Total de visualizações de página

sábado, 15 de abril de 2023

DO FUNDO DO BAÚ - COMEDIANTES E PERSONAGENS

             COMEDIANTES E PERSONAGENS, por Helio Ribeiro

Ao longo das décadas, nas rádios e na TV, marcaram época vários comediantes e seus personagens. Esta postagem recupera alguns deles. Certamente os visitantes se lembrarão de muitos outros, não constantes aqui por mera falta de espaço, e não por esquecimento ou desprezo.

Os textos referentes a cada item estão bem resumidos, eis que contar toda a sua história ocuparia muito espaço e esgotaria a paciência do leitor.

1) PRK-30

Programa humorístico transmitido inicialmente pela Rádio Mayrink Veiga e posteriormente pela Rádio Nacional. Ficou no ar desde 19 de outubro de 1944 até 07 de junho de 1964.

O programa se dizia "uma emissora clandestina" e satirizava atrações da época, como novelas, transmissões esportivas e programas de auditório. Os locutores foram inicialmente Lauro Borges, no papel de Otelo Trigueiro, e Pinto Filho, como Chouriço de Moraes. Na 25ª edição do programa Pinto Filho foi substituído por Castro Barbosa, no papel de Megatério Nababo d'Alicerce.

Abaixo, foto do Lauro Borges e do Castro Barbosa.


Um dos personagens do programa era a fadista portuguesa Maria Joaquina Dobradiça da Porta Baixa, reprisada várias vezes ao longo do tempo.

Abaixo o link de uma apresentação dela, sacaneando a pronúncia complicada do português de Portugal, que nos é difícil de entender.

O programa não fazia troça de homossexuais, não falava palavrões nem contava piadas de conteúdo sexual. Seria um fracasso atualmente. Em compensação, gozava muito os portugueses, o que seria proibido hoje em dia.

Considerado um marco do humor brasileiro, o PRK-30 inspirou o escritor Paulo Perdigão a lançar o livro "PRK-30, o mais famoso programa de humor da era do rádio".

O link abaixo contém uma amostra do programa, com a transmissão de uma corrida de automóveis. Original só o som; as imagens foram colocadas por alguém posteriormente.

2) ZÉ TRINDADE 

Baiano, nascido Milton da Silva Bittencourt, exerceu várias atividades, porém se destacou como comediante ao ingressar na Rádio Mayrink Veiga, em 1937. Teve pouca participação na TV, onde compôs em 1982 na Globo o elenco do programa "Balança Mas Não Cai", por sinal a transposição de famoso programa homônimo da Rádio Nacional, no ar de 1950 a 1967.

Zé Trindade era baixinho, estava sempre de terno e com seu indefectível bigodinho fino. Fazia o papel de conquistador barato.

Seus jargões eram: "Mulheres, cheguei!", "Meu negócio é mulher!" e, quando passava em sua frente uma mulher escultural, dizia "O que é a Natureza!". 


No clip abaixo contracenam Zé Trindade, Chico Anysio e Costinha.


3) JORGE LOREDO

Criador do famoso personagem Zé Bonitinho. O nome lhe veio de um cozinheiro de restaurante de beira de estrada, que por ser muito feio tinha esse apelido. Quanto à atitude de garanhão do personagem, Loredo se inspirou num colega de nome Jarbas. O personagem estreou no programa "Noites Cariocas", em 1960, transmitido pela TV-Rio. Usava alguns bordões, como  “Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz...!”; “Mulheres, atentem para o tilintar das minhas sobrancelhas”; “O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso”.

O personagem usava um topete, um pente e um par de óculos imensos.

Entre outros, participou dos programas "Escolinha do Professor Raimundo", da TV-Globo, e "A Praça é Nossa", do SBT, onde encerrou sua carreira em 08 de março de 2012. Faleceu em 2015.


4) RONALD GOLIAS

José Ronald Golias recebeu esse sobrenome por ser seu pai um fã do ator Ronald Colman. Trabalhou com funileiro, alfaiate e fez parte do grupo de nadadores denominado "Acqua Loucos".

Em 1957 conheceu Manoel da Nóbrega, que o convidou a fazer parte do programa "Praça da Alegria", estreado naquele mesmo ano na TV-Paulista.

Criou vários personagens, entre eles Pacífico, que falava o bordão "Ô Cride, fala pra mãe....". Cride era o modo como a mãe do seu amigo Euclides Gomes dos Santos chamava o filho.

Participou de inúmeros filmes e em junho de 1990 passou a integrar o elenco fixo do programa "A Praça é Nossa", do SBT, onde interpretava os personagens O Profeta, Pacífico, Bronco e Professor Bartolomeu Guimarães.

Este último vivia dormindo no banco da praça e quando era acordado falava coisas desconexas, como "O peixe" ou "A vaca".

Abaixo, foto de alguns dos personagens.



5) CHICO ANYSIO

Francisco Anysio Oliveira de Paula Filho, nascido em Maranguape (CE), exerceu inúmeras funções artísticas, mas nesta postagem nos limitaremos ao seu papel como humorista. Seu currículo é tão extenso que daria para encher várias postagens. Vou destacar apenas alguns itens.

a) Aos 17 anos, em 1948, fez um teste para locutor e radioator na Rádio Guanabara. Saiu-se extraordinariamente bem como locutor, ficando em segundo lugar, tendo o vencedor sido ninguém menos do que Silvio Santos.

b) Na TV-Rio estreou em 1957, no programa "Noite de Gala". Em 1959 estreou o programa "Só Tem Tantã", rebatizado posteriormente para "Chico Total".

c) Em 1968 entrou para a TV-Globo, onde trabalhou durante mais de quarenta anos.

d) Criou mais de duzentos personagens cômicos.

e) Recebeu em 2009 a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta honraria da cultura no Brasil.

Entre seus programas mais conhecidos, destacam-se "Chico Total", "Chico Anysio Show", "Chico City", "Zorra Total", "Escolinha do Professor Raimundo".

Abaixo, fotos de alguns de seus personagens.






6) JÔ SOARES

Outro expoente do humorismo nacional, José Eugênio Soares também exerceu várias atividades artísticas. Sua ascendência era nobre e desde criança tinha como objetivo tornar-se diplomata, para o que estudou no Lycée Jaccard, em Lausanne, na Suíça, onde ganhou o apelido de Joe, mais tarde reduzido para Jô. Com o passar do tempo, percebeu que seu senso de humor apurado e sua criatividade inata apontavam para outra direção. Estreou na TV-Record, no elenco da "Praça da Alegria", em 1956, ali ficando por dez anos.

A partir daí, participou de inúmeros programas de TV:

a) em 1971, "Faça Humor, Não Faça Guerra";

b) em 1973, "Satiricom";

c) em 1976, "Planeta dos Homens";

d) em 1981, "Viva o Gordo";

e) em 1988, "Veja o Gordo".

Daí em diante, abandonou a carreira de humorista e se dedicou a programas de entrevista.

Em 04 de agosto de 2016 foi eleito para a Academia Paulista de Letras.

Assim como Chico Anysio, Jô Soares interpretou dezenas de personagens. Abaixo, fotos de alguns deles.





Interessante é que, apesar de eu ser mais fã do Jô do que do Chico e ser mais assíduo em assistir os programas dele, senti muito mais facilidade de lembrar o nome dos personagens do Chico.

CONCLUSÃO

Entre outros comediantes não colocados nesta postagem, relembro Agildo Ribeiro, Costinha, José Vasconcellos, Ary Toledo, Oscarito, Ankito, Mazzaropi. Também houve grupos de comediantes com seus programas, como "Os Trapalhões" e "Casseta e Planeta".

 ----------------  FIM  DA  POSTAGEM  --------------

quinta-feira, 13 de abril de 2023

CENTRO - ESCOLA RIVADÁVIA CORREA


Foto de Malta mostrando a Escola Normal Rivadávia Correa, em 1904.

A Escola foi inaugurada em 14 de março de 1877 e construída com doações feitas por particulares a partir da iniciativa do Ministério do Império.

Com o fim da Guerra do Paraguai (1870) e a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), houve a retomada do sentimento patriótico entre os brasileiros. A euforia da vitória fez com que alguns cidadãos ilustres da capital do Império, iniciassem uma campanha para erigir uma estátua do Imperador D. Pedro II, o que foi rapidamente recusado pelo mesmo e que sugeriu que os recursos fossem usados na melhoria da educação pública.

Destinada inicialmente ao ensino primário de meninas e de meninos, separados em espaços específicos como era o costume na época, de 1888 a 1914, o prédio passou a ser ocupado pela Escola Normal.

Em 1913, no prédio da Escola José Bonifácio, na Rua da Harmonia, foi fundada a “Segunda Escola Profissional Feminina”. Em 1915, esta Escola passou a se chamar Rivadávia Corrêa, sendo transferida para o prédio da Praça da República, adaptado para o funcionamento do ensino profissional feminino, onde se ensinavam corte e costura, confecção de chapéus e flores, espartilhos, datilografia e culinária, “preparando donas de casa e operárias sob uma orientação moderna e prática” (texto sobre a Escola publicado na imprensa em 1916), mostrando a visão sobre o papel da mulher naquele período.

Até a década de 1960, a Escola recebeu várias denominações, quando passou a se chamar “Colégio Estadual Rivadávia Corrêa”.

 Em 30 de setembro de 1975, foi reconhecida como de domínio do Município do Rio de Janeiro, recebendo o nome que mantém até hoje: “Escola Municipal Rivadávia Corrêa”.

A Escola manteve-se no casarão do século XIX até 1998, quando foi transferida para o prédio anexo, construído no final da década de 1920. No prédio histórico, a partir de 18 de outubro de 2002, passou a funcionar o Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro.

Rivadávia Corrêa foi um político brasileiro que se destacou como Deputado, eleito pelo Rio Grande do Sul, no Congresso Constituinte em 1890. Além disso, ocupou os cargos de Ministro da Justiça, no governo Hermes da Fonseca, Ministro da Fazenda, em 1913, e Prefeito do Distrito Federal no período de 1914 a 1916.


Em primeiro plano vemos a antiga Escola Normal, hoje Rivadávia Correa, que ainda existe, debruçada sobre a Av. Pres. Vargas. O prédio contíguo é a antiga sede da Prefeitura, demolida com a abertura da avenida.

Aqui podemos ver os cursos profissionalizantes da Escola Rivadávia Correa no Centro do Rio. Cursos esses que eram uma modernidade no ensino do Brasil Republicano já que a incursão da mulher no mercado de trabalho estava começando.

Na foto do topo vemos a turma de trabalhos manuais e, na de baixo, a aula técnica de culinária. 

As alunas da Rivadávia Correa: Dirce, Guida, Julia, Wanda e Ruth em outubro de 1938.


Vemos uma solenidade na Rivadávia Correa, com as alunas em formação no pátio da escola.


Vestimentas feitas pelas alunas em exposição.


O temido Gabinete Dentário. Com um belo piso de ladrilho hidráulico.


As alunas do curso de Corte e Costura.


Imagem do Google Maps mostrando a localização atual. 


Imagem do Google Maps com a torre da Central ao fundo.



Fontes: fotos de Malta, Google Maps, "Saudades do Rio", "Carioca da Gema", "O Clone" e "Rio de Fotos".

quarta-feira, 12 de abril de 2023

CARROS

Às vezes acontece, como desta vez, de não ter tempo de preparar um "post" à altura dos comentaristas do "Saudades do Rio".

Por isto, hoje, apenas convido-os para uma passeio pela Praia do Flamengo.

Várias das fotos são colorizações do Nickolas Nogueira.








terça-feira, 11 de abril de 2023

VOANDO PARA O RIO

 Com garimpagem de fotos feita pelo JBAN, hoje homenageamos o "Voando para o Rio", com cartazes de algumas companhias aéreas tendo o Rio e o Brasil como foco da propaganda.

"Vamos para o Rio" é um clássico da maioria de filmes policiais europeus ou americanos, sendo frase citada pelos ladrões e meliantes, ao comentar sobre o destino final.

O Rio também permanece no imaginário popular estrangeiro como lugar paradisíaco. Numa última viagem à Sicília, ao alugar um carro no aeroporto. ao dar meu endereço no Rio, a atendente parou, me olhou, e disse: "como o senhor é privilegiado em morar numa cidade tão linda".

No momento se desenrola uma grande polêmica sobre como revitalizar o Aeroporto do Galeão e desafogar o Santos Dumont.

Passar pelo Terminal 1 do Galeão é uma tristeza. Deserto e abandonado, com tudo pronto para funcionar. O Terminal 2, funciona, mas com frequência bem inferior à esperada.

O Galeão tem contra ele o acesso. O risco da Linha Vermelha, falta de trem ou metrô, serviço de ônibus fraco e, sempre, a incerteza quanto ao serviço de táxi, com muitos "bandalhas".

Qual seria a solução?











segunda-feira, 10 de abril de 2023

LEBLON - CLUBE PAISSANDU

O “Saudades do Rio”, há dois anos, fez três postagens sobre o Paissandu Atlético Clube, conforme os “links” abaixo (a maioria das fotos é do excelente livro “Paissandu”, de A. Iorio e P. Iorio.

https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2021/04/paissandu-atletico-clube-1.html

https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2021/04/paissandu-atletico-clube-2.html

https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2021/04/paissandu-atletico-clube-3.html

O motivo da postagem de hoje é que a foto abaixo, do final dos anos 50, foi identificada no Facebook como sendo a sede do Clube Monte Líbano, o que não é verdade.


Além do telhado ondulado, tão característico da sede do Paissandu, vemos, à esquerda, uma pequena bandeira com as iniciais "PAC".


Esta é a identificação correta. Vemos, à esquerda, a Favela da Praia do Pinto e o Flamengo (observar que o muro que delimitaria o terreno do clube ainda estava em construção. Na época estava na altura do fim do estacionamento do Paissandu).

O Paissandu é o único clube na cidade do Rio que pratica o "bowls", num gramado especial. Atualmente tem menos de 50 praticantes, a maioria idosa. Há uma pressão muito grande entre os associados para diminuir o espaço para este esporte e transformar parte do gramado em área de recreação para crianças.


Esta imagem aérea do Google Maps mostra o Paissandu atualmente. Podemos ver a enorme área ocupada pelo "bowls".