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sábado, 24 de dezembro de 2022

DO FUNDO DO BAÚ - PROPAGANDAS DE NATAL

 O "Saudades do Rio", relembrando antigas propagandas de Natal, deseja a todos os que por aqui passam, uma noite de muita paz e reconciliação.

Esta decoração da Mesbla, por muitos anos, foi uma grande atração da cidade.

Estes carrinhos não eram lá muito apreciados, mas certamente eram melhores do que ganhar roupa ou, pela enésima vez, aquele jogo de tamborete com peteca.

Seria este disquinho considerado um bom presente?

Taí! Boas sugestões de presentes.


Há 100 anos a Coca-Cola utiliza o personagem de Papai Noel para suas propagandas.


Quem diria que houve época em que propaganda de cigarros eram bem aceitas, até no Natal.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

SÃO CONRADO - CASA DE SERGIO BERNARDES


O arquiteto Sergio Bernardes, dono de uma extensa obra, se destacou por seus projetos de residências.

A foto é da Av. Niemeyer nº 179. Sergio Bernardes ali projetou um condomínio horizontal e, em troca  de seus honorários pediu a ponta do terreno, no qual construiu a 'casa do arquiteto' que foi sua moradia na década de 60.

Foto Revista Manchete.


A foto acima e as seguintes são da revista "A Cigarra" e foram garimpadas pelo prezado Atila Franco. 

O texto nas legendas dessas fotos foram extraídas do livro de Lauro Cavalcanti, "Quando o Brasil era moderno".

A piscina é emoldurada por madeira e o seu espelho d´água se junta com o do mar nos olhos de quem nela se banha.

A casa na rocha, debruçada sobre o Atlântico, é uma rara mistura de contenção e ousadia, geometria pura e materiais rústicos, estabilidade e movimento. É uma das casas modernistas brasileiras que melhor interagem com a paisagem.

O andar superior, com arquitetura ortogonal de concreto, madeira, vidro e telhado industrial, está situado no nível de acesso da rua. Abriga a parte de estar, se projetando destacado na paisagem.

De forma a amenizar a temperatura, Bernardes concebeu um colchão de ar entre as telhas de amianto e o teto da casa.


Tijolos vazados foram usados em várias empenas, de modo a forçar a circulação de ar.


O andar inferior, revestido exteriormente de pedras, mimetiza-se com a rocha.

As suas paredes grossas, com inclinação acompanhando a escarpa rochosa, abrigam o escritório, o estar íntimo e os quartos.


Planta do pavimento inferior.


Estas duas imagens com as plantas foram encontradas no "site" Casasbrasileiras.wordpress.com

PS: a formatação está enlouquecida hoje...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

CASA FRANÇA-BRASIL


As fotos são do prédio onde atualmente funciona a Casa França-Brasil, na Rua Visconde de Itaboraí.

Inaugurado em 1820 para sediar a primeira Praça de Comércio do Rio de Janeiro, muito pouco durou o que era então uma espécie de Bolsa de Valores da época naquele local. Decorridos quatro anos, já no contexto do Brasil independente de Portugal, foi transformado por D. Pedro I em Alfândega, que assim funcionou até 1944.



Encomendado em 1819 por D. João VI a Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa, a obra em si é um documento histórico importante. Trata-se do primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro, tendência que viria então a popularizar-se, dando à cidade, marcada por suas casas coloniais, um tom mais cosmopolita, à moda europeia.

Em 1938 o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — atual IPHAN.

Esta foto é do ano de 1944. 

Como última utilização antes de tornar-se a Casa França-Brasil, foi sede do II Tribunal do Júri, entre 1956 e 1978.

Esta obra de Montigny passou por diferentes usos, sendo que em 1946 chegou-se a pensar na sua demolição, segundo noticiou o “Correio da Manhã”: “O Ministro da Fazenda encaminhou ao da Viação, solicitando o seu pronunciamento, o processo em que a Prefeitura do Distrito Federal trata da demolição do antigo prédio da Alfândega no Rio, onde funcionam diversas repartições subordinadas àquela Secretaria do Estado”.

Em 1949 o Serviço de Subsistência da Marinha ocupou suas instalações.

O “Correio da Manhã” escrevia que “a guerra tinha acabado há nove anos. Não havia mais Eixo, e os ditos súditos, então considerados inimigos, já não o eram. Mas sobre os seus bens e valores incidia interminavelmente o confisco. Não se atava, nem se desatava. Para solucionar o caso compôs-se uma comissão. Foi ela, e o fatos o comprovam, um primor de inércia e burocracia. Por isso mesmo, absolutamente inútil.”


Em 1984 a atual vocação da Casa França-Brasil começou a ser traçada. O antropólogo Darcy Ribeiro, então Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, combinou recursos brasileiros e franceses no ano seguinte para restaurar a construção e resgatar as linhas arquitetônicas originais projetadas por Montigny. As etapas para a criação do centro cultural e o trabalho de restauração atravessaram a década de 1980.

Em 29 de março de 1990, foi inaugurada a Casa França-Brasil.


E ficou faltando republicar esta foto. Desculpem o atraso.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

BONDE 13

 

O bonde 13, Ipanema, fez parte da minha adolescência, pois era o bonde que pegava na Av. N.S. de Copacabana, entre Dias da Rocha e Raimundo Correia, para ir até o Bar 20, em Ipanema. O bonde chegou ao Bar 20, rodo na altura da Rua Henrique Dumont, em 1914.

Quase sempre tinha reboque, onde me sentava. Ia pela contramão até a Francisco Sá, em direção à Visconde de Pirajá. Esta, por volta dos anos 60, tinha poucas árvores, pouco movimento e o calçamento era com paralelepípedos. Durante os muitos trajetos eu observava o comércio de Ipanema.

Puxando pela memória me lembro que logo no início da Visconde tínhamos no nº 29 a recém-inaugurada “La Veronese”, que mantém a qualidade de suas massas até hoje. Do outro lado da rua tínhamos “A Colegial”, visitada todo ano para aquisição do uniforme escolar. Quase ao lado dela ficava o “Teatro Santa Rosa”. Chegando na Praça General Osório havia o prédio da Companhia Telefônica, seguido do Colégio Fontainha, do saudoso “Mercado Merpuga”, da loja “Formosinho”, do cinema “poeira” Ipanema, com suas cadeiras de madeira, sem ar-condicionado, que passava dois filmes por sessão e tinha filas enormes na Sexta-Feira Santa quando, todos os anos, exibia “A vida de Cristo”. Logo depois a uma camisaria (seria a “Progresso”? Ou já seria a “Sol de Ipanema”?), junto com o bar “Jangadeiro”.

Na esquina da Teixeira a acanhada primeira loja do “Zona Sul”, do Mario, início de um império (Mario havia começado com uma carrocinha de frutas na Praça General Osório. Antes era a “Casa das Novidades”, de tecidos.

Entre a Teixeira de Melo e a Farme de Amoedo proliferavam os bancos. Boavista, Real, Bamerindus, Nacional, entre outros. No nº 135 a “Sapataria São Carlos”, ao lado o magazine “Duas Américas”, onde hoje é a agência Ipanema da Caixa Econômica. Por ali funcionava o “Colégio Polichinelo”, que depois foi o local da “Gardênia”, loja de tecidos. No lado par havia as “Lojas Brasileiras”, a “Casa Osório”, uma grande mercearia. Nesta quadra também a “Casa Mattos”, da família Salinas. No meio do quarteirão ficava a “Confeitaria Pirajá”, enorme.

Na quadra entre a Farme e a Montenegro lembro do “Frigorífico Nazareth”.

No quarteirão entre a Montenegro e a Joana Angélica havia outro “poeira”, o Pirajá, que frequentei muito. Programação parecida com a do Ipanema. Na esquina da Montenegro a “Casa Futurista”. No lado ímpar também a Casa Oliveira, de comestíveis, e a “Sapataria Sagaró”. No lado par a famosa “Casa Alberto”. Na esquina da Joana Angélica a Padaria Ipanema, que resiste até hoje.

No quarteirão da Praça N.S. da Paz havia a igreja, a Casa de N.S. da Paz onde funcionava uma clínica médica, o Colégio São Francisco, o cinema Pax com sua escadaria de acesso, além de um hotel para religiosos, tudo sob a batuta de Frei Leovigildo Balestiere (o empreendedor que tempos depois ali criou uma fábrica de azulejos, um ringue de patinação no gel, uma academia de ginástica, um boliche, além de ser pioneiro na instalação de ar-condicionado na igreja).

Entre a Maria Quitéria e Garcia D´Ávila me lembro da loja “Velha Bahia”, junto do prédio dos Correios.

Entre Garcia D´Ávila e Anibal de Mendonça, no nº 477 ficava a ótima Padaria Eldorado, o melhor pão de Ipanema. Perdeu o posto faz tempo. No nº 499 ficava o Bar Zeppelin. No outro lado da rua, no nº 484, a “Sorveteria Morais”, onde íamos tomar sorvete na saída do “Astória” ou do “Pax”.

Já no final da Visconde de Pirajá ficava a “Casa Reis”, de material escolar, perto do Cinema Astória, no nº 595. Era enorme. Depois o “Astória” virou “Super-Bruni-Ipanema” e, mais adiante, abrigou os estúdios da “TV Excelsior”.Ao lado do “Astória” havia um pequeno parque de diversões com brinquedos para a criançada. O melhor era uma mini-cidade onde circulava um carrinho imitando um Ford, de uns 20cm de comprimento, controlado pelo lado de fora da pista por um volante de tamanho normal, com pedais de freio e acelerador, um marcha para frente e outro para ré. O desafio era trafegar pela cidade sem colidir com nada e estacionar dentro de uma garagem de uma casa. Acho que o tempo, por vez, era de 10 minutos. Para quem ainda não tinha idade para dirigir, era formidável.



O bonde 13, na sua última viagem,  foi parado na frente do Bar Zepellin por membros da Sociedade dos Amigos do Bonde Ipanema, criada no Bar Zeppelin. Faziam parte deste grupo Millor Fernandes, Paulo Mendes Campos, Aracy de Almeida, Lucio Rangel, Otelo Caçador, Luiz Reis (o Cabeleira), Haroldo Barbosa (o Pangaré), Flávio de Aquino, Edelweiss, Liliane, Willy Kelleer e outros.

Pouco depois das 22 horas lá vinha o bonde, balançando pela Rua Visconde de Pirajá quando a viagem foi interrompida e o motorneiro Argemiro Cardoso dos Santos foi convidado para um chope. Veio um fiscal da Light, mas foi subornado com uísque e chope gelado e acabou aderindo à bagunça.

Como o número de ordem do bonde era 1908, o pessoal aproveitou e jogou o número no bicho e deu 908 na cabeça, grupo da águia, belo símbolo para uma lembrança eterna, que ficará sobrevoando o bairro-poesia da Guanabara.


Na foto consegui identificar à direita o Otelo Caçador, de branco a Aracy Almeida, atrás dela o Haroldo Barbosa (o "Pangaré) e de roupa escura, ao lado do fiscal, o Luiz Reis (o "Cabeleira). Seria o Lucio Rangel o de cabeça branca?


Vemos, para finalizar, o bonde 13, na saída para Botafogo do Túnel Novo, onde se dava o famoso "mata-paulista". 



segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

O RIO EM 1951

Em 1951 o Rio de Janeiro era a capital do país, o Presidente da República era Getúlio Vargas, os prefeitos foram Mendes de Morais e João Carlos Vital. Presidiram o Senado Nereu Ramos e Marcondes Filho. O Fluminense sagrou-se campeão carioca.

Foram inauguradas a TV Tupi e a Rodovia Presidente Dutra, ligando o Rio a São Paulo.

Foram lançados grandes filmes como “O dia em que a Terra parou”, "Uma aventura na África", "Pacto Sinistro", “Um lugar ao sol”, “Quo Vadis”, “Um bonde chamado desejo”, "Cinzas que queimam".

No teatro brilhavam Bibi Ferreira em "Ninon é um amor" e Walter Pinto apresentava a revista "Muié macho, sim sinhô", com Oscarito, Grande Otelo, Virginia Lane e Dalva de Oliveira.

O Padre Augusto Magne, meu professor no Colégio Santo Inácio, ganhou o prêmio literário Machado de Assis.

“Vingança”, de Lupicinio Rogrigues, com Linda Batista, foi a música mais tocada do ano.


Vemos um aspecto da Av. Rio Branco com o edifício do Clube de Engenharia sendo construído.


A Câmara do Distrito Federal. Recebeu do historiador Brasil Gerson a denominação de "Gaiola de Ouro", tal foi o preço de sua construção. 


Vista do Corcovado em 1951. Botafogo tinha poucos edifícios altos. Era o tempo das mansões.


A Presidente Vargas da Central à Candelária. 
 

A sala de controle do aeroporto Santos Dumont. Em 1951 tinha uma média diária de 80 pousos e 80 decolagens. 


Aspecto do eixo da Av. Rio Branco. Os edifícios altos se concentravam em suas laterais.