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sábado, 5 de agosto de 2023

DO FUNDO DO BAÚ - ANÚNCIOS ANTIGOS

 Esta semana falamos do Kaol, Brasso, Silvo, Varsol, etc. Lembrei-me dos anúncios (que os paulistas chamam de reclames) publicados pelo Tumminelli e resolvi revisitá-los. Hoje os de produtos para casa.

Há décadas era produto de primeira necessidade, tal a quantidade de moscas existentes nas casas. Era auxiliado por aqueles mata-moscas com cabo de madeira e extremidade de plástico.

Atenção: Silvo é para prataria. Brasso é para latão.



Este já é um aspirador "moderno". Lá em casa era um maior, mais comprido e mais pesado.

O chão de tacos precisava ser encerado. Se aqui no Rio tínhamos uma enceradeira, em Petrópolis era com um escovão mesmo.


Essa coifa me lembra uma explosão de uma panela de pressão lá em casa. Parecia que o prédio estava caindo. A coifa e o fogão ficaram destruídos. Felizmente não havia ninguém na cozinha na hora da explosão.


Tivemos um fogão a lenha na casa de Petrópolis. Lembrar dele reaviva boas lembranças.

Presença obrigatória na cozinha durante muito tempo.


Alguém teve geladeira a querosene? Nunca tinha ouvido falar.


Outra coisa que quase que desapareceu das casas. Já não conheço ninguém que tenha uma. Minha avó adorava passar o tempo costurando na sua máquina, enorme e pesada.


Walita e Arno concorriam acirradamente pelas freguesas.


Como era enorme o  móvel para as vitrolas. Lembro da nossa e da coleção de discos de 78rpm. Depois vieram os LPs de 33rpm. Hoje, com o Spotify e assemelhados, quase que desapareceram as vitrolas e até os discos.

Omo ou Rinso? Outra polarização do século passado.


Varsol e Faísca. Como já lembrado por aqui, ideal para retirar as manchas de óleo dos pés ao voltar da praia.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

BONDE 75 - LINS DE VASCONCELLOS

O bairro de Lins de Vasconcelos faz limites com os bairros do Méier, Engenho de Dentro, Engenho Novo, Grajaú e Jacarepaguá. Foi criado por decreto em 23/07/1981. Provavelmente homenageia a família do Médico-Major Modesto Benjamim Lins de Vasconcelos, que naquela região tinha uma grande propriedade.

A Rua Lins de Vasconcelos já se chamou “Dois Irmãos”, “Dr. Lins de Vasconcelos”, Travessa do Capão do Bispo”, “Matheus Serra” e “Rua da Serra”.

Curioso que nos bondes o nome era sempre escrito “Vasconcellos”.

O bonde 75 fazia a linha “Lins de Vasconcellos". Segundo o Helio Ribeiro, na década de 1950 o trajeto era: Praça XV – 1º de Março - Rosário – Visconde de Itaboraí – Visconde de Inhaúma - Marechal Floriano – Praça Duque de Caxias - Presidente Vargas (lado par) - Praça da Bandeira - Mariz e Barros - São Francisco Xavier - 28 de Setembro - Visconde de Santa Isabel - Barão de Bom Retiro - Dona Romana - Cabuçu - Lins de Vasconcelos - Pedro de Carvalho até esquina com Aquidabã.

Esta linha circulou até 13/03/1965.


Esta fotografia, de 07/03/1954, enviada pelo Helio Ribeiro, mostra o bonde saindo da Rua Barão de Bom Retiro e entrando na Rua Dona Romana.

Paralelepípedos de um lado, asfalto do outro. A faixa de pedestre está delimitada por aqueles antigos tachões. À direita, caixas de maçãs vazias?

Segundo o Mauroxará, na esquina onde estão as pessoas havia uma padaria, no sobrado um centro de Umbanda. Ddo outro lado um açougue. A casa com placa na janela era de uma costureira, que mantinha na frente da casa um jardim com roseiras.

Estas duas fotos, a acima e a abaixo, apareceram já por aqui outro dia. Trata-se de um acidente em 1952 na Av. Presidente Vargas.


                                   Outro ângulo do acidente reportado acima.


Foto do acervo da "Última Hora". Mais uma vez vemos um bonde da linha Lins de Vasconcellos colidindo com um caminhão perto da Central do Brasil, em 12/04/1954. O bonde anunciava a venda de aniversário do "Ao Bicho da Seda" - uma das lojas ficava na Av. N.S. de Copacabana esquina com Rua Constante Ramos e até outro dia ainda estava lá (acho até que ainda está). 

O bonde de nº de ordem 7 tem como curiosidade ser um bonde com bancos laterais (o Helio Ribeiro poderá explicar que tipo era). Esses caminhões de transporte com esta precária sustentação lateral de tábuas para aumentar sua capacidade eram comuns numa época mais permissiva. Definitivamente só dava "barbeiro" naquele tempo.


O mesmo acidente da foto anterior. Esses caminhões de transporte com esta precária sustentação lateral de tábuas para aumentar sua capacidade eram comuns numa época mais permissiva. Definitivamente só dava "barbeiro" naquele tempo.


Infelizmente nesta foto não se pode ver o nº do bonde. Parece um modelo com a frente um pouco diferente, mas o Helio poderá esclarecer.


O 75 no centro da cidade. Lotação esgotada. O cobrador tinha que se virar para cobrar as passagens, guardar a fisionomia dos que já pagaram e se equilibrar nos estribos. Tarefa impossível.


O bonde nas vizinhanças da Central do Brasil, aparentemente.


Uma foto colorida do "Lins de Vasconcellos", talvez na Marechal Floriano.

PS: já havia preparado o "post" quando vi que havia fotografias já postadas. Por falta de tempo seguem essas mesmo.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

AVISO AOS NAVEGANTES

 Caros amigos,

a National Geographic disponibilizou todo seu acervo, gratuitamente, na Internet. 

Estas fotos são de lá. Façam bom proveito.

https://www.revistabula.com/22204-todo-o-acervo-da-revista-national-geographic-com-acesso-gratuito/













terça-feira, 1 de agosto de 2023

HUMAITÁ - GARAGEM DE BONDES

 

Em 1871 a Cia. "Botanical Garden" requereu à Câmara Municipal licença para construir a estação de bonde do Largo dos Leões. Entrementes, para suprir essa falta, foi ali armado um telheiro provisório a fim de se guardar os carros e animais que, por falta de lugar próprio, ficavam expostos ao tempo. Foi também instalada uma sala de espera na Rua São Joaquim (atual Rua Voluntários da Pátria), para comodidade e conforto dos passageiros.

Em 1875, com o aumento do número de bondes e passageiros, além do assentamento dos trilhos na Rua São Clemente, previa-se a construção de uma outra sala de espera na estação. Entretanto, somente em 1880 foi inaugurado o tráfego de bondes por essa rua. 


Nesta foto vemos a fachada voltada para a Rua Voluntários da Pátria. A entrada para a sala de espera deve ser aquela mais ao fundo, onde não se veem os trilhos dos bondes. Ali se vendiam revistas e jornais para os passageiros. Chama a atençao o poste de iluminação.


Dunlop conta uma curiosidade: é que no ano de 1871, o Chefe de Polícia da Corte, oficiou à "Botanical Garden" que era proibido que as pessoas viajassem nos estribos, exceção feita aos empregados encarregados da direção dos bondes, "visto ser aquela prática vexatória às pessoas que entram e saem, além de poder ocasionar acidentes e aglomeração de passageiros nos ditos estribos". 

Foi uma grita geral, inclusive com a participação dos jornais. Tal foi o clamor que o presidente da "Botanical Garden" oficiou ao Ministro da Agricultura pedindo a revogação da ordem. Os incidentes entre condutores, policiais e os que desejavam viajar nos estribos aumentavam, fazendo com que o bonde ficasse retido, assim como os outros que vinham atrás. 

Nem mesmo a polícia conseguia resolver a questão e, pouco a pouco, foi afrouxando sua atitude contra os renitentes passageiros dos estribos. 

Abaixo-assinados foram organizados para pedir a revogação da medida, o que acabou acontecendo.

A foto mostra o interior da garagem. Além de bondes, muitas vezes guardavam ônibus como os da Viação Excelsior, também de propriedade da Light.

Foto de Malta mostrando o enorme terreno da garagem.


Foto da garagem do Largo dos Leões, no Humaito, sendo utilizada pelos ônibus elétricos que aguardavam a entrada em serviço.

Foto provavelmente do final dos anos 60, mostra o espaço onde hoje se instala a Cobal. 

Ainda não existiam os grandes prédios comerciais da Rua Voluntários da Pátria, vizinhos da Rua Capitão Salomão. Como curiosidade, à época este local era Botafogo. Desde 1988, por decreto do Saturnino Braga, virou Humaitá, sendo a Rua Conde de Irajá a fronteira entre os dois bairros.





segunda-feira, 31 de julho de 2023

ÁTOMOS EM AÇÃO


Recebi ao amigo GMA esta fotografia com a legenda "1961 Expo dos EUA sobre energia atômica". Como desconhecia o assunto fui buscar informações.

Tratava-se da instalação, em terreno desocupado entre o Museu de Arte Moderna e o Monumento dos Pracinhas, de uma estrutura em forma de barraca, de nylon e vinil, para a mostra “Átomos em Ação”, uma iniciativa da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, em colaboração com a Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Neste gigantesco recinto inflável e, quando vazio, facilmente portátil, entre complexos e moderníssimos aparelhos e mostruários de física nuclear, o público assistiria a filmes elucidativos e ouviria minuciosas explanações técnicas do programa de “Átomos para a paz”, do governo dos Estados Unidos.

Haveria uma parte complexa para engenheiros e cientistas e outra parte destinada a estudantes de nível ginasial, ministrada por professores de Ciências brasileiros que se atualizaram na matéria graças a um estágio preparatório a cargo de técnicos do Instituto de Estudos Nucleares de Oak Ridge, Tennessee.

Em abril de 1961 o pavilhão foi inflado, em 25 minutos, experimentalmente, por dois possantes grupos de geradores. A estrutura tinha 100 metros de comprimento, 40 metros de largura e 18 metros de altura. Foi projetado pelo arquiteto norte-americano Victor Lundy. 

O "Correio da Manhã" publicou anúncio para seleção de monitores para a exposição. Participaram da organização os mais conhecidos cientistas nucleares do Brasil, entre eles Marcelo Damy, presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear, Alvaro Vidal, coordenador do CNEN, Mozart de Azevedo, Jonas Correia dos Santos e Pedro Lopes dos Santos, coordenador da Fonte Cobalto 90.


Em maio foi inaugurada a exposição. A série de palestras para os estudantes brasileiros obedeceria ao padrão estabelecido pelo “Oak Ridge Traveling Science Demonstration Lecture Program”. Seria acompanhada de demonstrações sobre estrutura atômica, radioatividade, fissão nuclear e reatores, bem como as aplicações de energia atômica na Pesquisa, Medicina e Indústria. Haveria demonstrações conexas com contador Geiger, Cãmara de Wilson, radioisótopos, válvulas de spectrum com redes de difração individuais, demonstração de válvulas de raios catódicos, modelos de reatores para ensino, etc.

O pavilhão foi apelidado de “Minhocão” pelos cariocas. Os visitantes, ao entrar, estarão num teatro para 300 pessoas, onde assistirão a quatro filmes, apresentando os aspectos básicos da energia atômica e explicando a radiação e seus empregos. Após os filmes serão conduzidos à área técnica, onde estão o reator Lockheed, o aparelho de Raios Gama e outros aparelhos.


Vemos o corte da fita inaugural da Expo, com o embaixador dos Estados Unidos e o Governador Carlos Lacerda. O início dos anos 60 foi uma época de grande interesse dos Estados Unidos pelo Brasil, com uma série de programas como o "Peace Corps" (Corpo da Paz).

O estreitamento das relações Brasil - Estados Unidos no campo do uso pacífico da energia atômica foi o tema do discurso do embaixador Moors Cabot.


A revista "Manchete" publicou esta foto sobre a exposição "Átomos em Ação" dizendo que jovens mulheres foram maioria entre os assistentes.