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sábado, 25 de março de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: CADERNETA DA CAIXA





Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá sai esta Caderneta da Caixa Econômica Federal, enviada pelo Gustavo Lemos e propriedade de um amigo dele.

 

No Brasil, infelizmente, é comum se mudar as regras com o jogo em andamento. Um exemplo é a contribuição para a aposentadoria que foi, durante anos, sobre 20 salários e o Governo, de uma penada, decidiu que a contribuição máxima passaria a ser sobre 10 salários, não devolvendo o que fora cobrado a mais. Os que descontaram por largo período, pensando numa aposentadoria de 20 salários, ficaram a ver navios.


Outro exemplo é o caso desta antiga Caderneta da Caixa Econômica Federal, "GARANTIDA PELO GOVERNO DA UNIÃO", conforme pode se ver na foto acima.


Quando nasci, meu pai abriu uma destas cadernetas para mim. Avós, pais, padrinhos, faziam depósitos no Natal, no aniversário, em datas festivas. Dentro da caderneta estão anotados dezenas de depósitos. A agência da Caixa ficava na Av. N. S. de Copacabana em frente à Rua Raimundo Correa, ao lado do cinema Art-Palácio. De vez em quando levava a caderneta lá para atualizar o saldo. Décadas depois, por conta de uma tal de inflação, como não havia correção monetária, o patrimônio virou pó.

  Milhares, talvez milhões, fomos iludidos. O dinheiro - ninguém sabe, ninguém viu!


São tantos os escândalos financeiros (Montepios, Carnê Fartura, Coroa-Brastel, Bamerindus, Halles, Santos, Delfim, etc) que sempre fica por isto mesmo.

Será que os atuais depósitos em Fundos de Previdência Privada serão honrados no futuro?

sexta-feira, 24 de março de 2017

RUA MIGUEL LEMOS




Por conta da bela vitória da Seleção Brasileira ontem por 4x1 sobre o Uruguai vamos, com estas fotos da Rua Miguel Lemos, em Copacabana, homenagear uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos, mesmo não tendo alcançado o título de campeã do mundo. Coloco a seleção de 82, aquela de Leandro, Junior, Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico, Eder, ao lado de outras grandes seleções que também amargaram a dor de não ter tido este sucesso, como a seleção húngara de 54, aquela de Puskas, Bozsik, Hidegkuti, Grsics, Czibor e a seleção holandesa de 74, aquela de Cruyff, Neeskens, Kroll.

 

Eram famosas as festas esportivas na Rua Miguel Lemos desde 1958 quando um dos integrantes da turma da rua, Cristiano Lacorte foi eleito o torcedor nº 1 da seleção. 

 

Na década de 1950 eram famosas as "turmas de rua" do Rio - as tipo "juventude transviada" como a da "Barão" (da Torre, Ipanema), a da "República" (do Peru, Copacabana), a da Urca, a da Barão de Ipanema, chefiada pelo Vladimir e tendo o Alemão e Ox Bismark  como vice-líderes, a do Camões, com o Camilo, a do Leme com o Tocão.  E outras mais tranqüilas, como a da Miguel Lemos (Copacabana). Esta era liderada por Cristiano Lacorte e se reunia no bar do "Fernando Vascaíno", na esquina da Miguel Lemos com N.S.de Copacabana. Lacorte, em sua cadeira de rodas, foi o representante oficial da torcida brasileira em 1958, acompanhando a conquista do 1º campeonato mundial de futebol, na Suécia.

 

Esta turma, em 1958, frequentava o Rian (para ver os filmes do Elvis ou as chanchadas da Atlântida), o Metro, o Copacabana, via os filmes de Tarzan no Ritz, os de arte no Alvorada, os franceses no Art-Palácio. No Roxy, após abrirem-se as cortinas e aquele fortão bater o gongo da Rank Filmes, viam grandes lançamentos. No carnaval, fechavam a Rua Miguel Lemos (uma das únicas na Zona Sul a fechar) para seus bailes. Faziam halterofilismo na academia da esquina de Djalma Urich com N.S.de Copacabana (onde havia no 4º andar, um anúncio luminoso de um atleta exercitando os bíceps). Torciam pelo Lá Vai Bola, Pracinha, Maravilha ou Dínamo, no futebol de praia. Na TV Rio, aos domingos, assistiam ao boxe do TV Rio Ringue e, às 6as.feiras, ao "Noites Cariocas", com as vedetes da época.

 

Foi esta turma que flagrou o faquir Príncipe Igor fraudando o público, tomando laranjada durante seu período de jejum (antes comuns, desapareceram os faquires). Estudavam no Melo e Souza ou no Mallet Soares (alguns fizeram o primário na Escola Pública Cócio Barcelos). Discutiam o supersupercampeonato de 1958 entre Vasco, Flamengo e Botafogo. Torciam por Adalgisa Colombo. Tomavam gemada em pó da Kibon e usaram Alpargatas 7 vidas, de lona com sola de borracha. Só podiam tirar a camisa quando pisavam na areia e levavam para a praia bóias feitas com câmaras de ar de pneus.  Dançavam, de "smoking" alugado na Casa Rollas, nos bailes do Fluminense, do Caiçaras, do Clube Naval, ao som de Steve Bernard, Ed Lincoln, Waldir Calmon. Assistiam às lutas de Helio (ou Carlson?) Gracie com Waldemar Santana. No Bob´s da Domingos Ferreira, comiam sanduíche de salada de atum e tomavam suco de laranja, sundaes ou Ovomaltine, pois ali ainda não se vendiam refrigerantes.

 

Assistiam ao Noite de Gala (com Ilka Soares) e aos Espetáculos Tonelux (com Neide Aparecida). Tomavam Hi-fi (Crush com vodka) ou Cuba-libre (rum com Coca-Cola). Iam até São Conrado para um chope no Bar Bem. Ouviam a Rádio Mayrink Veiga e a Tamoio (e a Continental, na transmissão do futebol). Acompanhavam, com o Brasil inteiro, o episódio da curra de Aida Curi, jogada (?) do edifício Rio Nobre (Av. Atlântica 3388), quando fugia de Ronaldo Castro e Cássio Murilo. Viam a garotada colecionar álbuns de figurinhas, se contorcer nos bambolês e assistir ao Falcão Negro e sua amada Lady Bela. Cristiano Lacorte deu seu nome à Travessa que une as ruas Miguel Lemos e Djalma Urich, ali onde ficava o teatro da Brigitte Blair.

 

Na foto da esquina das ruas Miguel Lemos e Aires Saldanha, vemos Cristiano Lacorte em sua cadeira de rodas, acompanhado de amigos. Este poste tipo “respiradouro” são respiradores das câmaras subterrâneas de transformadores da Light. Eles existiam por toda a cidade onde a rede de média tensão já era embutida e normalmente funcionavam com a grade de baixo sugando o ar fresco e a de cima expulsava o ar quente depois de passar por dentro da câmara.  Nos anos 70 eles começaram a sumir, pois foi criado um sistema que os exaustores colocados em bueiros no chão (aqueles que saem vento quente) com o desenvolvimento de comportas dentro deles que impediam a entrada de água das enchentes dentro a câmara.



quinta-feira, 23 de março de 2017

ENCHANTED VALLEY





Nos anos 60 apareceram anúncios como este nos jornais do Rio:

“Aqui mesmo no Rio Texas Ranch abre as portas do Paraíso... é o Enchanted Valley. Onde você adquire um apartamento de sala, 2 quartos, 1 quarto reversível, copa, cozinha, banheiro social, banheiro de empregada, área de tanque”.
E torna-se também proprietário de um clube com sede própria, salão de festas, bar, restaurante, piscina para crianças, piscina para adultos, sauna, quadra de tênis, quadra de basquete, quadra de volley, sala de jogos, etc.”. Construção Cavalcanti Junqueira, vendas Rosa Filler.

Foi a época da construção de muitos clubes e condomínios pela Barra da Tijuca, sendo que vários desapareceram poucos anos depois.

Como se pode ver nas fotos de G. Szendrodi o Enchanted Valley desfrutava de uma localização privilegiada no Alto da Boa Vista, com um panorama deslumbrante voltado para uma quase deserta Barra da Tijuca.

A primeira foto mostra anúncio do local no Jornal do Brasil.

O site http://www.valeencantado.org.br/site/ dá mais detalhes sobre este empreendimento.

quarta-feira, 22 de março de 2017

CIRCUITO DA AMENDOEIRA




Hoje o assunto são as corridas de rua no Rio de antigamente. A foto 1 foi enviada pelo Gustavo Lemos e é do acervo do Fabio Crespi. Mostra a largada de uma das categorias na corrida de 02/09/1934.
As fotos 2 e 3 são do excelente livro “Circuitos de Rua”, de Paulo Scali.
O Circuito da Amendoeira era disputado nas vias públicas que circundam o Morro da Viúva: a reta da Av. Osvaldo Cruz (Av. de Ligação) e as curvas da Av. Rui Barbosa (Av. do Contorno). O nome do circuito derivava da enorme árvore amendoeira da curva próxima de uma das extremidades da Av. Osvaldo Cruz. Segundo Scali, a prova teve baterias diferentes para cada classe de cilindrada de carros de turismo e uma bateria para carros especiais de corrida. Foram 13 concorrentes e 11 marcas de carros.
Entre os pilotos havia nomes conhecidos como Primo Fioresi, José Santiago e João Júlio de Moraes. Entre os novatos havia um piloto que depois se destacaria nas pistas, Henrique Casini. O vencedor absoluto da prova foi “Juca Spinone”, pseudônimo de João Júlio Moraes, cujo carro de turismo obteve a maior velocidade média da prova, incluindo a categoria de corrida. A prova desenvolveu-se em 10 ou 20 voltas, conforme a cilindrada.
 
Na categoria Turismo até 1500 cc venceu Tavares Brandão num Fiat; Turismo entre 1501 e 3000 cc venceu Primo Fioresi com um Lancia; Turismo entre 3001 e 5000 cc venceu Juca Spinone num Ford V-8; e acima de 5000 cc venceu Henrique Casini com um Hudson.

terça-feira, 21 de março de 2017

RIVIERA DEI FIORI





Para você que não gostou do que viu aqui na semana passada sobre morar nas torres de Athaydeville, agora tem nova opção: um apartamento de 1, 2 ou 3 quartos no condomínio Riviera dei Fiori.

 

Os primeiros anúncios diziam:

“Rumo ao sol, ao ver, ao mar, é que eu quero estar e viver...

Quero morar onde se possa viver assim e eu ser eu...

Eu sou assim, gosto de gente mas quero ter meu lugar.

Assim eu quero morar...”

RIVIERA DEI FIORI, uma nova qualidade de vida.

 

Morar em espaços livres e horizontes largos é uma idéia que ganha cada vez mais terreno. Riviera dei Fiori é um empreendimento de 208.000 metros quadrados. É um mundo novo enriquecido por 4 piscinas (2 para crianças), 4 saunas (2 para eles e 2 para elas) e 7 quadras de esporte, além de um clube com salão de jogos totalmente equipado.

 

E é uma conquista, porque coloca a sofisticada Barra da Tijuca e a nova qualidade de vida ao alcance dos que sonhavam com ela mas nem se atreviam a contar seus sonhos... Ali há apartamentos de 2 salas e 3 quartos, 2 salas e 2 quartos, 2 salas e 1 quarto, 1 sala e 1 quarto. Todos os apartamentos com suítes e nobres varandas que se abrem para o mar ou para a Lagoa da Tijuca.

 

Seguindo a nova filosofia empresarial que procura preservar a Natureza, criar o máximo de conforto e dar uma nova qualidade de vida, vão ser construídos apenas 7 edifícios.

 

Esta é uma oportunidade que você não pode perder. Venha morar na Barra! Este é o mais fabuloso lançamento da nova filosofia empresarial de Sergio Dourado e Associados”.

 

O condomínio fica no km 3 da Av. das Américas, com frente também para o Canal de Marapendi.

 

PS: tenho um amigo que mora lá há décadas, numa cobertura, e só me fala bem do local.

segunda-feira, 20 de março de 2017

PRAÇA DO JOCKEY



Nas duas fotos de hoje vemos as obras finais da construção da atual Praça Santos Dumont, em 1926, em frente ao Jockey Club Brasileiro, na Gávea.

Este local, na época, tinha o nome de Largo das Três Vendas (depois N. S. da Conceição e Ferreira Viana). No tempo do Largo das Três Vendas era também conhecido como do Hotel do Amaral, antes que ganhasse nova feição com o Jockey Club (inaugurado em 1926).
 
A Igreja de N. S. da Conceição (o prédio branco, ao fundo, na direção do bonde) teve sua pedra fundamental lançada em 1852 e fica na Rua Marquês de São Vicente (a rua perto do meio da foto superior). Esta rua, que vai da Praça Santos Dumont até a Estrada da Gávea, terminava na antiga fazenda do Marquês de São Vicente, cujo solar, no atual Parque da Cidade, está ocupado pelo Museu da Cidade. O bonde passa bem perto das construções na antiga Rua do Pau, que viria se transformar em várias ruas do Leblon.

A Rua Marquês de São Vicente já teve os nomes de Rua Boa Vista, Estrada da Gávea e Rua Visconde de São Vicente.
 
Chama a atenção como levavam à sério, naquela época, o aspecto da infra-estrutura. Podemos ver as manilhas empilhadas, talvez para drenagem ou abastecimento de água. Levavam em conta este detalhe, mesmo que esse local fosse um êrmo em 1926.

Atualmente, esta região constitui o "Baixo Gávea", com seus vários bares, onde se reúne uma multidão todas as semanas (tenho um amigo que "tem mesa cativa no Bar Hipódromo, tendo inclusive este endereço registrado no seu cartão de visitas).
 
E, vendo a foto, fica sempre a pergunta: aí é Jardim Botânico, Leblon ou Gávea? Tal como outras “fronteiras” como as regiões entre Copacabana e Ipanema, Urca e Botafogo, Barra e Jacarepaguá, cada um puxa a brasa para seu lado, conforme melhor lhe convém.
 
OBS: a foto inferior é um belíssimo trabalho do Conde di Lido, que conseguiu montar duas fotografias diferentes.

domingo, 19 de março de 2017

AVENIDA PASTEUR



E  neste domingo em que aparente e finalmente parece que estamos nos despedindo do verão e de todo aquele calor vamos com mais uma foto do excepcional arquivo do Sr. Szendrodi.

Vemos a Avenida Pasteur com especial destaque para o prédio da Faculdade Nacional de Medicina.

Vivia ele seus últimos dias de glória pois em menos de um ano já não mais haveria alunos em suas instalações, já que seu último ano de funcionamento neste local foi 1972.

A última turma que concluiu o curso inteiro neste prédio foi a minha.