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sábado, 18 de agosto de 2018

LACERDINHAS



Vemos fotos de uma praga que se abateu sobre o Rio nos anos 60. Eram os insetos Thrips, apelidados de “lacerdinhas” (homenagem ao conhecido político) ou “azucrinóis” (personagem de histórias do Ferdinando em Brejo Seco) ou “guevaras” (outra homenagem a conhecida figura pública). Todos incomodavam muito...

De um momento para outro a roupa era coberta por estes pequenos pulgões pretos e quando algum caía nos olhos imediatamente havia uma sensação de queimação, que gerava lágrimas.

À época concluiu-se que o uso de inseticidas era inviável, apesar do uso do “FLIT”. As árvores “Ficus” eram o reservatório maior. A cor amarela exercia uma atração especial para estes insetos. Durante toda a década de 60 se discutiu como resolver o problema. Não me lembro como foi o final desta história, mas os “lacerdinhas” acabaram desaparecendo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

RUA RAUL POMPÉIA



 
As fotos mostram a Rua Raul Pompeia, em Copacabana. A primeira foto, perto da Rua Júlio de Castilhos, é do acervo do amigo Fernando Leite e o ano é 1958. Podemos observar o movimento mínimo de carros, pois nesta época ainda não havia sido aberto o túnel que ligaria a Rua Barata Ribeiro à Rua Raul Pompéia. A mão de direção tinha sentido inverso ao que tem atualmente.
A segunda foto, do acervo do Correio da Manhã, é de 1959 e mostra a obra de realinhamento da Raul Pompéia, provavelmente entre as ruas Souza Lima e Francisco Sá, para a abertura do túnel Sá Freire Alvim, que seria inaugurado no ano seguinte, 1960. Após a abertura do túnel perderam-se as largas calçadas e o tipo de arborização da primeira foto, além de todo o trânsito de Copacabana para Ipanema passar pela Rua Raul Pompéia.
Notar os elegantes e comportadíssimos uniformes escolares (tão diferentes do modo de vestir atual dos alunos) e os diversos tipos de carrinhos de bebê. Quem saberia identificar os uniformes? Do Colégio São Paulo, do Sion, do Externato Atlântico, do Teresiano?
A terceira foto, do acervo do Correio da Manhã, é de 1960, já após a abertura do túnel. Vemos a esquina da Raul Pompéia com Souza Lima. As calçadas já estão bem estreitas.
Para os que só conhecem o trânsito de Copacabana de tempos mais modernos, fica difícil imaginar que todo o tráfego da Rua Barata Ribeiro, em direção ao final do bairro, Ipanema e Leblon era desviado pela Rua Djalma Urich ou Rua Miguel Lemos, seguia na contramão pela Av. N. S. de Copacabana, acessando Ipanema pelas ruas Sá Ferreira, Francisco Sá, Rainha Elizabeth e Joaquim Nabuco. Isto sem contar que a Av. N. S. de Copacabana, em toda a sua extensão, já tinha os bondes em mão e contramão.
A abertura do túnel acabou com a sensacional "pelada" disputada diariamente na Raul Pompéia, que era uma rua sem saída junto ao morro.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

PRAIA DO FLAMENGO



 
Do acervo do Correio da Manhã vemos três fotos da Praia do Flamengo.
 
As duas em P&B são de 1959 e a colorida é de autoria do Nickolas Nogueira. De que ano seria esta última?
 
Na primeira foto vemos a costumeira bandalha dos coletivos fazendo fila dupla ou tripla.
 
Na segunda foto os veículos estão na Rua Dois de Dezembro.
 
Na primeira e terceira fotos, da esquina das ruas Barão do Flamengo e Paissandu, vemos o edifício Tabor Loreto, um dos primeiros, senão o primeiro, a ser construído com um vão livre significativo. 
 
 
 


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

BONDES



 
As fotos de hoje, do acervo do Correio da Manhã, mostram o trânsito no Centro.
A primeira é 1956 e mostra o bonde nº 287, com uma tabuleta na traseira indicando “Sta. Alexandrina” e um anúncio de “Finesse”, na Rua Visconde de Rio Branco, bem em frente ao restaurante “A Garota do Rio”.
A segunda foto é no Campo de Santana, em frente à Faculdade Nacional de Direito, onde funcionava o famoso CACO, de tantas lutas políticas. Como já vimos em fotos anteriores, nesta época a mão de direção era da Av. Presidente Vargas para Rua 20 de Abril.
A última foto mostra a Rua do Riachuelo, logo após o Hospital da Ordem do Carmo,  com os bondes se dirigindo para os Arcos. Aparentemente há um problema que causou esta fila enorme de bondes, aparentemente vazios. Nesta foto o anúncio na lateral do último bonde é da "Ótica Principal".

terça-feira, 14 de agosto de 2018

CONTRAMÃO




 
As fotos, do início dos anos 60, mostram o transtorno que os bondes causavam ao trafegar na contramão.
 
Fosse na Francisco Bicalho ou na Av. N.S. de Copacabana o risco de acidente e a barafunda no tráfego era imensa.
 
Na Zona Sul os bondes trafegavam na contramão em muitas ruas, tais como a Visconde de Pirajá e Ataulfo de Paiva, além de outras como a São Clemente, Voluntários da Pátria, General Polidoro, Humaitá, Jardim Botânico. Algumas destas vias ainda por cima eram em mão dupla. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

RUA BARATA RIBEIRO



 
Duas fotos da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, no final da década de 1920.
A primeira foto, do acervo D´, é na porta da casa que existia no nº 593, entre as ruas Dias da Rocha e Raimundo Correa.
À esquerda, lado par, vemos o edifício da esquina da Rua Raimundo Correa que estava em construção e está lá até hoje, embora descaracterizado. Fica perdido na confusão de prédios e tem uma calçada estreita devido às obras de alargamento desta rua nos anos 60. É um prédio art-déco.  Na calçada do lado ímpar, onde está o triciclo, somente casas.
A Rua Barata Ribeiro foi aberta pelo 2º Barão de Ipanema, por Constante Ramos e por José Luís Guimarães Caipora, e aceita em 03/07/1894, no trecho compreendido entre a Rua Goulart (atual Av. Prado Junior) e a Rua Barroso (atual Rua Siqueira Campos). A Prefeitura do Distrito Federal abriu mais tarde o trecho até a Rua Constante Ramos. O trecho compreendido entre as ruas Constante Ramos e Bolivar, aberto antes de 1900, era chamado de Rua Doutor Pereira Passos. Quando a Rua Barata Ribeiro foi prolongada até a Rua Xavier da Silveira, em 31/10/1917, foi-lhe incorporada a rua antes conhecida como Doutor Pereira Passos. Finalmente, o Dec. 2406 reconheceu o seu prolongamento até a Rua Djalma Ulrich, conta P. Berger.
A segunda foto, enviada por Francisco Patricio, é de Malta. É de um trecho entre as ruas Siqueira Campos e Constante Ramos. Como a rua tinha acabado de ser urbanizada as árvores ainda não tinham sido plantadas.
Tudo muito diferente da atual Barata Ribeiro.
 
 



domingo, 12 de agosto de 2018

DIA DOS PAIS



5 anos: meu pai sabe tudo!
8 anos: meu pai às vezes se engana!
10 anos: claro que papai não sabe exatamente tudo!
15 anos: papai é muito antiquado!
20 anos: o velho está completamente por fora!
25 anos: meu velho sabe um pouco sobre isso!
30 anos: vou perguntar para o velho o que ele acha!
35 anos: não vou decidir nada até conversar com meu velho!
40 anos: imagino o que o velho faria!
50 anos: daria tudo para ter meu pai aqui agora para podermos conversar sobre isto!
60 anos: quanta saudade: o velho é que sabia das coisas.
 
Fotos : Rua Barata Ribeiro nº 589, em colorizações do Conde di Lido
Olha eu aí, num tempo em que a Rua Barata Ribeiro era super-tranquila, minha casa era no nº 589, entre as ruas Raimundo Correa e Dias da Rocha (ao fundo, a esquina da Rua Dias da Rocha). Havia mais casas do que edifícios, todas com muro baixo e um jardinzinho. Num tempo em que se ía para o colégio quase aos 7 anos, para fazer o Jardim de Infância, Admissão, Ginásio e Colegial. Em que se ouvia Orlando Silva e Dalva de Oliveira em discos de 78rpm em baquelite, em grandes vitrolas.
Num tempo em que as formas para fazer gelo eram de metal, cozinhava-se com banha, a manteiga (Miramar) vinha em lata e o leite, em garrafas de vidro com tampa de metal, era entregue pelo leiteiro, que puxava uma carrocinha.
Num tempo em que a missa era em latim, as mulheres usavam véu na igreja, maiô inteiro e ninguém ia até o centro da Cidade sem terno ou à praia sem camisa.
Num tempo em que se jogava bolinha de gude, pião, jogo de botão e se soltava pipa. Que o sonho era ter um "courinho nº 5" comprado na Superball para substituir a bola de borracha ou aquela pista de corridas de cavalinhos de chumbo.
Num tempo que novela só no rádio, propaganda política só em comícios ou em "santinhos" em papel jornal com o nome do partido e do candidato. Em que os craques eram o Zizinho e o Ademir. Do triciclo do padeiro, do som do amolador de facas, do “garrafeiro” que gritava “compro jornais, revistas, livros velhos”, do apito do guarda-noturno.
Num tempo em que o telefone era de mesa ou de parede e não dava sinal, que faltava água, que toda cozinha tinha um mata-moscas. Que as canetas eram a tinta, precisando do mata-borrão. Num tempo que lanche na escola era café-com-leite levado em garrafa térmica e um sanduíche de queijo ou de goiabada. E quase todo mundo usava botinhas ortopédicas e operava as amígdalas. Em que a paralisia infantil era uma ameaça, Anatole France era o máximo e se falava francês em casa.
Num tempo bom, muito bom, quando meu pai ainda me levava no colo.