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sábado, 24 de junho de 2023

DO FUNDO DO BAÚ - FLÂMULAS

Em meados do século XX quase todo quarto de adolescente tinha flâmulas nas paredes. Eram de clubes, de colégios, de faculdades, além das comemorativas de grandes eventos.

Me parece que foi mais uma moda importada dos Estados Unidos através dos filmes.

Tia Milu foi uma grande colecionadora, entre outros comentaristas.

Aí vão alguns exemplos.













quinta-feira, 22 de junho de 2023

SAUDADES DE COPACABANA - RESTAURANTE LUCAS


A foto é do Restaurante Lucas, na Av. Atlântica nº 3744, na esquina da Rua Souza Lima.

Aberto em 1941, era de um alemão de Brémen (não sei se teve dificuldades em função da guerra). Especializado em cozinha alemã, tinha um estilo típico dos restaurantes da pequenas cidades europeias.

O kassler de lá era uma maravilha.

Foi vendido em 1982, quando do falecimento de seu proprietário. Transformou-se no "Garota de Copacabana", uma dessas franquias que atraem turistas e cariocas desavisados.



A foto, provavelmente dos anos 50, mostra a agradabilíssima varanda do Restaurante Lucas. Meu "velho" era frequentador assíduo e, nos anos 60, cheguei eu mesmo a frequentá-lo para os primeiros chopes.

Era uma época em que se podia desfrutar destas varandas sem ser incomodado por pivetes. Só apareciam, e de modo educado, os vendedores de bilhetes de loteria, um grupinho de músicos ou pequenos engraxates.

Nesta foto, de Jean Manzon, vemos a varanda do Hotel Regente, vizinho do Restaurante Lucas, cujo toldo vemos mais adiante, em frente à carrocinha da Kibon. 

O belo Cadillac é um Club Coupe Fastback 1949, segundo nossos especialistas. 

O Regente desapareceu na década de 70.

Saudades desta Copacabana de minha infância e adolescência.


Por falar em Hotel Regente, este foi um projeto do Niemeyer, em 1949, para um "Hotel Regente", em São Conrado, segundo publicação do Achilles Pagallidis.

Seria um horror...

quarta-feira, 21 de junho de 2023

CARTÕES-POSTAIS

Antigamente era muito comum se mandar cartões-postais e, mesmo não envelopados, chegavam ao destinatário.

O mais curioso é que as mensagens ficavam públicas e parece que ninguém se importava.


A mensagem é: "Rio de Janeiro 26/7/13 Tout bien vous embrasse”. A assinatura está meio ilegível. Enviado há quase há 110 anos. O curioso é o selo estar no anverso, sobre a foto, e não no verso do cartão. No selo vemos Eduardo Wandenkolk, (Rio de Janeiro, 29 de junho de 1838 — Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1902), um militar da Marinha do Brasil, político, ministro da Marinha e senador da República no governo provisório de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.


Cartão postal tipo "Gruss aus…"ou "Lembrança de…", editdo em 1897, com alegorias "art noveau" e destaque para a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na Praça XV. À direita, o monumento homenageando D. Pedro I, inaugurado em 30 de março de 1862, na Praça Tiradentes. O texto do cartão, até onde se pode ler, é: Caro Amedeo, spero avrete ricevuto lettera contenente il ritratto di Lello! Presto ci abbraccieremo. Bacia tanto Carolina ed il terzetto! Baci a tutti da tutta (...) tua sorella (...)


Cartão postal da Coleção de Klerman Wanderley Lopes, com foto de Léon de Rennes, mostrando o galeão do Presidente da República. Postado em 03/08/1906 para o Honorable Elihu Root, a bordo do "Charleston".
A mensagem: "Boa Viagem! José A Boiteux(?) Aux. do Secretário Geral da Conferência Pan-Americana.


Outro postal do Klerman. Enviado em novembro 16 de 1924. Assinado por Alberto F....


Mais um da coleção do Klerman, enviado na mesma data do anterior por Alberto ...


Chiquinho, estimo que continues gozando e felicidades  em companhia da cara esposa boa mãe e irmãos.
Aceita um apertado abraço de |Yayá. 29-11-1905


Caro Marques: Recebi tua carta e (...)
J.Fora, 10-2-906


Quando aqui for terei prazer em mostra-lhe (...) sua habitação. Aspecto da Avenida em dias de paradas.


Estranho cartão postal de uma paisagem da Glória, com a chaminé da City, o Outeiro e o Mercado ao fundo, mas com uma cena insólita no primeiro plano. No ar vemos um balão, algo semelhante a um Zeppelin com a inscrição "Santos Dumont" e um bondinho tipo o do Pão de Açúcar. Na rua, junto à mureta da Praia do Russel, um tipo de bonde puxado por trator, um ônibus, bicicletas e um automóvel. Casais elegantemente vestidos, senhoras, cena de uma briga (no meio da foto) com alguém jogado ao chão e um chapéu perdido. 
A dedicatória é a seguinte:"Amigo Aleixo, estimo saúde e felicidades a todos. Esqueci de elogiar a "cosinheira" que é sua legítima esposa pois o jantar estava muitíssimo bom e a elogio antes tarde do que nunca. Lembranças do teu velho camarada e amigo, Oscar". Entre parênteses, à esquerda, parece estar escrito: (Muito breve lá irei. "Nunca, Oscar"). E, embaixo no centro, está escrito:  "Muito cordialmente lá irei. Sempre, Oscar". E ainda há um carimbo de Casa Crystal.



Cartão-postal de Emerson Fittipaldi para Aluizio Lemos, pai do prezado Gustavo Lemos que comentou:
"Em 1968 Emerson Fittipaldi abandonou uma vitoriosa carreira no Brasil para aventurar-se no automobilismo europeu. Este cartão postal enviado para o meu pai em 09/01/1969, mostra o jovem Emerson ainda batalhando para conseguir um lugar ao sol. Disputou sua primeira corrida de Fórmula Ford em 07/04 deste mesmo ano. Teve uma carreira meteórica, chegando à Fórmula 1 no ano seguinte e conquistando sua primeira vitória na categoria em 15/10/1970 nos EUA. A concessionária Puma do meu pai (Lemos & Brentar) era o ponto de apoio aqui no Rio da Equipe Fittipaldi, formada pelos irmãos Wilson e Emerson. O piloto sempre visitava meu pai quando vinha ao Rio e graças a essa amizade assisti a muitas provas de Fórmula 1 do paddock.Emerson abriu as portas do mundo do automobilismo internacional para todos os pilotos que vieram a seguir. Abs, Gustavo". 




terça-feira, 20 de junho de 2023

BONDE PRAIA VERMELHA

Conta Dunlop que no final do século XIX a Cia. Jardim Botânico conseguiu autorização para o prolongamento da linha de bondes até a antiga Escola Militar, na Praia Vermelha.

O primeiro bonde “Praia Vermelha” trafegou em 26/06/1890. Os trilhos assentados foram obtidos da Cia. de São Cristóvão, pois não os havia nos depósitos da Jardim Botânico.

No dia da inauguração partiram da Rua Gonçalves Dias diversos carros da Cia. Jardim Botânico, conduzindo o Generalíssimo Deodoro da Fonseca e o General Benjamin Constant, acompanhados de suas famílias e diretores da Jardim Botânico.

Precediam este cortejo dois carros conduzindo bandas de música, que tocavam alternadamente durante o trajeto. Ao passar o bonde do Generalíssimo em frente à estação central, no Largo do Machado, subiu aos ares uma grande girândola de foguetes.

O cortejo prosseguiu pelas ruas da Passagem e General Severiano e chegou às 13:30h na Escola Militar. O 22º Batalhão de Infantaria, com a respectiva banda de música, dava a guarda de honra, formado em frente ao edifício.

Às 14:30 realizou-se a cerimônia da colocação da pedra fundamental da estação da Praia Vermelha, a poucos passos da Escola Militar. Dez anos mais tarde, obteve a Cia. Jardim Botânico o uso e gozo deste terreno. Em 1908 a estação foi demolida e o terreno ocupado, provisoriamente, pela Exposição Nacional. Após este evento, em 1910, o prédio voltou para o antigo terreno cedido pelo Ministério da Fazenda.

Nesta mesma noite o diretor da Jardim Botânico, que estava em seu escritório na estação do Largo do Machado, foi surpreendido pelos alunos da Escola Militar que “conspiraram” e “prenderam” uma a um os bondes da Praia Vermelha que iam chegando ao ponto final. Quando conseguiram bondes em quantidade razoável, foram até o escritório do Largo do Machado para cumprimenta-lo. O motivo: caminhavam, até então, diariamente, debaixo de sol ou chuva, desde a Praia de Botafogo até aquele ponto, vasto areal, onde aparecia, isolado, o edifício da Escola Militar.

Nesta foto do acervo do Silva, disponibilizadas pelo Francisco Patricio, vemos os trilhos do bonde em direção à Praia Vermelha. Ao fundo o prédio da Faculdade Nacional de Medicina. À esquerda, a Av. Portugal e duas casas geminadas construídas em 1929.

Aqui vemos a Av. Pasteur, com os trilhos junto da calçada da Faculdade Nacional de Medicina. Os outros veículos trafegavam pela pista da esquerda.



O bonde 4, Praia Vermelha. Este é o de nº 1772, com anúncio do Sapólio Radium na dianteira. Notar o estilo do reboque. O bonde está parado na circular que existia em frente à estação do bondinho do Pão de Açúcar.


A foto do bonde 4 - Praia Vermelha em frente ao atual Museu da Ciência dá uma ilusão de ótica de só haveria um par de trilhos de bonde, o que não é verdade.


A foto é de 1953. Considerando que o trajeto desta linha, segundo o Helio, era Tabuleiro da Baiana, Senador Dantas, Luís de Vasconcelos, Augusto Severo, Largo da Glória, Catete, Marquês de Abrantes, Praia de Botafogo, Rua da Passagem, General Severiano, Venceslau Brás, Pasteur, Praça General Tibúrcio, onde ele estaria?           

A mesma pergunta: onde está o bonde 4?

Vemos o bonde de registro 184, "Praia Vermelha", na Praça Marechal Floriano. O desvio para a direita, na foto, é para a Rua Evaristo da Veiga. À esquerda, na direção do poste com a faixa branca indicativa de "parada", a Biblioteca Nacional, concluída em 1910. O prédio do Supremo Tribunal Federal está encoberto pelo bonde. Ao fundo, as cúpulas do Clube Militar e do Edifício Lafond, que foram demolidos.

Nesta bela foto colorizada pelo Nickolas vemos o bonde 4 - Praia Vermelha no Tabuleiro da Baiana.

Chovia e os cariocas de então enfrentavam a chuva com guarda-chuvas, galochas (lembram delas) e capas de chuva de gabardine. Vemos ainda faixas de propaganda política dos candidatos Mario Martins e Afonso Arinos. O anúncio do Mistura Fina era outro habitual na frente dos bondes.

Foto colorizada (acho que pelo Conde di Lido) do bonde 4 na Praia Vermelha. É de setembro de 1962, por ocasião da última viagem deste bonde.

Na opinião do Helio a série 2500 era esteticamente feia. Foi fabricada a partir de 1941 nas oficinas da Cidade Light, em Triagem. Era um tipo de bataclã ligeiramente alterado em relação ao modelo antigo, da série 2000, do qual diferia por ter 5 vidraças na frente e na traseira (ao invés das 3 do modelo tradicional) e uma curvatura mais acentuada nas extremidades e menos acentuada no telhado.

Eles circulavam principalmente na Zona Sul e na Seção da Penha (linhas 93 e 94). Havia também vários exemplares na Seção Barão de Drummond, uns gatos pingados na Seção Méier e na Seção Presidente Vargas apenas o 2514 e o 2516. 




                          

segunda-feira, 19 de junho de 2023

CARROS & CARROS

 Desde sempre o Rio enfrenta engarrafamentos e dificuldade de estacionamentos.

Privilegiar o transporte individual sempre foi um erro de nossos governantes.

No meio da "fuscolandia" há alguns modelos interessantes. Lá atrás vemos a torre da Mesbla e um anúncio do Boavista.

Nesta foto, defronte à Câmara de Vereadores, além dos automóveis podemos observar o hábito dos cariocas de caminharem pelo meio da rua.

Tal como na foto anterior vemos uma mordomia comum na cidade. Vagas de estacionamento privativo das autoridades. São milhares no Centro.


O velho Mercado Municipal, que poderia ter sido preservado como uma instituição cultural, também cercado por automóveis.


O caos da Nilo Peçanha, no coração da cidade.