda se chamava Av. Aparício Borges.
Após uma grande reforma, a avenida perdeu sua praça central e até mudou de
nome.
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Um comentário antigo sobre a última foto, acho que do Docastelo, dizia que "O primeiro edifício à esquerda é o Santa Branca, construído em 1936 e considerado como uma espécie de vovô dos apart-hotéis pois foi construído por uma senhora chamada Zenóbia Alvarenga com a intenção de abrigar as futuras tripulações do SDU. Foi erguido no mesmo ano da construção do referido aeroporto, com o primeiro "habite-se" em 1937 e o segundo em 1957. Com a venda das unidades não chegou a cumprir os objetivos originais. Era dotado de quarto de malas no hall de cada andar, refrigeração central para pequenos refrigeradores (geladeiras) domiciliares instalados nas unidades, instalações sanitárias para prestadores de serviços nos corredores, mas não tinha dormitórios para empregados, além de outros detalhes curiosos. O segundo prédio é o Edifício Guararapes, demolido nos anos 70 e hoje com o nome de Pres. Wilson. Colado no Guararapes, mas no nº 228 da Av. Pres. Wilson, aparece o Edifício Inúbia, depois reformado para abrigar a VALIA (previdência da Vale do Rio Doce). Todos os três eram originalmente residenciais, característica que hoje em dia ainda prevalece no Santa Branca. O espaço aberto mostrado à direita foi preenchido depois pelo edifício comercial Inúbia (nº 210). Os imóveis a seguir pertenciam a um instituto previdenciário (IAPETEC, depois ao INPS)e na esquina com Av. Calógeras é um dos lados do Edifíco Pan América (Calógeras, 6), tendo na loja abaixo um estabelecimento que ficou famoso, a Casa Villarino (essa é a grafia do atual site, mas a antiga tinha o "til" sobre o "n").
ResponderExcluirQuando me mudei para essa região em 1961 existiam doze imóveis estritamente residenciais espalhados pela Av. Beira Mar, Calógeras, Rua México e um na Santa Luzia. O da Av. Graça Aranha, onde morou o maestro Villa Lobos, já tinha se tornado misto, além de outros na Rua México."
A quarta foto não estaria espelhada? Trabalho no local e não está batendo
ResponderExcluirAcho que está na posição correta. Inclusive, se aumentarmos a foto, é possível ler a placa de Praça Estados Unidos.
ExcluirEssa região "relativamente nova" (1922) já está saturada há muito tempo, pois seus predios já desgastados não apresentam melhorias. Observe-se um bonde passando em frente à igreja de Santa Luzia numa região então descampada. Até 1920 o local onde está o autor da foto era mar. A impressão que se tem ao circular nessa região é ela "já deu o que tinha que dar". Essa região era o habitat de um antigo comentarista, atualmente desaparecido ou falecido.
ResponderExcluirEu não entendi alguma coisa na descrição da quarta foto. A confluência descrita (Antonio Carlos, Wilson e Roosevelt) não é a Praça 4 de Julho, que é definida pelas Avenida Wilson, Beira-Mar e Rua México. A estátua está hoje lá, em frente ao Consulado EUA.
ResponderExcluirPara mim, a quarta foto está na Antônio Carlos com Wilson.
Por isso falei do espelhado . Não está batendo
ExcluirBom dia, Luiz, pessoal,
ResponderExcluirSempre achei o pedestal original bem melhor, aquele que existe atualmente é alto demais, e como não há quase espaço vazio ao redor, a apreciação da escultura é bem difícil.
É impressionante como não havia nada no entorno no princípio,hoje a escultura estaria no meio das pistas.
Quanto ao prédio da Primeiro de Março (um dos meus favoritos no Centro), a restauração fou das fachadas e do telhados, o interior ainda está literalmente carcomido,a ponto do afresco do salão principal estar "apagando" a olhos vistos, como um extrato bancário.
Ainda existe "um correr" de prédios ao lado da Santa Casa da Misericórdia que remontam ao início do Século XX e em um deles funciona uma papelaria. O que ameniza a região e lhe dá um ar de modernidade é o VLT circulando na Avenida Beira Mar. Essa região foi palco de graves distúrbios sociais em 1968, que alguns jornalistas denominam "o ano que não terminou" e que culminaram na decretação do Ato Institucional número 5 no dia 13 de Dezembro, inaugurando um período conhecido por alguns como "Anos de chumbo" e que consistiu no "endurecimento" do regime militar. Dizem os espiritualistas que os prédios e locais possuem uma "aura" e nessa aura ficam as energias magnéticas ou o "astral" do lugar. Daí a razão da região do Castelo ser "sombria" para muitos.
ResponderExcluirPura cascata.Valem interesses comerciais.Gostei do postal da Colombo e vou ficar aprendendo.
ResponderExcluirBom dia a todos. No local só permanece imutável a Igreja de Sta. Luzia, acho esta região junto ao Aterro com grande apelo residencial, mas acredito que os prédios tenham sofrido reformas que os tornaram imóveis comerciais, outro fator importante é que para os proprietários o aluguel comercial é mais rentável do que o residencial. Quanto ao monumento, acredito que as placas de bronze já devem ter sido roubadas da base da estátua a muito tempo.
ResponderExcluirO texto fala em praça Estados Unidos e praça 4 de Julho. São dois nomes para a mesma praça ou são praças diferentes?
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirEra uma outra época em que o Brasil se espelhava nos melhores e não no que veio para cá nos últimos tempos.
Era uma época em que queríamos ser Paris, Nova York, Londres, Berlim, e por que não dizer, até mesmo Moscou.
Nos últimos 25 anos o foco passou a ser Havana, Caracas, Porto Príncipe, dentre outros.
Era uma época em que o brasileiro era chamado de sul americano, e não isso que foi criado a partir dos anos 90, muito patrocinado pela Mídia e a Imprensa, quando passamos a ser chamados de latinos.
Joel. Segundo o seu comentário das 08:43, não é que eu discorde, mas se for ver por esse ângulo, então o RJ todo está com essa dita "energia magnética negativa", pois tudo o que está acontecendo no atual tempo presente, somado ao ódio que todo o restante do país, especialmente de SP tem daqui, e, esse Estado cercado de favelas, cortiços, guetos, pulgueiros, e outros mais, então como os próprios habitantes dessas denominações deploráveis tem do hábito de dizer: "Tá tudo dominado"!
Paulista em relação ao Rio é igual a argentino perante o Brasil em geral, falam mal mas adoram vir para cá, embora a desconfiança é de que os políticos deles sempre estão querendo que a gente fique com o mínimo de verbas federais e outras coisas que já são ou que ainda vêm da União aqui para o Rio.
ExcluirWolfgang, o Brasil precisa ser passado a limpo. Não será fácil ne pacificamente essa transição. Veja o caso do advogado ameaçado de prisão por um ministro do stf no vôo em que estavam por ele dizer que aquele tribunal "é uma vergonha". Mas não é o "Bastião da democracia"? Criaram o monstro e para domina-lo não será fácil. Acho que vai durar anos para que o país volte ao caminho da normalidade e Deus queira que não haja derramamento de sangue mas acho difícil. Eu recebi um zap onde foi feita uma conta entre despesa e receita referente a cada estado da federação e o resultado não foi surpresa. O déficit entre arrecadação e despesa nos estados do Nordeste é colossal! O prejuízo para os cofres da nações é incalculável. Talvez aí esteja uma das soluções para o "custo Brasil". Quanto ao "astral cinzento" daquele "sítio", é algo incontestável. Naquele tempo "cada um conhecia o seu lugar na sociedade". O que acontece atualmente é exatamente o que os militares temiam: A implantação da "luta de classes", da violência, e da proliferação das drogas, entre outras coisas. Embora alguns possam discordar, eu continuo afirmando que "ELES TINHAM RAZÃO!"
ExcluirUma grande multidão na festa de inauguração.
ResponderExcluirHoje em dia, diz a turma da gozação que se não for por "pão com mordatela" ou por "coxinha" quase ninguém vai às ruas para esse tipo de evento e outras coisas mais.
Aparício Borges, herói da famosa Brigada Militar gaúcha na luta contra os rebelados em 1932, virou uma rua sem saída em Laranjeiras após "perder" o lugar para o Antônio Carlos na avenida da Esplanada do Castelo. O ex-presidente do estado das Minas Gerais foi aliado de Getúlio de 1930 até a decretação do Estado Novo. Como chefe do legislativo chegou a assumir a presidência da república na viagem do titular ao Uruguai e à Argentina em 1935.
ResponderExcluirSobre diplomacia internacional, o que inclui alianças comerciais, é preciso ter muito cuidado para não ser radical e depois acabar "pendurado na brocha" (hoje em dia é rolo de pintura).
ResponderExcluirE como a postagem é sobre relações Brasil e EUA, seria aconselhável não apostar tanta ficha em Donald Trump, que pelos interesses americanos tem cara de quem pode tirar a "escada" de qualquer aliado, sem aviso prévio, além de só ter garantido mais 2 anos na Casa Branca.
Com Vargas dos anos 30 o governo tinha Oswaldo Aranha para uma boa diplomacia com os EUA e outros menos diplomatas para puxar para o lado da Alemanha, mantendo duas "escadas" para não ficar no vazio.
Assim são as relações exteriores no trato comercial.
Trump e os EUA têm cacife para bancar certas atitudes. Podem ir e voltar. Já nosso chanceler deve ter cuidado para não ficar sem escada.
ExcluirCopiando um ditado usual entre os gays e mudando os personagens, eu diria que "a roda da baiana da diplomacia do Bolsonaro não se compara com a do Trump". O tombo pode ser grande. Quanto à "brocha" mencionada, tem mais à ver com o Temer, não acham?
Excluir"Boa sorte a todos".
ResponderExcluirDr. D' o antigo prédio do TRE não seria o CCJE, que fica a maior parte do tempo fechado?
Nas poucas vezes que o peguei aberto o cenário era desapontador.
Considerando o clima de ansiedade que antecede o início do governo de Jair Bolsonaro e de particularmente ter ressalvas quanto à sua eficiência, folgo em saber que se cercou de quadros que possuem boa reputação. Sou avesso a regimes discricionários e por isso mantenho cautela.
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