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sábado, 9 de outubro de 2021

ESQUADRILHA DA FUMAÇA


Esta foto foi publicada pelo Decourt há anos e vemos a região dos postos 4 e 5 em Copacabana no ano de 1965.

Aviões da esquadrilha da fumaça fazem um mergulho em direção aos prédios. A foto engloba os quarteirões entre a Rua Bolivar e metade do quarteirão entre a Constante Ramos e Santa Clara.

No extremo superior direito da foto, vemos que no lugar da fantástica casa dos Smith de Vasconcelos há um terreno baldio, a casa tinha acabado de ser demolida. Um pouco mais para a esquerda vemos o Ed. Guarujá ainda em seu terreno original, com o jardim na frente, obra do Plano Agache que previa isto para evitar a projeção de sombra na areia da praia, e que pode ser comprovado nessa foto, onde a praia já se encontra encoberta pela silhueta dos outros prédios construídos rente à Av. Atlântica. Na sombra à direita ficavam os campos do Maravilha, do Jaime "Pafúncio", e do Dínamo, do Tião.

Vemos também a habitual língua negra da Rua Barão de Ipanema, que mesmo com a construção do interceptor oceânico continua dando o ar da graça.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

TRÂNSITO EM BOTAFOGO

Nesta fotografia, que deve ter sido feita por volta de 1960, podemos ver o caos do trânsito em Botafogo, num tempo em que a Rua Voluntários da Pátria (assim como a Rua São Clemente) tinha mão-dupla e tráfego de automóveis, bondes e lotações. Passou a ter mão-única no início da década de 60.

Como a rua tem três pistas havia uma grande disputa pela faixa do meio entre as duas correntes de tráfego.

O lotação Castelo-Leblon, via Lagoa, que tantas vezes peguei para voltar do Colégio Santo Inácio para casa, tinha o itinerário "Almirante Barroso, Voluntários da Pátria, Epitácio Pessoa, Ataulfo de Paiva, Hotel Leblon".
Ao lado deste lotação, o táxi placa DF - 4-53-26.

O bonde de reboque 1459 vai no mesmo sentido do auto DF - 4-53-26 em direção à Praia de Botafogo, com seus passageiros pegando um agradável sol da tarde e preparando-se para o sinal da cruz ao passar em frente à Igreja Matriz de São João Batista.

O lotação 4374 apresenta o cano de descarga no alto, como foi lei durante algum tempo no Rio.

Outro ponto caótico era o movimento de carros no "rush" rumo ao Centro na manhã do dia  13 de Março de 1972. Nesta época o domínio da marca Volkswagen era total. Estamos em frente ao Pinel, com o estádio do Botafogo à direita.


Esta é a saída do ônibus nº 3 do Colégio Santo Inácio na Rua São Clemente, também nos anos 60. O grande número de escolas no bairro de Botafogo causa engarrafamentos diários que persistem até os dias de hoje. Foto colorizada pelo Conde di Lido.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

HOTEL MÉREDIEN

Em 1972 os jornais cariocas começaram a falar do Hotel Méredien que seria construído na Av. Atlântica, esquina com Princesa Isabel. Teria quase 140 metros de altura, vários restaurantes, boutique parisiense, piscinas, etc.

O Ministério do Exército aprovou um gabarito máximo de 150 metros (devido aos exercícios de tiro dos dois fortes em Copacabana). O projeto ainda dependia, na época, da aprovação do governador Chagas Freitas.


Foi inaugurado em 1975, sendo famosa sua cascata de fogos por ocasião do “réveillon”. O projeto é de Paulo Casé e Luiz Acioli.


No alto do prédio ficava o luxuoso restaurante Saint-Honoré, com vista deslumbrante da Praia de Copacabana.



No térreo ficava o Café de la Paix.



A famosa cascata de fogos de final de ano aparecem nessas duas últimas fotos.


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

FÁBRICA ALIANÇA





Revisitando, com fotos do álbum do Centenário da Independência, a Fábrica Aliança, construída na década de 80 do século XIX e que foi desativada em 1937. Ficava em Laranjeiras, na região da atual Rua General Glicério. Contava com mais de mil funcionários. Com a desativação da fábrica toda a região foi loteada, se transformando num dos melhores recantos da cidade, com um urbanismo muito interessante.

Como já contou o Decourt, com o fechamento da fábrica o enorme terreno foi transformado num loteamento conhecido como Jardim Laranjeiras, sendo o responsável por isso o último proprietário da manufatura, Severino Pereira da Silva, que vislumbrando o alto valor fundiário das terras onde a fábrica se encontrava achou melhor negócio encerrar as atividades industriais e iniciar as imobiliárias.

O conjunto edificado mais marcante do novo loteamento é o conjunto de prédios ao longo da Rua General Glicério após a Praça Jardim Laranjeiras. São edifícios altos afastados um dos outros, deslocados de junto da via pública por jardins e acessos para carros e já com forte flerte no modernismo.

A lembrança deixada da enorme fábrica que existia no local é o conjunto edificado na Rua Cardoso Júnior, com casas que faziam parte da vila operária da Companhia Fiação e Tecidos Aliança, como aliás acontece em vários lugares da Zona Sul, onde as vilas operárias são as guardiãs de um pouco conhecido passado industrial de vários caros endereços.

Tia Nalu, enviou o anúncio do lançamento da Cidade-Jardim Laranjeiras, publicado n´O Globo em 15/01/1945: "Mande construir a sua casa na verdadeira cidade que está surgindo em Laranjeiras - o bairro mais pitoresco do Rio! Adquira um dos terrenos que a Cia. Textil Aliança Industrial está loteando na CIDADE-JARDIM LARANJEIRAS. Excelente situação entre a montanha e o mar. Clima saudável como o de Petrópolis. Próximo à Praia do Flamengo, permitindo a frequência diária aos banhos de mar e nas imediações do Largo do Machado onde se encontram bons estabelecimentos comerciais e casas de diversões. A CIDADE-JARDIM LARANJEIRAS será ligada a Botafogo - através do futuro Túnel Aliança - pela rua General Glicério, a nova artéria carioca, o que representa uma valorização crescente para todos os lotes localizados nessa área e uma sólida garantia para o capital empregado. Aproveite a grande facilidade de pagamento que a Cia. está oferecendo a todos os compradores e estabeleça a sua moradia num lugar aprazível, futuroso e dotado de todas as comodidades."

Tia Nalu também enviou trechos de um texto publicado na Folha da Laranjeira (junho 1980), de autoria de Jorge Tadeu B. Leal.

“E foi assim até o século XIX, mais precisamente em 1886, quando os sintomas da revolução industrial aqui se faziam sentir - foi instalada, no atual Jardim Laranjeiras, a Fábrica de Tecidos Aliança. A fábrica funcionou quase cinquenta anos (de 1886 a 1937)". E o autor se serve da memória de um antigo morador, o Sr. Ciro de Farina, para "percorrer" o antigo panorama do local: "Entrando-se pelo portão de ferro da fábrica, localizado a 80m do início da Gal. Glicério, tinha-se à direita um muro que seguia monotonamente até hoje onde começa a Belizário Távora. Na área atrás do muro havia uma cocheira, onde nos fins do século passado funcionava o Hotel Metrópole.

(…)

No lado esquerdo da chamada Rua Aliança, moravam em grande maioria os chefes de serviço da fábrica, em casas reforçadas de alvenaria.”

terça-feira, 5 de outubro de 2021

AVENIDA ATLÂNTICA


Hoje temos fotogramas do Rio de meados da década de 50 garimpados pelo Nickolas. A região é a vizinha ao hotel Copacabana Palace e a Pedra do Inhangá, que nos primeiros tempos era a divisa entre Copacabana e Leme.

Nesta primeira foto destacam-se o anúncio da Coca-Cola (a Cr$ 1,50) e a própria pedra do Inhangá que ia até a Av. Atlântica. Além do “out-door” da Gordura de Côco vemos um automóvel Ford 1946/1947.


Nesta foto já temos uma visão maior do Copacabana Palace e, mais atrás, provavelmente a construção do prédio do Hotel Excelcior. A pedra, que já tinha sido demolida no seu trecho até a areia, nesta época sofreu mais uma grande demolição para a construção dos edifícios Chopin, Prelúdio, Balada e Barcarola, inaugurados em 1956.

Este terreno da Pedra do Inhangá foi duramente disputado por D. Mariazinha Guinle, proprietária do Copacabana Palace e o empresário polonês Henryk Alfred Spitzman Jordan, que pretendia construir quatro prédios no local. A briga foi feroz e o polonês levou a melhor. D. Mariazinha não se conformou e pretendia construir um muro na lateral do hotel para tirar a vista dos prédios. O empresário ameaçou colocar as cozinhas e áreas de serviço voltadas para o muro. Finalmente foi selada a paz e as partes chegaram a um acordo. Henryk construiu os prédios e foi morar na cobertura do Chopin, em companhia da sua mulher brasileira Josefina Jordan, definida por Ibraim Sued como a grande locomotiva da nossa Alta Sociedade.

A partir desta foto cabe ao prezado obiscoitomolhado identificar os automóveis. As duas mulheres, com maiôs comportados, andando aparentemente descalças, pela calçada. Não é hábito das cariocas caminharem de maiô no calçadão nos dias de hoje. Talvez porque os biquínis usados sejam tão pequenos que gerem constrangimentos. E, à esquerda, dois homens parecem tirar a roupa.

Mais moças caminhando de maiô pela calçada.

Estas sim estavam vestidas de acordo com a época. E uma delas recusou-se a ser filmada.


 Definitivamente a moda era andar de maiô e sem sapatos...

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

O CENTRO ANTIGO

Há muitos anos tenho na minha biblioteca o “Álbum da Cidade do Rio de Janeiro”, comemorativo do 1º centenário da Independência do Brasil, em edição da Prefeitura do Distrito Federal (1822 – 1922). Na época o Presidente da República era Epitácio Pessoa e o Prefeito do Distrito Federal Carlos Sampaio. Por iniciativa do Dr. Luiz Raphael Vieira Souto foi publicado este álbum. Todas as fotos são em P&B, mas semana passada tive o prazer de receber as fotos colorizadas, enviadas por ilustre comentarista do “Saudades do Rio”, que poderá se identificar nos comentários e, talvez, esclarecer a origem destas colorizações que achei estupendas.

Na primeira foto vemos o bonde “Barcas”, nº de ordem 327 e um curioso sinal de trânsito sendo manipulado por um guarda. 

Aqui vemos o Hotel Palace, construído em 1908, situado na esquina das avenidas Rio Branco com Almirante Barroso. O projeto foi do grande arquiteto Joseph Gire. Demolido na década de 1950, no seu lugar hoje existe o Edifício Marquês de Herval.



Esta foto de Malta mostra a Biblioteca Nacional, na Avenida Rio Branco em frente à Praça Floriano. Este prédio foi projetado em 1904 e construído a partir de 1906, seguindo os planos do arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar, em estilo Luiz XVI. A Biblioteca é inspirada no prédio da Escola Militar de Paris. A Biblioteca Nacional foi construída no local onde existia o velho casarão do Seminário Diocesano de São José, demolido em 1904 para dar passagem à Avenida Central.

O prédio foi construído com armações de ferro de 44 metros de altura que, após receber revestimento de alvenaria, sustentam os 13 mil metros quadros de área útil da Biblioteca Nacional. A técnica usada há cem anos ainda pode ser considerada uma ousadia. Este método de construir não foi exclusivo da Biblioteca Nacional: também o castelo mourisco que abriga a Fundação Oswaldo Cruz e o Teatro Municipal utilizaram este método. O projeto arquitetônico acompanhou a importância histórica da Engenharia. O edifício é um dos exemplos ecléticos do início do século XX, assim como o Museu Nacional de Belas Artes e o Teatro Municipal.



A foto, da Praça da República, mostra o Quartel General do Corpo de Bombeiros, que data de 1864. 
O "CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO" foi criado em de 2 de julho de 1856, pelo Decreto n° 1.775, com a identidade de Corpo Provisório de Bombeiros da Corte.