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segunda-feira, 6 de junho de 2022

VIADUTO PEDRO ALVARES CABRAL


Em 1968, com o objetivo de desafogar o trânsito na região do Mourisco, iniciou-se a consrução do viaduto Pedro Alvares Cabral.

Os edifícios que aparecem na foto se tornaram famosos. Cabe aos comentaristas identificá-los.

Vemos o viaduto na véspera da inauguração em junho de 1969. Foi feita pelo governador Negrão de Lima. Para a iluminação foram empregadas pela primeira vez no Brasil lâmpadas do tipo “power glow”, de multivapor, que superavam as de vapor de mercúrio e permitiriam a conservação das reais tonalidades dos objetos na área iluminada, sem provocar qualquer distorção cromática.


O viaduto já em funcionamento. Ao fundo o prédio do Cinema Guanabara. Reparem em como era baixa a mureta.

Esta foto mostra o viaduto Pedro Alvares Cabral em meados da década de 70, quando do acidente com o ônibus da linha 178, Gávea-Harmonia. O local tinha, mais ou menos onde está o fotógrafo, uma curva perigosíssima que causou diversos acidentes, tanto que a Prefeitura foi obrigada a aumentar a altura da mureta. Mesmo com o este aumento da altura houve outros acidentes com ônibus despencando deste viaduto.

Esta fotografia do Viaduto Pedro Alvares Cabral, que une a Avenida Pasteur à Praia de Botafogo, me traz boas lembranças. Por volta do final da década de 60 era meu caminho habitual de volta da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Até então, a bordo do meu fusquinha 65, comprado de segunda mão, antes do viaduto, construído em 1968/1969, havia que dar a volta pela Praia de Botafogo na altura da Rua Farani.


Podemos ver nesta foto como as construções da primeira foto evoluíram. 

Vemos a bela região do Mourisco na década de 70. O Clube Guanabara com sua piscina em destaque e, ao fundo, o prédio da Policlínica de Botafogo. No morro temos os anúncios do Crush, do Cinzano e da Coca-Cola. A sede do Botafogo no Mourisco, onde hoje está aquele prédio horrível apelidado de "Ferrero Rocher". No ginásio do Botafogo tivemos uma época de ouro quando ali eram disputados os jogos de vôlei e basquete dos campeonatos cariocas. Na piscina semicoberta foram também disputadas competições de natação com grandes nadadores, bem como ali se exibia uma famosa geração de jogadores de water-polo capitaneadas pelo húngaro Szabo. Além do Morro do Pasmado vemos a torre da Igreja de Santa Terezinha e notamos a ausência ainda do Rio-Sul e do Condomínio Morado do Sol. E vemos, também, os belos jardins de Burle Marx. À direita, vemos a saída das ruas Voluntários da Pátria e São Clemente, com o prédio do Cinema Guanabara. No ginásio do Botafogo, em certa época, ainda no tempo do famoso Natal, mandachuva da Portela, houve a primeira experiência em levar uma parte de uma grande escola de samba para a Zona Sul como tentativa de captação de recursos e trabalho de relações públicas que, durante algum tempo deu certo. Ainda era bem marcante a presença da arborização original do período Passos, acompanhando a velha linha das amuradas até mais ou menos a altura da São Clemente. Junto à curva do viaduto ainda havia também algumas árvores remanescentes do largo que ficava entre o desemboque da Voluntários e Passagem, onde ficava o Manequinho depois de ser exilado da Cinelândia. Nesta região, a garagem dos bondes hoje abriga o Arquivo do Estado do Rio de Janeiro e a mansão Fonseca Costa foi tombada pelo IPHAN. Gostaria de chamar a atenção para o prédio do Instituto de Nutrição da UFRJ, que fica bem embaixo do anúncio da Coca Cola. A Policlínica de Botafogo está embaixo do anúncio de Cinzano. 


11 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Apesar de essa região de Botafogo ter sido muito frequentada por mim, por causa dos cinemas e livrarias, nunca passei pelo viaduto.

    Praticamente só fuscas nas fotos mais próximas, mas os especialistas podem identificar melhor os ônibus.

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  2. A postagem de hoje levanta a questão dos Trolley-buses na zona sul. Segundo diversas fontes, a última linha teria deixado de circular na zona sul em 1967 e nos subúrbios em 1971, mas as fotos mostram o contrário. É certo que em Copacabana, Ipanema, e nos túneis, os ônibus elétricos deixaram de circular em 1967. Os que aparecem em fotos posteriores à essa data conforme se vê sugere que sejam oriundos da Gávea e do Jardim Botânico. ## Na primeira, segunda , quinta, sexta, e sétima fotos, aparece o famoso muro que o goleiro Manga pulou após os tiros disparados por João Saldanha. Quando eu morei em Botafogo em 1965 eu costumava atravessar esse cruzamento para ir à sede náutica do Botafogo. Nessa época os Trolley-buses faziam basicamente um trajeto parecido com o dos bondes, com a diferença que na Voluntários da Pátria eles desciam em direção ao Centro e na São Clemente subiam em direção ao Jardim Botânico.

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  3. O episódio entre Saldanha e Manga não teria se dado na sede de General Severiano do outro lado do túnel?

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    1. Do meu carcomido baú da memória, procurarei relembrar os acontecimentos. Era a final do Campeonato Carioca de 1967, Botafogo x Bangu, no Maracanã. Chovia muito. Constava que Castor de Andrade havia tentado, primeiro com recompensa financeira e depois com ameaças físicas, corromper o goleiro Manga (Haílton Corrêa de Arruda ) para que "entregasse" o jogo. João Saldanha, da cabine de TV de onde irradiava, por diversas vezes insinuou que Manga "estava soltando muito a bola". Apesar disso, o jogo terminou com o Botafogo impondo 2x1 ao time adversário.
      Insatisfeito com o resultado, Castor, com seu séquito de capangas, espancou torcedores do Botafogo que deixavam o estádio e a seguir dirigiu-se, armado, à cabine onde estaria Saldanha. Este, prevenido, já tinha dado às de vila-diogo.
      No dia seguinte, Saldanha entrou sub-repticiamente na festa pela conquista do Campeonato, que acontecia na sede botafoguense do Mourisco e, perante os comensais estupefatos, disparou um tiro na direção dos pés de Manga, o qual julgou melhor para sua saúde deixar o bródio, pulando o muro de três metros de altura que tão conspicuamente aparece nas fotos de hoje. (No ano seguinte, Manga, por intermédio de Castor, foi negociado com o Club Nacional de Montevidéu.)
      Essas, minhas lembranças do fato. Aguardo, agradecido, correção por parte dos apreciadores do "rude esporte bretão", nas palavras de Nelson Rodrigues.

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  4. Bom dia Saudosistas. Frequentei muito a Sede do Botafogo no Mourisco, tanto para assistir jogos do time de melhor time de Volei que já existiu no Brasil, com jogadores como: Vitinho, Alexandre, Suiço, Bebeto, Badalhoca, Nuzman, Marco Aurélio, Rui, Ary da Graça, Enio Figueiredo e muitos que não me vem a memória no momento. Também frequentei os ensaios da Portela, principalmente nos anos de 1972, 1973 e 1974. Esta região sofreu muitas modificações ao longo dos anos, porém a melhor configuração é esta da foto 7, com uma vista mais plana e uma bela jardinagem. Tive um amigo que também morreu caindo deste viaduto, pilotando a sua moto.

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  5. Não. Castor de Andrade ficou indignado com as acusações levantadas por Saldanha na Resenha Facit e foi interpela-lo "armado e ao vivo". Após esse fato "armou uma emboscada" com seguranças e entre eles o Policial Jacaré, para que no jantar comemorativo do título de 1967 e que ocorreria na churrascaria que havia na sede do Mourisco, Saldanha levasse um "sacode".. Até uma equipe de filmagem estava a postos e o goleiro Manga foi a isca. Quando Saldanha chegou ao estacionamento foi avisado que tinham "armado para ele". Ao se dirigir a Saldanha, Manga foi xingado e ao retrucar foi alvo de dois tiros disparados por ele, e correu para saltar o mencionado muro. O cometarista Luis Mendes escondeu Saldanha em seu carro e levou-o para sua casa para escapar do flagrante de tentativa de homicídio. Esse fato é de conhecimento geral e me foi contado pessoalmente por Mauro Ney Palmeiro, filho do então presidente do Botafogo Ney Cidade Palmeiro e que estava presente no local.

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  6. A sede Mourisco do Botafogo era de chamar a atenção antes de entrar no Túnel do Pasmado.
    Na última foto tem um ônibus no acesso ao viaduto que parece um daqueles ex-chifrudos com o motor à diesel, um verdadeiro monstro de Frankenstein da mecânica.
    O Galaxie deve ser da primeira safra.

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  7. O muro era relativamente baixo (mais para 2 do que para 3 metros).
    Eu achava que a existência da churrascaria era posterior a 1967.

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  8. Delícia de crônica . Outros tempos. Futebol hoje sem graça. No viaduto impressiona a ondulação do asfalto na curva, soma de ônibus pesados + piche vagabundo + calor. Aliás a pavimentação do Rio terrível.

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    1. Também não gosto do futebol europeu de passes que jogam hoje em dia, parece jogo de botão. Gosto mesmo é de ver olé e jogadas individuais onde o jogador dribla o time todo e entra no gol com a bola e tudo. O brasileiro tem a vantagem de ter a ginga que nos outros países não tem, mas não usa.

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  9. Hoje mesmo passei pelo viaduto a caminho do Restaurante Lamas e falei com a minha esposa que esse era o meu caminho da roça quando eu estudava no Andrews. Eu saia correndo de casa e preferia pegar o 119, pois era o mais rápido, uma vez demorou 11 minutos da Santa Clara a Praia de Botafogo! Acho que nesse dia nem carimbaram o omnipresente ATRAZADO na caderneta.

    A curva do viaduto era um desafio pros motoristas, era de suar frio, não sei como não caiu um ônibus antes.

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